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22.1.14

PLEONASMITE.

    Compartilho este alerta, proveniente não sei de onde,  para uma doença que me parece comum. Será possível evitar o contágio ?



                                      

Todos os portugueses (ou quase todos) sofrem de  pleonasmite ?,

 uma doença congénita para a qual não se conhecem nem vacinas nem antibióticos. Não tem cura, mas também não mata. Mas, quando não é controlada, chateia (e bastante) quem convive com o paciente.
O sintoma desta doença é a verbalização de pleonasmos (ou redundâncias) que, com o objectivo de reforçar uma ideia, acabam por lhe conferir um sentido quase sempre patético.
Definição confusa ? Aqui vão alguns  exemplos óbvios: 




  Subir para cima,   descer para baixo,    entrar para dentro e  sair para fora 


Já se reconhece como paciente de pleonasmite ? Ou ainda está em fase de negação ? Olhe que há muita gente que leva uma vida a pleonasmar sem se aperceber que pleonasma a toda a hora.

Vai dizer-me que nunca recordou o passado ?      Ou que nunca está atento aos pequenos detalhes ? E que nunca partiu uma laranja em metades iguais ? Ou que nunca deu os sentidos pêsames à viúva do falecido?

Atenção que o que estou a dizer não é apenas a minha opinião pessoal . Baseio-me em factos reais para lhe dar este aviso prévio de que esta doença má atinge todos sem excepção...

O contágio da pleonasmite ocorre em qualquer lado. Na rua, há lojas que o aliciam com ofertas gratuitas.
 E agências de viagens que anunciam férias em cidades do mundo. No local de trabalho, o seu chefe pede-lhe um acabamento final naquele projecto. Tudo para evitar surpresas inesperadas por parte do cliente. E quando tem uma discussão mais acesa  diga lá que às vezes não tem vontade de gritar alto « cale  a boca » ! ?

E ir ao  cinema ver aquele filme que estreia pela primeira vez em Portugal.

E se pensa que por estar fechado em casa ficará a salvo da pleonasmite, tenho más notícias para si. Porque a televisão é, de certeza absoluta, a principal protagonista da propagação deste vírus.

Logo à noite, experimente ligar ao telejornal e  verá com os seus próprios olhos a pleonasmite em directo no pequeno ecrã. Um jornalista vai dizer que a floresta arde em chamas.
 Um treinador de futebol queixar-se-á dos elos de ligação entre a defesa e o ataque. Um governante dirá que gere bem o erário público. Um ministro anunciará o reforço das relações bilaterais entre dois países. E um qualquer político da nação vai pedir um consenso geral para sairmos juntos desta crise.
E por falar em crise! Quer apostar que a próxima manifestação vai juntar uma multidão de pessoas.

Ao contrário de outras doenças, a pleonasmite não causa dores desconfortáveis nem hemorragias de sangue E por isso podemos viver a vida com um sorriso nos lábios.
  Porque um animal selvagem em liberdade está nas suas sete quintas. Ou, em termos mais técnicos, no seu habitat natural
Mas como lhe disse no início, o descontrolo da pleonasmite pode ser chato para os que o rodeiam e nocivo para a sua reputação.
 Os outros podem vê-lo como um redundante que só diz banalidades. Por isso, tente cortar aqui e ali um e outro pleonasmo. Vai ver que não custa nada.
 E já agora siga um conselho: não adie para depois  e comece ainda hoje a encarar de frente a pleonasmite!

Ou então esqueça este texto. Porque afinal de contas eu posso estar só maluco da cabeça.