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4.4.20

O EUCALIPTO OU O HOMEM


Autor. Antero Gonçalves

1ª Edição. 1987

Esta é uma história de reencontros.

Um Professor Universitário, Engenheiro Florestal, Moreira da Silva deu-nos a cadeira Recursos Florestais em 1989 e foi o único que nos falou de Antero Gonçalves. 
Lembro-me da forma efusiva e entusiástica com que abordou a sua obra O Eucalipto ou o Homem
 De facto marcou-me muito e tive a mágoa de ver que o seu livro não tenha sido merecidamente mais divulgado entre nós até receber pela lista da Ambio, esta reflexão da autoria de José Carlos Marques.

Antero Gonçalves até é autor de referência uma vez que conheço ampla divulgação na América Latina. O seu livro contém uma série de pensamentos e questões acerca da gestão dos nossos recursos florestais que nunca tiveram uma resposta.

A sua obra reveste-se, portanto, de uma enorme actualidade

Saúdo por isso uma vez mais a intervenção de José Marques.Transcrevo inteiramente o seu texto

Perguntas a que Ninguém Responde

Estou agora a ler pela primeira vez um livrinho que comprei no final dos anos 1980, ditado em 1987, intitulado O EUCALIPTO OU O HOMEM, de um senhor chamado Antero Gonçalves (será ainda vivo?).
 O autor é de grande modéstia, autodidacta, e invoca constantemente o seu carácter de leigo na matéria, embora seja lavrador e tenha plantado muitos eucaliptos, com o que parece ter-se dado mal.
 A páginas tantas, num artigo datado de 31 de Janeiro de 1973!!!!, coloca uma série de perguntas fulcrais às quais até hoje não foi dada resposta satisfatória e a que ninguém parece querer responder. Pela minha parte, é a falta de uma (boa) resposta prática, legislativa e executiva a estas perguntas,
- que explica o ciclo infindável e repetitivo dos incêndios ditos florestais em Portugal

- que me faz crer que o referido ciclo vai continuar por mais umas décadas, dada a previsão a que me arrisco de que tais perguntas continuarão por muito tempo sem resposta corajosa.

O resto (incluindo as enérgicas medidas decretadas pelos sucessivos governos da era pirómana), parece-me... poeira.


Eis as perguntas:


1. Deve ser livre, condicionada, regulamentada e até cerceada a plantação de eucaliptos?


2. Deve ser livre a sementeira e a plantação de pinheiros?


3. Deve ser livre a destruição de pinhais já feitos para substituir por eucaliptos?


4. Deve ser livre a destruição de sobrais, olivais, pomares, etc. para substituir por eucaliptos?


5. Deve ser livre a plantação de eucaliptos em terras de primeira e até de regadios com ou sem água pelo seu pé?


6. Deve a plantação de matas de eucaliptos CONTÍNUAS ser limitada ou ilimitada?


7. Deve ser livre o arrendamento de terras a prazo para exploração e plantação de eucaliptos?

Independentemente das respostas dadas por Antero Gonçalves, as perguntas são geniais. Como nos anos que correm não se vê ninguém a fazê-las em quem comanda, nada há a esperar nos próximos verões a não ser mais do mesmo.*
 
 
Texto: site Bioterra.
Biblioteca Particular
 ( 56 )

OS ARADOS PORTUGUESES

                   E AS SUAS PROVÁVEIS ORIGENS



Autor. Jorge dias

2ª Edição.  Ano de 1982


Nota. A 1ª edição foi no ano de 1948

“(...) Nesse trabalho que agora se reedita Jorge Dias, revendo, perante o caso português, a classificação bipartida dos arados segundo um critério morfológico, proposta por Paul Leser — o tido quadrangular e o tipo krumel (ou de garganta) — estabelece, segundo o mesmo critério (que recobre também, com perfeita simetria e de um modo muito sugestivo, um critério convergente geográfico-ecológico, funcional e histórico), os três seguintes tipos fundamentais de arados: 1) - O tipo radial (...); 2) - O tipo garganta; 3) - o tipo quadrangular; (...)”.

Reedição deste valioso trabalho de cariz etnográfico, da autoria de Jorge Dias, "uma das figuras mais destacadas do progresso dos estudos etnográficos entre nós e um valor altamente representativo do movimento científico recente nessa ordem de assuntos", segundo palavras de Mendes Corrêa.

Ilustrado com reproduções fotográficas e desenhos, estes da autoria de Fernando Galhano.*

In -Libris
Biblioteca Particular
Nº de Série  ( 55 )