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5.11.15

POMBOS TORCAZES . O PASSADO E O PRESENTE.

 Vamos falar de pombos torcazes que por estas alturas começam a aparecer nos locais em que regra geral marcam presença, assim:



POMBO TORCAZ

  Nome científico: Columba Palumbus.
    Biometria. Comprimento ;  40 a 42 cm. É o pombo de maior dimensão.
                     Envergadura  ; 73 a 80 cm.
                     Peso ; 450 a 520 g.
                     Longevidade ; 16 Anos.                                                                   

Pequeno excerto que obtive no Jornal " Vida Rural " datado de 1952.

" Aos inimigos da Lande : corvos, pombos torcazes, larvas, ratos , enxurradas, podemos acrescentar a caça, coelhos e lebres, o dente de vários gados, a saca do caminhante casual ou propositado e ventos fortes. Porém de todos eles, em anos de fartura, e de boa grada, sobressaem os pombos torcazes. Dias chuvisquentos de luz baça, plumbea, nuvens a caminharem para o Norte impelidas por viração suave a servirem de manto diáfono ao Sol recem nascido, frio, envergonhado, em fila espessa, larga, semi-circular com alinhamento de vanguarda e rectaguarda bem comandado passa o bando torcaz a voar alto, rápido, ritmico, durante horas, composto de milhares de papos capazes de conterem e digerirem quarenta landes cada um deles.




http://www.paixaoazul.pt/wp-content/uploads/2013/01/mapa_dormideros-300x231.jpgMAPA DA REGIÃO DE INVERNADA
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OS TORCAZES


                                                                                 
   Nas vilas, nas aldeias, nos povoados, ilhas do mar dos sobreirais, olhos admirados, exclamações várias são demorada e repetidamente lançadas á pombaria impressionante pelo seu número incalculável.
   " Onde irão eles bater ? Ainda é mais o que estragam do que comem ! " Os pombos voam a grande altura, contra o vento. ( ... )
A " serpente " imensa oscila,ergue-se, torcicola-se, quebra levemente o rumo, continua. Está sobre a floresta mais prenhe de frutos grados, uns maduros, outros verdes, alguns encasulados, envolvidos ne cupula. Num repente (...) aquela avalanche de bicos acerados, asas semi-fechadas, precipita-se sobre os sobreiros que vergam,  com o seu peso e transformam-se numa arrolante alegria de remiges a bater, quebrar ramos, cair folhas e frutos. Em poucos minutos a linha de aquele exército alado modificou-se em formações sobrepostas, andares oscilantes a planarem, nos quais raio de Sol não entra e o vento deslocado se torna tufão assustador. Parece haver combinação bem pensada entre o bando; a dianteira derruba e devora, a média e traseira comem no chão, a refastelarem-se gaudiosas naquele festim pantagruélico. Do bando alguns desirmanados voam baixos, de sobreiro em sobreiro, a esconderem-se nas dobras do terreno para á noite se congregarem e juntos procurarem dormida, ordinariamente em pinhais retirados, anchos de matagal, para no dia seguinte continuarem a sua eterna labuta, imperiosa, fatal. 
   Comer, estragar lande e bolota. (...) Se fosse possível avaliar quantos pombos comem nos montados portugueses saberíamos os prejuízos causados por eles." (... )





 TECLE SOBRE A IMAGEM E OBSERVE OS TORCAZES NAS SUAS DESLOCAÇÕES SOBRE O LOCAL DE DORMIDA. NO CASO A SERRA DE S. PEDRO EM ESPANHA. AINDA E SEMPRE IMPRESSIONANTE. DE SALIENTAR QUE A HERDADE DO PINHEIRO ENTRE SETÚBAL E ALCÁCER DO SAL CHEGOU A SER    CONSIDERADA A MAIOR DORMIDA DE POMBOS DA PENÍNSULA IBÉRICA. FOI UM  SANTUÁRIO BEM GUARDADO E VIGIADO POR COMPETENTES GUARDAS ( HOJE EM DIA DESCONHEÇO A REALIDADE ) EXISTINDO UMA ÁREA DE RESERVA INTEGRAL ( RESERVA DO ESTUÁRIO DO SADO ) ONDE OS POMBOS NUNCA SÃO INCOMODADOS ... EM PRINCÍPIO.






" (... ) Imaginemos as baixas do Sorraia, muito citadas na Subericultura, cobertas dos melhores sobreiros e bastantes azinheiras tratados, até agora a produzirem o máximo na frutificação a sustentarem durante noventa dias, o tempo da montanheira, um milhão de pombos, quantia pequena. ( ... ) O milhão de pombos comeria a lande e boleta precisas para engordar quatro mil seiscentos e cinquenta e oito porcos. Quantos milhões comerão nos montados portugueses? (...)   *

* Hoje, Ano de 2022,os bandos de pombos torcazes começam a rarear em Portugal. Quem diria ?

O sublinhado (...) significa que várias partes do citado artigo foram por mim excluídas por demasiado extensas... mas com aspectos deveras interessantes.


Assim trouxe à memória imagens de tempos idos. Hoje os  montados na sua maioria estão reduzidos ( veja-se o mapa anexo. ) e, ou ao abandono no que diz respeito ao seu aproveitamento total. A produção de lande para engorda e criação do famoso porco do montado tornou-se absoleta pois as rações substituiram a bolota, mal, diga-se de passagem pois o bom sabor do produto final está, como é de calcular, insípido. As razias dos Sobreirais e Azinhais é um facto constatável para serem substituidos por culturas mais rentáveis e rápidas ou seja; eucaliptos.
Ou,  para dar lugar a alguns campos de golfe e urbanizações.Os pinhais vão desaparecendo sob a moto-serra, as chuvas ácidas, insectos e doenças várias. Tal como o montado autrora estimado. Em pouco mais de meio século o tempo que medeia entre o que extraí do artigo referido e a actualidade tudo mudou. Electrificaram-se as aldeias, criaram-se vias de comunicação entre elas, veículos automóveis em todo o lado e alguma desertificação rural fazem o resto. Por paradoxal que pareça hoje algum lucro que se tira do montado provem da exploração cinegética dos torcazes com a venda das chamadas " portas " em zonas de caça turísticas...


SOBREIRAIS E AZINHAIS

...Que tudo fazem para os terem e manterem lá ao contrário dos tempos de antanho.Também a cortiça começa a dar lugar a matéria artificial. Mas se não cuidarem dos montados até essa fonte de receita desaparecerá assim como tudo o mais.

Tenho observado os pombos torcazes ao longo dos anos e embora se diga ser uma espécie em expansão na Europa o facto é que se vêm cada vez menos nas idas e vindas a Portugal. Nunca mais vi aqueles " cordões "  de pombos que duravam horas a passar para a dormida.


UMA VISTA DA HERDADE DO PINHEIRO AO CAIR DA TARDE . Foto de J.P.L. em (Novembro 2011 )


Até na mais famosa delas, a da Herdade do Pinheiro, em Palma, começam a rarear uma vez que foram cortados milhares de pinheiros e com isto reduzida a área de repouso. Outro paradoxo: Actualmente os caçadores são muito menos, o terreno está todo, ou quase todo ordenado ou seja coutado, e os torcazes que autrora eram milhões, hoje, são milhares. Mesmo assim vale a pena uma deslocação ali a perto de Palma nestas tardes outonais para os observar nas suas deslocações para a dormida.



AO LONGE, OS POMBOS SOBREVOAM A DORMIDA. ( Foto de J.P.L. em Novembro de  2011
                                 

                              

TORCAZES PELOS CÉUS NUM DIA DE NOVEMBRO ( Foto de J.P.L. em Novembro de 2011 )


   Aqui neste filme observemos os torcazes aos milhões como eu também os vi e espero continuar a ver. No caso vertente a famosa dormida de " El Rincon de Azagala "




 

 

Distribuição do Sobreiro

O Sobreiro encontra-se maioritariamente na zona mediterrânea, seja sul europeia, seja norte africana. Além disso, e apesar de conseguirmos dar com eles em países como Grécia ou Albânia ou Itália, é evidente a sua maior concentração na ponta ocidental da Europa (Espanha e Portugal) e de África (Marrocos, Argélia, Tunísia).

Em Portugal, em linha com a preferência que tem com terrenos pouco acidentados relativamente próximos do mar, podemos dizer que ele é tão mais frequente quanto mais para sul estivermos. O Alto Alentejo e o Baixo Alentejo são províncias onde ele é omnipresente, mas também o Ribatejo e mesmo certas partes de Trás-os-Montes podem ser consideradas terras de sobro. Apresenta-se sob a forma de montado (uma floresta pensada e executada pelo homem, onde o Sobreiro pode viver a solo ou alternar com outras culturas como a da Azinheira ou a do Pinheiro-Manso) ou de forma espontânea.

Escasseia apenas no Minho e em certas áreas onde não se dá bem – as encostas de grande altitude viradas para norte, que ocorrem, quase sempre, do Tejo para cima; e as de terrenos calcários, deixando assim de fora os maciços calcários de Condeixa-Sicó-Alvaiázere, da Serra de Aire e Candeeiros, de Montejunto, da Arrábida, e de Faro.

 

Ficha da Azinheira

Nuno Cruz António

Características, ecologia e utilizações de uma espécie florestal particularmente bem adaptada aos meios secos e agrestes do interior, símbolo de robustez.

 

 

TAXONOMIA

A azinheira (Quercus ilex spp rotundifolia) é uma angiospérmica dicotiledónea, também denominada uma folhosa. Pertence à ordem das Fagales, família das Fagáceas, género Quercus, sendo a espécie Quercus ilex e subespécie rotundifolia.


DESCRIÇÃO

Árvore de porte médio, com uma copa ampla e uma altura média de 15 - 20 m. Pode atingir, em casos extremos, os 25 m de altura. O tronco tem uma casca acinzentada ou parda. As folhas são persistentes, de cor verde-escura, brilhantes nas faces superiores e com indumento esbranquiçado nas inferiores. Têm uma forma ovada e lanceolada, com margem inteira ou muito ligeiramente serrada. O fruto da azinheira é a bolota, que tem uma forma oval, possuindo geralmente pedúnculo.


DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Sul da Europa.

Existe em todo o nosso país, espontaneamente, semeada ou plantada, adquirindo uma maior importância no interior alentejano. Aí forma povoamentos denominados montados de azinho, onde as azinheiras existem quase sempre em consociação com uma cultura agrícola ou pastagem. Encontram-se também em povoamentos mistos com sobreiro.

CONDIÇÕES AMBIENTAIS

É chamada uma "árvore de sombra", é muito resistente ao ensombramento, pelo que cresce melhor debaixo de árvores adultas. Tolera climas com periodos estivais secos e pluviosidade baixa, bem como altitudes elevadas. Suporta bem todos os tipos de solos incluindo os esqueléticos e os calcários.


PROPAGAÇÃO

Propaga-se por semente. As sementes perdem rapidamente a capacidade de germinar.


CURIOSIDADES

A azinheira era chamado de ilex pelos romanos e Lineu manteve este nome no seu epíteto específico.

Dentro da espécie Quercus ilex, a sub-espécie rotundifolia é a que possui as bolotas mais doces, tendo, por isso, sido utilizadas durante muito tempo como alimento humano. Eram misturadas com trigo e outros cereais para se fabricar pão em anos de escassez, sendo por vezes assadas do mesmo modo que as castanhas.

UTILIZAÇÕES

As sua principal utilização é a produção de fruto que serve de alimento para porcos denominados de montanheira. São estes porcos de cor preta que produzem um presunto de alto valor comercial, o de pata-negra. As frutificações aparecem muito cedo sendo extremamente abundantes em anos favoráveis. As folhas mais baixas ou deixadas no solo como resultado de podas ou desbastes, servem como complemento de alimentação para o gado nas épocas do ano em que o pasto escasseia.

A madeira é muito dura e compacta, resistente ao polimento, não sendo muito utilizada. É, no entanto, um óptimo combustível para lume, sendo muito utilizada nas lareiras.

A medicina popular atribui aos frutos da azinheira propriedades curativas para diarreias e desinterias.

 

 

Pombo-torcaz

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Columba palumbus



Pombo-torcaz é a designação comum da espécie Columba palumbus L., o mais corpulento de todos os pombos, chegando a medir mais de 40 cm.

 É a espécie europeia de pombo mais comum.
As penas do pombo-torcaz são cinzentas na parte superior e rosadas na parte inferior. A cauda termina numa faixa preta ou cinzento-escuro.
O bico é vermelho, curto e fino.

O pombo-torcaz é granívoro, alimentando-se de sementes e grãos diversos.

O pombo-torcaz nidifica construindo uma plataforma de ervas e de ramos sobre árvores altas.

 A postura é de dois ovos brancos, os quais são incubados durante 17 dias, alternadamente pelo macho e pela fêmea.

No Brasil, existe um pombo conhecido como pomba-trocaz (com inversão de uma letra apenas), de nome científico Columba speciosa Tem., popularmente chamado de asa-branca ou pomba-pedrês.

 

Subespécies

 

Ligações externas