Veio de fora do nosso sistema solar e ‘nasceu’ muito antes da Terra. A NASA garante que não representa qualquer ameaça, tal a distância a que vai passar ao largo do nosso planeta, 270 milhões de quilómetros, lá para meados de dezembro. Mas é um objeto intrigante, o mais vigiado do Universo neste momento, pela composição e trajetória, desafiando as leis da gravidade.
É o terceiro cometa interestelar detetado pelo sistema de telescópios ATLAS, daí a designação, 3I/ATLAS. O primeiro (1I/‘Oumuamua) foi registado em 2017, o segundo (2I/Borisov) em 2019. O 3I/ATLAS foi descoberto em de julho deste ano, embora os primeiros sinais de que ‘qualquer coisa de estranho’ havia ‘lá em cima’ tenham surgido ainda em junho. A primeira conclusão a que chegaram os astrónomos é que se trata de um cometa e não de um asteroide. “Tem um núcleo gelado e uma ‘coma’ (nuvem brilhante de gás e poeira ao redor de um cometa à medida que se aproxima do Sol). Por isso foi classificado como um cometa e não um astroide”, explica a NASA. Basicamente, os cometas são corpos de ‘gelo sujo’, compostos por gases congelados, poeira e fragmentos de rocha, que libertam vapor e poeira quando se aproximam do Sol, formando uma cauda brilhantes, enquanto os asteroide são corpos rochosos compostos por minerais e metais. Paralelamente, percebeu-se que o 3I/ATLAS, pela sua trajetória hiperbólica, estará apenas de passagem, continuando a sua jornada para o espaço interestelar. Constatou-se, depois, que se move a uma velocidade impressionante, 221 mil km/h ou 61 km/segundo, duas vezes mais rápido que o ‘Oumuamua e o Borisov, e vai acelerar ainda mais quando se aproximar do Sol, quando deveria ser o contrário, por força da gravidade.