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30.4.20

O DOURO




Autor. Manuel Monteiro

 Edição. 1998

 Fac-simile da edição de 1911, Emílio Biel & Cª Editores. Apresentação por Gaspar Martins Pereira
Agosto, Edições Livro Branco Lda, 1998- In. 4º de VII-215-I págs. Enc. do editor
Profusamente ilustrado.


Vindima no Douro por Manuel Monteiro

Arqueólogo, etnólogo e escritor de altos méritos, Manuel Monteiro conhece Portugal, e os usos, costumes e paisagens da nossa terra, como raros os conhecem. Do seu livro O Douro [1], estudo perfeito dos aspectos e dos recursos dessa região nortenha, extraímos o trecho sobre a vindima, em que descreve e evoca um dos momentos mais característicos da rude azáfama dos trabalhadores do campo.

João de Barros [1881-1960]


Enquanto por armazéns e lagares se ultima a faina de concertos, esfrega e lavagens no vasilhame, as vinhas animam-se de uma alegria vibrante e ruidosa.
Hora fugaz de desanuviamento para essa pobre gente, que, não obstante a amargura contínua da existência, ainda, pelo menos uma vez no ano, sabe rir e cantar!


As ranchadas de mulheres com as notas coloridas dos seus vestuários, agitando-se por entre as cepas à luz clara do sol do equinócio, o transporte dos cestos abarrotados de uvas, as canções em coro que gargalhadas e gritos entrecortam, a palrice entre os dois sexos, no geral, brejeira e de uma fervente volúpia que a atmosfera cálida espicaça e os olhares húmidos denunciam, evocam reminiscências das antigas festas naturalistas parecendo que se repercute ainda o eco báquico dos Evohé!..

.
A vindima propriamente dita, isto é, a separação dos cachos da vide pertence ao mulherio e ainda aos rapazes munidos de uma navalha ou tesoura cortam as uvas e as lançam, depois de escolhidas, nuns pequenos cabazes os quais se despejam em gigos ou altos cestos em vime em tronco de pirâmide quadrangular invertida, que uma vez cheios e indicados por varas enramalhadas, no alto, com parras, à semelhança dos tirsos [2] clássicos, são conduzidos por homens – os carregadores – para os lagares onde são por sua vez esvaziados


. Os feitores vigiam atentamente a escolha para que não haja inadvertência deixando seguir junto, com o fruto bom e perfeito, o afectado, apodrecido ou verde. Cheios os lagares, procede-se à pisa. Esta lida fatigantíssima é feita a pés, como em Roma, na Grécia e no venerável Egipto.
 Os pisadores – calcatores – depois de lavados entram no calcatorium, isto é, no lagar, ou tanque quadrangular ou rectangular de cantaria, onde estão as uvas colhidas.
A primeira pisa – o corte – é a mais exaustiva e realiza-se desde as oito às doze horas nocturnas.
De começo a tarefa corre em silêncio, mas à medida que o esmagamento se completa, espalham-se os eflúvios do mosto rúbido que tinge as pernas dos lagareiros, e estes encetam os descantes acompanhados de uns instrumentos quase ex-históricos e um contentamento, rude e tonitroante, se avoluma e reina no ambiente alumiado pela claridade crua e fixa do acetilena, ou pela luz difusa do petróleo, que põe efeitos surpreendentes nas faces, lambusadas, escandecidas e dignas do pincel de Velasquez.


Depois deste trabalho denominado a meia-noite os lagaceiros saem para prosseguirem na pândega e voltam na manhã seguinte para sova, que dura até ao meio-dia e se repete uma ou mais vezes conforme a condição da colheita e a qualidade do vinho a obter


Biblioteca Particular
  ( 133 )

ARQUITECTURA POPULAR EM PORTUGAL ( 3 Tomos )






Autor. Sidicato Nacional dos Arquitectos

Edição. 3ª . Ano de 1988

( Edição completa com os três volumes. )


ASSOCIAÇÃO ARQUITECTOS PORTUGUESES.

1988 , 3ª EDIÇÃO.
IN- 4º DE 230 + 242 + 283 PÁGS.

VOLM I - MINHO / TRÁS OS MONTES.
VOLM II - BEIRAS / ESTREMADURA.
VOLM III - ALENTEJO / ALGARVE.

ENCADERNAÇÃO EDITORIAL , PRESERVANDO AS SOBRECAPAS.



EXEMPLARES PROFUSAMENTE ILUSTRADOS

OBRA ENRIQUECIDA COM CENTENAS DE REPRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS A Preto e Branco. ,  DESENHOS E MAPAS.


Livros com caixa arquivadora.


Biblioteca Particular
 ( 132  )

ARQUITECTURA POPULAR EM PORTUGAL ( 2º Volume )


Autor. Sindicato Nacional Dos Arquitectos

1ª Edição. Lisboa, ano de 1961

Obs: Obra nesta 1ª edição constituída por dois tomos e caixa arquivador.
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"Só se ama aquilo que se conhece."
É também de uma história de amor que este livro trata: amor pela paisagem, amor pelo território, amor pela arquitectura nascida deste "chão duro e ruim", de que falou Miguel Torga e que Orlando Ribeiro tão bem compreendeu.

 É desse amor que tem de nascer a vontade de imaginar um futuro para o passado. E é talvez essa a principal mensagem deste livro, hoje.*
 
* Helena Roseta 
 
O Inquérito à Arquitectura Popular em Portugal designa uma série de trabalhos de campo levados a cabo na década de 50 do século XX por equipas de arquitectos portugueses, com o intuito de catalogar de forma objectiva a arquitectura vernacular no território português.

A ideia de um inquérito à arquitectura regional portuguesa teve como base uma ideia dos arquitectos José Huertas Lobo e Francisco Keil do Amaral publicada em 1947 na revista Arquitectura: Revista de Arte e Construção editada pelo grupo ICAT.

A primeira iniciativa de concretização teve lugar em 1949, por iniciativa do Sindicato Nacional dos Arquitectos, então sob a presidência do arquitecto Francisco Keil do Amaral, e de cuja direcção faziam igualmente parte os arquitectos Inácio Peres Fernandes, Dário Vieira e João Simões, junto do Instituto de Alta Cultura, não tendo obtido qualquer resultado.*  



Biblioteca Particular
  ( 131)

FLORESTAS EM CARTAZ




Autor.José Neiva Vieira

1ª Edição. Ano. 1998

" UMA IMAGEM VALE MAIS DO QUE MIL  PALAVRAS "
 o provérbio chinês

(...) Os cartazes que aqui são apresentados integram uma coleccão temática bastante mais vasta a que chamo, com alguma ousadia, o meu pequeno " Museu Florestal " e que inclui livros antigos, livros infantis, medalhas, selos,postais, autocolantes, folhetos de vulgarização, " pins ", compilações de poesia, prosa, humor e provérbios de âmbito florestal, curiosidades e objectos de colecção, madeiras, madeiras petrificadas, pinhas e outros frutos florestais, etc, etc.. (...)

  De Dia Mundial da Floresta e de Dia Mundial do Ambiente, senti a necessidade de recorrer a meios que ilustrassem as palavras e permitissem um maior envolvimento e atenção dos jovens. E assim, com este objectivo, comecei a reunir material, nomeadamente cartazes, e iniciei uma nova colecção.(...)
   Uma Colecção só faz sentido se a pudermos partilhar regularmente com outros. Foi o que sempre fiz com a minha. E esse espírito facilitou o crescer da colecção e a colaboração de muitos colegas e amigos. (... )
   Seria para mim uma grande satisfação que a divulgação neste livro da colecção de Cartazes Florestais, que com persistência e prazer reuni durante vinte anos, motivasse novos interessados neste tema e estimulasse a permuta entre coleccionadores de diferentes países. Espero que a sua leitura constitua para todos um momento especial de identificação com a floresta nos seus múltiplos valores económicos, sociais, ambientais, lúdicos, históricos e culturais.
José Neiva Vieira.




Biblioteca Particular
  ( 130 )

VIAGENS AERONÁUTICAS DOS PORTUGUESES



Autor. Museu do Ar

1ª Edição. 1997
O livro que agora se apresenta testemunha o entendimento que a Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses tem da sua missão.

 Apesar de, entendida à letra, a expressão ‘Descobrimentos’ remeter para uma época de que se comemoram os quinhentos anos, nem as viagens dos Portugueses, nem a sua presença fora da Europa, deixaram de ser uma constante que, com medida e sensatez, pretendemos inserir nos nossos programas.

 No caso da aviação, este alargamento da nossa temática justifica-se ainda mais facilmente.

Não apenas porque, institucionalmente, a aviação surgiu, em Portugal, como continuação e complemento da marinha, mas também porque, como fica demonstrado neste livro, as primeiras rotas desta aviação pioneira foram as rotas do antigo Império: Madeira, Brasil, Macau, Guiné, São Tomé, Angola, Moçambique, Índia, Timor, tais foram os destinos desses novos descobridores (...)”. — retirado do texto de abertura da autoria de António Manuel Hespanha.

 Obra profusamente ilustrada, com coordenação executiva de António Camões Gouveia, textos de António Manuel Fernandes, António Telle Pacheco, Henrique-Henriques Mateus, José Bruno Falcão Machado, Mário Correia, Mário Wilson Pereira. *


*Texto obtido na blogosfera

Encadernação dos editores
Biblioteca Particular
  ( 129 )

28.4.20

ATERREM EM PORTUGAL !

 

 

 

AVIADORES E AVIÕES BELIGERANTES EM PORTUGAL NA II    GUERRA  MUNDIAL






Autor. Carlos Guerreiro

1ª edição. 2008


Sinopse



Traça o retrato de um país através dos olhos de jovens estrangeiros que, envolvidos no tumulto de um conflito mundial, se viram, de repente, num Portugal atrasado - mas em paz.

Centenas de pilotos beligerantes estiveram em Portugal durante a II Guerra Mundial depois dos seus aviões terem sofrido avarias ou danos em combate.

 Algumas dezenas chegaram mesmo a morrer em resultado de aterragens acidentadas ou combates que se desenrolaram no nosso espaço aéreo.

Este livro conta estas histórias. Para a sua concretização o autor entrevistou mais de uma dezena de pilotos aliados que, entre os anos de 1941 e 1945, terminaram voos em Portugal e acabaram por ser internados durante dias, semanas ou meses no nosso país.

Vários portugueses, testemunhas ou participantes nos incidentes, ou que conviveram, com estes aviadores também foram entrevistados.

O livro, com mais de 300 páginas, conta com mais de 150 fotos e documentos daquele período fornecidos por várias fontes. A maioria foram entregues pelos próprios entrevistados que guardaram não só fotos como, por exemplo, o telegrama que a família recebeu dias depois de terem realizado a aterragem.

Encontra-se dividido em cinco partes, além de um anexo documental que pode dar pistas para outros investigadores. Contadas na primeira pessoas é possível conhecer as histórias de vários aviadores que terminaram as suas viagens no mar perto da costa portuguesa.

 Outros relatos incidem sobre os períodos de internamento nas Caldas da Rainha ou em Elvas por onde passaram centenas destes jovens estrangeiros.

Por fim são referidas várias histórias, umas inéditas e outras não, que também merecem ser contadas.
A última parte deste apresenta, cronologicamente, uma lista com cerca de 130 aviões beligerantes de várias nacionalidade que aterraram ou se despenharam em Portugal ou nas ex-colónias portuguesas durante este período.

 Também alguns voos civis que partiram de Lisboa e que tiveram fins trágicos merecem alguma atenção.
A obra resulta de cerca de uma década de investigações e entrevistas a vários protagonistas e acaba por mostrar que Portugal não esteve tão longe da guerra como muitas vezes foi dito.

 Traça também o retrato de um país através dos olhos de jovens estrangeiros que, envolvidos no tumulto de um conflito mundial, se viram, de repente, num canto desse mundo atrasado - mas em paz.





Biblioteca Particular
 ( 128 )

SALAZAR Uma Biografia


Autor. Franco Nogueira




« Termino com este sexto volume a biografia de Oliveira Salazar. Na portada do primeiro tomo, afirmei o propósito de isenção, serenidade, frieza e recusa a elogio e vitupério.

 Quanto humanamente viável, penso que o consegui. Creio que não terei agradado aos fanáticos de sinais opostos: para uns, não afirmei com suficiência a grandeza do homem; para outros, não fiz sobressair as suas sombras o bastante.

 Mas em verdade eram outros os meus desígnios: aproveitar os documentos, descrever os factos, intervir nas fontes o menos possível [...] Figura de muitos ângulos, com traços contraditórios e sempre vincados, de características extremadas, Salazar presta-se a muitas versões, a muitos retratos, e todos verdadeiros ainda que falsos se incompletos.

 Ao erguer uma biografia daquele homem, que poderia perguntar-se às fontes disponíveis?

 Era um homem com força de vontade inquebrantável?
 Era lúcido, inteligente? 
Era honesto, incorruptível?
 Era duro, autoritário? 
Era vaidoso, arrogante?
 Era frio, insensível? 
Era nervoso, emotivo?
 Era ambicioso, amante do poder?
 Era bom português, patriota?

 Todas estas perguntas se poderiam formular, e mil outras; há elementos para lhes responder, e documentação para comprovar as respostas.
 Seria viável escrever uma biografia que seleccionasse algum daqueles traços, e o transformasse no tema central.
 Seria viável; mas não seria intelectualmente e historicamente honesto. Será isso, no entanto, que pretendem os fanáticos a que aludi. 

Para uns, basta descrever um Salazar desumanizado, provido de todas as perfeições; para outros, se não se afirmar que Salazar foi um criminoso ou apenas um autoritário, não se está a compor uma obra exacta.

 Rejeitei as duas atitudes, procurei investigar [...] Alguns criticaram os volumes precedentes porque, da sua leitura, o leitor desprevenido poderia concluir que o biografado fora um homem de génio, e portanto eu estava sendo parcial, ou faccioso. 

Ora a verdade é esta: Oliveira Salazar foi um homem de génio. «Não é popular afirmá-lo», escreveu um jornalista de extrema-esquerda, «mas foi-o»
 Enquanto não se aceitar esta realidade, nenhuma biografia daquele vulto político será possível, e é este ponto que muitos não sofrem reconhecer ou admitir, sendo levados a exigir uma biografia de Salazar necessariamente e exclusivamente demolidora.
 Desde que o não seja, pensam que não é isenta e que é unilateral.
 Mas do facto de ter sido um homem de génio não se segue que haja sido um intocável, um divino, um santo, e há que aceitar também esta realidade, porque de outro modo continua a não ser viável uma biografia, salvo se esta se confinar ao panegírico hagiológico.
 No mais, e quanto aos cinco volumes já publicados, ninguém impugnou um documento e a sua interpretação, ninguém contestou um facto e a sua relevância
.
  Outro equívoco importa destruir: afirmar a genialidade de Salazar não implica compromisso político ou ideológico; é um acto de inteligência, que não traduz adesão a princípios, ainda que lúcida e independente, e muito menos devoção embevecida sem atitude crítica.
 Salvo excepções, para muitos políticos portugueses, todavia, negar hoje o mérito pessoal de Salazar (o que é diferente de negar o Salazarismo) tornou-se um expediente e um imperativo ou uma obsessão, parecendo que sentem terror de uma sombra que se diria esmagá-los, ou de uma comparação ou paralelo que se diria diminuí-los; mas esses, quase clandestinamente, não têm deixado de se debruçar sobre a vida e a figura de Salazar na ânsia de descobrir o segredo e a receita da sua longa permanência no poder.
 No fundo, sentem avidez de mando, pouco democrática, e que parece julgarem ser-lhes inerente; e desejariam saber como exercer esse mando a título vitalício, e sem restrições.
 Ao fim e ao cabo, têm ânimo de ditadores, sem espírito de servir nem de sacrifício, com gosto pelo exercício pessoal de um poder arbitrário e discricionário, que não estava nas coordenadas de Salazar.

 Simplesmente o génio não se transmite por herança nem é susceptível de cópia; e os imitadores são epígonos, a situar no limbo da história.»

Franco Nogueira, Salazar; O Último Combate (1964-1970), Civilização, Porto, 1985, pp. XI-XIII.




Biblioteca Particular
 (  127  )

MISSÃO CUMPRIDA 1963 - 1965




Autor. Santos Andrade

6ª Edição. Ano de 1969



Biblioteca Particular
 ( 126 )

DECLARAÇÕES DE GUERRA

HISTÓRIAS EM CARNE VIVA DA GUERRA COLONIAL




1ª Edição. 2019


Sem tabus, de coração aberto, têm a palavra os combatentes da Guerra Colonial. Estas são as histórias em carne viva dos soldados portugueses:
 o que viram, sentiram e pensaram - e os estilhaços físicos e psicológicos de uma juventude perdida que ainda hoje os atormentam. De 1961 a 1974, Portugal travou uma guerra em três frentes: Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.

Do lado português, quase um milhão de mobilizados, perto de dez mil mortos, dezenas de milhares de mutilados e um número indeterminado de stressados de guerra.

 Este livro reúne 48 relatos emocionantes, que testemunham diferentes experiências de combate. Do militar inadaptado ao que se guia por um escrupuloso sentido de dever; do que lamenta não ter desertado ao que tem gosto em matar.

Uns sentiam empatia pelo inimigo, outros moviam-se pelo desejo de aniquilação e extermínio, numa guerra que as mudanças no mundo tinham tornado obsoleta antes mesmo de começar.



Biblioteca Particular
 ( 125 )

27.4.20

OCEANO ATLÂNTICO

O MEU ATLÂNTICO ( Foto de J.P.L.)
O oceano Atlântico é o segundo maior oceano em extensão, com uma área de aproximadamente 106.400.000 km²,[1] cerca de um quinto da superfície da Terra. É o oceano que separa a Europa e a África a Leste, da América, a Oeste. Seu nome deriva-se de Atlas, uma divindade da mitologia grega. É por isso que, às vezes, o oceano Atlântico é referido como "mar de Atlas". A menção mais antiga sobre seu nome é encontrada em Histórias, de Heródoto, por volta de 450 a.C. Antes de os europeus descobrirem outros oceanos, o termo "oceano" foi sinônimo de todas as águas que circundam a Europa Ocidental e que os gregos acreditavam ser um grande rio que circundava toda a Terra. Esta denominação desapareceu, no entanto, na Idade Média, altura em que se utilizava o nome de "mar Ocidental" ou "mar do Norte" (que hoje designa uma parte do Atlântico, o mar do Norte). O responsável pelo reaparecimento do nome "Atlântico", foi o geógrafo Mercator ao colocá-lo no seu célebre mapa do mundo em 1569. A partir deste momento a nomenclatura da idade média foi gradualmente sendo substituída por este nome, que subsistiu até os nossos dias.[2]

Este meu quadro é uma pequena homenagem a um vizinho que me habituei a respeitar desde sempre.
   Olá Atlântico.
  
Acrílico S/ Tela
Autor.J.P.L.
Formato. 30 X 40







TRIBUNAIS POLÍTICOS

TRIBUNAIS MILITARES ESPECIAIS E TRIBUNAIS PLENÁRIOS

               DURANTE A DITADURA E O ESTADO NOVO

                 LISTA COMPLETA DE RÉUS POLÍTICOS




Autores. Fernando Rosas
              Irene Flunser Pimentel
              João Madeira
              Luís Farinha
              Maria Inácia Rezola

1ª Edição. 2009

SINOPSE

Entre 1926 e 1974, existiram e funcionaram ininterruptamente tribunais criados para julgar o que a Ditadura Militar e o Estado Novo consideraram «crimes políticos e sociais» ou «crimes contra a segurança do Estado».
 Esta obra explica-nos a acção destes tribunais que puniam as actividades políticas, sindicais, militares, culturais, associativas, reivindicativas, de opinião ou outras que as autoridades em geral e a polícia política em especial consideravam atentatórias da ordem estabelecida.

Inclui anexos com as listas de juízes, advogados, presos políticos processados pelo Tribunal Militar Especial e presos julgados nos tribunais plenários.


Obra formidável no conteúdo e, porque não dizê-lo, até na paginação. ( 663 páginas. )




Biblioteca Particular
 (124 )

OS DIAS LOUCOS DO P.R.E.C.




Autores. José Pedro Castanheira
               Adelino Gomes

1º Edição. 2006


Texto da intervenção de José Pedro Castanheira na apresentação de:

 OS DIAS LOUCOS DO PREC
 18.4.2006

"Comparado com as pessoas com quem tenho a honra de estar na mesa, e sobretudo com muitos dos presentes nesta sala, o meu papel neste "filme" foi o de um apagado e modestíssimo figurante.

 É certo que, em 1975 – tinha eu apenas 22 anos -, já trabalhava na imprensa, mas ainda não me sentia um jornalista a sério. Julgo que só passei a sê-lo em Agosto de 1975, já a aventura do PREC ia na segunda parte. Convidado a integrar a Redacção de um novo jornal diário, nem hesitei.

 Era um vespertino, chamava-se «A Luta» e era o substituto do «República», o jornal que em Maio fora silenciado, num processo muito polémico e discutido, mas cujos contornos exactos, em matéria de responsabilidades políticas, ainda não estão inteiramente esclarecidos. Dirigido pela dupla Raul Rêgo / Vítor Direito, a redacção de «A Luta» era, no essencial, a mesma do «República».

 Lá estavam nomes como João Gomes e Álvaro Guerra, o casal Rui Camacho e Helena Marques, o João Grego Esteves, o Eduardo Paz Ferreira, o José Rocha Vieira, os irmãos (e meus futuros companheiros de maratonas) Arons de Carvalho, o Francisco Belard (que, muitos anos depois, viria a reencontrar aqui no «Expresso»), e o Miguel Sousa Tavares, ele, como eu, caloiro de jornalismo de tarimba.
«A Luta» nasceu a 25 de Agosto. Dez dias depois, a 5 de Setembro, realizou-se a célebre Assembleia do MFA em Tancos, que marcou uma alteração decisiva na relação de forças entre as várias correntes político-militares e ditou a demissão do primeiro-ministro do V Governo Provisório, general Vasco Gonçalves. Jovem e verdíssimo estagiário, fui um dos enviados do jornal a Tancos.

 Fomos vários, lembro-me que em dois automóveis. Foi a primeira vez, como jornalista, que vi de perto, bem à minha frente, com a possibilidade de lhes fazer perguntas, numa sensação incrível, as principais figuras míticas da Revolução. Algumas delas, infelizmente, já faleceram, como Costa Gomes, Vasco Gonçalves, Pinheiro de Azevedo, Carlos Fabião.

 Outras, felizmente com saúde - algumas delas aqui presentes - como Vasco Lourenço, Rosa Coutinho, Varela Gomes ou Otelo Saraiva de Carvalho.

Estivemos em Tancos o dia todo. Regressámos à redacção, no Bairro Alto, exaustos e já noite dentro. Vinha com a cabeça a fervilhar de emoções, sensações e até algumas informações. Mas, acreditem, não escrevi sequer uma linha.

Não passava de um estagiário de jornalismo, tinha ido apenas para ver, cheirar e aprender com os meus camaradas mais velhos e experientes. Na altura, fiquei desalentado e até frustrado por nada escrever. Sentia que tinha falhado o encontro com o acontecimento! Mas olhando para trás, ainda bem que não o fiz: provavelmente, prestaria um mau serviço aos leitores, ao jornal e a mim próprio. Essa inesquecível jornada de Tancos acabou por ser uma das minhas grandes aulas de jornalismo.

 Era assim que se estudava e aprendia jornalismo, há trinta anos...

A Assembleia de Tancos foi numa sexta-feira. No dia seguinte, sábado, a melhor informação vinha na primeira página do «Expresso». Aliás, esta revisitação do PREC - como o meu querido amigo Adelino gosta de lhe chamar - deu para perceber quanto mudou na Imprensa portuguesa nos últimos trinta anos.

Direi mesmo que, de todos os títulos que sobreviveram, o «Expresso» foi o que menos mudou e que mais fiel se tem mantido a si próprio. Mesmo se trocou o acanhado andar que ocupava na Rua Duque de Palmela, por este fantástico e moderno palácio de aço e vidro em Laveiras. Mas, quanto ao mais, manteve-se praticamente constante. À sua volta, tudo mudou. Até a folha oficial mudou de título, de «Diário do Governo» para «Diário da República»...

Dos muitos semanários de expansão nacional então existentes, fossem jornais ou revistas, o «Expresso» é, significativamente, o único sobrevivente.
Todos os outros desapareceram! E dos jornais diários de âmbito nacional, excepção feita aos do Porto - onde as coisas, em matéria de Imprensa, parecem mais sólidas e conservadoras... - apenas subsiste, calculem, o «Diário de Notícias», e à custa de sucessivas mudanças – no formato, na direcção, na propriedade, até na linha editorial. No «Expresso», em contrapartida, o principal proprietário era o mesmo de hoje.

 À época, Francisco Pinto Balsemão também era o director; não director de fachada, mas director efectivo, a orientar o jornal, a escrever notícias, a fazer entrevistas.

Outros nomes viriam a integrar o património histórico do jornal: desde as análises, sempre imaginativas, de Marcelo Rebelo de Sousa, às reportagens de Augusto de Carvalho, passando por textos de Vicente Jorge Silva, José António Saraiva, Helena Vaz da Silva ou Maria João Avillez, sem esquecer os fantásticos cartoons de António.

 Dos inúmeros cronistas, da direita à extrema-esquerda, portugueses e estrangeiros, e para não provocar susceptibilidades por omissão, citarei apenas Eduardo Lourenço. Foi ele quem, em Agosto de 1975, comentou certeiramente um documento (mais um...) aprovado numa Assembleia do MFA e que definia o MFA como Movimento de Libertação Nacional. A partir de França, Eduardo Lourenço avisava, sempre lúcido: «De movimentos de libertação nacional, mais ou menos militares ou militarizados, está a História cheia».

Voz independente, crítica e livre, o «Expresso» incomodava o poder – como, de resto, já o fizera, no último ano do caetanismo. Razão porque, em Junho de 1975, um dirigente político das esquerdas exigia a ilegalização quer do «Jornal Novo», quer do «Expresso», sendo que este último era apontado como «o órgão que mais tem colaborado na intoxicação da opinião pública» - proposta que viria a ser apoiada, pasme-se, por alguns jornalistas e até governantes.

 No mesmo mês de Junho, um ministro viria a dizer do «Expresso» que é "talvez um bom jornal, mas é anti-nacional". E Vasco Gonçalves, no seu famoso discurso de Almada, chamou-lhe mesmo "pasquim".

 Sempre atento à área do poder, houve números em que a primeira página era preenchida, na totalidade, por notícias militares e quase todas em primeira mão. Temido pelo poder, era contudo lido, comentado e respeitado pela opinião pública.

No Verão, chegou a ultrapassar os 130 mil exemplares de tiragem. E em Novembro, passou a sair duas vezes por semana (ao sábado e à quarta-feira), com o objectivo de tentar responder à «demasiada rapidez» com que decorria, agitada, a vida portuguesa.

 O «Expresso-Extra», porém, só saiu três vezes: com o 25 de Novembro, retomou a sua tradição e matriz inicial de semanário.

O «Expresso» é apenas uma das fontes deste livro, a par da restante Imprensa da época, de numerosos livros que ao longo destes trinta anos têm sido editados sobre o PREC, e de alguns testemunhos que fomos colhendo. Muita gente julga que já tudo foi dito e escrito sobre a Revolução portuguesa.

 Não é verdade. A simples leitura dos jornais da época mostra como subsistem inúmeras pistas por explorar e desenvolver, em torno de acontecimentos de que já nos esquecemos ou subavaliámos. Há episódios que davam, por si só, para grandes reportagens, senão mesmo para livros e inclusivamente documentários de televisão.

Um dos mais ignorados - e que não me canso de citar - foi a visita a Portugal do sociólogo francês Alain Touraine, certamente por ter ficado eclipsada pela anterior visita do ainda mais famoso Jean-Paul Sartre – de que publicamos uma fantástica fotografia (a pág. 50), com o filósofo a manusear uma espingarda-metralhadora G-3, no Ralis. Touraine e Sartre foram dos inúmeros intelectuais que fizeram o chamado turismo revolucionário em Portugal.

 Estava previsto que Touraine desse uma conferência no antigo Instituto de Ciências Sociais e Política Ultramarina - a escola que mais quadros coloniais forneceu à ditadura. No entanto, um inusitado plenário, de professores, estudantes e funcionários, impediu a conferência de Touraine, rejeitado por ser um "representante da sociologia francesa burguesa que se coloca acima da luta de classes". Quem ficou a ganhar foi o ISCTE, para onde a conferência foi transferida...

Outros episódios, bem mais conhecidos - e a merecer o devido tratamento histórico - são, por exemplo, a prisão, só na noite de 28 de Maio, de 432 militantes do MRPP;

 o julgamento e a absolvição, por um tribunal popular, de José Diogo, apesar de ser o assassino confesso de um latifundiário alentejano;

 as dezenas e dezenas de atentados bombistas, quase todos organizados pelos mesmos operacionais ligados a um grupo de extrema-direita;


 A destruição, também à bomba, mas pelo poder instituído, das antenas da Rádio Renascença; ou o assalto e incêndio da embaixada de Espanha, ante a passividade de polícias e militares, e o pavor das chancelarias.

 Já para não falar do cerco da Assembleia Constituinte, talvez o momento em que a conquista do poder, no sentido literal do termo, esteve à distância de um palmo.

Há muito, portanto, por desbravar sobre estes oito meses de euforia, frenesim e vertigem, a que chamámos, por conveniência jornalística, "Os Dias Loucos do PREC."

 Aliás, nos vários contactos telefónicos que fiz, junto de alguns presentes e outros ausentes, perguntaram-me quase sempre se o livro continha algumas revelações importantes.

 A convicção era, invariavelmente, a mesma: já passaram trinta anos, há muita coisa ainda por contar, é tempo das línguas se soltarem e as canetas (ou os teclados de computador) começarem a escrever. Também eu - ou melhor: também nós, o Adelino e eu - assim pensamos.

Este é o nosso contributo.
Com este livro, os dois jornais prestam um verdadeiro serviço público. Esperemos que o exemplo frutifique, para que todos tenhamos um conhecimento mais rigoroso, completo e exaustivo da nossa própria História."

Paço d’Arcos, 18 de Abril de 2006

José Pedro Castanheira


Biblioteca Particular
 ( 123 )

ACUSO !

SOARES *  CUNHAL *  EMÍDIO GUERREIRO*  LOPES CARDOSO
                                      NA MORTE DE
                             HUMBERTO DELGADO




Autor. Henrique Cerqueira

1ª Edição. 1976


O título encerra em si todo o potencial incendiário deste livro de Henrique Cerqueira, representante de Humberto Delgado em Marrocos, publicado em finais de 1976 sob chancela da editora Intervenção, em dois volumes (o segundo já em 1977).

 Chegou a ser anunciado mais um volume, reunindo mas documentos, provas e evidências, mas nunca foi editado.

 Esgotou três edições.

Acuso
NOTA DO EDITOR
5
DEDICATÓRIA
11
A ANTECÂMARA DO 25 DE ABRIL
13
O FENÓMENO DELGADO
15
NA NOITE DE BREU
25
NASCEM ORGANIZAÇÕES
34
LEVANTAMENTO EM ANGOLA (Operação Cuito)
37
PELOS POVOS, COM OS POVOS, PARA OS POVOS
43
A OPERAÇÃO DULCINEIA E O 4 DE FEVEREIRO
49
A NOVA EXPRESSÃO DA LUTA (Tentativas Revolucionárias)
90
AD HOMINEM
95
CANALHAS
222
ROL DE TESTEMUNHAS
227
DEMOCRACIA DE MANDARINS (Antes que seja tarde)
230
ETAPAS DUM CRIME (As 5 Conferências)
243
A ARMADILHA DE BADAJOZ (Conferências em Itália e Paris)
279
CÓDIGO DE IDENTIFICAÇÃO DE MÁRIO SOARES, MÁRIO DE CARVALHO E EMÍDIO GUERREIRO, COMO FUNDADORES E DIRIGENTES DA FRENTE PORTUGUESA
308
QUEM ERA O DR. BISOGNO?
335
QUEM É MÁRIO DE CARVALHO?
345
O CASO DE CARVALHÃO DUARTE
351
O CRIME
365
VERDADES COMPROVADAS
381
A CARTA QUE «MATOU DELGADO»
389
NOTA FINAL DO EDITOR 



Biblioteca Particular
 ( 122 )

25.4.20

COBRE. UM ACONTECIMENTO NA 2ª GUERRA MUNDIAL

       
                                                      BRISTOL BEAUFIGHTER X

" Foi um avião semelhante a estes que vemos aqui que no dia 5 de Agosto de 1944, aterrou no ALTO do COBRE. CASCAIS.

 Era um avião da R.A.F.. de matricula  NV 321.

A tripulação destruiu o avião logo após a aterragem. "

Não sei de nada mais acerca deste caso.
   Seria interessante apurar o local exacto onde ocorreu a aterragem, o que foi feito à tripulação, enfim um vasto inquérito.
  Eu, que nasci no Cobre e sempre aqui vivi, nunca ouvi falar neste assunto até que, ao folhear as páginas do livro, " Aterrem em Portugal " da autoria de Carlos Guerreiro, deparei com esta notícia. ( pág 282 )
 Apesar dos anos que já passaram, ainda procurei obter entre alguns conterrâneos idosos alguma informação, porém, foi de todo impossível.





 

Cobre


 
 
Cobre é uma localidade situada a nor-noroeste de Cascais, localizada na união das freguesias de Cascais e Estoril, no distrito e área metropolitana de Lisboa, Portugal.
 Limita a norte com a Carrasqueira e Murches, a nascente com Alvide e Carrascal, a sul com a Pampilheira, a sudoeste com a Torre e a oeste com Birre.


Cobre (Cascais)

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CSC.png Cobre
  Povoação do Concelho de Cascais  
Rua e Largo do Cobre. 02-20 (02).jpg
Localização

CSC Cobre.svg
País Portugal
Região Área Metropolitana de Lisboa
Concelho Cascais
Freguesia Cascais e Estoril 

Cobre é uma localidade situada a nor-noroeste de Cascais, localizada na união das freguesias de Cascais e Estoril, no distrito e área metropolitana de Lisboa, Portugal.

Limita a norte com a Carrasqueira e Murches, a nascente com Alvide e Carrascal, a sul com a Pampilheira, a sudoeste com a Torre e a oeste com Birre.

A sua etimologia tem origem no vocábulo, comum neste concelho e no Algarve, usado para os porcos de cobrição (no resto do país varrão e varrasco).

As aldeias de Cobre e Birre possuem uma tradição na exploração do gado suíno, sendo esta a localidade onde se guardavam as fêmeas fecundadas, cobertas.[1]
 
Possuia, em 1527, quatro habitantes, que aumentaram para 14 em 1758 e 443 em 1960.[1] A localidade situa-se à margem da ribeira das Vinhas.


 

Referências


  1. Correia, J. Diogo (1964). Toponímia do Concelho de Cascais (PDF). Cascais: Câmara Municipal de Cascais. p. 39

Ver também