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15.10.21

CASCAIS e o nosso Parque Natural Sintra-Cascais. Feliz Aniversário

 

 

15 de Outubro

O Dia do Parque Natural Sintra-Cascais, celebrado a 15 de Outubro

 

Plano de Paisagem do Parque Natural Sintra-Cascais

 
 
O Parque Natural é um pulmão do concelho. É uma zona que alberga biodiversidade, comunidades, e que já teve uma dinâmica económica", diz Joana Balsemão.

Após o violento incêndio da Malveira da Serra, no dia 6 de outubro de 2018, que provocou avultados prejuízos, a Câmara Municipal de Cascais elaborou, com apoio dos seus técnicos e da Academia, um Plano de Paisagem para tornar mais resiliente a área do Parque Natural sob sua responsabilidade.

A autarquia apresenta agora as suas ideias sobre esse plano de paisagem, para combater os efeitos dos incêndios florestais, voltando-se a formular o que se fazia na Serra no passado, isto é, a valorizando o território e criando um mosaico agroflorestal. O Presidente da Câmara, Carlos Carreiras, visita hoje a área do parque e assiste, na Quinta do Pisão, à apresentação desse Plano de Paisagem.

A Vereadora do Ambiente, Joana Balsemão, diz que é fundamental evitar situações semelhantes às verificadas no último incêndio, e que, por isso, emergiu um plano maior, sobre a forma de se regenerar o Parque Natural como um todo.

“O Parque Natural é um pulmão do concelho. É uma zona que alberga biodiversidade, que alberga comunidades, que já teve uma dinâmica económica. Atualmente, é uma paisagem muito uniformizada, portanto mais vulnerável a fogos e uma paisagem algo abandonada”, afirma.

Segundo a autarca, a visão da Câmara de Cascais para o Parque Natural foi partilhada com os seus moradores e acatada por muitos deles. “É uma visão de mosaico”, que não é nova, e que no fundo é um regresso ao passado.

“No passado, já houve o mosaico, com diferentes parcelas, cada uma com a sua utilidade: floresta, agricultura, pastorícia, silvicultura. Através do mosaico, criamos diversidade e descontinuidade. Com esses dois efeitos, podemos ter um Parque Natural mais seguro em relação a fogos”, sublinha.

De acordo com o Chefe Núcleo Sub-Regional da Área Metropolitana de Lisboa da AGIF (Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais), Pedro Carrilho, este Plano de Paisagem “muito Importante” porque vai permitir que o próprio território regenere e responda de outra forma aos incêndios”.

Para o Profº do Instituto Superior de Agronomia Francisco Castro Rego, Coordenador Científico e da Área de Investigação Gestão e Ecologia do Fogo, este plano de paisagem “é fundamental”, porque os grandes problemas que estas áreas têm, também devido às alterações climáticas e do problema dos incêndios, só podem ser resolvidos ao nível da paisagem.

“Aqui, em Cascais, foi decidido - e muito bem - que um plano de paisagem era necessário e foi nesse sentido que se trabalhou”, afirma este académico, especialista em ecologia do Fogo.

“Eu julgo que Cascais nisso é bastante ativo e pioneiro. Todas as câmaras têm o mesmo tipo de problemas, mas a abordagem que aqui foi feita com várias componentes de análise e de proposta são bastante singulares no panorama nacional”, diz, sublinhando: “Há muito boas iniciativas, mas esta, de facto, é muito interessante e exemplar para muitas outras autarquias”.

O envolvimento dos proprietários é a pedra de toque do plano.  António Simões de Almeida, proprietário na serra da Malveira diz que “faz todo o sentido existir um plano que abranja a maior parte do parque natural pertencente à zona de Cascais”.

Por seu lado, José Duarte, um antigo proprietário de terrenos agrícolas, lamenta o estado a que chegaram algumas parcelas deste território e recorda que, no seu tempo, os trabalhos no campo consistiam em cortar lenha, cavar, semear, sachar milho e batata, ceifar o trigo, milho e a cevada, com a foice, - “tudo à mão, não havia máquinas”.

 “Hoje, não há nada disso. Os velhos não podem e os novos não querem. Não há interesse”, desabafa, com tristeza.

António Simões de Almeida, proprietário de um complexo urbanístico na Serra da Malveira, diz que “faz todo o sentido existir um Plano de Paisagem na maior parte do parque natural pertencente à zona de Cascais”.

Para o arquiteto João Melo, da Cascais Ambiente, este Plano de Paisagem tem de “refletir uma ambição da Câmara Municipal de Cascais, mas será também uma oportunidade de todos os proprietários se juntarem e, em conjunto, se construir o que será uma paisagem de futuro, mais resiliente, que confira proteção aos habitantes e aos visitantes e que continue a perpetuar os valores da conceção da natureza e criar oportunidades de dinâmica económica e social”. S.R.S.

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