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26.11.12

1755 UM CENÁRIO . TSUNAMI. NEAMWAVE12

 

REPRODUZIR O CENÁRIO DE 1755 

https://blogger.googleusercontent.com/img/proxy/AVvXsEh-RQ_OJm-Vz8FpSSMN-2jGAo-91O617TJhmQ3YtahosPBXPzv2MT0l-E-6IdJp-bB3Sf6cbCjJ_c9dQg0CuXmPbpPFW7ncDxhKD-VwiUs9VfSidAWAKcrNcQIAeqpxFxkvKOu9nJW6JQ-fAFD9xDjBdfoPUKAnm0pwB7Htx1A=w1200-h630-p-k-no-nu

Realização de exercício de Tsunami - NEAMWAVE12

Nos próximos dias 27 e 28 de novembro irá ser realizado um exercício de tsunami à escala do Atlântico Nordeste e do Mediterrâneo (NEAMWAVE12).


 Realização de exercício de Tsunami - NEAMWAVE122012-11-26 (IM)
 
Nos próximos dias 27 e 28 de novembro irá ser realizado um exercício de tsunami à escala do Atlântico Nordeste e do Mediterrâneo (NEAMWAVE12).

Este exercício, que envolve a participação de 19 países e se insere nas atividades do Sistema de Alerta de Tsunami para o Atlântico Nordeste, Mediterrâneo e Mares Conexos (NEAMTWS), em fase de implementação sob coordenação da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO, tem por objetivos fundamentais testar as comunicações entre os candidatos a centro regional de alerta 
(NOA/Grécia
, KOERI/Turquia,
 CENALT/França
 e IPMA/Portugal) e as entidades reponsáveis pela gestão das emergências em cada país, e a capacidade destas últimas em lidar com a ameaça de tsunami.

Vão ser utilizados quatro cenários de tsunami, um dos quais para o Atlântico Nordeste, o qual será gerido pelo IPMA na qualidade de candidato a centro regional de alerta para esta área do globo. 

 Este cenário procura reproduzir o tsunami desencadeado pelo grande terramoto de 1755, com origem a SW do Cabo de S.Vicente e com uma magnitude estimada em 8.7 (magnitude momento sísmico)




Fonte : Instituto Português de Meteorologia, ou, como doravante se irá designar segundo creio por;   Instituto Português do Mar e da Atmosfera cuja sigla é ; I.P.M.A.

24.11.12

FINAL DE UMA TARDE DE OUTONO

Chuva com fartura eis o que nos trouxe este Outono à maneira antiga.

 Já há uns anos que se notava uma ausência de tais condições climatéricas. 

Segundo li parece que é para continuar assim, bem entrado o mês de Dezembro.

CÉU OUTONAL ( Foto de J.P.L. Outono de 2012 )

     

FINAIS DE NOVEMBRO ( Foto de J.P.L. em 11 - 2012 )

 Em termos agrícolas penso ser o ideal para matar alguma bicharada e depois com alguns frios que se adivinham próximos fica o cenário completo.

 Muito agradável. Mesmo assim ainda aparecem alguns fins de tarde  como o da foto.


Uma árvore em flor fica despida no outono. A beleza transforma-se em tristeza,  a juventude em velhice,  e o erro em virtude. Nada fica sempre igual, e nada existe realmente. Portanto, as aparências e o vazio existem simultaneamente.*

* Dalai Lama

Se um dia lágrimas vierem ao seu rosto, não pense no porque! Pense nas folhas do outono, elas não caem porque querem, e sim porque chegou a hora*

 * Raphael Bacellar

23.11.12

MARTE. CIÊNCIA E PESQUISA





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A Sociedade de Marte - Cadastre-se!

Grandes notícias de Marte?

Os cientistas que trabalham no vagabundo de seis rodas da NASA em Marte tem um problema.

 Mas é um bom problema.
 Eles têm alguns resultados novos e excitantes de um dos instrumentos do rover. 
 Por um lado,  gostaria de dizer a todos o que eles encontraram, mas por outro lado, eles têm que esperar, porque  querem ter certeza que seus resultados não são apenas um acaso ou algum ou erro em seu instrumento. 
 É que os  cientistas, pela sua natureza,  gostam de compartilhar resultados. 
 Ao mesmo tempo, eles são cautelosos, porque ninguém gosta de fazer um grande anúncio e depois ter de dizer "nunca mente." *

A "Face em Marte"


Missões anteriores
 

Marinheiro
 
Viking
 
Phobos 2
 
Mars Observer
 
Mars Pathfinder   
          
Mars Polar Lander
 
Nozomi
 
Global Surveyor
 
Phoenix Lande

20 de novembro de 2012


* Tradução do original
Vamos então aguardar o que os próximos dias nos dirão. 
Será desta ?

21.11.12

AS CASTANHAS ASSADAS CASEIRAS.


Novembro está a decorrer à maneira antiga com uns dias chuvosos.
 As castanhas são um fruto que lembra o Outono. Quando os dias começam a arrefecer, as ruas são invadidas pelo cheiro das castanhas assadas no carvão.

CASTANHAS A ASSAR ( Foto de J.P.L. em Novembro de 2012 )

Que bem sabem por estas alturas alguns pequenos mimos como assar umas castanhas no pequeno assador caseiro. De seguida saboreá-las com água-pé e em boa companhia. Perfeito !
 As castanhas assadas, tradição de São Martinho, acompanhadas com água pé, fazem as nossas delícias no inicio do Outono. 
Em Portugal, temos diversas variedades conhecidas e protegidas, como as castanhas dos Soutos da Lapa, da Padrela e da Terra Fria (Trás-os-Montes) e da Castanha de Marvão, da região de Portalegre (Alentejo).
 

12.11.12

A HISTÓRIA NUNCA REVELADA. " THE UNTOLD STORY "


É talvez o mais famoso "encontro imediato"    que tem fascinado cientistas, pesquisadores e pessoas interessadas no esclarecimento de estranhas ocorrências conotadas com o fenómeno designado por " objectos voadores não identificados " os famosos u.f.o.s.em sigla inglesa. 

O mistério do que aconteceu na Escócia, com um trabalhador florestal chamado Robert Taylor numa noite fria de Novembro, há  mais de 30 anos atrás  tem confundido todos os que examinaram o caso - inclusive a Polícia, que mantêm o arquivo aberto considerando-o  "inexplicável". 

O facto dos polícias não serem capazes de chegar a uma explicação racional é um dos elementos duradouros de uma história que o Sr. Taylor continuou a insistir ser verdade, até sua morte em 2007.
E agora é o assunto de maior escrutínio, graças a um novo show  produzido pelo canal National Geographic, famoso pela sua sobriedade.

Robert Taylor
 
UFOs: The Untold Story visa relatar algumas das mais famosas - e apoiadas - narrativas credíveis relacionadas  com objectos voadores não identificados encontradas em todo o mundo, e parece apropriado que a história de Taylor deva estar entre aquelas.

Tudo começou, para ele, em 9 de Novembro de 1979, quando  trabalhava para o Development Livingston Corporation. A sua função era a de garantir  que ovelhas ou demais animais permanecessem seguros na área à sua guarda, na localidade de Dechmont Woods.

 Era um trabalho que fazia há muito tempo sem incidentes incomuns - algo que estava prestes a mudar.
Ele chegou para o trabalho como normalmente na  pick-up da empresa, acompanhado do  seu cão. Como sempre o fazia começou a percorrer o caminho para a floresta. 

 Mas, ao contornar   uma clareira ficou absolutamente espantado ao ver (o que ele descreveu mais tarde)  um "objecto em forma de cúpula grande" de cerca de 15 pés de comprimento e de 20 / 30 pés de circunferência que pairava acima do solo. 

  Notou que partes do estranho objecto  pareciam desaparecer nas extremidades - que, por sua vez,pareciam  desmaterializar-se permitindo  que se pudessem  ver as árvores por trás dele, até se solidificarem novamente. 

 O  Sr: Taylor observou, o que na aparência pareciam  duas minas utilizadas no mar na Segunda Guerra Mundial,  saindo  por baixo do objecto a rolaram na  sua direcção. 

 Pouco antes de chegarem perto de si notou  um cheiro a queimado, semelhante ao que paira no ar após uma travagem súbita de veículos automóveis  enquanto um ruído sibilante se fazia ouvir. As "minas" rolaram pela erva  e de uma delas saíram o que lhe pareceu  umas hastes que se apegaram aos  seus quadris e começaram  a puxá-lo para o objecto. 

Nesse ponto, ele perdeu a consciência. Não soube por quanto tempo, mas achou que poderia ter sido apenas por um ou dois minutos. Quando recuperou os sentidos  notou que  os objectos tinham desaparecido e haviam marcas e buracos no chão, mais de 20, circulares, ou recortes triangulares na relva.

 Robert também notou uma desagradável escoriação na  testa e outra no queixo, e uma incrível sede. 

  De volta para a  pick-up procurou afastar-se dali mas  estava tão chocado e desorientado, que atolou o jeep num buraco e não conseguia tirá-lo.

 Tentou contactar a sua empresa pelo rádio  para dizer-lhes o que tinha acontecido, mas descobriu que  tinha perdido a voz. 

  Cambaleou de volta para sua casa, em Deans perto de Livingston. 

 Quando sua esposa o viu  achou que  tinha sido atacado devido às  lesões no rosto e na roupa  além  de que, as  suas calças, estavam rasgadas e as  roupas  enlameadas. 

 Perguntou-lhe o que tinha acontecido e ele disse que tinha sido atacado por algo estranho de origem mecânica. 

A  esposa chamou o  chefe do marido o Sr: Malcolm Drummond, que veio a sua casa. Este sabia que Robert  não era o tipo de homem que inventa histórias e que, se ele disse que era o que  viu, então,  era o que ele viu. 

Foi quando a Polícia foi contactada. Porque Robert tinha sido ferido foi considerado um assalto o que  levou a Polícia ao local onde ocorrera o " crime " acompanhada de Robert, afim de corroborar a narrativa. Lá estavam as marcas no solo descritas por si. 

 Foram dadas ordens para cercar a área. As calças rasgadas de Robert foram enviadas para análise forense em Bathgate  central  da Polícia.
Os cientistas que as examinaram disseram que tinham sido arrancadas para cima, de uma maneira consistente, como que puxadas  por um dispositivo mecânico e que os rasgões não tinham sido feitos por animais ou detritos da floresta. 

Malcolm Robinson, que abaixo emite a sua opinião, como  membro fundador de Investigações a Estranhos Fenômenos (SPI) estava entre aqueles que falaram  com Robert imediatamente após o evento e, até hoje, acredita que poderá ser um dos poucos casos genuínos de um encontro com tecnologia actualmente desconhecida.

"Cerca de 95 por cento de avistamentos de objectos estranhos  têm uma solução natural, mas é a minoria de cinco por cento que nos leva a tentar encontrar uma resposta, diz . 

"Eu estava lá no dia seguinte.

  Vi as marcas e encontrei o Sr: Robert Taylor , que me pareceu um homem muito sensato e racional o tipo de pessoa que não quer que nenhum género  de publicidade à sua volta, sentido até incómodo com o ocorrido com ele. Nunca mudou a sua história. No dia de sua morte, que, infelizmente, veio em 2007,  disse: "Até ao fim do meu tempo  vou dizer que eu vi, o que eu vi." 

"Eu estou  contente  por a  National Geographic se interessar pelo caso, para  uma nova geração de escoceses, e outras pessoas   no Mundo,  saberem  disto." 

O programa também falou com Nick Pope, uma das maiores autoridades em investigações sobre casos e avistamentos inexplicáveis, que trabalhou no Ministério da Defesa. Analisou relatos de pessoas que se disseram confrontadas com fenómenos físicos cuja origem não puderam referenciar, círculos de cultura e mutilações de animais.  Acredita que o"  Caso Dechmont "  contém elevada credibilidade para estudo. 

"Este caso é verdadeiramente bizarro e permanece inexplicado até hoje", diz ele. 

"O Ministério da Defesa tem  um arquivo sobre o incidente, que teria sido investigado por um dos meus antecessores. É um caso importante perante  a evidência física." 

"Robert Taylor parecia ser um homem honesto que tinham pouco a ganhar e muito a perder por avançar com esta história.  Deveriam ter sido  usados detectores de metais e um contador Geiger no local do encontro pelo Ministério da Defesa  mas era difícil, uma vez que a Polícia se envolveu.  

"Não há meio termo  com este caso: ou alguma piada prática ficou fora de controle, ou Robert Taylor realmente encontrou algo bizarro."

• UFOs: The Untold Story é na National Geographic na terça-feira, 20 de Novembro. *

Segundo informação recente será estreada a série em Portugal dia 28 de Dezembro pelas 22h 13" .



5.11.12

BORBOLETAS DE CASCAIS

 " Apesar de se encontrar densamente povoado, o concelho de Cascais ainda dispõe de áreas que podem ser valorizadas do ponto de vista da paisagem e da conservação da Natureza. algumas áreas do leste e do norte podem ser geridas de forma sustentável e nelas criados locais de observação da fauna e da flora, as denominadas estações da biodiversidade. "



   Encontrei neste pequeno trecho introdutório da autoria de Ernestino Maravalhas ao livro As Borboletas de Cascais obra de João Pedro Cardoso uma curta mas clara exposição do quanto o nosso concelho ainda tem para mostrar às gerações presentes e vindouras assim todos o queiramos. Trata-se de um belíssimo livro editado pela Câmara Municipal neste ano de 2012.

4.11.12

POLO SUL. OLÁ PORTUGAL .

Trilobites Gigantes.Quando Portugal estava no Polo Sul.

Ver a imagem de origem
TRILOBITE GIGANTE ( Foto WorldPress.com )


Trilobites Gigantes.Quando Portugal estava no Polo Sul. ... ( Arouca ) que, naquela época, fazia tal como o Portugal de hoje, parte do Polo Sul.

Aqui existem os fósseis das maiores trilobites do planeta e as misteriosas pedras parideiras.

 Bem-vindos ao fascinante mundo dos fenómenos geológicos do concelho de Arouca.


Texto: Paulo Jorge Carmona

É com orgulho, mas com os olhos habituados a tal visão, que Manuel Valério aponta em frente. Diante de nós, há uma encosta de montanha esventrada pela força das máquinas, num cenário quase lunar de cinzentos e negros. Está um frio cortante, tal como cortados estão os blocos de ardósia empilhados ali à volta, à espera de serem lascados na fábrica. “Sempre existiram provas à vista de que o concelho era geologicamente fértil, mas a verdade é que foi a partir daqui que se deu o grande avanço para a candidatura e criação do geoparque”, conta António Carlos Duarte, o coordenador da AGA (Associação Geoparque Arouca). 



Há cerca de trinta anos, à medida que os trabalhadores iam “descascando” as pedras de ardósia, surgiram algumas figuras impressas, que os populares asseguravam serem animais do tempo do Dilúvio.

 Apesar de desconhecer a importância destas “gravuras”, Manuel Valério achou por bem recolhê-las, e só se apercebeu do seu significado quando, em 1994, o paleontólogo espanhol Juan Carlos Gutiérrez Marco as observou.

 Passou a guardar todos os fósseis que encontrava, muitas vezes mandando parar as obras, e começou a fazer exposições, mostrando-as a cientistas e paleontólogos. O espanto foi geral: estas eram as maiores trilobites alguma vez observadas até então. Hoje, volvidos todos estes anos, são conhecidas como as trilobites gigantes de Canelas (a povoação vizinha da pedreira), sem paralelo em qualquer outro lugar do mundo. 

E foi a partir desta descoberta que o projecto do Arouca Geopark ganhou inicialmente pernas para andar.
Todo o espólio recolhido ao longo dos anos encontra-se no Centro de Interpretação Geológica de Canelas. Há ali ardósias com fósseis de cerca de vinte espécies diferentes de trilobites, de diversos tamanhos, com destaque para aquela que é considerada a maior do mundo. De todo o modo, o museu tem muito mais do que trilobites. 

Impresso na ardósia está, também, um antepassado do Nautillus actual, que podia atingir dois metros de comprimento, além de Cruziana (rasto deixado pelas trilobites nos fundos marinhos) e até a ondulação das marés gravada na rocha e que sobreviveu até à actualidade.

Inaugurado em 2006, o Centro de Interpretação recebe cerca de dez mil visitantes por ano e tem apenas expostos os exemplares recolhidos até àquela data. 
Todos os outros, posteriores e em muito maior número, encontram-se guardados num armazém, a maior parte dos quais ainda à espera de catalogação.
 Manuel Valério sonha com um espaço próprio e mais moderno para mostrar toda esta riqueza, e o seu sonho, segundo António Carlos Duarte, está em vias de se tornar realidade. À saída, em jeito de teaser, a geóloga Daniela Rocha apressa-se a desmontar a ideia de que este geoparque existe exclusivamente devido aos fósseis dos maiores seres que habitaram o planeta nos seus primórdios: “Como veremos à frente, há mais coisas, além das trilobites, que são únicas em Arouca.”

Entradas: geolousa completa, trilobite frita e manjar trilobítico. Pratos principais: tentáculos de trilobite, bacalhoada geoparquiana, trilobife, rojões de estaurolite e paleovitela na mina. Sobremesas: chocotrilobite, ovos de trilobite e leite-creme ordovícico.

A ementa, inicialmente, faz franzir o sobrolho, mas os que ali vão propositadamente já estão habituados ao menu gastronómico. A casa de pedra, devidamente remodelada à semelhança das tradicionais habitações da povoação de Canelas, prima pelo bom gosto e, além da ementa, pela curiosa decoração: nas paredes, objectos artísticos de diversos materiais reproduzem trilobites, lado a lado com xistos originais com trilobites fossilizadas e, nas mesas, as ardósias ditam os pratos do dia. As especialidades, essas, já estão prontas e à disposição. 

Não deixei de sorrir quando recordei uma das interrogações que levava para Arouca: até que ponto está a população identificada com o seu geoparque quatro anos depois da classificação? Olhei para a mesa e lá estava o pão em forma de trilobite, as bolachas em forma de trilobite, a carne de paleovitela em forma de trilobite. Mais tarde, numa pastelaria, voltei a encontrar este piscar de olhos gastronómico ao geoparque, com bolos replicando o principal ícone do território.

 Em diálogos ocasionais, escutei também referências de arouquenses ao “nosso geoparque”, sintoma inequívoco de identificação emocional com a área protegida, privilégio num país frequentemente às turras com as suas áreas protegidas.

À saída, ao lado da porta, a trilobite estilizada com o símbolo do geoparque sugere uma entrada directa para o Ordovícico. “Todos os locais que possuem o logótipo são certificados por nós e, ao mesmo tempo, são parceiros associados”, explica António Carlos. E este é apenas um exemplo da forma como quase toda a comunidade arouquense parece seduzida pelo seu geoparque.

Em Abril de 2009, o Arouca Geopark foi reconhecido pelas redes Europeia e Global de Geoparques, sob os auspícios da UNESCO e, desde então, assistiu-se a um incremento de infra-estruturas, à captação de cada vez mais turistas, a uma forte corrente de visitas escolares e, sobretudo, à extraordinária adesão da população local a esta nova realidade. O geoparque anda de boca em boca e está omnipresente. 
Diversos restaurantes, hotéis e turismos rurais ostentam à entrada o símbolo do geoparque, o artesanato local virou-se cada vez mais para a produção de trilobites em materiais artesanais, as ardósias com fósseis pululam um pouco por todo o lado e há até pacotes de açúcar consagrados ao geoparque. 
Margarida Belém, vereadora da autarquia local e presidente da direcção da AGA, sorri com esta identificação emocional, “a primeira batalha ganha de uma guerra longa. 

Mas não basta dizer que o geoparque são as pessoas. Na verdade, as pessoas é que são o geoparque, estão integradas nele e têm de gostar dele para termos êxito”. A identificação tem por isso de ser transversal, desde a população em idade escolar, que invade, com gritos de contentamento, o Centro de Interpretação de Canelas, à população mais antiga do território.
 Na recente Bolsa de Turismo de Lisboa, o pavilhão de Arouca convidou alguns dos habitantes do concelho a vestirem os trajes das freiras que habitaram no convento da vila, demonstrando que o património histórico pode ser conjugado com a oferta geoturística.

Na verdade, muitas localidades, nos alvores da nacionalidade, desenvolveram-se em redor de conventos ou mosteiros, e Arouca não fugiu à regra. Fundado no século X e legado a Dona Mafalda, filha de Dom Sancho I, em 1210, pouco resta nos dias de hoje do mosteiro original, podendo dizer-se que a herança mais bem preservada diz respeito à doçaria conventual, que é afamada para lá dos limites do concelho. O pão-de-ló, as morcelas de amêndoa, as barrigas de freira e as castanhas doces são símbolos internacionais de diplomacia, mas nos últimos tempos, obviamente pelo impulso do geoparque, as casas de doces apresentam a última novidade: as “pedras parideiras”, uma referência a outro geossítio.

Para as conhecermos, temos de entrar na serra da Freita, um dos segredos mais bem guardados da conservação da natureza em Portugal. Ali, bem perto da cénica frecha da Mizarela, onde as águas do rio Caima penetraram ao longo dos tempos por entre o granito e erodindo o xisto, formando uma queda de água de 60 metros de altura que a torna na mais alta cascata de Portugal continental, existem ocorrências de rocha bruta que umas vezes assomam à superfície e outras permanecem sob os solos agrícolas. O povo chama-lhes pedras parideiras.

Desde antanho que ali, na aldeia da Castanheira, bem como noutras povoações do concelho, existe a crença de que, colocando um dos nódulos negros que se desprendem dos blocos de granito por baixo da almofada, está garantida a fertilidade feminina. Afinal, se até uma pedra pare pedras, é legítimo que o faça mais facilmente entre seres de carne e osso…

Obviamente, a tradição de fortes raízes populares tem uma explicação científica que sustenta a “expulsão” dos nódulos negros, que variam entre 1 e 12 centímetros de diâmetro, por parte da pedra-mãe, mas a compreensão definitiva do processo não é consensual. Os nódulos soltam-se por motivos de ordem termoclástica e crioclástica, mas ninguém parece conseguir responder à pergunta: por que motivo existem apenas ali e não em qualquer outra paragem do planeta?

Desde a criação do geoparque, esta área da aldeia da Castanheira tem recebido melhoramentos. Há um percurso pedonal e de observação em redor dos afloramentos graníticos e foi edificado um centro de interpretação moderno e interactivo, onde é projectado um vídeo a três dimensões que explica a formação do sistema solar, as origens da Terra, com focalização no fenómeno das pedras parideiras. Não surpreende que desde a inauguração, em Novembro de 2012, o centro já tenha acolhido mais de cinco mil visitantes. Como não admira vermos camionetas escolares estacionadas e dezenas de alunos a correr em direcção às rochas.

Subimos ainda ao alto da serra da Freita.
 Sabemos que, em redor, existem vestígios tectónicos que explicam as falhas e dobras rochosas, xistos e granitos, fósseis intemporais, mas também existem sítios arqueológicos romanos e visigóticos, conheiras auríferas, minas de volfrâmio, rios abundantes e propícios a desportos radicais. Ali, a 1.200 metros de altitude, vê-se o Atlântico, a ria de Aveiro, as serras de Montemuro, do Gerês e da Estrela coberta de neve.
 É quase impossível imaginar que este pedaço de terra já esteve no pólo sul e nas profundezas dos mares primitivos. Mas, em Arouca, agora, há mais terra do que mar.
 Foram os choques das massas continentais que elevando-se fizeram com que aquilo que era então fundo do mar sejam agora o cume dos montes.


Bivalves, rostroconchas, gastrópodes, cefalópodes, braquiópodes, crinóides, cistóides, hiolítidos, conulárias, ostracodos, graptólitos e icnofósseis ganham nova vida, no Centro de Interpretação e Investigação Geológica de Canelas.
 Mas são as trilobites que se destacam, como os maiores exemplares do mundo, da sua espécie. Os vários fósseis aqui expostos contam-nos histórias da história da Terra, alguns dos capítulos mais longínquos da evolução da vida no nosso planeta. 

Aberto ao público desde 1 de Julho de 2006, na freguesia de Canelas, nas imediações da “Pedreira do Valério”, este museu particular tem desempenhado um papel fundamental no estudo, preservação e divulgação deste património, recolhido nas ardósias aflorantes da sua envolvente pela empresa Ardósias Valério & Figueiredo, Lda., formadas num antigo mar austral há cerca de 465 milhões de anos (Período Ordovícico). O Centro de Interpretação e Investigação Geológica de Canelas (CIGC) assume-se, assim, como um exemplo de cooperação entre a indústria extrativa, a educação e a ciência.

Nota: O CIGC promove, em colaboração com a empresa de ardósias, a visita à unidade de transformação das ardósias e dinamiza um percurso didático-pedagógico designado “Rota do Paleozóico”, ao longo de um conjunto de trilhos na sua envolvente.

2.11.12

UMA HISTÓRIA DE ENCANTAR


 Vou agora contar-vos uma história de encantar que começa assim:

Era uma vez há muitos, muitos anos...

Perguntaram um dia a um pastor que vivia lá no alto de uma serra, sòzinho com as suas ovelhas e o seu cão de guarda;

 - Gostas da tua vida ?

 - Se gosto ! - respondeu o bom pastor. -São tão mansas as minhas ovelhinhas... Quando elas caminham pelos carreiros, entre giestas, parece que toda a serra escuta o tilintar das campainhas. que linda música!

VIDA DE PASTOR  ( Foto de J.P.L. Ano 2012 ) Acrílico s/ Tela
  Quando elas, fartas, descansam, sento-me numa pedra, e então é a minha flauta que canta e diz a minha alegria. Nunca me aborreço...

  Quando nascem os cordeirinhos, fico todo contente porque eles são lindos e parecem meninos pequenos. Levo-os com jeito ao colo, para não se magoarem nas pedras duras.

  E as mães, todas satisfeitas, seguem-me, e até parece que querem dizer-me.

 - Cautela, amigo! Não deixes cair o meu filhinho ! Não o abandones! Olha o lobo...

   E todas me conhecem. todas me seguem e me obedecem,mansinhas e boas. Como não hei-de gostar da minha vida de pastor ?