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29.9.23

RADARES METEOROLÓGICOS.

 

Renovação de Radares Centro e Sul

Radar de Coruche2023-09-25 (IPMA)

No âmbito do investimento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR RE-C08-i04.03) - “Meios de prevenção e combate a incêndios rurais – Subinvestimento Rede de radares”, está em curso a renovação e modernização dos Radares de Coruche (Cruz do Leão) e de Loulé (Cavalos do Caldeirão), em funcionamento, respetivamente, desde 1998 e 2005.

Estes radares, de polarização simples, serão integralmente substituídos por radares doppler de polarização dupla. Os novos radares, permitirão melhorar a estimativa da intensidade da precipitação e permitirão a classificação de diferentes tipos de hidrometeoros, tais como chuvisco, chuva, granizo, saraiva e neve.

Os novos sistemas de radar encontram-se em fase de construção e integração na fábrica "Leonardo Germany GmbH", em Neuss, na Alemanha (ver imagem), prevendo-se a sua instalação durante os meses de novembro e dezembro de 2023.

Durante a fase de instalação dos radares e de outros equipamentos associados, designadamente de geradores e sistemas de ar condicionado e ainda, de uma melhoria das instalações técnicas, o IPMA recorrerá à informação da rede de radares da Agência Meteorológica de Espanha (AEMET), sendo que neste âmbito existe um protocolo de intercâmbio de dados de radar, entre ambos os países.

Inserido no mesmo investimento, está em curso a instalação de duas estações meteorológicas automáticas, na proximidade dos sistemas de radares de Coruche e de Loulé, e ainda (até finais de 2023) será reforçada a rede nacional de detetores de trovoada, com a instalação de um detetor de raios em Viana do Castelo e outro em Olhão, assim como a respetiva atualização do sistema de processamento.

Os investimentos financeiros permitirão renovar, reforçar, ampliar e melhorar as redes de observação meteorológica e, portanto, a previsão e a vigilância meteorológicas, sendo a distribuição de montantes a seguinte: radares (2.791.188,00 €), estações meteorológicas automáticas (58.230,00 €) e detetores de raios (169.600,00 €),

Numa época em que os efeitos diretos e indiretos das alterações climáticas se fazem sentir cada vez mais, reconhece-se que após estes investimentos, o IPMA ficará estruturalmente mais bem capacitado, para dar resposta à população e às entidades com responsabilidade nos domínios da segurança e da proteção de vidas e bens.

 

27.9.23

DIZEM ALGUNS QUE ISTO É " BOM TEMPO "

 

Episódio de tempo quente em Portugal continental

Informação Meteorológica Comunicado válido entre 2023-09-27 17:06 e 2023-09-30 23:58

 Episódio de tempo quente em Portugal continental

 A partir de sexta-feira, dia 29 de setembro, o estado do tempo em Portugal continental será influenciado por uma intensa crista anticiclónica localizada sobre a Europa Ocidental, promovendo uma situação de estabilidade atmosférica, à qual se associa o transporte de uma massa de ar quente e seco, com origem no norte de África, até ao território do continente.

Desta forma, prevê-se uma subida generalizada dos valores de temperatura máxima nos dias 29 e 30, sendo que de momento os mesmos já se encontram ligeiramente acima dos valores normais para a época.

 Assim, entre os dias 29 de setembro e 3 de outubro esperam-se valores que deverão ultrapassar os 30° na generalidade do território, exceto alguns locais da faixa costeira, podendo atingir valores até 35-37°C na região Sul e no vale do Tejo. 

Ainda que naturalmente não sejam expectáveis valores absolutos de temperatura máxima comparáveis a episódios ocorridos durante os meses mais quentes, os valores previstos correspondem a anomalias de até cerca de 5-8°C acima aos valores médios habituais para a altura do ano.

Também as temperaturas mínimas irão registar uma subida, podendo ser observadas noites com valores iguais ou superiores a 20°C (noites tropicais) em alguns locais, em especial no litoral da região do Algarve. 

Todavia, e dada a data deste episódio, caracterizada já por noites mais longas, não é expectável a ocorrência generalizada de noites muito quentes, sendo até de esperar nos locais mais abrigados do interior noites frescas com temperaturas mínimas entre 10 a 15°C.Dadas as previsões atuais, espera-se que este episódio persista pelo menos até dia 3 de outubro, havendo maior incerteza na situação meteorológica a partir desse período, em especial no noroeste do território. 

Todavia, é provável o cenário da influência desta crista anticiclónica persistir, e assim o episódio de tempo quente se prolongar por mais dias, em especial na região Sul, não se descartando desta forma que venha a ser registada uma onda de calor.

É ainda de realçar que associado a esta subida generalizada da temperatura e à sua persistência, o Perigo de Incêndio Rural irá também sofrer um agravamento, em especial no Algarve e nas regiões do interior.

Para mais detalhes sobre a previsão meteorológica para os próximos dias, consultar:http://www.ipma.pt/pt/otempo/prev.descritiva/http://www.ipma.pt/pt/otempo/prev.significativaPara recomendações à população em situações de calor, consultar:https://www.dgs.pt/ Qua, 27 Set 2023 17:06:28

CLIMA.

 

Arruaceiros cavernícolas do clima

Telmo Azevedo Fernandes

Set 27

Os arruaceiros cavernícolas que dão corpo aos ditos “activismos climáticos” são sempre o mesmo grupo de peões amparados pelo Bloco de Esquerda. Trata-se de gente privilegiada e egoísta sob orientação neo-marxista da extrema esquerda actual, que pertence a associações como a «Climáximo», liderada pelo genro do ex-Conselheiro de Estado Francisco Louçã.

Sucede que os orgãos de comunicação social são cúmplices evidentes desta máfia infame e perigosa. Desde logo a RTP. Este canal sustentado com rendimentos subtraídos aos contribuintes portugueses, tem o desplante de assumir a sua condição de organização activista e de ferramenta de propaganda de narrativas fanático-tremendistas nomeiam uma «Editora para a Acção Climática». Os responsáveis e tutela da RTP não têm vergonha na cara de corromperem o mais elementar código deontológico do jornalismo, facto que resulta em peças desculpatórias e poéticas como esta de ontem: ver vídeo ao 1m28s.

Lembro que as jovens destrambelhadas que atacaram o ministro e interromperam a sessão da CNNPortugal, já foram várias vezes convidadas por este canal de televisão e tratadas em estúdio como jovens idealistas salvadoras da humanidade: ver vídeo ao 2m14s

Aos cortes de estrada, fecho de escolas, distúrbios de eventos públicos, danificação de património e outras actividades de calibre sinistro o governo tem respondido com audiências privadas concedidas aos eco-fascistas e compreensão pelas suas atitudes. Por exemplo, em relação a agressões com tinta a ministros, tanto o Governo como a CNN nem sequer apresentaram queixa às autoridades. (ver vídeo aos 3m19s)

Não se trata apenas de desleixo e irresponsabilidade dos nossos políticos. Na verdade, largas franjas da sociedade parecem ter desenvolvido um ou «síndroma de Estocolomo» colectivo manifestando simpatia e admiração pelos seus próprios agressores, num claro distúrbio sádico e masoquista que pagaremos todos bem caro.

A minha crónica-vídeo completa, aqui:

23.9.23

FORMIGA DE FOGO. OUTRA INVASORA A CAMINHO.

A Wilder falou com Roberto Keller, investigador e especialista em formigas, que explica porque é que esta invasora é preocupante e quais são os principais cuidados a ter.

 

A chegada da formiga-de-fogo (Solenopsis invicta) a Portugal “é só uma questão de tempo”, considera Roberto Keller, que é também curador de aranhas e miriápodes no Museu Nacional de História Natural e da Ciência. A descoberta de uma população estabelecida desta espécie na Europa foi agora anunciada na revista Current Biology. Esta formiga sul-americana é considerada uma das espécies mais invasoras do mundo e uma das dispendiosas de combater.

Na ilha da Sicília, em Itália, o grupo de investigadores deparou-se com um total de 88 ninhos de formiga-de-fogo numa área com 4,7 hectares – ou seja, um espaço equivalente a quase cinco campos de futebol – numa zona suburbana perto da cidade de Siracusa. A descoberta foi feita no último Inverno, entre o final de 2022 e os primeiros meses de 2023, mas os habitantes locais referiram-se a “picadas frequentes” dessas formigas pelo menos desde 2019.

Com efeito, as picadas desta espécie são “dolorosas e irritantes e podem causar pústulas e reacções alérgicas, incluindo possíveis choques anafiláticos”, informa uma publicação do Institut de Biologia Evolutiva, em Espanha, que liderou o estudo. Em menos de 100 anos, a espécie chegou aos Estados Unidos, México, Caraíbas, China, Taiwan e Austrália – tendo sido erradicada apenas da Nova Zelândia – com “impactos grandes” nos ecossistemas, agricultura e saúde humana em diversos países.

Formiga-de-fogo. Foto: Jesse Rorabaugh

Roberto Keller, que se tem dedicado ao estudo científico da evolução das formigas, lembra que a formiga-de-fogo foi já “pontualmente detectada na Península Ibérica, em Espanha, mas até agora tinha sido erradicada”. Quanto à população da Sicília, estudos genéticos indicam que terá tido origem nos Estados Unidos ou na China, tendo chegado provavelmente à boleia de mercadorias transportadas por mar.

A equipa de investigadores realizou análises que modelam a possível expansão da espécie pela Europa e concluiu que “os ambientes mediterrâneos são propícios para o seu estabelecimento e reprodução”, lembra Roberto Keller, que não participou no estudo. “Nas análises que modelam a possível expansão de Solenopsis invicta pela Europa, Portugal não só apresenta atualmente condições propícias para o estabelecimento desta espécie, mas as alterações climáticas irão tornar o nosso país ainda mais favorável”, sublinha o mesmo responsável.

Aptidão da formiga-de-fogo para se adaptar a novos territórios na Europa. Imagem criada por Mattia Menchetti, baseada em modelos criados em colaboração com o CREAF, publicada na revista Current Biology

Que cuidados devemos ter?

“Um controlo estrito de alfândega é sempre fundamental no controlo desta e de outras possíveis espécies invasoras”, avisa Roberto Keller. Com efeito, o transporte internacional tem sido decisivo para espécies como esta chegarem a outros lugares do mundo, como sucedeu com a vespa-asiática e com vários outros insectos.

Em segundo lugar, como cidadãos, todos podemos ajudar a impedir que a espécie se estabeleça de vez em Portugal. “Podemos estar atentos ao avistamento de colónias de formigas que não sejam aquelas a que estamos habituados a encontrar nos ambientes urbanos e suburbanos (parques e jardins), sendo que a Solenopsis invicta é bem-sucedida em zonas perturbadas”, aconselha o cientista.

Por outro lado, o ‘hobbie’ de manter colónias de formigas em casa é outra via possível para a chegada da formiga-de-fogo a Portugal. “Embora existam lojas de insectos vivos na Internet que só fornecem colónias de formigas nativas, é possível comprar dentro da Europa espécies exóticas, inclusive a formiga-de-fogo!”, alerta Roberto Keller, que alerta para a regulação deste tipo de práticas. “É uma responsabilidade de todos os cidadãos evitarem a compra e o intercâmbio deste tipo de possíveis espécies invasoras, com impactos fortemente negativos para os nossos ecossistemas.”

Como identificar a formiga-de-fogo

Quanto à melhor forma de identificar a presença desta formiga, adianta o curador do MUHNAC, há que ter atenção aos seus ninhos. “De forma diferente da maioria das espécies de formigas nativas em Portugal, onde a entrada no ninho consiste em simples buracos ao nível do solo, bem definidos ou rodeados por cones de areia, a Solenopsis invicta forma ninhos que sobressaem do nível do solo ou do relvado, com uma grande quantidade de terra solta que forma montes com 20 centímetros de diâmetro ou mais”, descreve. 

Se perturbarmos esses montes de terra, o resultado será uma “‘ebulição’ de formigas castanho-avermelhadas”, com as quais é necessário “ter muito cuidado”, uma vez que “é a picada venenosa que dá o nome comum a esta espécie.” Em caso de dúvidas sobre a identificação, podem-se também submeter imagens das observações na plataforma Biodiversity4All, onde serão “validadas por especialistas prontos a ajudar”.

Formigas-de-fogo. Foto: Jesse Rorabaugh

Curiosamente, em Portugal, a espécie invasora de formiga actualmente mais preocupante tem também origem na América do Sul: a formiga-argentina (Linepithema humile) tem um impacto negativo sobre outras formigas e insectos nativos, mas ao contrário da sua congénere recém-chegada à Europa é apenas um “pequeno aborrecimento” para as pessoas, uma vez que não tem ferrão.

Em Setembro passado, estavam contabilizadas 139 espécies nativas e 24 espécies exóticas de formigas em Portugal continental – um número que deverá ser actualizado em breve, devido à descoberta recente de mais quatro espécies na Península Ibérica – três nativas e uma exótica – adianta o mesmo especialista.

 

21.9.23

EXTRATERRESTRES ?

 


Corpos de alienígenas não foram modificados, dizem médicos mexicanos

Os corpos dos dois alegados alienígenas apresentados no congresso mexicano, na semana passada, não terão sido modificados e pertencem cada um a um só esqueleto, de acordo com médicos daquele país.

Os espécimes foram alvo de estudos laboratoriais depois de académicos, cientistas e arqueólogos terem duvidado da sua veracidade, uma vez que, normalmente, estes corpos mumificados apresentados aos entusiastas como alienígenas não passam de esqueletos humanos modificados.

Por sua vez, os exemplares mais pequenos, como é o caso daqueles apresentados diante do congresso do México, costumam ser montados com ossadas de animais e de humanos.

Ainda assim, profissionais de saúde mexicanos asseguraram, na segunda-feira, que as análises levadas a cabo nos esqueletos sugerem que estes não foram modificados, de acordo com a Sky News.

Na semana passada, o jornalista e ufólogo Jaime Maussan informou o congresso mexicano que os espécimes tinham sido encontrados na cidade de Cusco, no Peru, tendo cerca de mil anos.

"Estes espécimes não fazem parte da nossa evolução terrestre... Estes não são seres que foram encontrados após os destroços de um OVNI. Foram encontrados em minas de diatomáceas [algas] e posteriormente fossilizados", explicou.

Contudo, Maussan é conhecido na comunidade por ter feito descobertas que, depois, se verificaram falsas. Em 2015, o jornalista disse ter encontrado um corpo mumificado de um alienígena perto de Nazca, no Peru, mas descobriu-se, mais tarde, que eram os restos mortais de uma criança humana.

 Vídeo relacionado: Ufólogo apresenta supostos corpos de alienígenas em Congresso no México | JP INTERNACIONAL (Dailymotion)

 

Leia Também: Corpos de alegados 'extraterrestres' revelados no congresso mexicano

12.9.23

JOÃO PADEIRO. FIM DE UMA REFERÊNCIA.

 Hoje recordo aqui uma memória do passado recente

João Padeiro penhorado

Pratos, talheres, candeeiros e outros tantos utensílios de restauração foram ontem empilhados num total de quatro carrinhas de mudanças. O aparato, em plena Estrada do Guincho, dizia respeito a uma operação de Finanças, que penhorou todo o recheio de um dos restaurantes mais emblemáticos de Cascais, o João Padeiro.
 
 
15 de Julho de 2010 às 00:30


Quatro carrinhas levaram ontem todo o recheio do restaurante
  FOTO: DUARTE RORIZ
 
Quatro carrinhas levaram ontem todo o recheio do restaurante 

Esta penhora, apurou o CM, foi executada com vista a garantir o pagamento de uma dívida fiscal de 300 mil euros, depois de as Finanças já terem notificado os donos do restaurante várias vezes, sem sucesso.

O João Padeiro tornou-se um dos mais famosos restaurantes de Cascais na década de 70/80. Então situado no centro da vila de Cascais, este restaurante era o espaço de excelência onde se reuniam as elites políticas e empresariais.


Da vila, este restaurante de grande reputação, mudou-se mais recentemente para um espaço na Estrada do Guincho, com vista privilegiada para o mar, através de um contrato de concessão de espaço.

A habitual movimentação de pessoas, que ali iam ao encontro de especialidades como os mariscos e o famoso Linguado à João Padeiro, deu ontem lugar a um entra e sai de homens, que, num ápice, deixaram o João Padeiro entregue ao vazio.

7.9.23

HOJE, TENHO MEDO !

( ... ) Hoje, tenho medo das tentativas crescentes de acabar com as tradições, os costumes, o bom senso, a ponderação ou a decência. Tenho medo de slogans, planos ou projetos progressistas e de todos os ataques ao passado histórico, às tradições e à cultura herdada. Quando extrapolo as modas e tendências de hoje, prefiro manter-me no presente. Digo isto como alguém que está frustrado com a autodestruição do Ocidente e que não tem ilusões sobre o presente. *

 


 * O texto completo aqui:

6.9.23

SERRA DE SINTRA. A TRAGÉDIA COMEÇOU EM 6 de SETEMBRO de 1966.

 

Grande Incêndio da Serra de Sintra

O grande Incêndio da Serra de Sintra foi no dia 6 de Setembro de 1966. Em Setembro de 1966, a serra de Sintra era motivo de notícia, nos jornais nacionais e estrangeiros. Não pela sumptuosidade do seu património histórico-natural, mas antes, devido à violência com que o fogo a devastava e às circunstâncias dramáticas em que haviam morrido, durante os trabalhos de extinção, 25 militares do Regimento de Artilharia Anti-Aérea Fixa de Queluz (RAAF).  No grande Incêndio da Serra de Sintra o fogo lavrou – com intensidade brutal – entre os dias 6 e 12 de Setembro. As chamas irromperam na Quinta da Penha Longa, alastrando à Quinta de Vale Flor, Lagoa Azul e Capuchos

Em diversos momentos, a situação apresentou-se incontrolável, sendo favorecida por elevadas temperaturas e constantes mudanças de vento forte. Vários pontos de referência de Sintra estiveram sob risco elevado, caso do Palácio de Seteais, Palácio de Monserrate e Parque da Pena, entre outros.

A própria localidade de S. Pedro de Sintra chegou a correr perigo. A presença, no ar, de corpos incandescentes, originou focos de incêndio noutros pontos do concelho – Albarraque, Cacém, Colares, Gouveia, Magoito, Mucifal, Pinhal da Nazaré, Praia Grande e Praia das Maçãs – obrigando à dispersão dos meios de combate.

Foram mobilizados todos os corpos de bombeiros do distrito de Lisboa, aos quais se juntaram, ainda, por absoluta necessidade de reforços, pessoal e material de Caldas da Rainha, Elvas e Leiria. Também várias forças militares e militarizadas integraram o dispositivo de luta contra o fogo. Ao todo, estiveram no terreno, mais de quatro mil homens em acção.

A Lagoa Azul e o largo do Palácio Nacional de Sintra foram, em termos estratégicos, os locais escolhidos para concentração dos meios de combate. “Sintra: uma vila ocupada”, escrevia o jornal Diário de Notícias, em 10 de Setembro de 1966, ao legendar uma foto que registava o abastecimento de veículos de bombeiros e militares, defronte do vulgarmente designado “Palácio da Vila”.

O actual edifício do Museu do Brinquedo, ao tempo quartel-sede dos Bombeiros Voluntários de Sintra, acolheu o “quartel-general de combate e alerta”. Toda a região de Sintra ficou envolta numa enorme nuvem de fumo – negro e espesso – sendo visível a vários quilómetros de distância.

À noite, um “medonho clarão”, que se avistava de Lisboa e arredores, fez convergir, diariamente, muitas pessoas a Sintra, para assistirem, de perto, ao gigantesco incêndio. Enquanto uns tinham a atenção centrada no rasto de destruição, outros combatiam o fogo até à exaustão, com todos os meios ao seu alcance. 

 

Serviu para amenizar o cansaço, a corrente de solidariedade desencadeada pelas gentes de Sintra. Por exemplo, conforme destacado pela imprensa, “restaurantes, cafés e pensões serviram, gratuitamente, alimentos a bombeiros e soldados”.

Em 1966, ao contrário de outros países, não existiam, em Portugal, meios aéreos para o combate a incêndios. Por outro lado, os veículos de bombeiros não dispunham de tracção às quatro rodas e muito menos de depósitos de grande capacidade e de bombas de grande débito.

Muitas das frentes de incêndio foram debeladas com recurso, entre outras técnicas, ao batimento do fogo, quer com ramos de árvores, quer com material sapador, saldando-se num trabalho deveras penoso e extenuante.

Calcule-se, portanto, as difíceis condições enfrentadas pelo pessoal combatente, na presença de altas temperaturas, agravadas pelas características dos uniformes utilizados na época, com destaque para o capacete de latão e botas de borracha.

Apesar das condições de extrema adversidade e da ausência de meios, incluindo sistema de telecomunicações, bombeiros e militares defenderam, com êxito, o património edificado de Sintra e evitaram que o fogo atingisse maior número de área arborizada.

A abundância de mato ressequido constituiu um dos maiores inimigos enfrentados pelos bombeiros e, por sua vez, representou um dos maiores amigos da combustão.

Na altura, havia sido determinada a proibição de apanhar mato na serra. Como tal, a falta de limpeza dos terrenos foi um dos factores considerados na avaliação das causas da rápida propagação do incêndio. A este respeito, importa referir que o conceito de prevenção, mesmo ao nível da antiga Direcção-Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas, não tinha as incidências dos dias de hoje.

Vegetação rara da serra sofreu danos bastante consideráveis, antevendo os técnicos, desde logo, a difícil probabilidade do seu florescimento. Os parques da Pena e de Monserrate salvaram-se, ao contrário da Tapada do Mouco, onde os prejuízos atingiram quase a totalidade da sua área. Os terrenos de particulares foram os mais castigados.

A Serra de luto

Grande parte da serra perdeu a sua beleza e viu-se convertida num horizonte negro, como a significar um manto de luto. Luto, também, pela perda de 25 vidas humanas. Tudo aconteceu na noite de 7 de Setembro, em baixo do Alto do Monge, junto das minas de água, numa altura em que o fogo atingiu o seu máximo.

Um grupo de militares do RAAF que operava no local, sem preparação adequada para o combate a incêndios, deixou-se cercar pelas chamas. A detecção dos seus corpos carbonizados – diz quem testemunhou a tragédia – foi “chocante”.

Desejada por todos, só a queda de chuva permitiu a extinção do incêndio. No dia 12, às sete da manhã, chegava finalmente a solução para um problema que parecera não ter fim: a chuva caía sobre Sintra. Apesar disso, numa medida de prevenção, alguns meios dos bombeiros permaneceram vigilantes no local, de modo a fazer face a inevitáveis reacendimentos. Somente, no dia 25, foram dadas por concluídas todas as operações.

 

O grande Incêndio da Serra de Sintra de 1966 foi o mais grave incêndio ocorrido na serra de Sintra, totalizando 50 quilómetros quadrados de área ardida. Um simples descuido, na zona da Lagoa Azul, esteve na sua origem, segundo investigação da Polícia Judiciária. *

 Nota pessoal. Recordo-me como se fosse hoje. Era uma criança, mas...

* TEXTO: Copyright Daniel André © 2009 - 2023 Serra de Sintra/net.

 

5.9.23

EUMETNET - NOMES DE TEMPESTADES PARA A ÉPOCA 2023 / 2024.

 

Lista de Nomes de Tempestades

2023-09-01 (IPMA)

O início do mês de setembro marca o início de uma nova época de nomeação de tempestades extratropicais na Europa. As novas listas de nomes tornam-se efetivas nos diferentes grupos europeus e, no caso do grupo sudoeste (SW) - onde Portugal pertence (através do IPMA) - a lista de nomes de tempestades aprovada encontra-se na imagem abaixo.

A nomeação de tempestades tem como objetivo chamar a atenção da população e dos meios de comunicação para a prevenção e a salvaguarda de vidas e bens em situação de risco; assim como melhorar a comunicação entre os serviços de meteorologia e com a estrutura de proteção civil, facilitando a monitorização e estudo de depressões ao longo do seu percurso sobre a Europa.

É atribuído um nome a todas as depressões extratropicais que originem um aviso de vento de nível laranja ou vermelho no sistema internacional de avisos meteorológicos, ou que tenha um impacto no território que mereça especial atenção de vigilância meteorológica. O primeiro país que emite esse aviso dá o nome à depressão/tempestade e informa os restantes países, que deverão manter o nome.

Deve-se notar que uma depressão a que foi atribuído um nome por outro Serviço Meteorológico - por originar vento muito forte numa determinada região da Europa - poderá ter outros ou até nenhuns impactos sobre o nosso território. Por outro lado, sendo a intensidade do vento o critério escolhido para dar o nome a uma depressão, é possível a ocorrência de tempestades às quais não foi atribuído qualquer nome, mas que podem ter associada precipitação, trovoada, queda de neve ou agitação marítima com um impacto significativo no nosso país e resultem, pois, na emissão de avisos meteorológicos.

A atribuição de nomes a tempestades é um projeto conjunto dos serviços meteorológicos da Europa, sob os auspícios da EUMETNET. O IPMA pertence ao grupo sudoeste (SW), no qual se incluem os serviços meteorológicos de Espanha (AEMET), de França (Météo-France), da Bélgica (RMI) e do Luxemburgo (MeteoLux).

 

  • Tempestade Gaston, Açores, 23/09/2022 (13:10:05 UTC)

    Tempestade Gaston, Açores, 23/09/2022 (13:10:05 UTC)

  • Lista aprovada de nomes de tempestades 2023-2024

    Lista aprovada de nomes de tempestades 2023-2024

 

 

4.9.23

AGOSTO DE 2023. ( Meteorologia associada )

 

Ultrapassados máximos históricos de temperatura

Calor - Continente2023-08-24 (IPMA)

Nos dias 22 e 23 de agosto de 2023 registaram-se no território do continente valores muito elevados da temperatura do ar, tendo sido ultrapassados anteriores máximos históricos em algumas estações.  Esta situação deveu-se à influência de uma massa de ar quente e seco com origem no norte de África, transportada na circulação resultante de um anticiclone localizado sobre o Golfo da Biscaia e de um vale depressionário centrado no sul da Península Ibérica, sendo reforçada por uma crista anticiclónica em altitude sobre a Península Ibérica e pela situação de seca que o território do Continente tem vindo a atravessar. 

 

A análise preliminar dos dados indica que os dias 22 e 23 de agosto foram, respetivamente, o 5º e 6º mais quentes dos últimos 15 anos em Portugal continental, com valores médios da temperatura média de 29.35 °C e 28.76 °C, a seguir aos 4 dias entre 2 e 5 de agosto de 2018 (Tabela 1), em que se verificaram condições meteorológicas semelhantes às atuais, mas durante um intervalo temporal maior. Os dias 22 e 23 de agosto de 2023 apresentaram ainda o 5º e 10º maior valor médio da temperatura máxima (Tabela 2), e o 8º e 11º maior valor médio da temperatura mínima (Tabela 3), respetivamente. 

 

O dia 7 do presente mês de agosto foi também um dia muito quente, tendo a temperatura máxima sido em média inferior em 1°C ao dia 22 e sido semelhante ao dia 23, ficando como o 8º dia com maior valor médio da temperatura máxima nos últimos 15 anos. 

 

No dia 22, foram ultrapassados máximos de agosto da temperatura máxima em 20 estações, tendo sido ultrapassados máximos históricos em 7 estações (Tabela 2), sendo mais representativos os valores de 37.5 °C em Montalegre e de 42.8 °C em Nelas, estações com séries de 82 e 62 anos, respetivamente. Na Guarda, no dia 22, o valor de 25.9 °C de temperatura mínima, ultrapassou o anterior extremo para o mês de agosto. No dia 23, foram ainda ultrapassados máximos para o mês de agosto da temperatura mínima em 4 estações (Tabela 3).

 

Nas tabelas 4 e 5 apresentam-se os valores mais elevados de temperatura máxima e mínima nestes dois dias. No dia 22, salienta-se o valor de 45.6 °C registado nas estações de Alvega e do Pinhão e no dia 23 o valor de 45.0 °C em Alvega e de 44.8 °C no Pinhão.

 

Salienta-se ainda que no dia 22 de agosto:

  • Valores de temperatura máxima do ar ³ 40 °C ocorreram em cerca de 50 % do território, e acima de 42 °C em 15 % do território;
  • Valores de temperatura máxima do ar ³ 35 °C ocorreram em cerca de 80 % do território;
  • Valores de temperatura máxima do ar ³ 30 °C ocorreram em praticamente todo o território (com exceção de 5 estações - Cabo Carvoeiro, S. Pedro Moel, Santa Cruz, Cabo da Roca e Cabo Raso);

 

e no dia 23 de agosto: 

  • Valores de temperatura máxima do ar ³ 40 °C ocorreram em cerca de 40 % do território, e acima de 42 °C em 6 % do território;
  • Valores de temperatura máxima do ar ³ 35 °C ocorreram em cerca de 70 % do território;
  • Valores de temperatura máxima do ar ³ 30 °C ocorreram em quase todo o território (com exceção de 7 estações - Viana do Castelo, Cabo Carvoeiro, S. Pedro Moel, Santa Cruz, Almada, Cabo da Roca e Cabo Raso).

 

  • Tabela 1

    Tabela 1

  • Tabela 2

    Tabela 2

  • Tabela 3

    Tabela 3

  • Tabela 4

    Tabela 4

  • Tabela 5

    Tabela 5

1.9.23

Cobrar gelo, copo de água ou loiça ?

 

Cobrar gelo, copo de água ou loiça? Restaurantes têm de informar clientes

Os estabelecimentos de restauração e bebidas que cobram por gelo, copos de água e utilização de loiças, podem fazê-lo desde que afixado junto à entrada, para informar os clientes, disse à Lusa a AHRESP.

"Os estabelecimentos de restauração e bebidas podem definir, enquanto normas de funcionamento internas, a cobrança de um valor pela utilização de loiças ou outras situações que sejam definidas. No entanto, [...] estas normas de funcionamento internas devem estar devidamente publicitadas, bem como afixadas em local destacado, junto à entrada dos estabelecimentos, por forma a informar convenientemente os clientes", esclareceu a secretária-geral da Associação da hotelaria, restauração e similares de Portugal (AHRESP), Ana Jacinto, em resposta escrita à Lusa.

De acordo com vários relatos feitos à Lusa, há restaurantes que estão a cobrar pela utilização de loiça quando, por exemplo, num jantar de aniversário, os clientes levam o bolo e utilizam pratos do estabelecimento, bem como por gelo, ou copos de água.

Gorjetas, dividir sobremesa e takeaway: Guia para não se perder nas taxas

Afinal, é obrigatório pagar gorjetas? É normal que venha uma sugestão de gratificação no talão? E é possível pagar pela partilha de entradas ou sobremesas? O Notícias ao Minuto foi ouvir os lados envolvidos: o dos consumidores, o dos empresários e o da entidade responsável pela fiscalização. Esclareça aqui todas as dúvidas.

Beatriz Vasconcelos | 08:30 - 25/08/2023

"Também é permitida a cobrança de um valor pela disponibilização de gelo ou copos de água, desde que essa informação se encontre devidamente identificada e definida na tabela de preços do estabelecimento, devendo esta ser disponibilizada junto à entrada e no interior dos estabelecimentos", explicou a AHRESP.

A associação lembrou ainda que, desde julho de 2021, os estabelecimentos de hotelaria, restauração, cafetaria e 'catering' são obrigados a manter à disposição dos clientes um recipiente com água da torneira e copos higienizados para consumo no local, de forma gratuita ou a um custo inferior ao da água embalada disponibilizada pelos estabelecimentos.

"Caso o estabelecimento entenda cobrar pelos copos de água, deve fazê-lo a um custo inferior ao cobrado pela água embalada que também tenha para consumo no estabelecimento", referiu Ana Jacinto, acrescentando que estes valores têm de ser devidamente identificados na fatura ,nos termos do Código do IVA.