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1.3.12

OTZI O HOMEM DO GELO. Quem era? O que viu?


Ötzi

Ötzi ou Múmia do Similaun é uma múmia masculina bem conservada com cerca de 5 300 anos.
 A múmia foi encontrada por um casal de alpinistas, nos Alpes orientais, em 1991, num glaciar perto do monte Similaun, na fronteira da Áustria com a Itália. 
Ele rivaliza com a múmia egípcia “Ginger” no título de mais velha múmia humana conhecida, e oferece uma visão sem precedentes da vida e hábitos dos homens europeus na Idade do Cobre. 
Ao morrer, detinha vestimentas que o protegiam do frio, com três camadas de roupas. Estudos revelaram que seu casaco era feito a partir de peles de ovelha e cabra. Quanto às caneleiras, elas acabaram sendo costuradas a partir de couro de cabra. 
Os cordões dos seus sapatos de couro de vaca foram criados a partir de um auroque, além de uma capa forrada de fibra da casca da tília, árvore típica no hemisfério norte. Nem todos os itens de vestuário de Ötzi vieram de animais domesticados: a pele veio de urso pardo e a aljava das flechas era feita de pele de veados.

A história deste representante do neolítico, que morreu há 5300 anos, por motivos mais ou menos misteriosos, mas que envolveram certamente uma seta que carrega no ombro esquerdo e um corte na mão direita, é rica em detalhes conhecidos nos últimos 20 anos.

Em 1991, um casal de alpinistas alemão encontrou no Vale Ötzal, a 3120 metros de altura, um corpo mumificado, que estava protegido há milénios da deterioração pelo frio, pela escuridão e pelo gelo. O Homem do Gelo foi encontrado e descrito.
Como múmia, Ötzi é mais completo do que os faraós egípcios, pois continua a ter todos os órgãos, que nos faraós foram retirados. Tinha 1,59 metros, pesava em vida 50 quilos e quando morreu teria cerca de 46 anos. Vestia couro de cabra e tinha se alimentado, recentemente, de carne de veado e cabra.

O cabelo era rico em arsénio e cobre, o que poderá indicar que trabalhava com a fundição de cobre. Com ele viviam uma série de parasitas: piolhos do cabelo, piolhos do corpo, lombrigas. Sofria de artrose. Tratava-se para algumas destas maleitas e, para um homem do neolítico, viveu bastante.

Já a causa da sua morte é mais especulativa. Primeiro julgou-se que tinha sido apanhado numa tempestade de neve. Depois descobriu-se que tinha uma seta enfiada no ombro esquerdo que o terá ferido mortalmente e uma outra ferida profunda na mão direita. Os cortes tê-lo-ão feito perder sangue durante horas, em sofrimento, até morrer e indicam ter havido uma luta. Mas com quem e em que contexto, não se sabe.

Os novos dados caracterizam a genética e fisiologia deste antepassado. A equipa liderada por Albert Zink, do Instituto de Múmias e do Homem do Gelo, ligado ao Museu Arqueológico de Bolzano, na Itália, onde está a múmia, analisou o ADN celular pela primeira vez.

Até agora, só se tinha sequenciado o ADN das mitocôndrias, as baterias das células. Desta vez, com a ajuda de uma nova tecnologia, sequenciou-se o ADN dos cromossomas de Ötzi.

Os resultados mostram que o Homem do Gelo tinha “provavelmente olhos castanhos, pertencia ao grupo sanguíneo O e era intolerante à lactose [o açúcar do leite]”, revela o artigo. Além disso, tinha pele branca e tendência genética para aterosclerose coronária.
 

“Andámos a estudar o Homem do Gelo durante 20 anos. Sabemos tantas coisas sobre ele – onde viveu e como morreu – mas sabíamos muito pouco sobre a sua genética e a informação genética que carregava consigo”, disse Zink à BBC News. A equipa também encontrou informação genética da bactéria que causa a doença de Lyme, que é transmitida pela carraça. É a indicação mais antiga desta doença.
  1. Ötzi

    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
     

     

    Morte  aproximadamente 5 300 anos atrás
    Alpes de Venoste 
       
     
    Ötzi ou Múmia do Similaun é uma múmia masculina bem conservada com cerca de 5 300 anos.[1] A múmia foi encontrada por um casal de alpinistas, nos Alpes orientais, em 1991, num glaciar perto do monte Similaun, na fronteira da Áustria com a Itália. Ele rivaliza com a múmia egípciaGinger” no título de mais velha múmia humana conhecida, e oferece uma visão sem precedentes da vida e hábitos dos homens europeus na Idade do Cobre. Ao morrer, detinha vestimentas que o protegiam do frio, com três[2] camadas de roupas. Estudos revelaram que seu casaco era feito a partir de peles de ovelha e cabra. Quanto às caneleiras, elas acabaram sendo costuradas a partir de couro de cabra. Os cordões dos seus sapatos de couro de vaca foram criados a partir de um auroque (ancestral do boi atual), além de uma capa forrada de fibra da casca da tília, árvore típica no hemisfério norte. Nem todos os itens de vestuário de Ötzi vieram de animais domesticados: a pele veio de urso pardo e a aljava das flechas era feita de pele de veados.[3]

    Etimologia

    Ötzi ([ˈœʦi], do alemão Ötzi, apelido em homenagem ao seu local de descoberta, o Vale de Ötztal (Alto Ádige) — em alemão Ötztaler Alpen.[4]

    Descoberta

    A múmia Ötzi, enquanto ainda congelada na geleira. Fotografada por Helmut Simon no dia em que o corpo foi descoberto, em setembro de 1991.


    Ötzi foi encontrado por um casal de montanhistas alemães, Helmut e Erika Simon, em 19 de setembro de 1991. Inicialmente pensaram se tratar de um cadáver moderno, como diversos outros que são encontrados na região mortos por causa do frio.
    O corpo foi confiscado pelas autoridades austríacas e levado para Innsbruck, onde sua verdadeira idade foi finalmente estabelecida. Pesquisas posteriores revelaram que o corpo fora encontrado poucos metros além da fronteira, em território italiano. Está exposto no Museu de Arqueologia do Alto Ádige, Bolzano, Itália.

    Análise científica

    O corpo foi extensamente examinado, medido, radiografado e datado. Os tecidos e o conteúdo dos intestinos foram examinados ao microscópio, assim como o pólen encontrado nos seus artefatos.

    Memorial a Ötzi no Ötztal.


    Quando morreu, Ötzi tinha entre 30 e 45 anos e aproximadamente 165 cm de altura. A análise do pólen e da poeira e a composição isotópica do esmalte de seus dentes indica que ele passou sua infância perto da atual aldeia de Feldthurns, ao norte de Bolzano, mas que mais tarde viveu em vales a cerca de 50 km ao norte.
    Ele tinha 61 tatuagens, algumas das quais eram localizadas em (ou perto de) pontos que coincidem com os atuais pontos de acupuntura, que podem ter sido feitas para tratar os sintomas de doenças de que Ötzi parece ter sofrido, como parasitas digestivos e artrose. Alguns cientistas acreditam que esses pontos indiquem uma primitiva forma de acupunctura.[5]
    Suas roupas, incluindo uma capa de grama entrelaçada e casaco e calçados de couro, eram bastante sofisticadas. Os sapatos eram largos e à prova d'água, aparentemente feitos para caminhar na neve; as solas eram feitas de pele de urso, a parte superior de couro de veado e uma rede feita de cascas de árvores. Tufos de grama macia envolviam o pé dentro do sapato, servindo de isolante térmico.
    Outros artefatos encontrados junto a Ötzi foram um machado de lâmina de cobre com cabo de teixo, uma faca de sílex e cabo de freixo, uma aljava cheia de flechas e um arco longo de teixo inacabado que era mais comprido do que Ötzi.
    Entre os objetos de Ötzi havia duas espécies de cogumelos, uma das quais (fungo de bétula) é conhecida pelas suas propriedades antibacterianas, e parece ter sido usada para fins medicinais. O outro cogumelo era um tipo de fungo que pega fogo facilmente, incluído com partes do que parece ter sido um kit para começar fogo. O kit continha restos de mais de doze plantas diferentes, além de pirita para a criação de faíscas.

    Análise genética

    Um grupo de cientistas sequenciou o genoma de Ötzi e este foi publicado em 28 de fevereiro de 2012. Um estudo do cromossoma Y de Ötzi colocou-o num grupo que hoje domina no Sul da Córsega (Itália).
    Já a análise do DNA mitocondrial mostrou que Ötzi pertence ao sub-ramo K1, mas não pode ser colocado em nenhum dos três modernos grupos deste sub-ramo (K1a, K1b ou K1c). O novo sub-ramo foi provisoriamente apelidado de K1ö por causa de Ötzi.[quem?]
    Uma observação genérica do seu DNA relaciona-o com Europeus do Sul, particularmente com populações isoladas geograficamente da Sardenha e Córsega.
    A análise do DNA que ele tinha um elevado risco de sofrer de ateroscleros e intolerância à lactose. A presença de DNA da bactéria Borrelia burgdorferi em seu sangue, torna-o o mais antigo humano a sofrer da doença de Lyme (vulgarmente conhecida como febre da carraça). Além disso, a análise de seu conteúdo estomacal mostrou evidências de Helicobacter pylori, uma bactéria comum do sistema digestivo que pode causar gastrite grave e úlceras[6]
    Um estudo de 2012 do paleoantropólogo John Hawks sugeriu que Ötzi tinha mais material genético de Neanderthal do que os Europeus modernos.

    Causa morte

    Primeiramente supôs-se que ele fosse um pastor levando seu rebanho para as montanhas e que foi surpreendido por uma tempestade de neve. Dada sua relativa alta idade, não teria resistido ao esforço e morrido.
    No entanto, a análise de DNA revelou traços de sangue de quatro outros indivíduos nos seus equipamentos: um na sua faca, dois na mesma flecha e o último no seu casaco. Em julho de 2001, dez anos após a descoberta do corpo, uma tomografia axial computorizada revelou que Ötzi tinha o que parecia ser uma ponta de flecha no seu ombro, mais precisamente na omoplata, combinando com um pequeno furo no seu casaco. O cabo da flecha havia sido removido. Ele também tinha um profundo ferimento na palma da mão direita, que atingiu a carne, tendões e o osso.
    Uma equipe de pesquisadores italianos e suíços usou a tecnologia de raio-X para comprovar que a causa da morte foi uma lesão sofrida numa artéria próxima do ombro e provocada pela ponta de flecha que permanece até hoje cravada nas costas. Os mesmos cientistas concluíram que a morte de Ötzi foi imediata.
    Em 2007 cientistas revelaram que Ötzi morreu de um ferimento no ombro provocado por uma flecha.
    A partir de tais evidências e de exames das armas, o biólogo molecular Thomas Loy, da Universidade de Queensland, acredita que Ötzi e um ou dois companheiros fossem caçadores que participaram de uma luta contra um grupo rival. Em um certo momento, ele pode ter carregado (ou ter sido carregado por) um companheiro. Enfraquecido pela perda de sangue, Ötzi aparentemente largou seus equipamentos contra uma rocha, deitou-se e expirou.
    Análises dos intestinos de Ötzi mostraram duas refeições, uma de carne de bode da montanha, a segunda de carne de veado, ambas consumidas com alguns cereais. Porém na segunda refeição mostra que esta foi consumida em uma floresta de coníferas a meia-altitude.



    Inscrição no memorial.

    Os resultados mais recentes da pesquisa apareceram em linha no Journal of Archaeological Science e foram publicados pela National Geographic.

    Superstição

    Existe uma superstição que envolve Ötzi. Segundo a crença, acredita-se haver uma maldição ao redor da múmia quinquemilenar que estaria zangada com as pessoas que a perturbassem em seu descanso. Até agora 7 das pessoas que entraram em contato com o cadáver congelado tiveram acidentes estranhos que resultaram em morte. Entre elas encontram-se cientistas que estudaram o corpo e o próprio descobridor de Ötzi, Helmut Simon, que faleceu ironicamente numa forte tempestade de neve e faleceu na mesma posição de Õtzi, enquanto passeava pela Áustria numa região a 100 km do local original.[7]

    Referências


  2. James Neill (last updated 27 October 2004), Cópia arquivada, consultado em 8 de março de 2007, arquivado do original em 12 de março de 2007 |título= e |titulo= redundantes (ajuda); Verifique data em: |data= (ajuda).

  3. http://seuhistory.com/hoje-na-historia/mumia-de-5300-anos-e-encontrada-nos-alpes-italianos Página acessada em 23 de janeiro de 2016.

  4. 5,300-Year-Old Otzi the Iceman Was Wearing Clothing from Five Separate Animal Species por Mark Miller, em "Ancient Origins(2016)

  5. Duden online, “Ötzi”, 2013-11-08

  6. L. Dorfer, M. Moser, F. Bahr, K. Spindler, E. Egarter-Vigl, S. Giullën, G. Dohr, T. Kenner (18 de setembro de 1999). «Department of medical history: A medical report from the stone age?» (em inglês). The Lancet (Vol. 354, 354:1023-25). Consultado em 8 de novembro de 2013. Arquivado do original em 8 de dezembro de 2006 |urlmorta= e |ligação inativa= redundantes (ajuda)

  7. The Iceman tells a new tale: Infection with ulcer-causing bacteria por MEGHAN ROSEN na "ScienceNews" (2016)

  8. Adam, Karla (5 de novembro de 2005). «Curse of the Oetzi the Iceman strikes again» (jornal) (em inglês). The Independent. Consultado em 8 de novembro de 2013