Segundo declarações da investigadora Sofia Teixeira, do departamento de qualidade do ar da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, o mau odor que atingiu a região de Lisboa é "atípico para esta localização". A sua origem deve estar relacionada com "diversos setores de atividade, mas os mais comuns poderão ser a indústria do processamento do bagaço de azeitona ou até mesmo o processamento de resíduos".
As condições meteorológicas que se fizeram sentir, nomeadamente o registo de ventos oriundos do quadrante sul e com "uma inversão térmica muito baixa", terão contribuído para que o odor se identificasse. Apesar da existência de uma massa de ar proveniente dos desertos do Norte de África, a investigadora explicou que esta perceção de odores "nada tem a ver" com essas partículas.
Além do mau cheiro em Lisboa, o território continental foi também atingido por uma massa de ar proveniente dos desertos do Norte de África, que transporta poeiras em suspensão. O poluente provoca efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, como crianças e idosos, cujos cuidados de saúde a DGS recomenda a serem "redobrados" durante a ocorrência destas situações.