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7.8.23

ANGOLA x RÚSSIA x ÁFRICA.

 

Cedesa alerta para choque entre estratégia russa para África e Angola

Os académicos da Cedesa, entidade que analisa Angola, defendem haver um "cinturão russo" a ser criado em África que "choca diretamente com os interesses" regionais de Angola e vai afetar o país.

Cedesa alerta para choque entre estratégia russa para África e Angola
Notícias ao Minuto

07/08/23 09:20 ‧ Há 8 Horas por Lusa

Mundo Cedesa

"Na prática, falta cair o Chade, onde a influência francesa é grande, mas a instabilidade e a existência de grupos de guerrilha já se faz notar", salienta o grupo de académicos que nasce do Angola Research Network.

Assim, não faltará muito tempo para que aquele país fique totalmente cercado, porque a norte, na Líbia, existe "uma forte presença" do grupo privado russo Wagner, como na fronteira sul na República Centro-Africana, a oeste está o Níger e a Leste o Sudão.

"Pode-se antecipar que o Chade está cercado e em breve poderá completar o 'cinturão russo'", adianta a Cedesa.

Perante este 'cinturão russo' em construção na zona do Sahel africano, os académicos assinalam as suas principais consequências quer globais quer para Angola.

"Angola foi tradicionalmente um aliado russo, um dos principais em África, mas "já não é", sublinham os académicos.

E o atual Presidente do país, João Lourenço, tenta colocar o país como uma potência regional próxima do Ocidente e com boas relações com a China e Rússia, mas tentando resolver os problemas africanos em África.

Por isso, para o grupo de académicos "torna-se evidente que a criação do 'cinturão russo' levanta obstáculos de monta a este desejo de Angola".

"Com uma Rússia forte na intermediação entre o Norte e o Sul de África, o papel de Angola como potência regional fica esvaziado, e tudo se volta a resumir aos embates da Guerra Fria, agora renovada", realçam.

Por isso, defendem: "o 'cinturão russo' choca diretamente com os interesses prospetivos regionais de Angola e com o seu desejo de paz e estabilidade no continente".

Depois da promoção que João Lourenço tem feito da normalidade constitucional, e condenando todas as alterações não constitucionais em África, o facto é que "as alterações promovidas pela Rússia são não constitucionais, assentam em golpes de força promovidos pelos militares".

Perante este cenário em construção, Angola enfrenta ainda um outro problema: "diretamente, a estabilidade e segurança nacional angolana ficaria ameaçada se houvesse qualquer tipo de intervenção na República Democrática do Congo que agitasse ainda mais o país do que já está", uma vez que faz fronteira com Angola.

Assim, concluem, Angola "não deverá estar a ver com bons olhos o alargamento do 'cinturão russo' no Sahel", apesar das relações cordiais que mantém com o Kremlin.

A nível global, a primeira consequência apontada na análise da Cedesa "é a reafirmação política da Rússia".

"O país demonstra que sabe globalizar uma contenda, não a situando apenas na Ucrânia, mas mundializando-a, reunindo um conjunto de apoios que podem parecer fracos individualmente, mas juntos alcançam extrema relevância estratégica, colocando já em causa a influência francesa na região", defende a Cedesa.

E "a grande derrotada é a França", podendo a Rússia ainda, no entender dos académicos, projetar outras perdas e outros ganhos estratégicos e económicos.

Em termos estratégicos é sabido que a zona do Sahel tem uma forte e direta importância estratégica para a Europa no combate ao terrorismo e à migração.

Assim, "a partir de agora, a Rússia dispõe de uma válvula de pressão em relação à União Europeia em termos de terrorismo e migração, podendo, na prática, aumentar ou diminuir os fluxos migratórios de África para as costas europeias", realça a Cedesa.

 

O CEDESA tem a designação legal completa de ASSOCIAÇÃO CEDESA-CENTRO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E SOCIAL DE ÁFRICA, e é uma pessoa coletiva de direito privado de natureza associativa, sem fins lucrativos, dedicada ao estudo e investigação de temas políticos e económicos da África Austral, em especial de Angola, que nasceu de uma iniciativa de vários académicos e peritos que se encontraram na ARN (Angola Research Network). (https://www.angolaresearchnetwork.org/).

O seu principal objetivo é fornecer os decisores políticos, a comunidade de negócios, os académicos e estudantes, bem como a população interessada, com rigorosas análises sobre as perspetivas económicas em Angola e países vizinhos, e realizar propostas consistentes de políticas a serem seguidas.

Conta para isso com um grupo dinâmico e vasto de académicos e investigadores com uma abordagem multidisciplinar. Esta equipa garante um trabalho competente, independente e livre de qualquer pressão.

Os seus textos seguem a tradição britânica, pelo que não são assinados, uma vez que resultam do trabalho colectivo desenvolvido. O que é importante são as ideias e não as pessoas que assinam. Evita-se assim a fulanização e discussão enviesada.

A sua sede é em Lisboa, mas funciona em rede global.

NIPC/NIF 517146606

 Nota do autor deste blog: Nada disto para mim é surpresa. Para se ficar bem esclarecido recomendo a leitura do livro do General Silva Cardoso sob o título " 25 de Abril de 1974 a Revolução da Perfídia ". 

António da Silva Cardoso CvAComAGOAGCA (Tomar, Santa Maria dos Olivais, Pedreira, 3 de Fevereiro de 1928 - Lisboa, 13 de Junho de 2014) foi um General português.

Biografia

Ingressou na Escola Naval em Setembro de 1947 como opção pela carreira das armas na Marinha. Ainda Segundo-Tenente, foi transferido para a Aviação Naval tendo, com a extinção desta, decidido integrar-se na Força Aérea Portuguesa.

Em 1961, com o deflagrar da insurreição nos territórios ultramarinos, foi nomeado para uma primeira comissão em Angola onde permaneceu mais três anos. Em seguida desempenhou as funções de Adido Militar na Alemanha Ocidental e, no seu regresso, após uma passagem pelo Estado-Maior da Força Aérea, voltou a Angola, onde se manteve até Setembro de 1973, regressando para frequentar o curso de Altos Comandos no IAEME.

A revolução do 25 de Abril levou-o novamente a Angola, onde fez parte da Junta Governativa chefiada pelo Almirante Rosa Coutinho, acumulando esse cargo com o Comando da 2.ª Região Aérea. Na sequência do Acordo do Alvor foi designado Alto Comissário para o período de transição e Governador Interino do Estado de Angola entre 28 de Janeiro de 1975 e 2 de Agosto do mesmo ano, tendo sido antecedido por António Alva Rosa Coutinho e sucedido por Ernesto Ferreira de Macedo.[1][2][3]. Posteriormente viria ainda a desempenhar funções de âmbito militar, destacando-se a de Comandante Chefe dos Açores, Director do Instituto de Altos Estudos da Força Aérea e, por último, Juiz Presidente do Supremo Tribunal Militar.

Reforma-se em 1991 e dá expressão à sua veia artística nos campos da escultura e pintura. Publica em 2000 o livro "Angola - Anatomia de uma Tragédia" e em 2008 "25 de Abril de 1974 - A Revolução da Perfídia".

A 7 de Novembro de 2016, na Academia da Força Aérea, deu-se a Cerimónia de Integração dos Novos Alunos e Compromisso do Código de Honra, presidida pelo Comandante da Academia, Major-General Manuel Fernando Rafael Martins, onde António da Silva Cardoso (representado pela sua família) foi declarado patrono do Curso de Mestrado em Aeronáutica Militar 2016/22, para que o seu exemplo de bem servir a Pátria e as Forças Armadas possa constituir um referencial, contribuindo para orientar e motivar as novas vocações. Seguindo as tradições de alunos da Academia da Força Aérea, o curso que o tomou por seu patrono veio a adotar o nome "HAPAXES".

Condecorações[4][5]

Era possuidor de inúmeros louvores e foi agraciado com cerca de duas dezenas de condecorações nacionais e estrangeiras, entre as quais se destacam a Cruz de Guerra de Primeira Classe e a da Promoção por Distinção, e: