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31.5.19

REGRESSA O VENTO FRIO

O tempo vai mudar e muito durante a próxima semana, com uma descida abrupta da temperatura associada à passagem de uma frente fria entre dia 4 e dia 5.

Após a passagem da frente, perturbações de origem polar vão-se colocar a norte da Península, mantendo um fluxo de ar frio e ligeiramente instável vindo de norte e noroeste.

Esperamos uma descida de 10-15ºC nas temperaturas, em muitas regiões as máximas vão descer para valores abaixo dos 20ºC, o que é incomum nesta altura do ano.
No que respeita ao frio mais anormal,este deverá manter-se pelo menos até dia 9.



Na terras altas do norte e centro as temperaturas mínimas vão aproximar-se dos 0ºC.
Esperamos que grande parte do território venha a observar temperaturas mais normais de Março do que de Junho… com valores máximos entre 16-22ºC e mínimos entre 7 e 12ºC.

Alem do frio, esperamos alguma precipitação dispersa, mais provável no norte e centro.
Neste momento as tendências semanais e sazonais apontam para um Junho instável, sem grandes episódios de calor persistente.

30.5.19

AQUACULTURA

“Perigos no Prato”

teste2019-05-30 (IPMA)



No dia 23 de maio, a RTP1 emitiu uma reportagem no programa “Linha da Frente”, intitulada “Perigos no Prato” abordando vários contaminantes, aditivos e corantes existentes em diversos alimentos, consumidos pelos portugueses.

O “Linha da Frente” analisou dezenas de rótulos e avaliou os contaminantes presentes em vários alimentos (carnes, peixes, bivalves entre outros).

Na reportagem "Perigos no Prato", o Sistema Nacional de Monitorização de Moluscos Bivalves (SNMB) do IPMA IP., foi abordado como plano nacional de monitorização de moluscos bivalves.

 A equipa de reportagem da RTP1 acompanhou os técnicos do SNMB do IPMA IP., no trabalho de campo (recolha de amostras) e no trabalho nos vários laboratórios do SNMB (Laboratório de Microbiologia, Biotoxinas Marinhas e Fitoplâncton), fazendo referência às diversas análises efetuadas no âmbito da monitorização, que permitem à população, consumir moluscos bivalves em segurança.

 O Investigador António Marques da Divisão de Aquacultura, Valorização e Bioprospecção do IPMA, foi entrevistado, para falar sobre contaminantes emergentes em pescado, onde aflorou a problemática da presença de retardadores de chama em algum pescado selvagem consumido em diferentes países Europeus, e cujos teores podem representar um risco acrescido para a saúde dos consumidores.

A reportagem reflete uma visão catastrofista da alimentação.

 No entanto, para o pescado, esta visão é desadequada e não espelha a elevada qualidade nutricional da generalidade do pescado existente no mercado.

 Além disso, não reflete todos os esforços que têm sido desenvolvidos pela indústria em colaboração com o Sistema Científico Nacional na implementação de soluções inovadoras e sustentáveis para proporcionar aos consumidores pescado mais seguro e com qualidade nutricional acrescida. O programa não reflete de todo a realidade da vasta maioria do pescado existente no mercado e coloca os produtos de aquacultura num patamar desajustado à qualidade que realmente apresentam.



Reveja o programa no link abaixo.

Programa: https://www.rtp.pt/play/p5280/linha-da-frente

28.5.19

ORDEM DOS ADVOGADOS




Comunicado do Bastonário da Ordem dos Advogados

Foi a Ordem dos Advogados surpreendida com a notícia de que esta terça-feira de manhã em Alfena, Valongo, A Autoridade Tributária (AT), em colaboração com a GNR, interceptava condutores, no âmbito de uma acção que visava a cobrança de dívidas fiscais.

Não pode a Ordem dos Advogados deixar passar em claro esta originalidade, entretanto – e muito bem – suspensa pelo Exmo. Senhor Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais (SEAF).

Ver a imagem de origemNão sendo claros os contornos da operação, a mesma, de acordo com o relatado pela comunicação social (citando-se fonte da AT no local), visava “intercetar condutores com dívidas às Finanças, convidá-los a pagar e dar-lhes essa oportunidade de pagarem”.

 Não o fazendo, “estamos em condições de penhorar as viaturas”. Para tanto, e de acordo com a mesma fonte: “O controlo dos devedores estava a ser feito através de um sistema informático, que estava montado em mesas em tendas colocadas na rotunda da Autoestrada 42 (A42), saída de Alfena, distrito do Porto. O sistema informático cruza dados através das matrículas das viaturas e compara-os com a existência de dívidas ao fisco.”

Esta iniciativa merece o mais firme repúdio por parte da Ordem dos Advogados.

Desde logo, e do ponto de vista do Direito, é evidente que não é permitido promover a penhora indiscriminada de bens de pessoas ou empresas que sejam devedoras de impostos. Com efeito, não é líquido nem certo que uma dívida fiscal seja efectiva apenas porque a AT entendeu lançá-la no sistema – a dívida pode estar ferida de erro ou ilegalidade, e o contribuinte tem de ver os seus direitos de defesa assegurados.
 Acresce que a penhora de bens apenas pode ser realizada, de acordo com o Código do Procedimento e Processo Tributário, após regular citação do devedor executado e vencido o prazo de 30 dias (contados da citação) para o seu pagamento ou oposição.

Mais importante: repugna à Ordem dos Advogados a ideia de tratar um cidadão, eventualmente devedor de impostos, como se de um vulgar criminoso se tratasse, recorrendo indiscriminadamente às autoridades de polícia. Uma dívida fiscal é apenas isso – uma dívida, assunto para ser tratado pelos Serviços de Finanças e nos Tribunais- A sua cobrança não pode ser realizada sob a ameaça de, pela força, despojar sumariamente os cidadãos dos seus bens.

No caso, é particularmente repugnante o método seleccionado, pois a alternativa que restaria ao cidadão, não pagando ou não podendo pagar uma eventual dívida fiscal, seria ser submetido ao vexame de ficar privado do seu meio de transporte, em plena via pública!

Pagar impostos é um dever que a todos compete, e que deve ser cumprido voluntariamente. Mas seja por erro ou por ilegalidade, uma dívida fiscal pode não existir ou não ser válida. Num Estado de Direito Democrático, não deveria ser sequer possível considerar a utilização das forças da autoridade para coagir os cidadãos ao pagamento de algo que, eventualmente, nem sequer devem.

 E que, ainda que devido, pode e deve ser saldado voluntariamente, no seu devido tempo e de acordo com a lei – nunca sob ameaça, ainda que velada, das forças de segurança.

Saúda-se, assim, a intervenção do Sr. SEAF no sentido de travar esta insólita iniciativa, que esperamos não mais se repita.

Guilherme Figueiredo
Bastonário

Lisboa, 28 de Maio 2019

19.5.19

ATENÇÃOZINHA


Aqui vivemos, no país da atençãozinha. Atenção há pouca, atençõezinhas há muitas. Parece que hoje são indispensáveis para que se avance, para o progresso

. Como podemos nós ir longe sem uma atençãozinha? Não vamos. Decência hoje envolve evitá-las? Já não sei bem. Mas somos especialistas na arte de fazer uma atençãozinha. Não é exclusiva deste nosso rectângulo virado para o mar, a atençãozinha.

No entanto, somos exímios artistas na sua performance e execução. Não há ninguém melhor que o português para pedir alguma coisa tentando não dar nada em troca. ​A atençãozinha é transversal, percorre todo e qualquer sector.

 Vai do trabalho ao dia-a-dia. Estamos habituados a vê-la na política, com a atençãozinha do genro que é ministro ao secretário de Estado que acaba por ser cunhado da prima do tipo que ajudou na tesouraria de toda a campanha eleitoral.

 É o dia-a-dia. A atençãozinha chega a ser razoável ou apropriada se for utilizada numa dose ínfima e sem importância que não prejudique terceiros directa ou indirectamente. Mas nós portugueses somos lambões.


Imagine-se o caso do grande chefe versus o grande actor.

 Quem ganha no ringue da bazófia? Quem leva a melhor na grande batalha do peito cheio? Haverá apostas para o grande vencedor do Óscar de Maior Vaidade? Será uma disputa renhida
. Isto porque de um lado temos o grande cozinheiro que sabe muito bem como estagiar lascas de anona em muco de lebre caçada ontem enquanto dá ordens para que se possa empratar como deve ser as uvas sem grainha com o inhame braseado; e do outro o afamado artista que sabe chorar sem que lhe peçam.

 Quem paga a conta?
 “Eu entrei em grandes filmes, esgotei bilheteiras, mereço uma atençãozinha.” Tudo bem, mas ainda anteontem o Obama jantou aqui e repetiu a sobremesa. Queres, vens, mas pagas.
 A atençãozinha envolve saber negociar muitas vezes. Ofereço-te a degustação e levas-me a Cannes. As atençõezinhas chegam a este nível de inutilidade.


Vejamos o que faz o guru dos hotéis na Península Ibérica para que o filho, o sobrinho mais velho, a afilhada e duas outras miúdas, que se juntaram porque trocaram roupa, para entrar na melhor discoteca daquela cidade.
 Um telefonema. “Olha, uma atençãozinha aí aos miúdos, Paulo se fazes o favor. São cinco”. Custa-me a querer que o Paulo durma de borla num cinco estrelas dias depois mas a atençãozinha às vezes pede apenas influência e não algo em troca. A linha é ténue para que a possamos distinguir das demais estratégias.

Quando a atençãozinha é usada para algo que não aquilo a que foi destinada não vale a ponta de um chavelho. Se é para usar correctamente, é à séria. ​São os bilhetes para os festivais, os melhores lugares no espectáculo, as multas e os excessos. São os restaurantes, a noite, os papéis assinados e a entrada, seja onde for.
A discoteca, a universidade, o acesso ao crédito ou o escritório. Uma passagem à frente, um encontrão, o “fazer mais depressa e a menor preço”. A atençãozinha versus o esforço.

 A facilidade contra o trabalho. Tudo em prol do bolso? Não creio. Talvez em prol do asco e de uma vida repugnante. Vem daí, fazemos atençõezinhas... e excursões para visitar o Terreiro do Paço.



Ver a imagem de origem
UMA ATENÇÃOZINHA

17.5.19

NAVARRA - VENENOS - CAÇA

Três responsáveis por coutos de caça em Tutela e Cintruénigo, região de Navarra, conheceram agora a sentença do tribunal pelo caso mais grave de envenenamento conhecido até hoje em Espanha e mesmo na Europa. 

De acordo com o tribunal de Pamplona, os três arguidos foram considerados autores “criminalmente responsáveis de um delito relativo à protecção da fauna na modalidade de caça de espécies ameaçadas”, indica o jornal Noticias de Navarra.

Cada um foi condenado a dois anos e oito meses de prisão e ainda a cinco anos e quatro meses de inabilitação especial para a “gestão do aproveitamento cinegético de coutos de caça, para o ofício de guarda de caça e para o exercício do direito de caçar.”
 Vão ter de pagar também uma indemnização conjunta de 67.538,65 euros à Comunidade Foral de Navarra.
Em causa estão dois delitos relativos à protecção da fauna: caça de espécies ameaçadas e utilização de veneno para a caça.

Foi entre Abril e Setembro de 2012 que guardas florestais de Tutela, na região de Navarra, descobriram o envenenamento de 138 aves de espécies consideradas Vulneráveis ou Em Perigo, incluindo várias sob protecção especial.

 Segundo o jornal, os crimes aconteceram em três coutos de caça e vitimaram 129 milhafres-pretos, 4 milhafres-reais, 2 grifos, 1 abutre-do-Egipto, 1 tartaranhão-ruivo-dos-pauis e 1 águia-de-asa-redonda, entre outros.

 Muitas das aves foram encontradas em áreas protegidas, dentro dos limites de um dos coutos.
 - Foram também encontrados mortos quatro cervos.

O tribunal considerou provado que a causa da morte de todas estas aves foi o uso de iscos envenenados com Fention e com Demeton S-motil, substâncias proibidas há vários anos no país.

Esses venenos foram usados repetidamente, em especial num dormitório de milhafres situado dentro de um dos coutos de caça, “com o objectivo de eliminar predadores de espécies susceptíveis de caçar nos coutos, fundamentalmente a perdiz e a lebre.”

Este foi o maior caso de envenenamento de fauna selvagem conhecido em Espanha e mesmo na Europa desde que há registo destas situações, em 2004. Demorou quase sete anos a ser sentenciado, devido aos muitos recursos apresentados, e envolveu escutas telefónicas, uma das principais provas contra os acusados.

No processo, estiveram envolvidos tanto o Governo de Navarra como várias organizações ambientais, nomeadamente a Ecologistas en Acción, WWF Adena España e SEO Birdlife.

Em Portugal, onde o problema do envenenamento de fauna selvagem tem sido reconhecido pelas autoridades, não houve até hoje qualquer condenação por casos conhecidos.

 Em Abril passado, foi apresentado publicamente o novo Programa Antídoto, que revê os procedimentos a adoptar pelas autoridades nacionais quando há suspeitas.





Navarra

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



Espanha NavarraNafarroa 
  Comunidade autónoma  
Símbolos
 
Bandeira de Navarra
Bandeira
Brasão de armas de Navarra
Brasão de armas
Gentílico navarro, -a
Localização

Localización de Navarra.svg
Administração
Capital Pamplona (Iruñea)
Presidente María Chivite (PSOE)
Características geográficas
Área total 10 391 § km²
População total (2005) 593 472 hab.
Densidade 57,11 hab./km²
Outras informações
Províncias Navarra não está dividida em províncias.
Idioma oficial castelhano e basco
Estatuto de autonomia 16 de agosto de 1982
ISO 3166-2 ES-NA
Congresso
Senado
5 assentos
5 assentos
Website www.navarra.es
§ 2,2% da área total de Espanha
1,35% da população total de Espanha


Navarra (em basco, Nafarroa), oficialmente denominada Comunidade Foral de Navarra (em castelhano: Comunidad Foral de Navarra; em basco: Nafarroako Foru Erkidegoa) é uma comunidade autónoma da Espanha, cujo território equivale ao da província do mesmo nome e, historicamente, corresponde ao antigo Reino de Navarra.

O estatuto de comunidade foral[1] reflete a singularidade do seu regime especial de autogoverno pelos direitos históricos que lhe são reconhecidos na Constituição espanhola de 1978. Sua capital é Pamplona; em basco, Iruñea.

Navarra faz fronteira a norte com a França (departamento dos Pirenéus Atlânticos); a este e sudeste, com a comunidade autónoma de Aragão (províncias de Huesca e Saragoça); ao sul, com a de La Rioja e, a oeste, com a do País Basco (províncias de Álava e Guipúscoa). Detém um exclave (Petilla de Aragón) rodeado totalmente pela província aragonesa de Saragoça.

 O território atual corresponde ao da Alta Navarra do Renascimento (a Baixa Navarra é parte da França).

 

Etimologia

A primeira referência ao termo Navarra de que se tem conhecimento data do século IX, na obra Vita Caroli Magni[2] escrita por Eginhardo, na qual se descrevem as intrusões do rei franco Carlos Magno até ao rio Ebro. Crê-se que o topónimo Navarra poderá derivar do vocábulo naba, de origem pré-romana, quiçá protobasca, cujo significado seria de terra plana rodeada por montanhas[3][4]

 

Símbolos oficiais de Navarra

Em 1910 a Disputação de Navarra aprovou o desenho do escudo e da bandeira de Navarra, que permanecem vigentes após o reconhecimento pela "Lei Orgânica de Reintegração e Melhoramento do Regime Foral de Navarra" (LORAFNA), de 10 de Agosto de 1982. Assim, segundo o Amejoramiento de Navarra e a Lei Foral 24/03, os símbolos de Navarra são:

 

Hino de Navarra

Este hino é historicamente referido como "Hino das Cortes", devendo a sua origem à "Marcha para a entrada do Reino", um peça barroca que se interpretava no claustro da Catedral de Pamplona durante as Cortes de Navarra para celebração das suas sessões.


Português Castelhano Basco
Por Navarra
terra brava e nobre,
sempre fiel,
que tem por brasão
a velha lei tradicional
Por Navarra
povo de alma livre
proclamemos juntos
o nosso afã universal
Em cordial união,
com leal firmeza,
trabalhemos e todos juntos
lograremos.
honra, amor e paz.
Por Navarra
tierra brava y noble,
siempre fiel,
que tiene por blasón
la vieja ley tradicional
Por Navarra
pueblo de alma libre
proclamemos juntos
nuestro afán universal
En cordial unión,
con leal tesón,
trabajemos y hermanados
todos lograremos.
honra, amor y paz.
Nafarroa,
lur haundi ta azkar,
beti leial,
zure ospea da
antzinako lege zaharra
Nafarroa,
gizon askatuen sorlekua,
zuri nahi dizugu gaur
kanta
Gaiten denok bat,
denok gogo bat
behin betiko iritsi dezagun
aintza, bake eta
maitasuna

 

 

Brasão

Ver artigo principal: Brasão de Navarra
 
 
 
 
O Brasão de Navarra presidindo um evento da Polícia Foral
Sobre fundo vermelho e com correntes em forma de raios saindo do centro, que representa uma esmeralda supostamente roubada ao califa almóada Maomé Nácer na batalha das Navas de Tolosa no ano 1212 e que está em Roncesvalles.


 Foram encontrados pedaços das correntes em vários pontos. No museu de Roncesvalles, adjacente à Colegiata, encontram-se as que foram entregues por Sancho VII de Navarra, o Forte, cujos restos repousam no mausoléu da capela de Santo Agostinho.

 Outras partes das correntes foram parar ao mosteiro de Irache e outra à Catedral de Santa Maria de Tudela, lugar-natal desse rei de enorme estatura.

 Segundo a lenda, as correntes procedem daquela batalha e acorrentavam os cristãos cativos em redor da tenda do rei Muhammad an-Nasirm, tendo sido o rei Sancho quem as quebrou. Não obstante, as correntes já figuravam em distintas partes de Navarra antes dessa batalha.

Bandeira

 

Ver artigo principal: Bandeira de Navarra
A Lei de Melhoramento do Regime Foral de Navarra (LORAFNA), de 10 de Agosto de 1982, estabelece no seu artigo 7.2:
"A bandeira de Navarra é de cor vermelha, com o escudo no centro."

Referências

 


  1. Definição de nava Arquivado em 26 de setembro de 2007, no Wayback Machine. no Dicionário da Real Academia Espanhola (DRAE).

Ver também

 

Ligações externas

 

Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Navarra
  • Lei Orgânica de Reintegração e Melhoramento do Foro de Navarra (LORAFNA), em basco
  •  

  • No capítulo 15 
  •  
  • de Vita Karoli Magni encontra-se o seguinte parágrafo: «Quibus regnum Francorum (…) ampliavit, (…) Nam cum prius non amplius quam ea pars Galliae, quae inter Rhenum et Ligerem oceanumque ac mare Balearicum iacet, et pars Germaniae, (…) ipse per bella memorata primo Aquitaniam et Wasconiam totumque Pyrinei montis iugum et usque ad Hiberum amnem, qui apud Navarros ortus et fertilissimos Hispaniae agros secans sub Dertosae civitatis moenia Balearico mari miscetur; deinde Italiam totam».
  •  
  •  

  • Naba na Enciclopédia Auñamendi.

  • https://image.slidesharecdn.com/manejandoplagascongestionambiental-130608133655-phpapp02/95/manejando-plagas-con-gestion-ambiental-17-638.jpg?cb=1370698629

    16.5.19

    NUNO LIMA DE CARVALHO

    Com profunda mágoa que soube da partida deste Homem Integro e Amigo.

    Perda irreparável de um dos poucos Homens bons que conheci.



    Ver a imagem de origem


    Faleceu, esta manhã, aos 86 anos, Nuno Lima de Carvalho, Director da Galeria de Arte do Casino Estoril e membro do Júri dos Prémios Estoril Sol, designadamente o Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural, Prémio Literário Fernando Namora e Prémio Revelação Agustina Bessa-Luís.


     Ao longo de mais de quatro décadas de permanência na Estoril Sol, para além das suas funções de carácter administrativo, Nuno Lima de Carvalho distinguiu-se por desenvolver e promover relevantes iniciativas nas áreas do Turismo, da Cultura, da Arte, Espectáculos, da Literatura, do Jornalismo, da Gastronomia e outros sectores de actividades de cariz social e hu­mano.



    Nuno Lima de Carvalho nasceu a 15 de Junho de 1932, em Vila Franca do Lima, Viana do Castelo. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa e Filosofia e Letras pela Universidade de Salamanca, foi Secretário-Geral da Estoril Sol durante cerca de duas dezenas de anos e Director de Relações Exteriores da mesma empresa.


    Foi Director de Serviços na União de Grémios dos Espectáculos, 1956-71. Secretário da Administração da Estoril-Sol, 1971-76. Secretário-Geral da Estoril-Sol, 1976-2002. Presidente da Assembleia-Geral da Casa do Minho em Lisboa, 1987-92. Fundador da Confraria dos Gastrónomos do Minho de que foi Mordomo-Mor, durante 23 anos. Director da Galeria de Arte do Casino Estoril, desde 1975 até à presente data.


    Durante mais de quatro décadas na Estoril Sol, desenvolveu uma importante acção nas áreas da animação cultural, artística e de lazer. Quando assumiu a direcção da Galeria de Arte do Casino Estoril, procurou transformar este espaço numa rampa de lançamento para artistas jovens, sendo uma das galerias que mais tem feito nesse campo, através dos Salões de Primavera, já com 34 edições.


    Foi responsável pela realização de outras grandes exposições colectivas como os Salões de Outono, 34 edições e os Salões Internacionais de Pintura Naïf, 38 edições. Promoveu, com Isabelino Coelho, a criação do Museu de Arte Primitiva Moderna de Guimarães e a representação portuguesa no Museu Internacional de Pintura Naïf de Jaen, Espanha. Organizou, ainda, as 4 edições do Prémio Edinfor de Escultura.


    Lima de Carvalho coordenou seis grandes Salões Nacionais de Artesanato, divrsas Semanas Culturais e Gastronómicas, de todas as regiões do País: Minho, Trás-os-Montes, Douro, Beiras, Oeste, Ribatejo, Alentejo, Açores e Madeira, além da realização de Semanas Culturais e Gastronómicas de âmbito internacional: Bahia, Itália, Moçambique, Angola, Macau, Galiza e Áustria.


    Por ocasião das Comemorações dos 500 Anos do Descobrimento do Brasil organizou uma exposição, Humor Luso–Brasileiro, com a participação de 7 dos mais qualificados cartoonistas portugueses e 7 brasileiros.

    Promoveu a criação do Prémio Literário Fernando Namora.

    Foi editorialista do jornal “A Voz”, durante 3 anos e colaborador da imprensa regional.

    Tem diversos trabalhos publicados sobre Turismo, Artes Plásticas, Artesanato e Gastronomia.
    Amigo pessoal de grandes escritores e artistas brasileiros como, Fáfá de Belém, Caribé, João Ubaldo Ribeiro, Jorge Amado e Zelia Gattai, entre outros, serviu mesmo de inspiração para algumas personagens de livros destes autores que acabaram, também, por citá-lo em várias obras.


    Dotado de uma invulgar cultura geral, muito acima da média, Nuno Lima Carvalho licenciado em Filosofia e Direito, tinha conhecimentos ecléticos e profundos em áreas tão variadas como por exemplo a gastronomia, a arte, a música ou a museologia.

     Muito amigo do seu amigo, de personalidade forte, era reconhecido como um homem leal honesto e com carácter vertical, nunca deixou de acreditar, apoiar e promover os talentos que frequentemente descobria e divulgar a cultura, a arte e a literatura portuguesa a nível internacional.


    Nuno Lima de Carvalho foi distinguido com o Grau de Oficial da Ordem Infante D. Henrique, atribuição do General Ramalho Eanes.

     Comenda da Ordem de Mérito Civil de Espanha, atribuição de S.M. o Rei D. Juan Carlos. Comendador da Ordem de Mérito Pêro Vaz de Caminha, Brasil. Cidadão de Mérito de Cascais.


    Cidadão de Mérito de Viana do Castelo. Cidadão Soteropolitano da cidade de Salvador da Bahia, Brasil, com a entrega de diploma e insígnias em cerimónia presidida pelo Dr. Mário Soares, na sua última visita ao Brasil como Presidente da República e pelo Dr. António Carlos de Magalhães, Presidente do Senado do Brasil e antigo governador do Estado da Bahia, Jorge Amado e outras personalidades. Medalha de Prata de Mérito Turístico, atribuída pelo Ministro da Economia, Carlos Tavares. Troféu “Consagração”, atribuído pela AJOPT – Associação de Jornalistas Portugueses de Turismo.

    O Velório realiza-se amanhã, a partir das 19:00, na Igreja de Caselas e o funeral no Sábado, com Missa de Corpo Presente, às 12:30, seguindo para o crematório de Cascais (Alcabideche) às 14:00.


    ANPC E A LEI DAS ARMAS ( ANO DE 2019 )

    Associação Nacional de Proprietários Rurais
    Gestão Cinegética e Biodiversidade

    A ANPC tem como objectivos a defesa dos interesses dos proprietários
    e produtores de caça, em particular, e da caça nacional, em geral.

    Mais uma machadada no sector da Caça!... e mais uma vez pela Lei das Armas!

    Imperou a demagogia e a fixação anti-armas que constava da proposta inicial do Governo, fortemente apoiada pelo BE.

    Esperávamos mais dos Deputados em temas como a detenção de armas ao domicílio, aspeto crucial para a transmissão de armas entre gerações, para a salvaguarda do património das famílias e da propriedade privada, para a preservação da nossa cultura e para a cativação das novas gerações para a prática da caça e do tiro desportivo.

    Somos ainda surpreendidos com a obrigatoriedade de todos os proprietários de armas possuírem cofres, independentemente do número de armas. Trata-se de um aspeto que certamente levará ao abandono da caça por muitos praticantes, em especial aqueles de menores posses, seguindo-se assim o rasto e o estrago feito pela Lei 5/2006.

    As melhorias introduzidas nesta Lei das Armas, no seguimento das muitas propostas apresentadas pelas partes interessadas, acabam por ser fortemente ofuscadas pelas alterações negativas que foram introduzidas, apesar das vozes contra (organizações do sector da caça, do tiro desportivo, dos armeiros, dos colecionadores) e dos partidos que apresentaram propostas alternativas.

    Os resultados estão à vista e, apesar da votação ponto a ponto, em Comissão Parlamentar, ter sido muito repartida, com a geringonça unida e a oposição pelo outro lado, desta comissão acabou por surtir um texto final que foi hoje aprovado na globalidade com votos a favor de todas as bancadas, com exceção do PAN, que se absteve. Curioso!

    Começando pelos aspetos negativos, esta nova Lei estabelece:


    • A obrigatoriedade de todos os proprietários de armas possuírem cofre para a guarda de armas, independentemente do número de armas detidas (antes apenas necessitava de possuir cofre quem detivesse mais do que 2 armas de cada classe);

    • Que os proprietários de armas devem, no prazo de um ano após a entrada em vigor da nova Lei, comprovar possuírem cofre, mediante a submissão de comprovativos em plataforma eletrónica da PSP;

    • Os cofres ou armários de segurança não portáteis devem possuir nível de segurança mínima de acordo com a norma europeia EN 14450 - S1. Acontece que segundo sabemos não abundam cofres com estas especificações no mercado nacional e, sobretudo, a larga maioria dos cofres que foram vendidos até à data presente, não tinham qualquer tipo de homologação, por também não ser exigida;

    • O fim do regime de detenção de armas ao domicílio, fixando um prazo de 10 anos para os atuais detentores de armas ao domicílio se desfazerem das mesmas. As consequências para o mercado das armas serão colossais: os preços vão cair a pique e as armas ficarão sem qualquer valor comercial. Trata-se de uma verdadeira expropriação… difusa no tempo!;



     https://www.chavesareeiro.pt/wp-content/uploads/2019/08/tabela-medidas-armeiros.jpg



    . A proibição de possuir mais do que 25 armas das classes C e D, em separado ou em conjunto (antes não existia limite, apenas variando as condições de segurança para a sua guarda). São aparentemente salvaguardadas as situações existentes à data de entrada em vigor da nova lei (podendo ser mantidas mais do que 25 armas) embora o articulado aprovado seja contraditório ao estabelecer, por um lado que «O número limite de armas … não se aplica às detenções já constituídas à data da entrada em vigor da presente lei» e por outro existir disposição que estabelece que «Os titulares de licenças C e D que, à data da entrada em vigor da presente lei, sejam proprietários de armas dessas classes em número superior ao estabelecido …, dispõem de um prazo de cinco anos, após a entrada em vigor da presente lei, para as transferir, exportar, transmitir, desativar, entregar a favor do Estado ou, verificando-se os requisitos exigidos, habilitar-se com licença de colecionador». Enfim, algo estará errado. Esperamos que seja o prazo dos 5 anos?!;
    Relativamente aos aspetos positivos, salientamos:


    • A criação de um período de seis meses após a entrada em vigor da Lei para a entrega voluntária de armas e para a regularização de situações de infração, sem qualquer procedimento sancionatório;

    • A possibilidade de utilização de moderadores de som com redução até 50dB, novidade que resulta de proposta da ANPC;

    • A possibilidade de classificar armas de fogo anelar (caso das carabinas calibre .22) como armas da classe C;

    • A possibilidade de cedência a título de empréstimo ou confiança, bem como a cedência momentânea (caso uma arma se avarie) de armas das classes C e D, quer a cidadãos nacionais, quer estrangeiros, para efeitos de prática venatória ou tiro desportivo, novidade que resulta de proposta da ANPC;

    • A possibilidade de cedência de armas a caçadores nacionais ou estrangeiros para a prática venatória, por parte das entidades concessionárias de zonas de caça turística, novidade que resulta de proposta da ANPC;
    Esta lei hoje aprovada na Assembleia da República deixa-nos com um sentimento ambivalente, com a sensação de que imperou a demagogia à razão.
    Se é verdade que várias das nossas propostas foram aceites e incorporadas, é também verdade que se legislou sem acautelar os impactos graves que algumas das novas normas aprovadas irão ter para sectores como a caça, bem como para todos aqueles que detêm, utilizam e comercializam armas legais, de forma legal.
    Relativamente ao uso e comércio ilegal de armas, aquilo que deveria ser verdadeiramente reprimido e perseguido, esta lei não traz nada de novo.

    #SomosANPC
    #ANPCnotícias

    O documento de substituição que foi submetido a votação em plenário, incluindo a sua votação ponto a ponto em sede de comissão parlamentar, poderá ser consultado em:
    http://app.parlamento.pt/webutils/docs/doc.pdf…


    Homologação de cofres para guarda de armas | alteração da lei das armas
    Relativamente aos cofres, a ANPC obteve já esclarecimento de que aqueles que foram comprados antes da entrada em vigor desta lei, desde que constem já do processo de obtenção ou renovação de LUPA, ou de processo de mudança de residência, serão considerados como estando conformes relativamente à nova lei.

     É igualmente clarificada a incongruência relativamente às licenças de detenção ao domicílio, que são efetivamente todas renovadas por um período de 10 anos, de forma automática, pela entrada em vigor desta lei

    ACORDO ORTOGRÁFICO

     por: JOSÉ MANUEL FERNANDES - 

     Espaireçam da austeridade. 

     Não deixem de ler este fabuloso texto sobre o Acordo Ortográfico.

     

     Tem-se falado muito do Acordo Ortográfico e da necessidade de a língua evoluir no sentido da simplificação, eliminando letras desnecessárias e
    acompanhando a forma como as pessoas realmente falam .


    Sempre combati o dito Acordo mas, pensando bem, até começo a pensar que este peca por defeito. 


    Acho que toda a escrita deveria ser repensada, tornando-a
    mais moderna, mais simples, mais fácil de aprender pelos estrangeiros .


    Comecemos pelas consoantes mudas: deviam ser todas eliminadas .
     

    É um fato que não se pronunciam .

    Se não se pronunciam, porque ão-de escrever-se ?


     

    O que estão lá a fazer ? 

    Aliás, o qe estão lá a fazer ?

    Defendo qe todas as letras qe não se pronunciam devem ser, pura e simplesmente, eliminadas da escrita já qe não existem na oralidade .


    Outra complicação decorre da leitura igual qe se faz de letras diferentes e das leituras diferentes qe pode ter a mesma letra .


    Porqe é qe "assunção" se escreve com "ç" "ascensão" se escreve com "s" ?


    Seria muito mais fácil para as nossas crianças atribuír um som único a cada letra até porqe, quando aprendem o alfabeto, lhes atribuem um único nome.


    Além disso, os teclados portugueses deixariam de ser diferentes se eliminássemos liminarmente o "ç" .


    Por isso, proponho qe o próximo acordo ortográfico elimine o "ç" e o substitua por um simples "s" o qual passaria a ter um único som .


    Como consequência, também os "ss" deixariam de ser nesesários já qe um "s" se pasará a ler sempre e apenas "s" .


    Esta é uma enorme simplificasão com amplas consequências económicas,designadamente ao nível da redusão do número de carateres a uzar.


    Claro, "uzar", é isso mesmo, se o "s" pasar a ter sempre o som de "s" o som "z" pasará a ser sempre reprezentado por um "z" .


    Simples não é? se o som é "s", escreve-se sempre com s. Se o som é "z" escreve-se sempre com "z" .


    Quanto ao "c" (que se diz "cê" mas qe, na maior parte dos casos, tem valor de "q") pode, com vantagem, ser substituído pelo "q". Sou patriota e defendo a língua portugueza, não qonqordo qom a introdusão de letras estrangeiras.


    Nada de "k" .Ponha um q.


    Não pensem qe me esqesi do som "ch" .


    O som "ch" será reprezentado pela letra "x".


    Alguém dix "csix" para dezinar o "x"? Ninguém, pois não ?


    O "x" xama-se "xis".


    Poix é iso mexmo qe fiqa .


    Qomo podem ver, já eliminámox o "c", o "h", o "p" e o "u" inúteix, a tripla leitura da letra "s" e também a tripla leitura da letra "x" .


    Reparem qomo, gradualmente, a exqrita se torna menox eqívoca, maix fluida, maix qursiva, maix expontânea, maix simplex .


    Não, não leiam "simpléqs", leiam simplex .


    O som "qs" pasa a ser exqrito "qs" u qe é muito maix qonforme à leitura natural .
    No entanto, ax mudansax na ortografia podem ainda ir maix longe, melhorar qonsideravelmente .


    Vejamox o qaso do som "j" .


    Umax vezex excrevemox exte som qom "j" outrax vezex qom "g"- ixtu é lójiqu?
    Para qê qomplicar ? ! ?


    Se uzarmox sempre o "j" para o som "j" não presizamox do "u" a segir à letra "g" poix exta terá, sempre, o som "g" e nunqa o som "j" .


    Serto ?


    Maix uma letra mud a qe eliminamox .


    É impresionante a quantidade de ambivalênsiax e de letras inuteix qe a língua portugesa tem !


    Uma língua qe tem pretensõex a ser a qinta língua maix falada do planeta, qomo pode impôr-se qom tantax qompliqasõex ?


    Qomo pode expalhar-se pelo mundo, qomo póde tornar-se realmente impurtante se não aqompanha a evolusão natural da oralidade ?


    Outro problema é o dox asentox.


    Ox asentox só qompliqam !


    Se qada vogal tiver sempre o mexmo som, ox asentox tornam-se dexnesesáriox .
    A qextão a qoloqar é: á alternativa ?


    Se não ouver alternativa, pasiênsia.


    É o qazo da letra "a" .


    Umax vezex lê-se "á", aberto, outrax vezex lê-se "â", fexado .


    Nada a fazer.


    Max, em outrox qazos, á alternativax .


    Vejamox o "o": umax vezex lê-se "ó", outrax lê-se "u" e outrax, lê-se "ô" .
    Seria tão maix fásil se aqabásemox qom isso !


    qe é qe temux o "u" ?


    Se u som "u" pasar a ser sempre reprezentado pela letra "u" fiqa tudo tão maix fásil !


    Pur seu lado, u "o" pasa a suar sempre "ó", tornandu até dexnesesáriu u asentu.
    Já nu qazu da letra "e", também pudemux fazer alguma qoiza : quandu soa "é", abertu, pudemux usar u "e" .


    U mexmu para u som "ê" .


    Max quandu u "e" se lê "i", deverá ser subxtituídu pelu "i" .


    I naqelex qazux em qe u "e" se lê "â" deve ser subxtituidu pelu "a" .


    Sempre. Simplex i sem qompliqasõex .


    Pudemux ainda melhurar maix alguma qoiza: eliminamux u "til"
    subxtituindu, nus ditongux, "ão" pur "aum", "ães" - ou melhor "ãix" - pur
    "ainx" i "õix" pur "oinx" .



    Ixtu até satixfax aqeles xatux purixtax da língua qe goxtaum tantu de
    arqaíxmux.


    Pensu qe ainda puderiamux prupor maix algumax melhuriax max parese-me qe exte breve ezersísiu já e sufisiente para todux perseberem qomu a
    simplifiqasaum i a aprosimasaum da ortografia à oralidade so pode trazer vantajainx qompetitivax para a língua purtugeza i para a sua aixpansaum nu
    mundu .


    Será qe algum dia xegaremux a exta perfaisaum ?...



    PARA NÃO FALAR DAS TROCAS DE LETRAS...
                      

    14.5.19

    ALFORRECA ou CARAVELA PORTUGUESA

    Caravela-Portuguesa:

     Bloom a nível nacional

    teste2019-05-14 (IPMA)


    A espécie Physalia physalis (Caravela-Portuguesa) está, de momento, a ocorrer em toda a costa Portuguesa, incluindo nos Açores e Madeira.

    Entre as espécies que ocorrem em Portugal, a Caravela Portuguesa é a que exige mais cautela. Influenciada por ventos e correntes de superfície, é frequentemente avistada na nossa costa. Apresenta um flutuador em forma de “balão" de cor azul e, por vezes, tons lilás e rosa; os seus tentáculos podem chegar aos 30m de comprimento e são muito urticantes, capazes de provocar graves queimaduras. Por isso, é importante relembrar que não se deve tocar nos tentáculos, mesmo quando a Caravela portuguesa aparenta estar morta na praia.

    O GelAvista, relembra os cuidados a ter em caso de contacto com os tentáculos de uma caravela: deve limpar bem a zona afetada com água do mar e retirar quaisquer pedaços de tentáculos que possam ter ficado presos na pele. Poderá aplicar vinagre e bandas quentes e deverá procurar assistência médica.

    A desenvolver a sua atividade desde 2016, o programa GelAvista tem vindo a envolver os cidadãos na ciência para a necessária recolha de informação sobre a ocorrência ou inexistência de organismos de aspeto gelatinoso na costa Portuguesa. Recebe informação sobre a presença de organismos gelatinosos, alertando a população, e transmite informação científica sobre as espécies, bem como os cuidados a ter em caso de contacto direto com a pele.

    Qualquer ocorrência desta ou de outras espécies de organismos gelatinosos poderá ser comunicada ao programa GelAvista. A informação de cada avistamento (data, local, número de organismos e fotografia com objeto a servir de escala) deverá ser enviada para o email plancton@ipma.pt, ou através da aplicação GelAvista disponível na Play Store para sistemas Android.

    Na página de facebook do GelAvista são frequentemente partilhadas as mais recentes ocorrências de organismos gelatinosos em Portugal, e no sítio gelavista.ipma.pt está também disponível informação sobre as espécies.

    O Gelavista pretende continuar a contar com a colaboração da população para estudar e compreender a dinâmica dos organismos gelatinosos a larga escala em território nacional para que, no futuro, seja possível a previsão destas ocorrências.

    12.5.19

    A CENSURA BIBLIÓFILA



    https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a1/Catalogo_livros_proibidos.jpg







                     OS LIVROS E A CENSURA EM PORTUGAL



    OS LIVROS E A CENSURA EM PORTUGAL
    José Brandão

    Não se sabe bem ao certo quanto tempo a cultura portuguesa pôde viver livre da implacável repressão dos censores e seus mandantes.

    Pelo menos desde que D. João III, no ano de 1539, se lembrou de “empossar” um seu irmão mais novo, o cardeal D. Henrique, nas funções de inquisidor-geral do Tribunal do Santo Ofício, os livros, os autores, os editores e tudo o que não entrava nas boas graças da Santíssima Inquisição, jamais tiveram grande descanso e conseguiram dar asas ao seu espírito criador.

    Uma das primeiras ordens do cardeal inquisidor foi pôr o prior de São Domingos e os frades da confraria a proceder a um varejo nas livrarias públicas e particulares à procura de livros proibidos ou considerados nefastos. Obras de Damião de Góis, autos de Gil Vicente, a 2ª edição de Os Lusíadas, de Luís de Camões, A Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto, O Diálogo do Soldado Prático, de Diogo do Couto e O Esmeraldo de Situ Orbis, de Duarte Pacheco Pereira, estão entre as muitas que conheceram a beatitude dos índices expurgatórios.

    Um texto de José Amaro Dionísio, Escritores na Prisão, publicado na revista «Grande Reportagem», de Julho de 1993, conta que de Camões a Camilo, do padre António Vieira a António José da Silva, de Francisco Manuel de Melo ou a marquesa de Alorna a Gomes Leal, de Bocage a Cesariny, é ininterrupto o rol dos poetas, novelistas ou ensaístas que pagaram a factura da sua diferença. Porque foi regra geral esse o crime: ter um rosto e voz próprios. Carrascos, sempre os mesmos: o poder e o dinheiro, a maioria e a manha.

    Damião de Góis, cronista de reis e príncipes, esteve preso quatro anos. Quando já era septuagenário acabou por sair sob liberdade condicional para morrer nesse mesmo ano de 1574. Causa da prisão: ser autor da Crónica do Felicíssimo Rei D. Manuel, publicada em quatro volumes, e na qual o monarca viu referências desfavoráveis à sua pessoa e à política do reino, nomeadamente a condenação da matança dos judeus. O primeiro volume foi apreendido e nele introduzido, à revelia do autor, elogios ao cardeal D. Henrique, inquisidor-mor, e à própria Inquisição.

    Luís de Camões esteve preso duas ou três vezes, a primeira cerca de nove meses entre 16 de Junho de 1552 e 13 de Março de 1553, por causa de uma simples rixa no Rossio. Sobre Os Lusíadas, que salvara de um naufrágio na costa do Camboja, teve de submeter o texto aos censores do Santo Ofício, instalados no Mosteiro de S. Domingos, e discuti-lo verso a verso. Após a sua morte, ocorrida passado pouco tempo, sobre tudo o que escreveu, incluindo Os Lusíadas, caiu o silêncio da comunidade intelectual do seu tempo, ocupada a elogiar autores que hoje ninguém sabe quem são.

    Francisco Manuel de Melo, poeta, dramaturgo, historiador, cronista militar, moralista, foi dos escritores portugueses que mais tempo passou na prisão – entre nove e onze anos, só de uma vez. Os motivos ainda hoje são obscuros.

    Padre António Vieira, o profeta do Quinto Império também não escapou aos cárceres da Inquisição, nos quais foi metido em 1665 e 1667 por causa da publicação do livro Esperança de Portugal, Quinto Império do Mundo, Primeira e Segunda Vidas de El-Rei D. João IV, em que defendia os cristãos-novos e sibilava contra os dominicanos do Santo Ofício.

    Francisco Xavier de Oliveira, Cavaleiro de Oliveira, o Santo Ofício condenou-o no dia 18 de Agosto de 1761 mas ele estava exilado na Holanda e safou-se. Apenas a sua efígie foi queimada, exactamente no último auto-de-fé que houve em Portugal, e os seus livros foram retirados do mercado.

    António José da Silva, «O Judeu», dramaturgo, foi preso pela primeira vez em 1726, juntamente com a mãe. Torturado, liberto meses depois é novamente encarcerado em 1737, de novo com a mãe e agora também com a mulher e a filha. Dois anos mais tarde foi degolado e queimado num auto-de-fé no Terreiro do Trigo em Lisboa. A mulher e a mãe foram igualmente queimadas vivas.

    Correia Garção, poeta e dramaturgo foi mandado prender no dia 9 de Abril de 1771 pelo marquês de Pombal. Metido no Limoeiro, aí ficou até 24 de Março de 1773. No dia em que a ordem de soltura chegou, morreu na enfermaria da cadeia.

    Filinto Elísio, poeta, sacerdote, denunciado à Inquisição pela própria mãe, já depois da queda de Pombal.

    E a lista apresentada no trabalho de José Amaro Dionísio na «Grande Reportagem» parece não ter fim:

    José Anastácio da Cunha, preso e desterrado para Évora, já sob o reinado de D. Maria. Tomás António Gonzaga, preso e deportado para Moçambique. Marquesa de Alorna, obrigada a reclusão monástica juntamente com a mãe, viveu nas celas do Convento de S. Domingos de Benfica desde os 7 aos 27 anos de idade, entre 1758 e 1777. Bocage, várias vezes preso, condenado pela Inquisição a ouvir os sermões dos oratorianos no hospício-prisão das Necessidades. Almeida Garrett, preso, várias vezes exilado e demitido dos seus empregos, ora soldado ora ministro, correspondente comercial ou foragido, rico e pobre, é o exemplo de escritor às voltas com a vida. Almeida Garrett chega a vender parte da roupa para arranjar dinheiro, e a deixar a mulher e os filhos em casa de parentes por não ter com que os sustentar. Esteve encarcerado no Limoeiro, nos últimos três meses de 1827, acusado de incitar com os seus escritos o movimento liberal. Camilo Castelo Branco, preso na cadeia da Relação do Porto. Data: 1860-1861. Acusação: adultério. Gomes Leal, preso em 1881 acusado de injúrias ao rei D. Luís no panfleto A Traição e o Regenerado.

    Com autos-de-fé, ou sem autos-de-fé, a vida cultural portuguesa raramente deixou de permanecer controlada e bloqueada pelo zelo das censuras e outros afrontamentos à liberdade de expressão e de pensamento.

    Já no seu tempo, Alexandre Herculano haveria de escrever:

    Onde quer que apareça a censura, onde quer que se aninhe esta irmã gémea da Inquisição, há uma quebra nos foros da independência do homem, há uma insolência do passado contra a dignidade social da geração presente. Seja para o que for, a censura é um impossível político.

    Mais nos nossos dias, Anele Reis, autora de um apontamento sobre a censura, publicado no mensário «Portugal Socialista», de Janeiro de 1983, dirá o seguinte:

    A censura, numa prática constante e presente através da cultura portuguesa, como dado negativo que é, contribuiu para forjar nossa maneira de ser e de estar no mundo, modelou comportamentos, estabeleceu preconceitos que vêm preocupando historiadores da cultura...

    A poucos meses do 25 de Abril de 1974, o então ministro do Interior, Gonçalves Rapazote, ordenava à polícia política para “dedicar um cuidado particular ao imediato cumprimento das seguintes instruções:”

    1 - Relacionar as tipografias que se dedicam à impressão de livros suspeitos – pornográficos ou subversivos;

    2 - Organizar um plano de visitas regulares a essas tipografias para impedir, efectivamente, a impressão de textos susceptíveis de proibição;

    (...)

    5 - Organizar a visita regular às livrarias de todo o País para sequestro de livros; revistas e cartazes suspeitos e para apreensão dos que já estão proibidos pela Direcção dos Serviços de Censura;

    E como se a censura não fosse suficiente, muitas vezes a Polícia assaltava as casas dos escritores, as gráficas ou os editores levando tudo o que vinha a jeito.

    De uma só vez, a editora Europa-América teve 73 mil livros apreendidos e 23 títulos proibidos. A “caça” começou no dia 14 de Junho de 1965. Durante quatro dias deram volta a tudo. Regressaram no dia 23. Agora com carros que cercaram todo o edifício de Mem Martins e levaram toda aquela quantidade de livros. Em dinheiro da altura, o prejuízo andou pelo menos na ordem dos 700 contos. Para a grande maioria dos editores portugueses, nesse tempo, tal situação era a ruína completa.

    Nesse mesmo ano, e na sequência da atribuição do «Prémio Camilo Castelo Branco» ao escritor angolano Luandino Vieira, a cumprir uma pena de 14 anos de prisão sob a acusação de terrorismo, a Sociedade Portuguesa de Escritores vê a sua sede, em Lisboa, feita em fanicos por obra de um bando de legionários e agentes da polícia política, acabando por vir a ser extinta por despacho do ministro da Educação Nacional.

    Nos dois anos que antecedem ao 25 de Abril de 1974, as prateleiras da editora Seara Nova ficaram com menos 1500 contos de livros que a PIDE/DGS se encarregou de levar para os armazéns da Rua António Maria Cardoso. Além de ter alguns dirigentes e colaboradores detidos na prisão de Caxias (situação que era já quase normal), a Seara Nova podia contar, nessa altura, com pelo menos cinco processos por edições de livros considerados subversivos e que a DGS tinha já enviado para o Tribunal Plenário.

    Vários editores viram as suas instalações destruídas e encerradas violentamente pela Polícia, como sucedeu, entre outros, com a Editorial Minotauro. Alguns tinham quase todas as suas edições proibidas de circular no mercado. Na lista que se apresenta no final deste texto, é bem visível um lote de editoras que aguçavam, com especial sabor, os apetites saqueadores da polícia política encarregue das apreensões.

    Um dos últimos relatórios da actividade da Comissão de Censura, referente a Janeiro de 1974, indica quase centena e meia de títulos retirados do mercado em apenas um mês.

    Segundo afirmou, em 1984, a Comissão do Livro Negro do Fascismo, foram proibidas durante o regime Salazar/Caetano cerca de 3300 obras.

    Poucos foram os grandes nomes da cultura portuguesa que escaparam ao crivo da censura repressiva. Uma lista enorme de autores, onde constam alguns dos maiores vultos de sempre da nossa cultura, foi divulgada logo a seguir ao 25 de Abril de 1974 pela Comissão Directiva da Associação dos Editores e Livreiros Portugueses.

    Apesar da censura não se aplicar directamente aos livros, estes eram com facilidade retirados do mercado e os seus autores ou editores sujeitos a castigo. Foi o que aconteceu ao grande escritor Aquilino Ribeiro. Em 1959, com 74 anos de idade, o maior romancista português do seu tempo vê-se perante a barra do Tribunal, indiciado num processo por delito de opinião, em que a pena de prisão poderia ir até oito anos. Isto por ter publicado o romance Quando os Lobos Uivam, onde retratava uma realidade da vida camponesa, na Serra da Estrela, que desagradou ao regime de Salazar.

    Para Heliodoro Caldeira, advogado de Aquilino Ribeiro nesse famoso processo e, também ele, um homem habituado nas lides do combate contra a ditadura, o caso explicava-se em meia dúzia de palavras, conforme teve oportunidade de expor aos autos de defesa do seu constituinte, onde, a dado passo, afirma o seguinte:

    Através do presente processo, mais do que provar umas pretensas ofensas a tais e tais pessoas ou denunciar um ataque a certa estrutura política, o que parece procurar-se é coarctar o direito de um escritor fazer qualquer obra de ficção em que por transposição imaginativa tome posição acerca dos problemas que respeitem ao meio em que está integrado. Quer dizer, pretende-se relegar o artista à situação de simples escrevinhador de histórias, que não têm outra função senão a de divertir o bom burguês satisfeito com a vida e com o mundo. Acabar-se-á de uma vez para sempre com a liberdade de pensar, e ninguém pense mais em emitir juízos quanto à sociedade em que vive, passando todas as estruturas a ser inatacavelmente perfeitas, e nelas tudo correndo panglóssicamente pelo melhor. Seria o último estádio de um lento processo com fim de esmagar toda e qualquer manifestação de inteligência, de aniquilar o indivíduo como ser pensante e de o acorrentar bovino e passivo ao arado de que o Poder segura a rabiça.

    A obra literária, tornada meio de embrutecimento e de nirvanação, iria caindo aos poucos num formalismo académico, num anedotário para bacocos, todas as formas destituídas, a preceito, de conteúdo. E adeus literatura, adeus cultura, adeus personalidade nacional!

    Episódios como este, passado com Aquilino Ribeiro, davam para encher páginas e páginas contando situações vividas por outros nomes da craveira intelectual do grande mestre do romance Quando os Lobos Uivam. Alguns estão ainda vivos. E muitos são aqueles que, com maior ou menor impacto, conheceram a violência da censura no seu pensamento escrito, quando, não mesmo, a violência da brutalidade física na sua carne e na sua dignidade.

    Por uma razão ou outra e por mais ou menos tempo, muitos escritores foram detidos sob a acusação de delitos políticos ou de atentado aos costumes. José Amaro Dionísio aponta algumas dessas situações:

    No primeiro caso a lista vai de Maria Lamas e Rodrigues Lapa a Urbano Tavares Rodrigues – preso três vezes –, de Alves Redol, Alexandre Cabral, Orlando da Costa, Alexandre O´Neil, Alberto Ferreira e António Borges Coelho a Virgílio Martinho, António José Forte e Alfredo Margarido ou os mais novos Carlos Coutinho, Carlos Loures, Amadeu Lopes Sabino, Fátima Maldonado, Hélia Correia e Raul Malaquias Marques. Augusto Abelaira, Manuel da Fonseca e Alexandre Pinheiro Torres estiveram igualmente detidos às ordens da PIDE em 1965, na sequência da atribuição do prémio da Sociedade Portuguesa de Escritores ao romance Luuanda, do angolano Luandino Vieira. Abelaira, Fonseca e Torres integravam o júri que decidiu o prémio a Luandino, preso no Tarrafal, e a SPE foi assaltada e extinta. Julgados em plenário foram ainda, por causa do livro Poesia Erótica e Satírica, Natália Correia, Ary dos Santos, Mário Cesariny, Ernesto Melo e Castro, Luiz Pacheco e o editor Fernando Ribeiro de Melo. Condenados com multas e prisão remível. Os dois últimos voltaram ao plenário para outro julgamento, o da tradução e publicação da Filosofia na Alcova, de Sade, que juntou no mesmo processo Herberto Helder e o pintor João Rodrigues. Condenados também com multas e prisão remível. Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa desceram por sua vez à barra do tribunal por causa das Novas Cartas Portuguesas. Absolvidas, já depois do 25 de Abril, embora o julgamento, evidentemente, tivesse começado antes. Nesta mistura de política e atropelos vários, Luiz Pacheco e Mário Cesariny são dois casos em destaque. Pacheco, como ele próprio recorda, esteve pela primeira vez preso em 1947 no Limoeiro, acusado de estupro. Foi condenado na Boa-Hora a pena suspensa. Voltou ao Limoeiro em 59, desta vez sob acusação de atentado ao pudor. Foi absolvido. De novo na cadeia em 68, por rapto e estupro. Desta vez foi condenado a meses de prisão efectiva, que cumpriu nas Caldas na Rainha e no Limoeiro.

    Cesariny envolveu-se em 1960 em “actos imorais”. Obrigado a residência fixa, tinha de se apresentar todos os meses na Polícia Judiciária. (...) Esteve preso por menos uma outra vez, em Paris, em 1964, acusado de “ultraje público ao pudor”.

    Tudo era assim neste país conforme nos conta o autor do artigo Escritores na Prisão: - a maldição que os une é a mesma: um país que em cada época e de geração em geração encomenda os seus escritores à miséria ou para o exílio, ao suicídio ou para a prisão. Para a prisão, juntamente: dos cronistas de 1500 aos autores contemporâneos sucedem-se os intelectuais que por razoes políticas, rivalidades pessoais ou inconformismo de costumes sofreram maior ou menor parte das suas vidas atrás de grades.

    Tudo era assim e continuava a ser. De pouco serviam as intervenções parlamentares de deputados liberais, como Francisco Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Miller Guerra e de mais dois ou três que não poupavam o Regime, reclamando corajosamente pelos direitos e liberdades negados aos cidadãos do seu País.

    O Governo era mais sensível aos editorialistas de jornais como a Erro! Não é possível abrir a origem de dados.«Época» que, em 1973, escreviam neste tom:

    «Abriu há pouco a Feira do Livro de Lisboa. Entre as oitenta e tantas barracas de livreiros, quantas se destinam à propagação de livros apontados à subversão social?»

    «Há forças ocultas a manobrar nos planos da inteligência desde as tribunas de crítica (que foram as primeiras posições conquistadas), até aos sectores da publicidade, que permitem comandos espantosos.»

    Clara Barata e Luís Miguel Queirós são autores de um trabalho apresentado no suplemento Leituras do jornal «Público» de 11 de Junho de 1994. Chama-se Livrarias no Regime Fascista e nele alguns intervenientes recordam as suas experiências desse tempo: Reunia-se aqui muita gente contada com a oposição à ditadura – explica Fernando Fernandes, que acompanhou todo o percurso da Livraria Divulgação e passou a sócio-gerente da Livraria Leitura. Antepassada da actual Leitura, a Divulgação foi, no Porto, ao longo da década de 60, a mais importante livraria da oposição.

    Conforme palavras dos autores do texto do «Público»: à sorrelfa, arranjavam-se os livros dos quais o regime não queria que se ouvisse sequer falar. Escondiam-se em vãos de estantes, paredes falsas, ou até em baldes de tinta, e só se vendiam a clientes de confiança – “por debaixo do balcão”, embrulhados em papel pardo.

    A norte do Porto, raras eram, também, as cidades que não possuíssem uma ou outra livraria conotada com a oposição ao regime. A do historiador Victor Sá, em Braga – a Livraria Victor, na Rua dos Capelistas, cuja antiga sede foi sacrificada a interesses imobiliários – terá sido, porventura, a que atingiu maior notoriedade.

    As pessoas sabiam que ao importar, distribuir ou editar determinadas coisas, se sujeitavam às consequências, conta José Ribeiro, da livraria, editora e distribuidora Ulmeiro, na Avenida do Uruguai, em Lisboa.

    Por vezes, levavam-me preso, para a António Maria Cardoso, para prestar declarações. Faziam interrogatórios de intimidação, acusavam-me de ser um comunista disfarçado de comerciante, recorda José Ribeiro. A única hipótese era fazer como Manuel Ferreira da Costa, da Livraria Sá da Costa, de Lisboa: Eles faziam perguntas parvas e a gente respondia parvamente.

    Habituávamo-nos a trabalhar em dois níveis. Interiorizávamos os códigos de vivência impostos, sabíamos o que podíamos escrever, editar ou vender. Jogávamos um jogo, reflecte Alferes Gonçalves, da Livraria Finisterra, em Coimbra. Era uma espécie de jogo do polícia e ladrão, acrescenta José Ribeiro.

    Os livros proibidos eram verdadeiros “best-sellers”, tanto pelo que eram, como por serem proibidos. Muitas vezes nem eram nada de especial. Mas a proibição aguçava o apetite, afirma José Reis, gerente da Livraria Portugal, na Rua do Carmo. Quem fez grande fama dos livros proibidos da Ulmeiro foi a PIDE, comenta José Ribeiro.

    O leitor interessado sabia onde encontrar o livro proibido. Em Lisboa, nas livrarias do Centro do Livro Brasileiro ou da Europa-América, na Moraes, ou na Ulmeiro. Na velha Barata, com o malogrado António Barata, ou o Afonso que por lá continua. Na Boa Leitura, junto ao Areeiro, onde um dos irmãos Branco tinha sempre o que era preciso. Ou na cooperativa do Clube Expresso, frente ao Hospital dos Capuchos, onde o Lourenço atendia os mais subversivos pedidos de títulos caídos em desgraça.

    As cooperativas livreiras foi uma outra realidade no mundo dos livros proibidos. Éramos todos muito jovens, tínhamos 18 ou 20 anos. Foi a nossa grande escola política, diz Irene Rodrigues, que trabalhou, desde 1966, na Livrelco e está hoje na Livraria Buchholz, na Rua Duque de Palmela, em Lisboa.

    Ainda uma palavra sobre os que começaram a sua luta contra a censura, através da Imprensa escrita, em suplementos literários ou juvenis e, na maior parte, são hoje figuras de mérito na cultura portuguesa. Uma velha guarda, ligada aos jornais, onde se incluem nomes como Óscar Lopes, Álvaro Salema, Augusto da Costa Dias, Mário Castrim, Nuno Teixeira Neves. A Seara Nova, com Câmara Reis, Rogério Fernandes e Augusto Abelaira, onde colaboravam, entre outros, Manuel Sertório, José Tengarrinha, Nuno Brederote Santos, Upiano do Nascimento (da Editorial Inova), Sottomaior Cardia, António Reis, José Garibaldi (da Editorial Estampa), Sérgio Ribeiro e Blasco Hugo Fernandes, (da Prelo Editora), e Jorge Reis e Joaquim Barradas de Carvalho, (ambos escrevendo do exílio), etc.

    É de destacar, ainda, a presença, quer na imprensa literária, quer nas editoras, de José Saramago, Fernando Piteira Santos, Carlos Porto, Victor da Silva Tavares, Nelson de Matos, E. M. de Melo e Castro, Eduardo Prado Coelho, etc.

    João Medina, Artur Portela Filho, Sttau Monteiro, Luís Francisco Rebelo, Bernardo Santareno, Fiamma Hasse Pais Brandão, por exemplo, viram também os seus trabalhos perseguidos pela censura e alguns pagaram caro a sua ousadia. A PIDE não os poupou.

    Ainda entre os que fazendo escola na Imprensa haveriam de afirmar-se como escritores bem conhecidos e apreciados, recorde-se Baptista Bastos, Mário Ventura, Miguel Serrano, Daniel Filipe, Adelino Tavares da Silva. Ou José Carlos Vasconcelos e Fernando Assis Pacheco. Ou Joaquim Letria, Pedro Alvim, Afonso Praça, Cáceres Monteiro, César Príncipe, Manuel Geraldo, Josué da Silva, Ribeiro Cardoso, Nuno Gomes dos Santos, José Jorge Letria, Leonor Martinho Simões, Eugénio Alves, etc.

    Mais nomes poderiam ser aqui citados num desfiar sem conta. A repressão da cultura e dos seus obreiros nas várias e distintas facetas foi uma saga feroz e indiscriminada que só parou quando os tanques do saudoso capitão Salgueiro Maia começaram a entrar vitoriosos no Terreiro do Paço de Lisboa.