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31.1.18

FÓSSEIS QUE NOS SÃO FURTADOS



 Li hoje no Jornal I

UM VESTÍGIO DE UMA PLANTA


Portugal tem estado a perder muitos fósseis de plantas que são levados por investigadores de outros países para o estrangeiro.

A denúncia é feita ao i por um paleontólogo da Universidade do Algarve.

 A lei não prevê a proteção deste tipo de património, avisa. E Portugal teria muito a proteger: tem vestígios que datam de há mil milhões de anos e exemplares das primeiras plantas com flor

Há fósseis portugueses a serem levados para outros países.

 O alerta é feito ao i por Mário Miguel Mendes, investigador do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve (UAlg), para quem esta é uma matéria “extremamente sensível” que coloca em causa “valores naturais e culturais relevantes”.
O problema é facilmente identificável.

 Portugal, explica o investigador, tem condições “excelentes” para o estudo da evolução da flora, reconhecidas quase em todo o mundo. “Essas características têm
despertado a curiosidade e o interesse de investigadores de outros países”, continua.


É da Alemanha, França, Suíça, Suécia e Japão que mais investigadores se têm deslocado ao território português, conseguindo, com o apoio de cartas geológicas ou de GPS, “aceder às nossas jazidas e recolher material que transportam para os respetivos países de origem”.

A questão é que, em Portugal, ao contrário do que acontece com os vestígios arqueológicos, não há legislação que proteja as descobertas feitas no âmbito da paleontologia – ciência que estuda os fósseis de animais e plantas. Por isso, nada impede os investigadores estrangeiros de continuarem a transportar para os seus países fósseis que são património português.

A proteção adiada Mário Miguel Mendes recorda que, em tempos, a proteção e promoção do património paleontológico esteve na agenda do governo.

“No governo de António Guterres, o ministro da Ciência e Tecnologia, José Mariano Gago, tentou fazer algo nesse sentido”, nota. Foi então criado um grupo de trabalho que registou “inúmeras recomendações sobre esta temática”. António Guterres, contudo, viria a demitir-se e nada se fez.

O novo governo, nas mãos de Durão Barroso, promulgou a lei n.o 107/2001, que se debruça “en passant”, diz o investigador, sobre o património paleontológico português.

 E, de facto, assim é: ainda que reconheça o seu valor patrimonial, a lei não estabelece qualquer proteção legal a esse tipo de património.

Lá fora, países há que valorizam o seu património paleontológico.

 É o caso do Brasil onde, como recorda Mário Miguel Mendes, durante anos ocorreu tráfico e comercialização de fósseis raríssimos extraídos das entranhas da bacia do Araripe.

 “A maior parte desses fósseis eram transportados para a Europa e o Museu de História Natural de Berlim, por exemplo, possui uma coleção riquíssima de vegetais fósseis oriundos da região do Cariri”.

 Consciente disso, o governo brasileiro proibiu “a exportação e comercialização de fósseis”, ao mesmo tempo que a polícia federal tem vindo a desenvolver um importante trabalho “no âmbito do tráfico de fósseis”, acrescenta o investigador.

Uma viagem ao passado Portugal é um local particularmente frutífero para a investigação de fósseis na evolução da flora.

 Mas porque é assim? Mário Miguel Mendes explica que o país “tem uma geologia com características que possibilitam acompanhar as principais etapas de evolução das plantas”. Em território português é possível encontrar rochas que datam do Proterozoico Superior, há 1000--542 milhões de anos.


O investigador leva-nos de volta ao passado, como quem conta uma história.


 Há cerca de 320 milhões de anos, Portugal começava a ser povoado por cordilheiras de montanhas com lagos, habitat de vários tipos de vegetação.

 “Havia cavalinhas gigantes (Calamites) e plantas afins de licopódios e selaginelas atuais mas de porte arbóreo (Sigillaria, Lepidodendron), a par de coníferas que lembravam araucárias.

 Os fetos eram particularmente abundantes e diversificados”, descreve Mário Miguel Mendes.

Depois, as colisões dos continentes constituíram o supercontinente Pangeia e resultaram em alterações no clima. Estas alterações tiveram consequências para a vegetação: no final do Paleozoico, há cerca de 300 milhões de anos, muitas plantas extinguiram-se e perto de 90% dos seres vivos desapareceram.

Entretanto, no Triásico – há 225 milhões de anos –, “as plantas foram povoando as imensas áreas continentais semidesérticas”, prossegue Mário Miguel Mendes. No Jurássico – há 200-150 milhões de anos –, “as coníferas dominavam a vegetação arbórea”.

Há 140 milhões de anos, no Cretácico, desenvolviam-se plantas que se acredita relacionarem-se com as primeiras angiospérmicas – plantas com flor –, “que hoje dominam todos os ambientes terrestres”.

 No seio da comunidade científica, esta súbita ocorrência foi motivo de espanto ao longo de gerações. Charles Darwin, por exemplo, considerava o fenómeno “um mistério abominável”. Hoje, sabe-se que o desenvolvimento das plantas com flor terá acompanhado a evolução dos insetos.

Tesouros por descobrir

Portugal é especialmente rico em vestígios desse período.

 “A flora cretácica portuguesa é extremamente rica”, nota o investigador. “Tem características que permitem acompanhar a evolução florística desde o Cretácico Inferior – com predomínio dos fetos, coníferas, ginkgos, cycas, Bennettitales e outros grupos de plantas já extintos – até ao Cretácico Superior, quando as angiospérmicas colonizaram praticamente todos os ecossistemas terrestres”, continua.

E porque é interessante para a ciência estudar a flora fóssil? “As plantas são organismos extremamente sensíveis às alterações climáticas em escala continental” e refletem as modificações do ambiente terrestre.

 Por isso, o estudo das plantas fósseis tem “grande interesse”, pois permite verificar “anomalias de temperatura e de precipitação”, explica Mário Miguel Mendes.

O processo No trabalho de campo, ao descobrir-se um novo fóssil, a paragem seguinte é o laboratório. As amostras de sedimento recolhidas começam por ser submetidas a ataques químicos com ácidos “a fim de eliminar toda a fração mineral”, explica o investigador.


As amostras são depois lavadas com água destilada, tarefa que se estende por duas a três semanas “devido à existência de restos vegetais incarbonizados (carvão)”.

O objetivo é, no final, obter “resíduo palinológico (relativo a palinologia, ramo da botânica que estuda o pólen e os esporos, recentes ou fossilizados), onde se encontram os esporos (partícula reprodutora das plantas) e os pólenes”.

Nem os esporos nem os pólenes podem ser observados à vista desarmada. Por isso, os investigadores recorrem a um microscópio ótico. Os pólenes e esporos identificados durante a observação são então “identificados e fotografados”.

A par do microscópio ótico, os investigadores recorrem também ao microscópio eletrónico de varrimento, que lhes permite observar “as ultraestruturas (estrutura detalhada) dos espécimes”. Também essas são identificadas e fotografadas.


Novas descobertas


A par do trabalho desenvolvido no Centro de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Algarve, centrado na investigação e análise da flora fóssil, Mário Miguel Mendes tem vindo a colaborar também com outras equipas e a fazer várias descobertas na área da paleontologia ao longo dos últimos anos.

A mais recente foi revelada ao mundo em junho de 2017, num artigo em coautoria com Else Marie Friis e Kaj Pedersen publicado na revista científica “Grana”: é uma nova flor, Paisia pantoporata, e foi recolhida na jazida de Catefica, perto de Torres Vedras.

A nova flor é uma descoberta importante porque, como explica ao i Mário Miguel Mendes, os investigadores acreditam “tratar-se de uma flor pertencente a uma linhagem já extinta.

É a primeira flor do Cretácico Inferior de Portugal, descrita até ao momento, que apresenta pólenes pantoporados (designação que diz respeito à estrutura da parede dos grãos de pólen, com pequenos espinhos e perfurações)”.

 Os nomes são complicados mas, para quem trabalha nesta área, são valores que importa proteger.


A equipa acredita que a organização floral do fóssil “e a presença de pólenes pantoporados sugere afinidade com as Ranunculales (ordem dentro das angiospérmicas, plantas com flor)”.

Roubo de fósseis *

Aproveita-se este post para falar sobre um roubo de fósseis expostos num museu nos Estados Unidos - o Smithsonian's National Museum of Natural History, de Washington, D.C., USA - visto que ainda ninguém conseguiu saber o paradeiro deles e o mais provável e nunca mais os recuperarem.
 
 Envio o link, retirado de e-mail da mailing-list da GEOPOR (autoria Pedro Viegas) para verem os fósseis em questão e se alguma vez se depararem com eles, estarem familiarizados com o conteúdo roubado.



Este assunto é da máxima importância, pois continua-se a utilizar muito o material fóssil nas exposições em vez de réplicas! 
 
O que é muito perigoso, como já foi mais que demonstrado em vários acidentes, expl: Incêndio no Museu de História Natural de Lisboa, Terramotos, Inundações, etc...


Tem que se investir na replicação do material a ser exposto para que casos como este não continuem a acontecer. *

http://www.nmnh.si.edu/paleo/stolen_specimens/

* Extraído do Blogue " Geopedrados "


15.1.18

LORD BYRON. A SUA VIDA



Lord Byron descreveu-a assim na " Peregrinação  de Childe Harold ".

" Mosteiros suspensos de horridos penedos;

 sobros seculares em volta de precipícios vestidos de musgo, que o ardor do sol crestou;
 arbustos gotejando à sombra no vale profundo;

 o azul suave de um mar tranquilo; aureos pomos em viridentes ramos, torrentes que se despenham das cristas da serra, no alto as vinhas, cá em baixo as ramas dos salgueiros... Forma tudo um quadro maravilhoso de variada beleza ! "

SERRA DE SINTRA ( No alto o Palácio da Pena " ( Foto de J.P.L. Janeiro de 2018 )
O Muito Honorável
Lorde Byron
BYRON ( Thomas Philips ano de 1813 )

Nome completo George Gordon Byron
Nascimento 22 de janeiro de 1788
Londres, Inglaterra
Morte 19 de abril de 1824 (36 anos)
Mesolóngi, Etólia, Império Otomano
(atual Etólia-Acarnânia, Grécia)
Nacionalidade inglês
Progenitores Mãe: Catherine Gordon
Pai: John "Mad Jack" Byron
Parentesco John Byron (avô)
Cônjuge Anne Isabella Milbanke
(c. 1815; div. 1816)
Filho(s) Ada Lovelace
Allegra Byron
Elizabeth Medora Leigh (presumivelmente)
Educação Harrow School (1801–1805)
Alma mater Trinity College (1805–1808)
Ocupação poeta, pariato, político
Assinatura
Autograph-LordByron.png


George Gordon Byron, 6º Barão Byron FRS (Londres, 22 de janeiro de 1788Missolonghi, 19 de abril de 1824), conhecido como Lord Byron, foi um poeta britânico e uma das figuras mais influentes do romantismo.
 Entre os seus trabalhos mais conhecidos estão os extensos poemas narrativos Don Juan, A Peregrinação de Childe Harold e o curto poema lírico She Walks in Beauty.

Byron é considerado um dos maiores poetas britânicos,[1]  e permanece vastamente lido e influente. Ele percorreu toda a Europa, especialmente Itália, onde viveu durante sete anos.

 No fim da vida, Byron juntou-se à Guerra de independência da Grécia contra o Império Otomano, motivo pelo qual muitos gregos reverenciam-no como um herói nacional.[2] Morreu aos trinta e seis anos de idade de uma febre contraída em Missolonghi.

 Muitas vezes descrito como o mais extravagante e notório dos maiores poetas românticos, Byron foi tanto festejado quanto criticado em sua vida pelos excessos aristocráticos, incluindo altas dívidas, numerosos casos amorosos com homens e mulheres (como, por exemplo, com a meia-irmã da escritora Mary Shelley, Claire Clairmont), além de boatos de uma relação escandalosa com sua meia-irmã, auto-exílio[3] e bissexualidade[4] sendo também um dos primeiros escritores a descrever os efeitos da maconha.

[carece de fontes]
Segundo consta, a causa da morte parece ter sido uremia, complicada por febre reumática[carece de fontes].

 Sua filha, Ada Lovelace, colaborou com Charles Babbage para o engenho analítico, sendo considerada assim a mãe da ciência da computação.

 

 

Primeiros anos

 

Mayne afirma que George Gordon Byron nasceu em 22 de janeiro de 1788 em Londres[5]  e outra fonte afirma ter sido em Dover.[6] Era filho do capitão John "Mad Jack" Byron e sua segunda esposa, Catherine Gordon.

Conta-se que John Byron era um soldado violento e que acumulava monstruosas dívidas, fato que, dentre outros, rendeu-lhe o apelidou de “Jack Louco”.

 O pai de Byron seduzira anteriormente a Marquesa de Carmarthen com quem se casou depois que esta se divorciou de seu marido.

 O tratamento que ele lhe conferia foi considerado "brutal e vicioso" e ela morreu após o nascimento de duas filhas, das quais apenas a primeira sobreviveu: a meia-irmã de Byron, Augusta.[7]
 
Logo depois da morte de lady Conyers, John Byron foi “afogar suas mágoas” em Bath, um balneário em moda na época.

 Lá conheceu Catherine de Gight, uma órfã e herdeira escocesa.
. Catherine era feia: pequena, gorda, com pele corada demais e nariz comprido.

Porém, possuía algo em que John Byron se interessava: era herdeira de 23 mil libras, destas, três mil liquidas e o resto representado pela propriedade de Gight, direitos de pescas de salmão e ações de um banco em Aberdeen.

 

 

A família Byron

 

Ethel Colburn Mayne afirma que George Gordon Byron nasceu em 22 de janeiro de 1788, em uma casa na rua 24 Holles, em Londres.[5]

 Seu local de nascimento agora está ocupado por uma filial de departamentos John Lewis.[8]

 No entanto, Robert Charles Dallas em suas Recollections afirma que Byron nasceu na rua Dover.[9]

 Filho do capitão John "Mad Jack" Byron com sua segunda esposa, a antiga Catherine Gordon (1811), descende do cardeal Beaton e é herdeira da propriedade Gight em Aberdeenshire, na Escócia.[10]

 O pai de Byron já havia seduzido a marquesa de Carmarthen que, após se divorciar do marido, casou se com o capitão.

Seu tratamento foi descrito como "brutal e vicioso", e ela morreu depois de ter dado à luz a duas filhas, sobrevivendo apenas uma, a meia-irmã de Byron, Augusta.[7]

 Para reivindicar a propriedade de sua segunda esposa na Escócia, o pai de Byron adicionou "Gordon" a seu nome, tornando-se "John Byron Gordon" que, ocasionalmente foi chamado "John Byron Gordon de Gight".

 O próprio Byron usou esse sobrenome por um tempo e foi registrado na escola em Aberdeen como "George Byron Gordon".

Com a idade de 10 anos, ele herdou a Baronha inglesa de Byron de Rochdale, tornando-se "Lord Byron" e, eventualmente, desprendeu se do sobrenome duplo.

Os avós paternos de Byron foram o vice-almirante Hon. John "Foulweather Jack" Byron e Sophia Trevanion[11].

John Byron tinha circunavegado o globo e era o irmão mais novo do 5º Barão Byron, conhecido como "o Senhor malvado".

Ele foi batizado na paróquia de Santa Marylebone como "George Gordon Byron", depois de seu avô materno George Gordon de Gight, um descendente de Jaime I da Escócia, que se suicidou [12] em 1779.

Capitão "Mad Jack" Byron casou-se com sua segunda esposa pelo mesmo motivo que ele se casou com a primeira: a fortuna dela.[13]

 A mãe de Byron teve que vender sua terra e o seu título para pagar as dívidas de seu novo marido e, no espaço de dois anos, a grande propriedade, que valia cerca de 23.500 libras esterlinas, havia sido desperdiçada, deixando a ex-herdeira com uma renda anual em confiança de apenas 150 libras.[14]

 Em uma mudança para evitar seus credores, Catherine acompanhou seu marido devasso à França em 1786, mas voltou à Inglaterra no final de 1787 para dar à luz em solo inglês. Ele nasceu em 22 de janeiro no alojamento em Holles Street, em Londres.

Catherine voltou à Aberdeenshire em 1790, onde Byron passou sua infância.[12]

 Seu pai logo se junta a eles ao alojamento na rua Queens, mas o casal logo se separara. Catherine regularmente tinha mudanças de humor e crises melancólicas,[12] que poderiam explicar a razão de seu marido continuar pegando dinheiro emprestado. Como resultado, as dividas ainda pioraram por causa dele.

 Foi um desses empréstimos importunos que lhe permitiram viajar para Valenciennes, na França, onde morreu em 1791.[15]
 
Quando o tio avô de Byron, o "perverso" Lord Byron, morreu em 21 de maio de 1798, o menino de 10 anos tornou-se o 6º Baron Byron de Rochdale e herdou a casa ancestral, Newstead Abbey, em Nottinghamshire. Sua mãe o levou orgulhosamente para a Inglaterra, porém a Abadia estava em um estado embaraçoso e, ao invés de morar lá, decidiu mudá-lo a Lord Gray de Ruthyn, entre outros, durante a adolescência de Byron.

Descrita como "uma mulher sem julgamento e auto comando", Catherine mimou e entregou seu filho ou o irritou com sua ternura caprichosa. Seu hábito de beber o enojava, e ele por vezes zombava dela, chamando-a de baixinha e gordinha, e, deste modo, tornou difícil sua educação. Ela uma vez o retaliou em um ataque de nervos e referiu-se a ele como "um pirralho coxo".[7]
 
No entanto, o biógrafo de Byron Doris Langley Moore em seu livro publicado em 1974 (Contas Prestadas), descreve uma visão mais simpática da Sra Byron, mostrando como ela era uma apoiante firme de seu filho, ao ponto de sacrificar suas já escassas economias para mantê-lo em Harrow e Cambridge.

Langley Moore questiona John Galt alegando que ela entregou-se ao álcool.

Após a morte de Judith Noel, sogra de Byron, a secretária honorária Milbanke, em 1822, exigiu que ele mudasse seu sobrenome para "Noel" para herdar metade de sua propriedade. Assim, obteve uma autorização real que lhe permitiu usar apenas o sobrenome de Noel.

 Essa autorização também permitiu escrever o sobrenome de Noel antes de todos os títulos de honra, e, a partir desse momento, começou a assinar como "Noel Byron" (assinatura usual de um nobre, sendo apenas a nobreza, ou seja, simplesmente como "Byron").

 Suas iniciais seriam lidas então como "N.B.", imitando as de seu herói, Napoleão Bonaparte. Após isso, Lady Byron conseguiu se tornar baronesa de Wentworth, tornando-se "Lady Wentworth".

 

 

A influência dos monges

 

O quarto lorde Byron, que viveu no século XVII, teve dois filhos que iriam marcar pela eternidade as influências negativas dos monges sobre a família:

 O mais velho, quinto lorde Byron, teve seu destino marcado pelo assassinato que cometeu.

 Ele estava em uma taverna, conversando sobre caça, quando iniciou uma ignóbil discussão com Chaworth, que havia debochado do quinto lorde por suas desvantagens de caça.

Ambos enfrentaram-se, e Chaworth foi rasgado pela espada de Byron.

 O quinto e desgraçado lorde Byron foi julgado e absolvido.

 Porém carregou consigo o eterno peso de ser encarado como um assassino.

 Talvez, por isso, tenha desenvolvido um comportamento estranho durante sua vida, o mesmo comportamento que o qualificou com o apelido de “lorde mau”.

Durante a noite, ele abria as represas dos rios para destruir as usinas de fiação; esvaziava os lagos dos vizinhos; mandou construir na margem de seu lago dois pequenos fortes de pedra, e mantinha uma frota de barcos de brinquedo, os quais fazia flutuar no lago;

 organizava sobre seu próprio corpo corridas de grilos que, segundo seus criados, obedeciam-no.

Já seu irmão (avô do Byron poeta) não conseguia fugir da semelhante sina. “Jack Mau-Tempo”, como era chamado, era um azarado almirante, que morreu como vice-almirante em 1786.

 Seu apelido não era ocasional.
 Diziam que toda vez que Byron preparava o barco e posicionava-se sobre ele, uma forte tempestade armava-se. “Jack Mau-Tempo” teve dois filhos: o mais velho, John, pai do Byron poeta, era soldado. O segundo, Georges Anson, marinheiro.

 

 

O nascimento e casamento com Catherine de Gight

 

Apesar de bem nascida, Catherine era herdeira de uma família que carregava em sua história trágicos acontecimentos.

 Os Gordon, representados pelo primeiro senhor de Gight, sir William Gordon, eram realmente marcados por sinas: William Gordon morreu afogado, Alexandre Gordon assassinado, John Gordon enforcado, e por aí segue.

 Os membros da família possuíam um temperamento semelhante aos bárbaros. Bastava alguém se intrometer em seus caminhos, que de imediato eram atacados e mortos pelos mesmos.

A ira dos Gordon não foi suficiente para impedir o casamento de Catherine com John. Desse casamento, marcado pela desgraça, nasce George Gordon Byron, o poeta que mudaria as vertentes dos movimentos literários e submeteria fiéis seguidores às suas peripécias.

Não demorou muito para a rica Catherine, se submeter às perdas irreparáveis possibilitadas pelo marido. John tratou de gastar não só a fortuna liquida, como todos os bens de Catherine.

 Como se não bastasse, o mesmo tinha amantes por todos os cantos, maltratava Catherine, era audacioso para conquista de suas vontades e viveu muito bem! Até morrer às mínguas: John suicidou-se pela miséria que o mesmo construiu.

Tal miséria não era apenas uma consequência subjetiva, ela se alastrou também à vida de Catherine. Foi essa a herança deixada por John Byron, até então.

 

 

George Gordon Byron: o poeta começa a descobrir o mundo

 

Lorde Byron


George Gordon Byron cresceu graças ao sacrifício custoso da sofrida mãe.

 Sozinha, Catherine se desdobrou para criar o pequeno Byron.

Procurou sempre as melhores referências para que Byron fosse alguém melhor que seu pai.

 Porém, não era apenas de virtudes que se esbaldava Catherine: Constantemente, era abordada por um sentimento de ira e infelicidade, os quais descontava em seu filho, batendo-lhe.

 Além da mãe, o pequeno Byron contava com a ira incógnita de sua governanta, cujo nome era May Gray.
Sob o teto de uma criação instável, Byron ainda portava uma pequena enfermidade que o marcaria com forte veemência: ele possuía um defeito em uma das pernas, era coxo.

 Tal defeito foi um obstáculo enorme no desenvolvimento do garoto, que se sentia envergonhado perante os outros. O tratamento, exaustivo, também o irritava muito.

Contudo, os anátemas destinados a esse Byron, não fariam tanto efeito como pensado.

 O garoto possuía características peculiares que o destacavam.

Apaixonou-se por literatura ao primeiro contacto – ainda bem novo – com a história de Caim e Abel contada por um professor de História de sua escola.

Além de tudo, foi conquistando amigos no colégio de maneira bastante surpreendente, cito:

 Uma certa vez, um garoto – primeiro amigo de Byron – apanhava de um tirano marmanjo.

 Byron, com a voz trémula e os olhos cheios de lágrimas, perguntou para o autor, quantos socos pretendia dar em seu amigo.
 Surpreendido, o garoto perguntou o motivo dessa “estúpida” pergunta.

Byron, disse: “Se não se importar, gostaria de receber a metade”.

Byron conquistou, também, o diretor de seu colégio, o doutor Joseph Drury, que – de tanta afeição – ofereceu-se para ensinar latim e grego a Byron.

 O dr. Drury foi um grande condutor do menino Byron, porém ganhou diversos momentos de enxaquecas pela ousadia disciplinar do garoto.

 

 

Polémica

 

Byron havia se irritado com as audácias malignas da mãe. Com isso, resolveu deixar a cidade de Southwell e partiu para Londres.

 Lá, enquanto esperava alcançar a maioridade, Byron decidiu ser poeta, embalado pelos literatos que, durante toda sua adolescência, leu.

Escreveu uma série de poemas e, apoiado por uma amiga de Southwell – cujo nome era Elizabeth – publicou o seu primeiro livro: Horas Ociosas.

Byron havia dedicado grande parte de seu tempo para concretizar o projeto. Deixou ao encargo de Elizabeth a organização e a impressão. Os primeiros exemplares impressos foram distribuídos a amigos e conhecidos.

Logo então, os consequentes exemplares foram entregues às livrarias e propostos a consignação. Byron, ansioso, visitava o máximo possível de livrarias para conferir a vendagem, que por sinal era boa.

Logo, começaram as críticas: as pessoas de Southwell não haviam gostado do livro, faziam críticas frias ao trabalho de Byron e se sentiam ofendidas com suas manifestações de ódio ao lugar (Southwell). Já a crítica se ocupou da duplicidade de opinião de sempre: uns elogiavam, outros arrasavam.

Byron recebia elogios de seus amigos e de familiares distantes. Porém, um aviso sobre um artigo hostil e violento que seria publicado na Revista de Edimburgo – principal órgão liberal escocês, lhe chegou aos ouvidos.

. Ele esperava com grande ansiedade, mas não esperava tanto: “A poesia desse jovem Lorde pertence àquela cuja existência nem Deus e nem os homens admitem. Para diminuir seu crime, o nobre autor apresenta sobretudo o argumento de sua menoridade.

 Provavelmente pretende dizer: vejam como um menor pode escrever! Este poema foi feito por um rapaz de 18 anos... e este por um de 16!...”, e por aí prossegue, com um tom igualmente cruel. Byron ficou arrasado. Pensou em replicar, mas decidiu calar-se – por enquanto.

 Relevou o fato de que todos os escritores passam por isso em suas respectivas carreiras e prosseguiu com a mesma empolgação.

Lorde Byron decidiu partir para uma viagem incógnita, na qual ele pretendia descobrir as belezas dos países vizinhos a Inglaterra.
Visitou vários países e admirou o seu gosto à beleza contrastante entre as obras góticas e as produzidas pela guerra.

 Byron achava lindas as paisagens de uma cidade destruída. Obteve diversas experiências e voltou renovado para Inglaterra.

 Foi, então, convocada sua presença na Câmara dos Lordes para tomar posse de seu cargo. Byron agiu completamente contra as tradições que assolavam a Câmara: primeiro, foi acompanhado apenas de um amigo, enquanto a presença da família nunca deixou de existir como princípio aos lordes.

 Depois, agiu como um indiferente ao receber os cumprimentos do presidente da Câmara. Seu amigo espantou-se ao presenciar tamanha arrogância:

Byron ofereceu ao “presidente” apenas as pontas dos dedos como forma de, segundo ele, “não iludi-lo em relação ao seu possível apoio, pois não o daria a ninguém deste lugar”.

O tempo se passou e o poeta resolveu lançar seu mais novo trabalho: Childe Harold. O livro contava suas aventuras durante a viagem pela Europa e foi concebido pela sociedade como um novo fenômeno literário.

 Byron, de início, não acreditava que seu livro fosse capaz de causar tanto frisson; contudo, foi o que aconteceu. A obra explodiu como uma bomba prestes a iniciar novos tempos na vida de um homem que, por sua vez, estava prestes a viver algo bem mais explosivo que o sucesso: o incesto.
Nasce o Don Juan e a eterna tormenta...

A nova vida se instalava com ares de idolatria.

 Um rei suspenso de seu posto por toda vida e que definitivamente tomava seu devido lugar.

Byron era aclamado em todos os cantos da grande Inglaterra.

 Intelectuais, políticos, artistas e – principalmente – mulheres, proclamavam seu nome em todas as discussões imagináveis.

O pequeno jovem coxo, antes recusado por inúmeras garotas, era então o ideal imaginário de nove entre dez mulheres inglesas.

 Todas fantasiavam suas feições, imaginavam seus dotes e deslumbravam-se aos versos de uma literatura excêntrica e real.

 

 

Morte

 

 

Lorde Byron morreu enquanto lutava na Guerra de independência da Grécia, em 1824, de febres contraídas no campo de batalha.

 Encontra-se sepultado na Igreja de Santa Maria Madalena, Hucknall, Nottinghamshire na Inglaterra.[16]

 

 

Exemplo de poema do autor

 

"Lines Inscribed Upon A Cup Formed From A Skull"
(Lord Byron)
Inglês
"Versos Inscritos numa Taça Feita de um Crânio"
(Tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos)
Português
"Start not—nor deem my spirit fled: In me behold the only skull From which, unlike a living head, Whatever flows is never dull.
I lived, I loved, I quaffed like thee; I died: let earth my bones resign: Fill up—thou canst not injure me; The worm hath fouler lips than thine.
...

Where once my wit, perchance, hath shone, In aid of others' let me shine; And when, alas! our brains are gone, What nobler substitute than wine?
Quaff while thou canst; another race, When thou and thine like me are sped, May rescue thee from earth's embrace, And rhyme and revel with the dead.
Why not—since through life's little day Our heads such sad effects produce? Redeemed from worms and wasting clay, This chance is theirs to be of use."
"Não, não te assustes: não fugiu o meu espírito
Vê em mim um crânio, o único que existe
Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva,
Tudo aquilo que flui jamais é triste.

Vivi, amei, bebi, tal como tu; morri;
Que renuncie a terra aos ossos meus
Enche! Não podes injuriar-me; tem o verme
Lábios mais repugnantes do que os olhos teus.

...

Onde outrora brilhou, talvez, minha razão,
Para ajudar os outros brilhe agora eu;
Substituto haverá mais nobre que o vinho
Se o nosso cérebro já se perdeu?

Bebe enquanto puderes; quando tu e os teus
Já tiverdes partido, uma outra gente
Possa te redimir da terra que abraçar-te,
E festeje com o morto e a própria rima tente.

E por que não? Se as frontes geram tal tristeza
Através da existência -curto dia-,
Redimidas dos vermes e da argila
Ao menos possam ter alguma serventia."

5.1.18

LÍRIOS DOS CAMPOS

Parece que este Inverno está a ser muito bom para a reposição da água nos terrenos tão carentes dela deste nosso Portugal continental. Tem chovido alguma " coisa " e tudo parece indicar que tal é para continuar. Vamos a ver...

Olhai, os lírios do campo. ( Foto de J.P.L. )
Esta foto foi obtida num destes dias de Janeiro deste ano de 2018. Área do Cabo Raso.

3.1.18

INVERNIA PORTUGUESA



Descida da temperatura e neve na sexta-feira

Informação Meteorológica Comunicado válido entre 2018-01-02 19:52 e 2018-01-04 19:52 Descida da temperatura e neve na sexta-feira Na sexta-feira, dia 5 de Janeiro, devido à passagem de uma superfície frontal fria, prevê-se a ocorrência períodos de chuva, que será por vezes forte nas regiões Norte e Centro, estendendo-se à região sul ao longo da manhã, e passando a aguaceiros que serão de neve nas terras altas, descendo gradualmente a cota para 600 metros de altitude. Há condições para ocorrência de granizo e trovoada. O vento será moderado a forte de sudoeste, soprando muito forte com rajadas até 90 km/h nas terras altas. Após a passagem da superfície frontal o vento roda para o quadrante oeste, tornando-se forte no litoral, com rajadas até 80 km/h. A partir da tarde de sexta-feira prevê-se ondas de noroeste com 6 a 7 metros de Viana do Castelo ao Cabo de Sagres.Estas condições meteorológicas deverão prolongar-se para sábado, dia em que os aguaceiros serão mais frequentes no litoral. A temperatura deverá descer, devendo-se registar valores abaixo de 0ºC nas terras altas do Norte e Centro na madrugada de sábado, com temperatura máxima abaixo de 14 ºC em Lisboa e Faro, prevendo-se 4 ºC na Guarda.Para mais detalhes sobre a previsão meteorológica para os próximos dias consultar:http://www.ipma.pt/pt/otempo/prev.descritiva/http://www.ipma.pt/pt/otempo/prev.significativaPara mais detalhes sobre avisos meteorológicos consultar:http://www.ipma.pt/pt/otempo/prev-sam/Para mais detalhes para a navegação marítima consultar:http://www.ipma.pt/pt/maritima/boletins/ Ter, 02 Jan 2018

1.1.18

NOVO ANO - 2018

Felicidades  para este  novo ano.

Pôr do Sol no Cabo Raso

2018

2018 É um ano comum do século XXI que começou numa segunda-feira, segundo o calendário gregoriano. A sua letra dominical foi G. A terça-feira de Carnaval ocorre a 13 de fevereiro e o domingo de Páscoa a 1 de abril. Segundo o horóscopo chinês, será o ano do Cão, começando a 16 de fevereiro.