Passam em setembro 58 anos sobre o trágico e dramático incêndio da Serra de Sintra. Aconteceu a 7 de Setembro de 1966, e demorou uma semana a combater. No rescaldo, perderam a vida 25 soldados.
O incêndio alarmou toda a população de Sintra, e tem-se conhecimento de que foi um guarda florestal a primeira pessoa a comunicar à administração florestal, por volta das 12 horas do dia 6 de Setembro, que havia fogo na propriedade da Penha Longa. Para o local seguiram os bombeiros de S. Pedro de Sintra, “apenas às 12h57m” e os Bombeiros de Colares, “duas horas depois, foram alertados”.
Embora à noite tudo levasse a crer que o fogo estava praticamente dominado, a verdade é que, apesar de todos os esforços desenvolvidos para extinguir o incêndio ao romper da madrugada seguinte, as chamas começaram a descer a encosta virada a norte, tendo devorado toda a zona verde da Quinta do Saldanha, Penha Longa, Lagoa Azul, Quinta de Vale Flor (conhecida pela mata da Malhada e pelo Cabeço do Forcado), Mata Ruiva e Parque da Mata de Dª. Maria, Rio da Mula e Quinta dos Pisões.
A meio da tarde, é lançado através das rádios, um apelo a todas a entidades civis e militares, que possuíssem autotanques, para colaborarem no combate ao fogo, mandando concentrar todos os veículos na Lagoa Azul e no Largo da Palácio Nacional da Vila (Sintra).
Na tarde de 7 de Setembro de 1966 morrem nas chamas 25 militares do Regimento de Artilharia Antiaérea Fixa (RAAF) de Queluz.
Os dias 10, 11 e 12 de Setembro corresponderam à fase de rescaldo, havendo, ainda a salientar que no último dia os bombeiros tiveram a ajuda da chuva, o que veio resolver de uma vez por todas aquele flagelo.
No combate às chamas ficaram feridos e intoxicados vários bombeiros, soldados e populares que receberam tratamento no Hospital de Sintra e nos postos clínicos instalados na Serra, sendo os casos mais graves tratados no hospital de São José, em Lisboa.
O Diário de Notícias, de 10 de Setembro de 1966 fala de 25 cadáveres, enquanto o Diário Popular de 9 de Setembro, em entrevista ao soldado Alberto António Silva, que viveu a tragédia de Sintra, não confirma o “número exacto de camaradas que faleceram”, acrescentando que “o grupo do aspirante Barros Tavares, deslocou-se para a direita da encosta. Não se sabe quanto homens levaria consigo”.
Uma tragédia a recordar. Sempre