(...) Quando, a 7 de outubro, o Hamas, também ele eleito para governar Gaza, desencadeou o massacre em Israel, obteve igualmente o apoio da população (há estudos que confirmam que, em larga escala, a iniciativa foi acolhida com aprovação).
Hoje, Israel conduz uma operação militar com o objetivo de decapitar e desarmar o Hamas, além de libertar os reféns. Trata-se de uma guerra urbana, em que hospitais e escolas são deliberadamente utilizados como bases terroristas, o que torna inevitável um elevado número de baixas civis.
Ainda assim, Israel procura reduzir ao mínimo os danos colaterais, emitindo avisos prévios de ataque, uma prática que lhe custa o fator surpresa. O Hamas, pelo contrário, não só nada faz para proteger os civis como os utiliza sistematicamente como escudos humanos. Para eles, cada vida perdida não é uma tragédia, mas um recurso estratégico que alimenta a indignação do Ocidente “civilizado”. Sabem que, “por cá”, a sensibilidade é outra, e exploram-na com cinismo. Assim, cada lamento contra Israel, cada apelo ao boicote, transforma-se numa vitória para o Hamas, que lucra tanto com a morte dos jovens israelitas massacrados num festival de música como com a morte dos seus próprios conterrâneos. (...)
. O que pretendo sublinhar é que, independentemente dos juízos morais, quando um povo apoia ataques bárbaros contra um adversário muito mais forte, deve ter consciência de que inevitavelmente se expõe a sofrer consequências terríveis, mesmo que esse adversário esteja “do lado certo” da História *