Londres.
Uma
Hidra de Lerna embalsamada pertencente ao presidente da câmara de Hamburgo foi examinada por
Carl Linnaeus em 1735, que determinou ser uma combinação de
mustelas e peles de cobras.
(2008)
Taxidermia ou
taxiodermia (termo
grego que significa "dar forma à
pele") é o feito de montar ou reproduzir
animais para exibição ou estudo.
[1]
É a técnica de preservação da forma da pele, planos e tamanho dos animais.
[2]
É usada para a criação de coleção científica ou para fins de exposição,
bem como uma importante ferramenta de conservação, trazendo também uma
alternativa de lazer e cultura para a sociedade. Tem como principal
objetivo o resgate de espécimes descartados, reconstituindo suas
características físicas e, às vezes, simulando seu habitat, o mais
fielmente possível para que possam ser usados como ferramentas para
educação ambiental ou como material didático.
Popularmente o termo
empalhar já foi usado como sinônimo de "taxidermizar" entretanto atualmente não se usam mais os manequins de
palha e
barro para substituir o corpo dos animais. Atualmente são utilizados manequins de
poliuretano que possuem toda a anatomia do animal, alem de próteses de olhos, cauda, nariz, orelhas, mandíbulas e língua.
Biologia
É um procedimento exercido por profissionais liberais, que envolve conhecimentos de diversas áreas além da
biologia, como:
química,
anatomia, comportamento,
ecologia,
artes plásticas, entre outras
. É uma técnica aplicada somente em animais vertebrados e seus registros mais antigos remontam ao
Egito Antigo, a cerca de 5.000 a.C.
Manequim
Popularmente conhecido como empalhador, porque entre tantos materiais
utilizados, um destes era a palha. Atualmente visando uma melhor
anatomia e durabilidade utiliza-se manequins de Poliuretano ou materiais
compostos.
O processo se inicia pela
dermoplastia,
que consiste em copiar a própria carcaça do animal através de formas de
gesso, após se produz uma peça matriz que é trabalhada até a perfeição,
depois disso é preparado um molde industrial aonde é vertido o poliol,
depois de um período de cura o molde é aberto e o manequim retirado para
a montagem final.
Dermoplastia Editar
Esta técnica consiste em copiar a anatomia do próprio animal através
do gesso, a face dos animais são diferentes e para sua reconstituição se
retira uma máscara mortuária antes da retirada da pele, depois se
prepara um molde negativo afim de se obter uma imagem
tridimensional para ser utilizada como referência na montagem.
São utilizadas várias próteses para substituição de mandíbulas,
língua, olhos, cauda e orelhas. Estas próteses são compradas de empresas
fornecedoras de taxidermistas ou fabricadas com plásticos e resinas
especiais para réplicas.
Os olhos de aves, mamíferos, repteis e peixes, possuem
íris e
pupila diferentes, as melhores próteses são as americanas e alemãs.
Antigamente utilizava-se a própria mandíbula do animal, mas com o
avanço dos materiais sintéticos deixou-se esta prática de lado, a
língua também é confeccionada mediante a injeção em maquinas modernas.
A
cartilagem
das orelhas também é substituída para se evitar o encarquilhamento, a
cauda é flexível e a prótese acompanha o movimento que se deseja
imprimir ao animal.
Existem centenas de formulas de curtimento, mas cada uma é adequada a
uma utilização especifica. O curtimento para a taxidermia é especifico,
pois é necessário uma maleabilidade para vestir no manequim
. O tipo de
pele também exige um curtimento adequado, aves, mamíferos, répteis e
peixes possuem peles diferenciadas em sua constituição e pedem formulas
próprias.
O processo de curtimento demora aproximadamente 30 dias, passa por diversas soluções, alem de maquinas para preparação da pele.
Existem produtos de curtimento importados dos
Estados Unidos que facilitam e permitem a remontagem da taxidermia.
Assim que o manequim esta fundido, e as prótese prontas junto com a
base de fixação, inicia-se a montagem, aplica-se uma cola especial para a
pele dos animais aderir ao manequim de poliuretano.
Após um período de secagem, inicia-se a fase de acabamentos, as
partes desnudas (sem pele e sem pelo) irão com o tempo perder a sua
coloração e necessitam ser repostas, existem tintas próprias para
taxidermia e são aplicadas com um aerógrafo (micro-pistola de pintura)
dando mais naturalidade ao serviço.
Guará taxidermizado
Um
item importante que além de fixar o animal taxidermizado, serve também
de proteção ao mesmo, pode ser simples ou conter a representação do
ambiente natural do animal, chama-se mini-diorama.
O diorama é a reconstituição artificial do habitat da espécie
taxidermizada, utiliza-se réplicas de arvores, flores, frutos, ninhos e
etc..
Muito utilizada em museus de zoologia e história natural em vários países.
Os animais são preparados em um contexto e todos estão taxidermizados em movimento e contam uma
estória ao espectador, estão em ação.
A Taxidermia atende a diferentes públicos como donos de animais
domésticos, pescadores e caçadores desportistas, criadouros de animais
comerciais, bem como museus de história natural, entidades
conservacionistas, zoológicos, universidades e, mais recentemente, o
teatro e a televisão.
Na preparação de animais para taxidermia, são usadas diversas técnicas como, preparação de
esqueleto, preparação de pele cheia, montagem em série, montagem para exposição, preparação de pele em
curtume,
diafanização,
infiltração em
parafina e
fixação.
Taxidermia Pária Editar
A Taxidermia pária consiste na criação de animais embalsamados que
não possuem uma forma real no seu todo.
Peças resultantes desta prática
normalmente são compostas por partes de dois ou mais animais
embalsamados representando híbridos irreais como
quimeras,
figuras mitológicas, ou criaturas simplesmente provenientes do
imaginário do autor.
Para além de serem utilizadas partes distintas de
diferentes animais nas peças de taxidermia pária, também é recorrente o
uso de materiais artificiais, mais duráveis e que possibilitam
resultados mais diversificados.
Muitos taxidermistas não consideram esta
prática como verdadeira taxidermia. A Taxidermia Pária é comumente
vista em apresentações de slide e museus/shows ambulatórios como
criaturas extravagantes genuínas.
Quando o
ornitorrinco foi descoberto pela primeira vez por europeus em 1798 e o pelo e esboço do animal foram enviados para o
Reino Unido,
alguns pessoas pensaram que o animal era um embuste.
Pensaram que um
taxidermista tinha cosido o bico de um pato no corpo de uma espécie de
castor.
George Shaw
que produziu a primeira descrição do animal na "Naturalist's
Miscellany" em 1799, até chegou a levar uma tesoura até à pele seca do
animal em busca dos pontos de sutura.
O termo original "Rogue Taxidermy" (Taxidermia Pária) foi
introduzido pelo grupo MART (The Minnesota Association of Rogue
Taxidermists) sediado em Minneapolis, em Outubro de 2004, mais
especificamente pelos fundadores da associação, Sarina Brewer, Scott
Bibus, e Robert Marbury
. O termo apareceu impresso pela primeira vez num
artigo da
New York Times sobre a exposição estreia do grupo a 3 de Janeiro de 2005.
[3][4]
Trabalhos
mal executados que não respeitam a anatomia também são qualificados
desta forma, muitos problemas podem aparecer quando falta a técnica e o
conhecimento desta arte.
A taxidermia no Brasil se iniciou com a vinda dos imigrantes
europeus, quando a caça era permitida, muitos animais eram preparados
para laboratórios de biologia de escolas e faculdades.
Com a proibição
da caça e com profissionais em idade avançada muito desse conhecimento
se perdeu.
Hoje em dia existem poucos profissionais qualificados a exercer a
função adequadamente, geralmente ligados a instituições de ensino e
pesquisa.
A falta de bibliografia em português agrava a atualização dos
profissionais, material para estudo de qualidade pode ser encontrado nos
EUA e países da Europa.
Alguns taxidermistas ministram cursos in company ou para particulares, é preciso pesquisar o profissional e seu trabalho.
Manutenção de fauna Editar
Os animais taxidermizados apesar de estarem preservados continuam
sendo material orgânico e por isso as coleções necessitam de manutenção
periódica.
Pragas podem atacar e destruir os animais taxidermizados,
traças e besouros dermestídeos, são os principais destruidores.
A restauração também é possível em alguns casos, é preciso um
minucioso estudo do processo empregado para se saber qual a intervenção
mais adequada.
Estas coleções escolares prestam um grande serviço educacional de conhecimento e preservação.
Referências