Deparei com estas rochas que fotografei cujo aspecto belo e intrigante ( para mim ) denota terem sido elevadas por alguma força tectónica. Estou
inclinado a que tal tenha ocorrido aquando da formação do maciço da serra de Sintra.
Sei que isso ocorreu à cerca de 80 milhões de anos mas como não encontrei registos fósseis ali por perto ... !!!?
Fui consultar informação a respeito e encontrei uma explicação que me satisfez, isto entre muitas outras de semelhante valia.
Uma formação rochosa ( Foto de J.P.L. ) |
Maravilhosas vistas. Que mais não seja " só " isso justifica um passeio pelo nosso Parque Natural. Aqui na zona da Figueira do Guincho.
O Azul profundo do mar, o céu, a natureza única.
O Azul profundo do mar, o céu, a natureza única.
Na orla da Serra . Aqui, bem perto, estão as " tais " rochas. Foto J.P.L. |
Segue o citado texto.
Ascensão do Maciço
« O maciço de Sintra é um dos aspectos geológicos mais importantes na caracterização de Lisboa.
A instalação deste maciço ocorreu durante o Cretácico Superior (de 82 a 75 Ma, aproximadamente) na bacia Lusitânia (margem oeste da Península Ibérica). Teve como influência indirecta, a formação de uma estrutura em domo (resultante da deformação de rochas sedimentares) de forma elíptica, alongada na direcção Este – Oeste, com 10 km de comprimento e 5 km de largura.
A instalação deste maciço ocorreu durante o Cretácico Superior (de 82 a 75 Ma, aproximadamente) na bacia Lusitânia (margem oeste da Península Ibérica). Teve como influência indirecta, a formação de uma estrutura em domo (resultante da deformação de rochas sedimentares) de forma elíptica, alongada na direcção Este – Oeste, com 10 km de comprimento e 5 km de largura.
Este, é
visível à superfície, no sector meridional da Bacia Lusitânia,
encaixado numa sequência sedimentar marinha, contínua desde o Oxfordiano
(andar do Jurássico superior) ao Cenomaniano (andar do Cretácio
superior) e rodeado por depósitos continentais descontínuos, com uma
idade equivalente ao Oligocénico (época do período Paleogeno, que por
sua vez pertence ao Cenozóico). As rochas mesozóicas pré-existentes,
foram deformadas devido a uma intrusão magmática, formando uma dobra
sinclinal.
As
inversões tectónicas que provocaram o levantamento e o encurtamento da
Bacia Lusitânia afectaram a região de Sintra da seguinte maneira (Fig.
3):
-
A cobertura sedimentar da intrusão foi erodida na base, (como se pode
verificar nos depósitos continentais que contêm clastos da cobertura
sedimentar) e no topo.
-
A dobra sinclinal foi encurtada e o seu flanco norte invertido. O
início da exposição das rochas ígneas intrusivas, assim como o
encurtamento verificado na região, não podem ser datados com precisão,
visto que os depósitos continentais são azóicos (terrenos ou rochas de
eras primitivas, nos quais não se encontram nem fósseis nem vestígios
de animais) e não há afloramentos do Neogénico (período da era
Cenozóica) com idade bem definida na vizinhança da intrusão.
O
complexo ígneo de Sintra é formado por dois maciços concêntricos e uma
diversa rede de filões associados, de diferentes composições e
orientações. O maciço exterior é granítico, e tem uma idade aproximada
de 82 Ma. O maciço interno é constituído por uma sequência de rochas
resultantes de cristalização fraccionada que incluem gabros, dioritos e
sienitos.
Em
relação à origem do magma, as interpretações mais recentes afirmam que o
maciço interno de Sintra se formou no manto, tendo ocorrido pouca contaminação crustal nas rochas não graníticas.
Qualquer
que tenha sido a génese das diversas rochas do maciço, o seu conjunto
forneceu à sedimentação das zonas baixas não só os clastos grosseiros,
mas também detritos da classe granulométrica das areias e material
argiloso resultante da sua decomposição. »
Os meus agradecimentos a Geo Historialx.