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6.10.11

REI D. CARLOS. UM AMIGO DE CASCAIS

Defeitos! 
   Quem os não tem?
   Tinha-os El-Rei Dom Carlos? 
  É provável que os tivesse. Todos nós, os homens, somos imperfeitos.
   Se Dom Carlos tinha, realmente, alguns defeitos, eram eles tão desvanecidos que passaram sem o reparo de pessoas de subido critério.
   A magnanimidade de caracter de Dom Carlos, tantissimas vezes posta em relevo, compensava, vantajosamente, os Defeitos- que os inimigos, os invejosos e os intrigantes Lhe atribuiam.
   Disse Cervantes; A grandeza do Rei resplandece mais em ser misericordioso que justiceiro.




D. CARLOS EM CASCAIS ( foto de J.P.L. Ano 2011 )



  Ora se Dom Carlos em vez de exercer a clemência tivesse exercido a Justiça, quiçá não tivesse sido vitima dos Seus inimigos.



DE FRENTE PARA O MAR  ( Foto de J.P.L. Ano 2011 )


   Mas, Senhor Deus, passou alguma vez pela imaginação do Bondoso Soberano que, em Portugal, houvesse um português capaz de lhe apontar e desfechar uma  carabina ?
  Não !
 Dom Carlos, como português de raça e de coração, não podia tolerar tão repulsiva hipótese. Confiava na humanidade dos Seus subditos e por eles trabalhava com todo o valor da Sua inteligência. Nunca pensou, sequer, nos degenerados que poderiam surgir, subitamente, entre os portugueses de nobre alma. E foram seus algozes esses espúrios em que jamais pensou.


       Dom Carlos, todos o sabiam, foi sempre um Rei valoroso e justo, mas a Sua benignidade prejudicava-o, por vezes, na acção forte das Suas deliberações. Não era um medroso, era um timido receoso de uma incorrecção, de um desprimor ou de uma injustiça que fosso abalroar com os Seus sentimentos de doçura e cortesia.


RECONHECIMENTO  ( Foto de J.P.L. Novembro de 2011 )
A Sua inteligência ligada ao Seu vigor físico eram factores temíveis se tivessem de ser postos em acção, e tão notória se tornou essa asserção que, para O vencerem, foi necessário um elevado número de emboscados assassinos. Só assim, traiçoeiramente, lograram derrubá-lo para sempre.
 Se a tentativa tivesse falhado teriam os instigadores e criminosos de sentir o peso do Seu pulso de ferro de Homem e de Rei.  *



   " Um Feixe de saudades "
   Autor: Trindade Baptista.
   Ano: 1933.