Abelardo nasce em França no ano de 1079,nas cercanias de Nantes,destacando-se desde muito jovem pelo brilho da sua dialectica e seu espírito de controvérsia, o que o incita a deixar a carreira das armas pelo cultivo de todas as ciências até então conhecidas.
Em Paris leva uma vida agitada até que o nomeiam preceptor da sobrinha dum cónego, Chamada Heloísa. Profundamente apaixonado por ela, Abelardo escreve poesias que lhe dedica. E correspondido enfim pela jovem, rapta-a, levando-a para a Bretanha.
Ao regressar mais tarde a Paris, a família de Eloisa manda emissários que mutilam atrózmente Abelardo, enquanto Heloísa sabedora do acontecido, ingressa num convento de Argenteuil.
Entregue ao seu desespero Abelardo torna-se monge na ordem de S. Dionisio, dedicando-se ao ensino e levando existência exemplar até ao final de seus dias.
As cinzas dos dois namorados repousam no cemitério " Père Lachaise ", de Paris sendo continuamente visitado por inúmeros pares de namorados.
Pedro Abelardo
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Pedro Abelardo, em
francês,
Pierre Abélard,
Pierre Abailard ou
Pierre Abeilard; em
latim,
Petrus Abælardus (
Le Pallet próximo de
Nantes,
Bretanha,
1079 —
Saint-Marcel (Saône-et-Loire),
região da
Borgonha-Franco-Condado,
21 de abril de
1142) foi um
filósofo escolástico,
teólogo e grande
lógico francês. É considerado um dos mais importantes e ousados pensadores do
século XII.
[1]
Ficou conhecido do público especialmente por seu trágico romance com
Heloísa de Argenteuil, de quem fala em sua
História das Minhas Calamidades.
[2]
Vida, pensamento e obras
Na filosofia ocupa uma posição importante por ter formulado o
conceitualismo, posição que não pertence, propriamente, nem ao
idealismo, nem ao
materialismo.
A principal obra de Abelardo, chamada
Dialética, inspirada no pensamento de
Boécio. Foi a obra de
lógica mais influente até o final do
século XIII, em Roma, onde foi usada como manual escolar, já que a lógica era ministrada como parte do
trivium, fornecendo aos estudantes os argumentos e armas para as disputas
metafísicas e
teológicas.
A opinião de Abelardo de que a dialética é
o único caminho da
verdade teve o efeito benéfico, na época, de desfazer preconceitos e
encorajar o pensamento livre. Para ele nada, exceto as
Escrituras, é infalível; mesmo os apóstolos e os padres são passíveis de erro.
[3]
Abelardo identificava o
real ao
particular e considerava o
universal como o
sentido das palavras (
nominum significatio), rejeitando o
nominalismo.
Dessa forma, o significado dos nomes permitiria esclarecer os conceitos, de forma a emancipar a
lógica da
metafísica, tornando-a uma disciplina autónoma.
Foi o mais ilustre teólogo e filósofo do século XII, nasceu em
Pallet, perto de
Nantes,
França. Destinado à carreira das armas, escolheu, no entanto, a das letras. Foi discípulo de
Roscelino de Compiègne e
Guilherme de Champeaux, chamou a atenção para a divergência que os separava quanto aos universais.
A controvérsia centrava-se na qualidade empírica ou abstrata dos
conceitos: os universais têm uma entidade genérica real ou são coisas
puramente pensadas ?
O problema despertava interesse em todo o campo
teológico.
Enquanto Guilherme os considerava reais e necessários,
Roscelino só lhes atribuía o valor de palavras.
Abelardo adoptou uma
posição intermédia: definia como não sendo meras palavras, mas também
não estabelecendo um saber real, visto que, sendo a sua significação
subjetiva, o que exprimem são apenas opiniões pessoais sobre o ser (
sermones),
que, contudo, possibilitam o entendimento entre os homens. As palavras
importantes tornam-se universais ao serem aceites como tal, e como tal
são usadas para exprimir as verdades necessárias.
Enfrentando não poucas dificuldades e lutas, ensinou desde 1108, com
grande êxito, na escola de Santa Genoveva. De 1113 a 1118 ocupou,
finalmente, um lugar na escola da catedral de Paris.
A agitação
doutrinal provocada por Abelardo, repercutiu também no modo de ensino,
que sofreu completa revolução.
Romperam-se as formas de ensino da velha
escola platónica, criando-se o embrião do que viria a ser o ensino
universitário, inteiramente diferente daquele das escolas locais
existentes.
Mas o conteúdo doutrinário do seu ensino era, também ele,
revolucionário.
Para aprofundar o estudo dos temas, desenvolveu um
método, já usado anteriormente, que consistia em analisar os diferentes
pontos de vista contraditórios em relação a uma mesma questão, lançando,
assim, as bases da escolástica, em especial, a técnica das
disputaciones que culminou na Summa.
Este método foi tratado por ele na obra
Sic et non ('Sim e não').
Original foi também a sua concepção
ética: afirmava que a intenção é tão importante como o ato que dela dimana.
Abelardo, desde as primeiras dificuldades em Paris, mostrou-se sempre rebelde.
Em razão do seu envolvimento amoroso com
Heloísa, sobrinha do cónego Fulberto, foi vítima de
castração.
Depois disso, Heloísa entrou para um convento e Abelardo, para um
mosteiro.
A partir desse período, trocaram cartas regularmente.
Do relacionamento entre os dois nasceu um filho, Astrolábio (1116 -
1171).
Abelardo foi condenado duas vezes: uma no
Concílio de Soissons, no ano de 1121, a que respondeu, como forma de desafio, fundando um oratório dedicado ao
Espírito Santo (
Oratório do Paracleto), e depois no
Concilio de Sens, em 1141,a pedido de Abelardo, o arcebispo de Sens convocou um concílio de
bispos
perante o qual os dois deveriam apresentar seus casos, abrindo assim a
possibilidade de Abelardo limpar seu nome, cujo tratado sobre a
Santíssima Trindade acabou sendo condenado como
herético.
Suas discussões se deram com
Bernardo de Claraval, com quem se envolvera em uma
polêmica. Poucos meses mais tarde, morreria no
Priorado de Saint-Marcel, em Chalon-sur-Saône, na
Borgonha.
Ver também
Referências
Bibliografia
- SPINELLI, Miguel. A Dialética Discursiva de Pedro Abelardo. Revista Veritas, Porto Alegre, v. 49, n. 03, 2004, pp. 437-447.
- MARQUES, Luiz Guilherme. A Verdade sobre Abelardo, Heloísa e Astrolábio. São Paulo: Editora Letras do Pensamento , 2016.
Filmografia
- Stealing Heaven (no Brasil, intitulado Em Nome de Deus), filme de Clive Donner (1988) baseado no romance de Pedro Abelardo e Heloísa de Argenteuil
Ligações externas
Chambers Biographical Dictionary
Estêvão, José Carlos Abelardo e Heloísa. Discurso / Paulus, 2015. Coleção Filosofia Medieval.
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PÈRE LACHAISE ( PARIS )* | | |
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