Este blogue é pessoal e sem fins lucrativos. Se sentir que eu estou a infringir os seus direitos de autor(a) agradeço que me contacte de imediato para eu remover o referido conteúdo: / This blogue is a non-profit and personal website. If you feel that your copyright has been infringed, please contact me immediately: pintorlopes@gmail.com

17.6.21

MÁ VIZINHANÇA.

Ciganos, alcoólicos e toxicodependentes são os grupos mais indesejados para vizinhos

13 junho 2021 11:52

Hélder Gomes

Hélder Gomes

texto

Jornalista

Jaime Figueiredo

Jaime Figueiredo

infografia

Coordenador-Geral de Infografia

simona granati/corbis/getty images

Percentagem de portugueses que não gostariam de os ter como vizinhos é três vezes maior do que outros grupos, de acordo com estudo da Gulbenkian

Os ciganos estão praticamente a par com os alcoólicos e os toxicodependentes como os grupos de pessoas que os portugueses não gostariam de ter como vizinhos. Segundo o estudo “Os valores dos portugueses”, da Fundação Calouste Gulbenkian, estes três grupos destacam-se bastante dos restantes cinco grupos considerados. A distância social desejada pelos portugueses relativamente a ciganos, alcoólicos e toxicodependentes é cerca do triplo da registada em relação a judeus, muçulmanos e homossexuais. As pessoas percecionadas como pertencentes a outra ‘raça’ e os trabalhadores imigrantes estão no fim da tabela, com 13% dos portugueses a não os desejarem como vizinhos.

Alice Ramos, que assina o estudo com Pedro Magalhães, avança com uma explicação para a tão grande discrepância entre os ciganos e os outros grupos. “Os ciganos não têm qualquer norma que os proteja. O movimento antirracismo não chegou aos ciganos, que continuam a não ser vistos como pessoas, antes como um grupo em que todos os indivíduos têm exatamente as mesmas características: são criminosos, arruaceiros e aldrabões”, diz a investigadora ao Expresso. Sendo assim, estar perto de ciganos significa estar perto de “problemas, desacatos e violência”. Ao dizerem isto, os portugueses sentem que não estão a ser “racistas ou preconceituosos” nem estão a usar “estereótipos”, sentem que estão “a dizer a verdade” e aquilo que “as pessoas pensam”.