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25.12.14

ZÉ POVINHO. O NOSSO E O DOS OUTROS

   Nasceu da concepção de Rafael Bordalo Pinheiro, nesse ar simultâneamente pimpão e  Nossa Senhora Não - Te - Rales, que todos lhe conhecemos, a figura simbólica de « Zé Povinho »

ZÉ POVINHO

   « Zé Povinho » procura personificar as virtudes do bom povo lusíada, sonhador, resignado, sofredor e aventuroso.

 Nos olhos pinta-se-lhe sempre uma boa conta de esperteza, certa dose de malícia azougada e trocista, mas o ar bonacheirão do conjunto dá o resto, que possa ser o bastante para traduzir candura, credulidade, mansidão e paciência.

Não o tomem por tolo ou parvo - isso não é -, mas não se admirem de o ver deixar fazer o ninho atrás da orelha.


Ele dá por isso, muito bem o percebe, mas faz que não se importa, como se ele mesmo, na sua argúcia verdadeira, achasse muita graça aos que se supõem suficientemente argutos para lhe meter os pés nas algibeiras...












   Não se julgue, porém, que é exclusivo nosso esta representação iconográfica do povo.

 Pelo contrário, há muitas há muitas outras réplicas, bastante curiosas, tão populares como o nosso « Zé ».

 Não tem a Espanha o seu equivalente absoluto, mas lá está o famosíssimo binómio de " Don Quichote " e " Sancho Pança ", nascido na literatura, como símbolo vincado, por um lado, de espírito sonhador, sem controle nem fito certo, e de bom senso, às vezes de aparência ridicula, mas objectiva e pertinaz.

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O REPRESENTANTE DE ESPANHA


   Os franceses têm o seu  " Jacques Bonhomme ".

 É perfeitamente o seu « Zé Povinho » e, em data, muito anterior ao nosso, pois nenhuma dúvida se tem de que a designação já existia no século XIV.

Ver a imagem de origem
O REPRESENTANTE FRANCÊS


 A revolta dos camponeses, dessa época, ficou conhecida na História pelo nome de " Jacquerie ", ou seja a insurreição dos " Jacques ". Este " Jacques Bonhome ", cuja representação iconográfica não conhecemos, é tido como de carácter doce, mas astuto, alegre, talvez leviano, muito económico, vivaz, simultâneamente rotineiro e amigo da novidade.

 Capaz de suportar longo peso de contrariedades, quando se lhe quebra a muralha da paciência, as suas paixões desencadeiam-se como torrente impetuosa e levam tudo adiante pelo seu caminho...

   O grande desenhador Raemaerkers, cujos trabalhos antes da segunda guerra, quase diàriamente ilustravam a primeira página de" Le Soir ", de Bruxelas, simbolizava o Reich na figura de " Der  Deutsche  Michel " ( Miguel Alemão ). um camponês de calção, meia alta, com uma peninha espetada, à tirolesa.

Ver a imagem de origem
O REPRESENTANTE ALEMÃO


Atribuem-se-lhe as qualidades de um tanto bronco, pesadão, mas honesto e bom; não passa por muito manhoso, nem sovina, mas por ser capaz de suportar boa dose de injustiça.
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O REPRESENTANTE INGLÊS



   O inglês " John Bull ", traduzido à letra, em português quer dizer: João Touro.

Num povo onde o culto pelos animais sobe a um nível elevadíssimo, não admira, realmente que o inglês tenha deixado simbolizar-se por um animal cujas caracteristicas principais são a solidez, a rectidão, a lealdade e a força.


 Ignora-se a origem de tal designação, mas do escritor John Arbuthnot, falecido em 1735, ficou um livro intitulado  " História de John Bull ". É a mais antiga referência que se conhece. A figura está presente: sólido, atarracado, bota alta, corrente de ouro, o famoso chapéu igual ao que deve ter feito as delícias de Churchill, o estranho chapéu alto...baixo.


   Finalmente, na América do Norte há o  " Uncle Sam ", o  " Tio Sam ". Todos o conhecem: alto, esguio, com a sua barbicha rala ao vento, calças raiadas. O nome provém, ao que se supõe, das iniciais usadas para designar o país norte- americano: U.S. ( United States ).

 Ver a imagem de origem

Dizem uns que foi um gracioso, dizem outros que foi um ignorante. Algumas vezes, até se tem entendido que a abreviatura de onde vem o nome de " Uncle Sam " é expressa deste modo : U.S. AM. ( United States America ).


   Todos estes afastados parentes têm, como se vê, uma ascendência comum: o propósito de em cada um deles fazer coincidir os defeitos e virtudes de cada povo, sem recear as deformações pitorescas da critica e da caricatura, antes as aceitando alegremente, como título de nobreza que com orgulho se possa ostentar...

21.12.14

JOSÉ d´ENCARNAÇÃO

  José d'Encarnação (José Manuel dos Santos Encarnação, São Brás de Alportel, 1944) é um professor universitário, arqueólogo e historiador português que se tem dedicado especialmente às temáticas da presença romana em Portugal e à epigrafia latina.

Biografia

José d'Encarnação licenciou-se em História pela Faculdade de Letras de Lisboa, em 1970. Concluiu, no Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa), o Curso de Conservador de Museus, em 1971-72. Neste mesmo ano, completou o Curso de Ciências Pedagógicas, na Faculdade de Letras de Lisboa. Doutorou-se em História na Universidade de Coimbra, na especialidade de Pré-História e Arqueologia, em 1984.

Cargos e funções

Foi nomeado Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em 1991. Encontra-se na situação de aposentado desde Julho de 2007.

 Naquela universidade exerceu várias funções: Presidente do Conselho Pedagógico da Faculdade de Letras (1984-1986); Presidente da Comissão Científica do Grupo de História (1992-93); membro do Secretariado do Curso de Especialização em Assuntos Culturais no Âmbito das Autarquias (desde 1989); Coordenador geral, na Faculdade de Letras, dos programas SOCRATES/ERASMUS.

Foi director do Instituto de Arqueologia (2002-2004), da Universidade de Coimbra.

Dirigiu a revista Conimbriga e continua a orientar a publicação do Ficheiro Epigráfico, suplemento desta revista, editado desde 1982.

Integra o conselho redactorial ou consultivo de publicações periódicas, nacionais e estrangeiras, como Akhros (Melilla), Archivo Español de Arqueología (Madrid), Espacio, Tiempo y Forma (Madrid), Hispania Epigraphica (Madrid), Phoînix (Rio de Janeiro), Palaeohispanica (Saragoça), Salduie (Saragoça) e Veleia (Vitória, País Basco).

É responsável, juntamente com Guilherme Cardoso, pelo estudo da villa romana de Freiria (S. Domingos de Rana, Cascais), e pela investigação da ocupação romana no Concelho de Cascais.
É membro da Comissão Internacional que preside à organização dos colóquios sobre Línguas e Culturas Paleo-Hispânicas.

 É administrador das listas de correio (mailing lists): ArchPort (Arqueologia), HistPort (História de Portugal) e Museum (Museus, Património e História da Arte). Além das suas actividades científicas, é ainda jornalista, dedicado principalmente à área cultural.

A sua biografia consta do I volume de livro Personalidades da Costa do Estoril, Cascais, 1995, p. 277-284.

Prémios e distinções

Foi agraciado com a medalha de mérito municipal de Cascais, em Julho de 1994.

 Recebeu do Rotary Club de Cascais/Estoril o diploma de Mérito Profissional Rotário, em 2000.

Foi nomeado doutor honoris causa pela Universidade de Poitiers (França), em 2001.

É académico de mérito da Academia Portuguesa da História (desde 16 de Julho de 2010);

 académico correspondente da Reial Acadèmia de Bones Lletres (Barcelona, desde 9 de outubro de 1997) e, desde 17 de dezembro de 1999, da Real Academia de la Hisória (Madrid);

 académico correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, desde 2015.

 Foi agraciado, a 1 de Junho de 2015, com a insígnia de mérito cultural do Município de S. Brás de Alportel.

Obras publicadas

Tem mais de quatro centenas de trabalhos arqueológicos e historiográficos publicados, entre os quais se destacam os seguintes livros:
  • Divindades Indígenas sob o Domínio Romano em Portugal (Subsídios para o seu Estudo), Lisboa, 1975. 2ª edição: 2015
  •  
  • Divindades Indígenas sob o Domínio Romano em Portugal (Subsídios para o seu Estudo), Lisboa, 1975.
  •  
  • Inscrições Romanas do Conventus Pacensis - Subsídios para o Estudo da Romanização, 2 volumes, Coimbra, 1984. Disponibilizado on line.
  •  
  • Introdução ao Estudo da Epigrafia Latina, Coimbra, 1979, 1987, 1997.
  •  
  • Roteiro Epigráfico Romano de Cascais, Cascais, 1994 [2.ª edição revista e aumentada em 2001].
  •  
  • Para uma História da Água no Concelho de Cascais, 1995. Em colaboração com Guilherme Cardoso.
  •  
  • Estudos sobre Epigrafia, Coimbra, 1998.
  •  
  • Cascais e os Seus Cantinhos, Lisboa, 2002.
  •  
  • As Oficinas da História, Lisboa, 2002.
  •  
  • A História Tal Qual se Faz, Lisboa, 2003.
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  • Festas de Tradição no Concelho de Cascais, Mafra, 2004. Autor do texto. Fotos de Francisco de Almeida Dias.
  •  
  • Epigrafia, as Pedras que falam, Coimbra, 2006. 2ª edição: 2010
  •  
  • Recantos de Cascais. Lisboa, 2007.
  •  
  • Dos Segredos de Cascais, Lisboa, 2010.
  •  
  • Cascais - Paisagem com Pessoas dentro. Cascais, 2011.

Referências

                      "  Tempo, serenidade, esquecimento…

           «Boas festas», «Festas felizes», «Próspero Ano Novo» – votos que, na quadra natalícia, se multiplicam ao infinito. Confesso, porém, que, inevitavelmente, me ponho a pensar: que é isso de boas festas? Que significa ter «festas felizes»? E «Próspero Ano Novo» que conotação tem? De abundância na riqueza? De um bem-estar maior?...
            E desato a ver aquilo de que todos nós mais precisamos, de «bom», de «feliz», de «próspero». Olho à minha volta, recordo as frases do dia-a-dia, aquelas que mais me tocam, que mais me chocam, que mais abanam comigo pelas consequências que têm:
            «Não tenho tempo para nada!»
            «Isto é uma inquietação pegada todos os dias!»
            «Olha, esqueci-me!»
            Dei comigo, portanto, desde há uns anos a esta parte, a desejar aos meus amigos, pelo Natal, pelo Ano Novo, nos aniversários, «serenidade e tempo». E recordo amiúde a frase de Michel Quoist: «Tens muito tempo à tua disposição, mas passas o tempo a perder o teu tempo».
            A serenidade. Que nada acontece por acaso e, em cada momento, há que encarar a situação de frente, pesar prós e contras e decidir como se acha melhor. Porque não aprendes a respirar fundo, a caminhar devagar? É ainda Michel Quoist: «Os grandes homens fazem dez vezes mais trabalho do que nós, em dez vezes menos tempo. Porquê? Sabem organizar-se: protegem, defendem ou são capazes de readquirir a sua calma, dando-se inteiramente a uma tarefa de cada vez».
            O esquecimento – porquê? Porque não disciplinamos o nosso pensamento, saltamos de uma tarefa para outra, sem terminarmos a primeira nem a segunda, como aquele senhor que pega nas chaves para as ir arrumar, depois vê uma carta e abre-a, pousa as chaves e tocam à campainha e vai atender, e lembra-se de ir tomar o café e, à noite, as chaves continuam fora de sítio e ele já nem sabe onde as deixou. «Olha, esqueci-me!» será, por vezes, desculpa; mas, se reflectirmos bem, é esquecimento mesmo, porque… andamos de cabeça no ar!
            O meu voto, pois, leitor amigo: que, nesta quadra e em 2015, a serenidade impere na sua vida; saiba organizar bem o seu tempo, de modo que o esquecimento não seja, em nenhum dia, o seu inquietante companheiro! "

Publicado em Renascimento (Mangualde), nº 652, 15-12-2014, p. 20.

4.12.14

SINTRA VISTA POR FILIPE II DE ESPANHA. Iº DE PORTUGAL

... Caminhando nas suas cercanias, pousando nos seus paços, podiam afirmar, como Filipe II de Espanha ( I de Portugal ) quando em 1581 passou o Outono em Portugal:


SERRA DE SINTRA ( Foto de J.P.L. Ano de 2014  )

... Y después nos baxámos à este lugar ( Sintra ), qu'es muy fresco y dicen que muy bueno de verano, y báxasse más de media legoa. Llegámos ya tarde, que no pude ver sino un poco de la casa ( o Paço ).
Oy no he sallido d'ella, por despachar este correo y por ver esta casa que, aunque es antígua, tiene muy buenas casas y algunas que no me parece que en ninguma parte las he vista tales; y holgara yo harto de veros en ella, porque creo que holgarades, que tiene jardines y fuentes ( ... ).

 Y avia visto antes los jardines y huertas, y yo los vi después, y son buenos y muchos, y muy buenas fuentes ... *

* Carta de Filipe II de Espanha às filhas, cit. in Vitor Serrão
Sintra, Presença, 1989,p 58

 ... E ainda nessa altura, confessava o mesmo rei que tinha duas jóias nos seus reinos: Escorial em Espanha, e o Convento dos Capuchos em Portugal. *

* Sérgio Luís de Carvalho. História de Sintra



CONVENTO DOS CAPUCHOS ( Foto Wikimapia ano 2014 )

 ESCORIAL ( Foto Guiarte )



30.11.14

CASCAIS E A CANALHA NAPOLEÓNICA

( ... ) Em 30 de Novembro de 1807, à noite, entram na vila, famintos e em desordenada formação, 400 soldados franceses, comandados pelo general Maurin.
À invasão segue-se a pilhagem, o saque impiedoso.
       Dias depois, estabelecem-se em Cascais, onde se aboletaram já o almirante Cotton ( que para tal fim desembarcou neste porto ) e Junot, as primeiras conversações para a famigerada Convenção de Sintra.
      No palácio onde está instalada a Câmara Municipal, que então era de Dona Inês da Cunha e depois pertenceu aos Condes da Guarda, foram preparados os alojamentos  para o almirante inglês;
      No solar dos Falcões, hoje Estalagem D. Carlos, ficou hospedado o general Junot. (*1 )

( * 1 ) Monografia de Cascais









Para quando a reparação por 1807 ?

O problema é que os bastardos da canalha napoleónica andam por aí: Devolvam-nos aquilo que nos roubaram. Por MCB.
Neste ano em que se celebram os duzentos anos da primeira invasão francesa – foi aqui que o trono de Napoleão abriu as primeiras fissuras – importaria que o Estado português abrisse ou agendasse a discussão sobre o paradeiro de largos milhares de objectos – mobiliário, tapeçarias, pintura, ourivesaria, arte sacra, cartografia, manuscritos e impressos – que aqui foram pilhados pela soldadesca de Junot.

O trabalho não exige grande esforço, pois bastará compulsar um dos centos de volumes do inventário patrimonial francês, encomendado por Malraux enquanto ministro da cultura, para saber onde está – em que museus, galerias e instituições – esse fartote de vilanagem que foi o saque desapiedado aqui praticado pelos “libertadores”.


O tema apaixona museólogos, arqueólogos e historiadores da arte. Da Grécia, do Egipto, da Síria, Camboja, Guatemala, Perú e México chovem abaixo-assinados e pedidos sobre o Louvre, o British Museum e o Pergamon Museum exigindo a devolução de obras de arte subtraídas por caçadores de tesouros, militares, traficantes e marchands em toda a geografia colonial e militar de Oitocentos e Novecentos.

A posse de tesouros artísticos, a sua exibição e estudo exprime a independência, o orgulho e o direito à memória nacionais, pelo que o tema do património artístico e monumental constitui um adereço fundamental da política cultural dos Estados.

Sei que Portugal jamais o fará.

Somos demasiado obedientes, submissos e temerosos para arrostar tais perigos, mas num momento em que por todo o lado se começam a desenhar políticas de permuta e serena discussão sobre o direito à posse de tesouros roubados e desaparecidos no curso acidentado da história recente - quanto tesouro se encontra escondido nos mundos subterrâneos das colecções norte-americanas, russas, francesas e britânicas - não seria por demais colocar a questão ao governo francês.


Quadro de Francisco José de  Goya  " La Factoria Historica "



Goya eternizou esse momento terrível de violação da península pela canalha napoleónica – dizem os demógrafos que nos custou 10% de vidas – mas essa carnificina envolveu também uma mutilação tão ou mais grave que a hacatombe de 1755.

Aqueles bens foram roubados, embarcados e expedidos por um Estado que usou a força para os retirar do povo e da terra em que estes haviam sido criados.

Cumpre aos ofendidos e lesados o direito ao protesto e consequente pedido por depredações causadas por terceiros.

Para quando a reparação por 1807 ?



29.11.14

MEMÓRIAS

Chove sempre.
 As árvores, despojadas de fruto, não podem com o peso da humidade; à volta os montes negros deram um passo e aproximaram-se maiores e mais espessos. Crepes no céu e gotas caindo num ruído de quem avança ao de leve. E cheiro, cheiro a terra aquecida e molhada, cheiro a folhas que fermentam pelo chão.
 Vêm aí as noites negras e aquela voz cavernosa que me faz encolher na enxerga: - o vento que clama às portas e dá o primeiro encontrão às vidraças.

   Não é ainda inverno, mas os melros já debicam a baga dos loureiros, e os estorninhos desgarrados puxam a azeitona às oliveiras.


   Logo depois das lufadas, dias parados e mornos com sol coado por névoas, todos brancos e meio adormecidos. O caseiro com o seu velho casaco de remendos apõe os bois para carregar um carro de mato.

 Assim que este fantasma branco se esvai, tornam os dias lípidos. E agora vereis ! A tília ergue-se
no azul toda de oiro, os choupos esguios estremecem, e a vinha esfarrapa-se cor de mosto entre as leirinhas viçosas e os montes roxos e pasmados. Está frio.

 Já apetece comer os gaipelos que ficaram esquecidos pelos podadores, transparentes, gelados e doces como mel. Passo horas extasiado na vinha com medo de me mexer, e todos os dias  pergunto : - É o último ? - o tempo está para morrer.

Às primeiras chuvas pesadas o doirado desaparece no negrume. tremo pela luz, pelo esplêndido Outono que está por um fio. E sinto tudo isto com delícia, como quem está para morrer... *

Raul Brandão. Memórias III

24.11.14

INFORMAÇÃO METEOROLÓGICA DE FORMA PÚBLICA ( ANO 2014 )

 Tudo indica que lá para o dia 28 de Novembro ( próxima sexta feira ) vamos ter um daqueles dias de invernia antecipada.





Este es el Servicio de Información Meteorológica de www.ogimet.com que utiliza datos disponibles en la red de forma pública, fundamentalmente de la NOAA, y software libre para su tratamiento.

20.11.14

GUERRA JUNQUEIRO

  Li este texto  e  achei poder compartilhar com todos. 

 

     

    Um retrato de Portugal feito por Guerra Junqueiro há 118 anos, mas duma actualidade aterradora*


       "Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.

    Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula,não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.


    Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
    A justiça ao arbítrio da Política,torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
    Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar." *
    Guerra Junqueiro, 1896.



    Guerra Junqueiro

    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
    Guerra Junqueiro
    Nome completo Abílio Manuel Guerra Junqueiro
    Nascimento 15 de setembro de 1850
    Ligares, Freixo de Espada à Cinta, Portugal
    Morte 7 de julho de 1923 (72 anos)
    Lisboa, Portugal
    Nacionalidade português
    Ocupação Político, jornalista, escritor, poeta, diplomata
    Magnum opus Prosas dispersas
    Assinatura
    Guerra Junqueiro signature.svg



    Abílio Manuel Guerra Junqueiro GCSE (Freixo de Espada à Cinta, Ligares, 15 de setembro de 1850Lisboa, 7 de julho de 1923) foi alto funcionário administrativo, político, deputado, jornalista, escritor e poeta português.[1]

     Foi o poeta mais popular da sua época e o mais típico representante da chamada "Escola Nova". Poeta panfletário, a sua poesia ajudou a criar o ambiente revolucionário que conduziu à implantação da República.[2]

     Foi entre 1911 e 1914 o embaixador de Portugal na Suíça (o título era "ministro de Portugal na Suíça"). Guerra Junqueiro formou-se em direito na Universidade de Coimbra.

     

     

    Biografia

     

    Nasceu em Ligares, freguesia do concelho de Freixo de Espada à Cinta a 15 de setembro de 1850, filho do negociante e lavrador abastado José António Junqueiro Júnior e de sua mulher Ana Maria do Sacramento Guerra. A mãe faleceu quando Guerra Junqueiro contava apenas 3 anos de idade.[1]

     
    Estudou os preparatórios em Bragança, matriculando-se em 1866 no curso de Teologia da Universidade de Coimbra.

     Compreendendo que não tinha vocação para a vida religiosa, dois anos depois transferiu-se para o curso de Direito. Terminou o curso em 1873.

    Entrando no funcionalismo público da época, foi secretário-geral do Governador Civil dos distritos de Angra do Heroísmo e de Viana do Castelo.

    Em 1878, foi eleito deputado pelo círculo eleitoral de Macedo de Cavaleiros.

    A 12 de fevereiro de 1920, foi agraciado com o grau de Grã-Cruz da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.[3]

     

    Obra literária

     

    Guerra Junqueiro iniciou a sua carreira literária de maneira promissora em Coimbra no jornal literário A Folha[4], dirigido pelo poeta João Penha, do qual mais tarde foi redator. Aqui cria relações de amizade com alguns dos melhores escritores e poetas do seu tempo, grupo geralmente conhecido por Geração de 70.[2]
     
    Guerra Junqueiro desde muito novo começou a manifestar notável talento poético, e já em 1868 o seu nome era incluído entre os dos mais esperançosos da nova geração de poetas portugueses. No mesmo ano, no opúsculo intitulado "O Aristarco português", apreciando-se o livro "Vozes sem eco", publicado em Coimbra em 1867 por Guerra Junqueiro, já se prognostica um futuro auspicioso ao seu autor.


    Lista de Obras

     

    •  
    • Viagem À Roda Da Parvónia
    •  
    • A Morte De D. João (1874)
    •  
    • Contos para a Infância (1875) (eBook)
    •  
    • A Musa Em Férias (1879)
    •  
    • A velhice do padre eterno (1885) (eBook)
    •  
    • Finis Patriae (1890)
    •  
    • Os Simples (1892) (eBook)
    •  
    • Oração Ao Pão (1903)
    •  
    • Oração À Luz (1904)
    •  
    • Gritos da Alma (1912)
    •  
    • Pátria (1915) (eBook)
    •  
    • Poesias Dispersas (1920)
    •  
    • Duas Paginas Dos Quatorze Annos (eBook)
    •  
    • O Melro (eBook)
    No Porto, na mesma data,
    aparecia outra obra, "Baptismo de amor", acompanhada dum preâmbulo escrito por Camilo Castelo Branco; em Coimbra publicara Guerra Junqueiro a "Lira dos catorze anos", volume de poesias; e em 1867 o poemeto "Mysticae nuptiae"; no Porto a casa Chardron editara-lhe em 1870 a "Vitória da França", que depois reeditou em Coimbra em 1873.[1]




     
    Em 1873, sendo proclamada a República em Espanha, escreveu ainda nesse ano o veemente poemeto "À Espanha livre".

    Em 1874 apareceu o poema "A morte de D. João", edição feita pela casa Moré, do Porto, obra que alcançou grande sucesso. Camilo Castelo Branco consagrou-lhe um artigo nas Noites de insónia, e Oliveira Martins, na revista "Artes e Letras".


    Indo residir para Lisboa foi colaborador em prosa e em verso, de jornais políticos e artísticos, como A Lanterna Mágica[5] [6] e O António Maria[7] (1879-1885;1891-1898), com a colaboração de desenhos de Rafael Bordalo Pinheiro[1]. Em 1875 escreveu o "Crime", poemeto a propósito do assassínio do alferes Palma de Brito;

     a poesia "Aos Veteranos da Liberdade"; e o volume de "Contos para a infância".

     No "Diário de Notícias" também publicou o poemeto Fiel e o conto Na Feira da Ladra.

     Em 1878 publicou em Lisboa o poemeto Tragédia infantil.

     Colaborou em diversas publicações periódicas, nomeadamente:

     Atlantida[8] (1915-1920)

    , Branco e Negro [9] (1896-1898),

     Brasil Portugal [10] [11] [12] (1899-1914),

     A Crónica [13], Ilustração [14] [15] (1884-1892),

     A Illustração Portugueza [16] [17] [18] (1884-1890),

     Ilustração Universal [19] (1884-1885),

     A Imprensa [20] [21] [22] (1885-1891),

     Jornal do domingo (1881-1888),

     A Leitura [23] (1894-1896),

     Luz e Vida [24] (1905),

     A Mulher [25] [26] (1879)


    , O Occidente [27] [28] (1878-1915)

     , Renascença [29] [30] (1878-1879?),

     O Pantheon [31] (1880-1881),

     A Republica Portugueza [32] (1910-1911),

     Ribaltas e Gambiarras [33] (1881),

     Serões (1901-1911),

     Azulejos [34] [35] (1907-1909),

     na Revista de turismo [36] iniciada em 1916 e no periódico O Azeitonense [37] (1919-1920).


    Uma grande parte das composições poéticas de Guerra Junqueiro está reunida no volume que tem por título A musa em férias, publicado em 1879.

     Neste ano também saiu o poemeto O Melro, que depois foi incluído na Velhice do Padre Eterno, edição de 1885. Publicou Idílios e Sátiras, e traduziu e colecionou um volume de contos de Hans Christian Andersen e outros.[2]

     
    Após uma estada em Paris, aparentemente para tratamento de doença digestiva contraída durante a sua estada nos Açores, publicou em 1885 no Porto A velhice do Padre Eterno, obra que provocou acerbas réplicas por parte da opinião clerical, representada na imprensa, entre outros, pelo cónego José Joaquim de Sena Freitas.

     Polémico no que diz respeito à religião, outros escritos de cariz anticlerical da sua autoria foram encontrados em publicações periódicas como A Lucta [38] e A Luz [39] [40] [41] [42] [43] [44] (1919-1921).


    Quando se deu o conflito com a Inglaterra sobre o "mapa cor-de-rosa", que culminou com o ultimato britânico de 11 de janeiro de 1890, Guerra Junqueiro interessou-se profundamente por esta crise nacional, e escreveu o opúsculo Finis Patriae, e a Canção do Ódio, para a qual Miguel Ângelo Pereira escreveu a música. Posteriormente publicou o poema Pátria.

     Estas composições tiveram uma imensa repercussão, contribuindo poderosamente para o descrédito das instituições monárquicas.[2]
     

    Cronologia

     

    • 1850: Nasce no lugar de Ligares, Freixo de Espada à Cinta;
    • 1864: «Duas páginas dos quatorze anos»;
    • 1866: Frequenta o curso de Teologia na Universidade de Coimbra;
    • 1867: «Vozes Sem Eco»;
    • 1868: «Baptismo de Amor». Matricula-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra;
    • 1873: «Espanha Livre». Colaboração de Guerra Junqueiro em «A Folha» de João Penha. É bacharel em Direito;
    • 1874: «A Morte de D. João»;
    • 1875: Primeiro número de «A Lanterna Mágica» em que colabora;
    • 1878: É nomeado Secretário Geral do Governo Civil em Angra do Heroísmo;
    • 1879: «A Musa em Férias» e «O Melro». Adere ao Partido Progressista. É transferido de Angra do Heroísmo para Viana do Castelo e eleito para a Câmara dos Deputados;
    • 1880: Casa a 10 de fevereiro com Filomena Augusta da Silva Neves. A 11 de novembro nasce a filha Maria Isabel;
    • 1881: Nasce a filha Júlia. Interditada por demência vem a ser internada no Porto;
    • 1885: «A Velhice do Padre Eterno». Criação do movimento «Vida Nova» do qual Guerra Junqueiro é simpatizante;
    • 1887: Segunda viagem de Guerra Junqueiro a Paris;
    • 1888: Constitui-se o grupo «Vencidos da Vida». «A Legítima»;
    • 1889: Falece a sua esposa, Filomena Augusta Neves, facto que lamentará até ao fim dos seus dias.
    • 1890: «Finis Patriae». Guerra Junqueiro é eleito deputado pelo círculo de Quelimane;
    • 1895: Vende a maior parte das coleções artísticas que acumulara;
    • 1896: «A Pátria». Parte para Paris;
    • 1902: «Oração ao Pão»;
    • 1903: Reside em Vila do Conde;
    • 1904: «Oração à Luz»;
    • 1905: Visita a Academia Politécnica do Porto e instala-se nesta cidade;
    • 1908: É candidato do Partido Republicano pelo Porto;
    • 1910: É nomeado Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário da República Portuguesa junto da Confederação Suíça, em Berna;
    • 1911: Homenagem a Guerra Junqueiro no Porto;
    • 1914: Exonera-se das funções de Ministro Plenipotenciário;
    • 1920: «Prosas Dispersas»;
    • 1923: Morre a 7 de julho em Lisboa.
    • 1966: O seu corpo é solenemente trasladado para o Panteão Nacional da Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa, numa cerimónia ocorrida para homenagear também outras ilustres figuras portuguesas entre os dias 1 e 5 de dezembro. Antes disso, encontrava-se no Mosteiro dos Jerónimos.

    Referências

     


     

    Ver também

     

     

    Ligações externas

     

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  1. «Abílio Manuel Guerra Junqueiro». Brasil Escola. Consultado em 7 de julho de 2012

  2. «Abílio Manuel Guerra Junqueiro». dec.ufcg.edu.br. Consultado em 7 de julho de 2012. Arquivado do original em 18 de outubro de 2012

  3. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Guerra Junqueiro". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 19 de julho de 2019

  4. «"Amores" in A Folha, nº 2, 1868 página 16» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 19 de junho de 2017

  5. Álvaro de Matos (6 de Junho de 2014). «Ficha histórica: A Lanterna Mágica (1875).» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 20 de Junho de 2014

  6. «"Benção da locomotiva" in Lanterna Mágica , nº 2, 22 de maio 1875, página 10». Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 26 de junho de 2017

  7. Rita Correia (27 de Outubro de 2006). «Ficha histórica: O António Maria (1879-1885;1891-1898).» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 12 de Maio de 2014

  8. Rita Correia (19 de Fevereiro de 2008). «Ficha histórica: Atlantida: mensário artístico, literário e social para Portugal e Brasil» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de Junho de 2014

  9. Rita Correia (1 de Fevereiro de 2012). «Ficha histórica: Branco e Negro : semanario illustrado (1896-1898)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 21 de Janeiro de 2015

  10. «"No Chiado" in Brasil-Portugal, nº 290, 16 de fevereiro de 1911, página 31-32». Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 26 de junho de 2017

  11. «"[Quem dá ais...]" in Brasil-Portugal, nº 329, 1 de outubro de 1912, página 651». Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 18 de julho de 2017

  12. «"A Dôr" in Brasil-Portugal, nº 324, 16 de julho de 1912, página 562». Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 18 de julho de 2017

  13. «"Manhã" in A Crónica , nº 36, março 1901, página 3» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 18 de julho de 2017

  14. «"Na praia" in Ilustração , nº 10, 20 de setembro 1884, página 147» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 23 de junho de 2017

  15. «"Adoração" in Ilustração , nº 19, 5 de outubro 1885, página 295» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 23 de junho de 2017

  16. Rita Correia. «Ficha histórica: Ilustração Portuguesa (1884-1890)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 27 de Janeiro de 2015

  17. «"A vala comum" in Ilustração Portuguesa, nº 8, 7 de setembro 1885, página 3». Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 23 de junho de 2017

  18. «"A minha mãe" in Ilustração Portuguesa, nº 2, 27 de junho de 1885, página 6». Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 18 de julho de 2017

  19. «"Flor da noite" in Ilustração Universal, 23 de fevereiro 1884, página 23» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 23 de junho de 2017

  20. Helena Bruto da Costa (11 de janeiro de 2006). «Ficha histórica:A imprensa : revista scientifica, litteraria e artistica (1885-1891)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 21 de abril de 2015

  21. «"A.L." in A Imprensa, nº 34-35 , 1888, página 79». Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 22 de junho de 2017

  22. «"[Acre aroma...]" in A Imprensa, nº 47 , 1888, página 184». Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 22 de junho de 2017

  23. Catálogo BLX. «A Leitura : magazine literário(1894-1896) – registo bibliográfico.». Consultado em 18 de setembro de 2016

  24. Rita Correia (5 de maio de 2015). «Ficha histórica:Luz e Vida: revista mensal de sociologia, arte e crítica (1905)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 16 de maio de 2016

  25. Helena Roldão (6 de Março de 2013). «Ficha histórica: A Mulher (1879).» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 12 de Janeiro de 2015

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  27. Rita Correia (16 de Março de 2012). «Ficha histórica:O occidente : revista illustrada de Portugal e do estrangeiro (1878-1915)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 4 de Janeiro de 2015

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  29. Helena Roldão (3 de outubro de 2013). «Ficha histórica: A renascença : orgão dos trabalhos da geração moderna» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 31 de março de 2015

  30. «"A um artista" in A Renascença, nº 103 , maio-julho 1878 página 103». Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 22 de junho de 2017

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  34. Rita Correia (3 de Novembro de 2016). «Ficha histórica: Azulejos : semanario illustrado de sciencias, lettras e artes (1907-1909)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 28 de novembro de 2016

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  39. «"[Ó Jesuítas...]" in A Luz, 20 de julho de 1920, página 2» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 26 de junho de 2017

  40. «"O Genesis" in A Luz, 20 de dezembro de 1920, página 3» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 19 de julho de 2017

  41. «"Dinheiro de São Pedro" in A Luz, 6 de janeiro de 1921, página 3» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 19 de julho de 2017

  42. «"Parasitas" in A Luz, 20 de janeiro de 1920, página 3» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 19 de julho de 2017

  43. «"Baptismo" in A Luz, 20 de dezembro de 1919, página 3» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 19 de julho de 2017