Eu estava à espera do reconhecimento unilateral da independência, por parte de Putin, das regiões de leste (de maioria étnica russa) na Ucrânia; esperava mesmo que as tropas russas entrassem na região do Donbass com o argumento de “proteger” a alegada independência dessas regiões; mas nunca me passou pela cabeça que Putin enviasse tanques para Kiev.
Parece que a Rússia não aprendeu nada com a invasão do Afeganistão, na década de 1980 do século passado — só que, no caso da Ucrânia, a actual proliferação de armamento sofisticado ocidental, produzido para guerrilha urbana e guerrilha convencional, é incomparavelmente superior ao que existia no Afeganistão na década de 1980.
A Rússia está a meter-se em um lamaçal militar, e Putin é o responsável.
A Rússia vai ter o SWIFT cortado, o que significa um retrocesso económico e financeiro significativo do país. E qualquer país que apoie o esforço de guerra da Rússia, terá também o SWIFT cortado — com excepção da China, que verá necessariamente outro tipo de retaliação, dada a dependência extrema que os Estados Unidos e o Ocidente têm da indústria chinesa, resultado da transferência massiva de produção industrial do Ocidente para a China.