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20.6.19

ÁRTICO. O FIM ANUNCIADO







Alerta vermelho na Gronelândia: 2 mil milhões de toneladas de gelo perdidas num só dia.

SIC Notícias  
  Trenó da missão científica dinamarquesa que mede as consequências do aquecimento global no norte da Gronelândia atravessa água em vez de gelo, numa zona que terá pedido num só dia 40% da área superficial gelada

Uma imagem impressionante de um cientista dinamarquês relançou o alerta vermelho para o degelo no extremo norte do planeta e para o aquecimento global que pode este bater todos os recordes.

Enquanto procurava boias oceanográficas e uma estação meteorológica na Gronelândia, na fronteira com o Polo Norte, o cientista dinamarquês, Steffen Olsen, especialista em alterações climáticas, foi confrontado com este cenário aterrador no Ártico:

Os cães e o trenó já não andam sobre neve num fiorde que costuma ter mais de 1,2 metros de gelo compacto.

 Agora está assim, debaixo de um céu imensamente azul, com as montanhas pintadas de branco ao fundo, as expedições andam agora sobre água, em vez de gelo. 

SIC Notícias © Alister Doyle SIC Notícias © Lucas Jackson SIC Notícias
"A imagem é impressionante (...) porque realmente mostra como o Ártico está mudando", explica Ruth Mottram, cientista do Instituto Dinamarquês de Meteorologia (DMI).
A publicação chocou a comunidade científica e tornou-se viral porque confirma as piores previsões: temperaturas recorde, mesmo antes da chegada do verão, e o degelo ameaçam submergir as regiões costeiras geladas do planeta.
"É possível que todos os recordes de 2012 sejam batidos este ano, tanto no nível da superfície mais baixa do gelo do Ártico (...) como na maior calota de gelo da Gronelândia (..) Isso dependerá em grande parte das condições climáticas.", adverte Ruth Mottram.
Um dia antes da fotografia ter sido tirada, a 13 de junho, os termómetros marcavam 17,3 graus, 0,3 pontos percentuais abaixo do recorde histórico de 30 de junho de 2012, na estação meteorológica mais próxima em Qaanaaq, no norte da Gronelândia.

Nos últimos cinco anos mais recentes foram os mais quentes desde que há registos e o problema é que a situação só tem tendência para agravar. O aquecimento leva ao degelo, perturba todo o ecossistema e o estilo de vida da parca população que ainda subsiste nestas regiões -sejam humanos ou animais.

Só a Groenlândia contribui para um aumento do nível do mar de cerca de 0,7 mm por ano, e isto se a tendência atual se mantivesse porque as previsões são ainda mais pessimistas.

Um estudo publicado em abril deste ano no Proceedings of the American Academy of Sciences (PNAS) mostra que o degelo na Gronelândia ganhou força a partir dos anos 80, mas depois do ano 2000 acelerou acentuadamente e em 2010 bateu todos os recordes.

Na última década o Ártico perdeu 40% dos ursos polares. Com o degelo desaparecem os habitats e as reservas naturais essenciais para espécies como o narval, um tipo de baleia típica desta região, também apelidada de unicórnio dos mares, que protege muitos outros seres das baleias assassinas, mas que tem estado, cada vez mais, privada do abrigo natural que lhe permite sobreviver.

O degelo faz subir o nível do mar, inundando zonas que não deveriam estar submersas.

SIC Notícias © Mathieu Belanger SIC Notícias

17 de junho, o dia que vai ficar para a história

Num só dia desta semana- 17 de junho- a Gronelândia perdeu 3,7 mil milhões de toneladas de gelo, segundo estimativas da Instituto Dinamarquês de Meteorologia.

Em menos de um mês, desde o início de junho, ter-se-ão perdido 37 mil milhões de toneladas de gelo, segundo Xavier Fettweis, climatologista da Universidade de Liège.

Hoje o gelo na Gronelândia derrete seis vezes mais rápido do que nos anos 80.

E pior: cada camada de gelo que se forma, nestas condições, vai sendo cada vez mais fraca e assim sucessivamente.

Em março de 1985, o gelo marinho que sobreviveu a pelo menos quatro verões representava 16% da camada de gelo do Ártico no inverno.

 Em março de 2018, representava menos de 1%.
Isto porque o Ártico aquece duas vezes mais rápido a da temperatura média global, de acordo com o Arctic Report Card de 2018.