UTILIZA ESTE LOCAL PARA RELATAR NOTÍCIAS OU EVENTOS ACTUAIS, E OUTRAS HISTÓRIAS DE INTERESSE HUMANO.
2.12.23
"Verdade de La Palisse"
15.3.23
AYN RAND. " A SOCIEDADE CONDENADA "
15.5.22
O ESCÂNDALO DA RAZÃO
Kierkegaard, e “a prova para acreditar”
1/ Do ponto de vista da ortodoxia católica, Kierkegaard é um herético, assim como o fideísmo é incompatível, por exemplo, com as ideias de S. Tomás de Aquino, ou mesmo com as de Santo Anselmo de Aosta.
2/ Ao contrário do que se passa com a filosofia: antes que se colocasse a religião cristã ao serviço do homem (como defende aqui a professora Helena Serrão), foi preciso que alguém se pusesse ao serviço de Deus.
A religião não é conclusão de um raciocínio, nem exigência da Ética, nem estado de sensibilidade, nem instinto, nem produto social: a religião não têm raízes no Homem — ao contrário do que se passa com a filosofia.
3/ A professora Helena Serrão escreve:
“A busca do sentido [da vida] é precisamente a tentativa de resolver o conflito que não é resolúvel em termos intelectuais, pelo contrário, intelectualmente não há uma síntese, intelectualmente só há antítese. Trata-se de acreditar sem que intelectualmente haja provas ou evidências sensíveis.”
Temos que saber o que significa “prova”, ou “evidências sensíveis” que parece serem sinónimos.
Em matemática, a “prova” é reduzida à sua expressão mais simples já que consiste em deduzir um resultado a partir de regras propostas e explicitadas (por exemplo, a “prova dos nove”).
Em filosofia, e na medida em que o discurso filosófico está assente no princípio da não-contradição, a “prova por redução ao absurdo” – que consiste em demonstrar que nos contradizemos – conserva alguma eficácia.
De facto, não há prova em filosofia se nos recusarmos a ser convencidos: só há demonstrações sob a forma de discursos parciais cuja coerência nos pode remeter, segundo os casos: 1/ para uma autoridade exterior; 2/ para um sistema de referência crítica que reduz a filosofia à sua própria epistemologia; 3/ para a ambição “admissível” ou “inadmissível” de um discurso uno e total.
Segundo Karl Popper, não é possível compreender totalmente uma teoria formulada, porque é impossível conhecer todas as suas conclusões lógicas — ou seja, é impossível excluir o surgimento de contradições internas dentro de uma teoria.
A verdade científica não pode ser provada com certeza nem através da experiência e nem através da intuição intelectual, porque na ciência não existe nenhum indicador infalível para a verdade.
O teórico das ciências alemão, Wolfgang Stegmüller, defendeu mesmo que a noção de “verdade” não pertence à ciência, mas antes pertence à teologia.
Em bom rigor, não pode ser encontrado uma “prova” concludente para uma “evidência” tão simples como a existência de um mundo exterior a nós próprios. Kant chamou a isto “o escândalo da razão”.
A moderna teoria da ciência formula, com Karl Popper, uma versão mais moderada do “escândalo da razão” de Kant: segundo Karl Popper, “o mundo exterior [a nós próprios] é uma hipótese de trabalho para a ciência da natureza”.
8.2.22
EM 1754 ...
Em 1754, Rousseau escreveu um livro com o título “Discurso Sobre a Desigualdade” em que afirmou que:
“o “homem é naturalmente bom e só as instituições [da sociedade] o tornam mau”.
“O primeiro homem que vedou um terreno e disse: ‘isto é meu’, e achou pessoas bastantes simples para acreditar nisso, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil”. [Rousseau]
Rousseau vai ao ponto de deplorar a introdução da metalurgia e da agricultura.
" O trigo é símbolo da nossa infelicidade. A Europa é um continente infeliz por ter o máximo do trigo e do ferro. Para abandonar o mal, basta abandonar a civilização, porque “o homem é naturalmente bom, e o selvagem depois de jantado está em paz com toda a natureza e é amigo de todas as criaturas.”
Rousseau enviou uma cópia do seu livro a Voltaire que, depois de o ler, escreveu-lhe em 1755 uma carta em que dizia o seguinte:
“Recebi o seu novo livro contra a raça humana, e agradeço. Nunca se utilizou tal habilidade no intuito de nos tornar estúpidos. Lendo este livro, deseja-se andar de gatas; mas eu perdi o hábito há mais de sessenta anos, e sinto-me incapaz de readquiri-lo. Nem posso ir ter com os selvagens do Canadá porque as doenças a que estou condenado tornam-me necessário um médico europeu, e por causa da guerra actual naquelas regiões; e porque o exemplo das nossas acções fez os selvagens tão maus como nós.”
1.12.21
GNOSE

Gnose, ou gnosticismo
- A gnose (ou gnosticismo é uma qualquer doutrina metafísica de salvação religiosa por intermédio do conhecimento intelectual, e por isso sem o dom directo da Graça divina.
A criação do universo e do mundo, segundo os gnósticos da Antiguidade Tardia estão infinitamente separados de Deus — que evoluiu para o conceito de “morte de Deus”, segundo Nietzsche, e que traduz essa ideia da “ausência de Deus”. O Deus gnóstico não é responsável pela criação do mundo: antes, é o “Inefável”, o “Abismo”, o “Silêncio”: é Aquele em relação ao qual só é possível aceder por uma elite escassa de iluminados através do conhecimento.
A responsabilidade pela criação do mundo, segundo os gnósticos da Antiguidade Tardia, é obra de um deus mau, uma espécie de diabo que os gnósticos identificam com o Deus da Bíblia (Antigo Testamento), Javé, e/ou com o Deus cristão. Para os gnósticos da Antiguidade Tardia, o Deus cristão é o demiurgo, ou seja, o próprio diabo responsável pela criação do mundo que o criou na ânsia de se apoderarem da Sofia.
A criação do universo e do mundo, segundo os gnósticos d aAntiguidade Tardia, estão Para a maçonaria, que se fundamenta na Gnose, esse demiurgo — ou diabo gnóstico, ou Deus bíblico — é substituído pelo símbolo do Grande Arquitecto do Universo [o tal demiurgo que criou o universo] que se identifica, que se saiba e pelo menos em alguns ritos maçónicos, com a figura de Lúcifer [por exemplo, nos Illuminati].
E uma vez que o mundo é criação do diabo [ou seja, do Deus bíblico, segundo os gnósticos da Antiguidade Tardia], o Homem deve afastar-se e evadir-se do mundo, e negá-lo. A realidade do mundo deve ser, segundo os gnósticos, sistematicamente negada. O mundo deve ser desprezado porque é obra do diabo que, segundo os gnósticos, é o Deus da Bíblia.
A forma como o Homem deve evadir-se do mundo assume dois sentidos diferentes consoante duas diferentes correntes e doutrinas gnósticas : ou através da abstinência total em relação a todas as tentações do mundo percebidas pelos sentidos (puritanismo), ou através do deboche total e completo (por exemplo, o baconismo ou o culto de Baco). Através destas duas formas de agir — puritanismo, segundo uns, ou deboche, segundo outros —, o Homem “reconhece-se” a si mesmo e reconquista a sua parcela de divindade. Para os gnósticos, não há um meio-termo entre puritanismo e deboche para conseguir a salvação.
Os gnósticos da Antiguidade Tardia formaram seitas iniciáticas assentes na distinção radical entre os chamados Hílicos (a escória da humanidade, ou profanos, ou não-convertidos), por um lado, e por outro lado os chamados Pneumáticos (os possuidores do Espírito Santo). Apenas para os Pneumáticos havia a possibilidade hic et nunc de salvação, ao passo que os Hílicos estavam, à partida, destinados à morte espiritual (determinismo da salvação).
Entre as seitas gnósticas podemos enumerar as doutrinas de Marcião (oposição radical do Novo Testamento ao Antigo Testamento) e a de Ario ou arianismo (que defendeu a ideia de Jesus Cristo como um simples homem desprovido de uma ontologia divina) — embora alguns digam que esses dois não foram gnósticos. Para além desses dois, são gnósticas as doutrinas de Basílides, Carpócrates ou de Valentim, entre outras. A Maçonaria também é uma seita gnóstica. O Hermetismo do Renascimento e o Iluminismo têm claros e evidentes fundamentos no gnosticismo da Antiguidade Tardia.
22.11.21
A OBSOLESCÊNCIA DO HOMEM
Obsolescência significa o processo ou o estado daquilo que se torna obsoleto, ultrapassado ou que perde a utilidade. Em Economia, a obsolescência é caracterizada pela redução da vida útil de determinado bem provocada pelo surgimento de um modelo mais moderno ou pela evolução tecnológica.
7.11.21
Muitas vezes...
Fonte: Wolf D'Almeida - Fotos
6.10.20
MEDITAÇÃO
25.9.20
SACANAS
As vicissitudes da vida de alguns de nós levam a que a capacidade de resistência de um indivíduo se esgote.
O desgastar progressivamente conduz a um esgotamento psíquico. Estes estados depressivos tem a ver com o esgotamento, com o stress em grau excessivo.
Sente-se vazia,fatigada,sem energia.
Nada interessa já à pessoa assim agredida.
Não se consegue mais pensar ou concentrar mesmo em actividades simples. Sobrevem então ideias algo demolidoras do ego.
O risco é máximo no momento em que elas tomam consciência de que foram sacaneadas e que nada lhes permitirá serem reconhecidas.
Como era de seu direito.
O, ou os agressores, procedem de maneira a parecer todo- poderoso, dando a ver rigor moral e sabedoria.
A desilusão para a vítima crédula, é por isso muito maior.
De maneira geral, entre os acontecimentos da vida susceptíveis de desencadear um estado depressivo, não encontramos apenas experiências de luto ou separação, mas também a perda de um ideal.
Daí resulta um sentimento de inutilidade, de impotência, de derrota.
Mais do que uma situação difícil ou perigosa, é a experiência de derrota e de impotência, a sensação de ser humilhado e apanhado na armadilha que pode ser o elemento desencadeador de um episódio depressivo.
A vitima destes agressores, sejam empresas ou familiares, sente então surgirem em alguns casos, úlceras do estômago doenças cardiovasculares, doenças da pele...
Algumas emagrecem,enfraquecem, exprimindo através do seu corpo uma afecção psíquica de que elas não tomam consciência e que pode ir até à destruição da sua identidade.
A resposta , comportamental, temperamental, resulta directamente da provocação perversa.
In- LE HARCÈLEMENT MORAL
La violence perverse au quotidien
Syros, Paris, 1998.
Significado de Sacana
adj.m. e adj.f.
n.m. e n.f.
1. (Popular) Pessoa desonesta ou ardilosa;
2. (Popular) Indivíduo velhaco ou manhoso.
(Etm. de origem obscura)
15.8.20
O VELHO, O RAPAZ E O BURRO
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Contos e Fábulas |
O mundo ralha de tudo,
Partia um velho campónio
Do seu monte ao povoado,
Levava um neto que tinha,
No seu burrinho montado.
" Olha aquele que tal é !
" Montado o rapaz, qu'é forte,
" E o velho tropego a pé. "
Tapemos a boca ao mundo,
O velho disse: " Rapaz,
Desce do burro, que eu monto,
Apeiam-se, e outros dizem-lhe:
" Toleirões,calcando" lama !
" De que lhes serve o burrinho ?
" Dormem com ele na cama
Monta-se, mas ouve dizer:
" Que patetice tão rara,
" O tamanhão do burrinho,
" E o pobre pequeno á pata "
" E vem caminhando atráz.
Vamos ao chão " diz o velho,
" Já não sei que hei-de fazer !
" O mundo está de tal sorte
" Que se não pode entender.
Montam, mas ouvem d'um lado:
" Apeiem-se, almas de breu !
" Querem matar o burrinho ?
" Aposto que não é seu ! "
" É mau se monto no burro"
" Se o rapaz monta, mau é, "
" Se ambos montamos, é mau, "
" E é mau se vamos a pé "
" De tudo me teem ralhado,
" Agora que mais me resta ?
" Peguemos no burro ás costas,
" Façamos ainda mais esta.
Pegam no burro; o bom velho
Pelas mãos o ergue do chão;
Pega-lhe o rapaz nas pernas,
E assim caminhando vão.
" Olhem dois loucos varridos ! "
Ouvem com grande sussurro,
" Fazendo mundo às avessas,
" Tornados burros do burro ! "
"
"
O velho então pára e exclama:
" Do que observo me confundo !
" Por mais qu'a gente se mate,
" Nunca tapa a boca ao mundo.
" Rapaz, vamos como d'antes
" Sirvam-nos estas lições;
" É mais tolo quem dá
" Ao mundo satisfações.
*
* Semmedo ; Lisboa, Fevereiro de 1881
10.8.20
A GUERRA
Está a capoeira
toda alvoraçada.
Franga poedeira,
de crista encarnada,
achou uma espiga
de milho,dourada.
Logo corre o galo,
a franga pintada,
o peru, o pato,
toda a bicharada.
Có-có-ró-có-có !
Cá-cá-rá-cá-cá !
Um grãozinho só
venha para cá.
Qui-qui-ri-qui-qui !
Qui-qui-ri-qui-qui !
Essa espiga toda
venha para aqui.
E a franguita loira
corre, arreliada
( lembra dobadoira,
toda ensarilhada )
a esconder a espiga
de milho, doirada.
Vem de lá o galo,
dá-lhe uma bicada.
O pato marreco
dá-lhe uma patada.
Fica a franganita
toda abespinhada !
Tudo salta e grita,
Ninguém come nada.
Põe-se a capoeira.
Toda alvoraçada.
E assim se arma a guerra,
por coisa de nada !
* 1
* In- " O Livro da Primeira Classe "
( 8ª Edição ) 1958
Exemplar nº 19176
3.8.20
SOCIOLOGIA EDUCACIONAL
" As sociedades humanas,onde não reina um ambiente de amizade, contém em si próprias, o germe da ruína.
Quanto mais inimizades dividirem os homens,mais fracas serão as respectivas nações.
O isolamento dos indivíduos provoca o mal estar social e o progressivo desaparecimento do espírito de solidariedade.
Tal é uma das fatalidades da hora presente.
A perda do sentimento gregário e fraternal, que nascia e vivia ao calor da amizade, constituio uma catástrofe para a civilização, pois contrapôs homem contra homem.
Reconhecido o erro deste isolamento psíquico, que fomentou a crença do homem lobo do homem procuraram-se soluções forçadas e paliativos estranhos, para congregarem os cidadãos agora desunidos.
" Num meio social sempre mais denso, o indivíduo acha-se cada vez mais isolado: daí a procura de um paliativo na ideologia, nos divertimentos, nas associações apressadamente formadas, no conforto material, nos requintes civilizacionais, para atenuar quanto possível a sensação de isolamento provocador desta inquietação psicológica " (
Mas nem as associações, nem as leis sociais compensam ou substituem a amizade, livremente consentida, e que tem por base o próprio amor.
É esse espírito fraternal que urge fazer renascer, visto ser a união que faz a força.
E não há melhor união do que aquela que o afecto consagra. " ( 1 )
Um abraço, um gesto de carinho, de respeito, de aconchego...Um gesto de ternura e partilha, de amor ao próximo.
" Dá-me um abraço que seja forte e me conforte a cada canto.
Já me perdi sem rumo certo.
Dá-me um abraço que me desperte.
Já me perdi sem rumo certo.
Já me venci pelo cansaço.
Estando longe, estive tão perto.
Do teu abraço.
Estando longe, estive tão perto. Do teu abraço !