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16.2.21

EURO.

Quantos paus custa um euro?

Por vezes, há palavras que pensamos mortas e reaparecem de imprevisto. É o caso dos paus como forma de falar da moeda.

A nossa unidade monetária era, até 2002, o escudo — ou, em linguagem de rua, o pau. Um café custava uns 50 paus (ou algo do género), um livro ainda eram uns 1500 paus…  Depois de 2002, o escudo desapareceu e o mesmo pensei que tivesse acontecido ao pobre pau, o escudo reguila.

Foi com muita surpresa que, há uns tempos, ouvi um amigo mais novo referir-se a uma quantia em euros usando a velhinha unidade pau. Havia, dizia-me ele, um computador muito bom à venda numa certa loja por 400 paus. Estranhei não só o termo, mas também o valor: um computador por 400 escudos? Não: o pau valorizou bastante — 1 novo pau vale 200 antigos paus (e mais umas migalhas). Depois da surpresa, acabei por encontrar muitas outras pessoas que usam o convertido pau.

Estas sobrevivências não são exclusivas da transição do escudo para o euro. Quantas vezes não ouvi eu a palavra merréis — a versão despachada de mil-réis — da boca dos meus avós, como equivalente de escudo? O real (com o plural réis) ainda aparecia na boca dos portugueses no início do século XXI! E, no entanto, a moeda tinha sido substituída pelo escudo em 1911…

A conversão entre réis e escudos era fácil: um escudo eram mil réis. Assim, a palavra mil-réis manteve-se na boca dos portugueses. Os réis também sobreviveram no nome que dávamos à moeda de 2$50. Correspondia a 2$500 réis — e daí o nome moeda de dois e quinhentos. (Um milhar de réis escrevia-se 1$000; com o escudo, o cifrão passou a ser o símbolo decimal, mas não saiu do mesmo lugar, se pensarmos no valor da moeda.)

O próprio conto era ainda uma sobrevivência do real: um conto de réis era um milhão de réis. Com a mudança, um conto passou a valer 1000 escudos. Depois de 2002, o conto manteve-se nas contas mentais que fizemos durante muitos e bons anos — há aliás quem me garanta que ainda pensa em contos. De certa maneira, o real, a pairar como fantasma atrás do conto, sobreviveu mais tempo do que o escudo.

As palavras, por vezes, são mais sólidas do que pensamos. Quando começámos a usar o correio electrónico, mantivemos velhas palavras como endereço, remetente, destinatário… Hoje, há canais no YouTube, como há canais na televisão. Temos murais no Facebook. Aliás, não ficaria nada mal publicarmos por lá postais, que têm a dupla vantagem de serem bem portugueses e não se afastarem muito dos mais habituais posts ingleses — mas, enfim, ninguém consegue controlar as palavras que ficam e as que desaparecem (podemos tentar, claro está). Até uma palavra tão localizada no tempo como disquete sobrevive em frases como «clique no símbolo da disquete para gravar o ficheiro»…

Para sobreviver, uma palavra adapta-se. Muda de som, muda de significado, às vezes até muda de língua. São resistentes, as palavras. São também maleáveis: através das metáforas, conseguimos usar uma palavra simples para designar realidades mais complexas. Esta é uma característica de todas as línguas. Há metáforas que são quase universais: quando representamos um valor que aumenta, quase sempre representamo-lo como estando a subir. É tão natural que nem percebemos estar perante uma metáfora — e, no entanto, quando a temperatura aumenta, nada sobe (talvez o mercúrio nos antigos termómetros). O certo é que os falantes de português e de muitas outras línguas compreendem perfeitamente quando se diz que a temperatura está a subir — é o mecanismo mental que permite ao nosso cérebro ver o aumento da temperatura.

Também acontece algo parecido quando falamos do tempo a passar: como não o vemos, usamos termos relacionados com o espaço. Usamos as mesmas palavras: vou de Lisboa a Braga e trabalho de segunda a sexta; ele está perto de casa e telefona perto das duas; estamos longe desses tempos; entramos no novo ano, como entramos em casa… O tempo não anda para trás, todos sabemos. Na verdade, também não anda para a frente. Não anda, ponto final — e, no entanto, para o nosso cérebro, parece que sim. São truques que a mente usa para compreender o mundo, que são revelados quando olhamos com atenção para a língua.

A língua é um depósito de sedimentos em que encontramos invenções recentes e materiais antigos — sejam as metáforas que usamos para falar do que não se vê ou os nomes que damos às moedas, mesmo quando elas mudam.

Sugestão de leitura (e de tradução): A importância da metáfora para o funcionamento das línguas, muito para lá do uso literário, há muito foi reconhecida pelos linguistas. Um livro com um excelente capítulo sobre o assunto é The Unfolding of Language, de Guy Deutscher. É pena não estar traduzido em português.

(Crónica no Sapo 24. Obrigado à Ana, à Patrícia e à Vera pela sugestão!)

 

8.2.21

A Caça


CENAS DE CAÇA (1670).
Pormenor de painel de azulejos (158 x 286cm), fabrico de Lisboa.
 Museu de Lamego.

 
A necessidade de sobreviver levou o homem primitivo a caçar, isto é, a perseguir outras espécies animais, com a finalidade de os abater e consumir na alimentação. Provavelmente o homem terá começado por caçar sem armas, às quais terá começado a recorrer em certo estágio da sua evolução. E naturalmente com a evolução do homem, vão evoluindo igualmente as armas usadas na caça. Estas classificam-se em:
- Armas de arremesso de mão: o dardo, a azagaia e o arpão.
- Armarremesso de engenho: as de  a funda, o arco, a besta e a zarabatana.
- Armas de choque: o cajado, a moca, o machado, o punhal, a faca, a espada, o sabre e a lança.
- Armas de choque e arremesso de mão: o machado, o punhal e a lança.
- Armas de fogo: mosquete de pederneira, espingarda, pistola, revólver, etc.
Na caça, o homem pode também utilizar armadilhas diversas, tais como gaiolas, laços e redes. Pode igualmente ser auxiliado pelo cavalo em quer se faz transportar ou por animais como o cão e o furão, assim como por aves de rapina como o falcão e o açor, usados na caça de altanaria.
A caça é um tema que tem sido profusamente abordado na arte. Começando na arte rupestre e marcando presença assinalável nas iluminuras dos livros de horas medievais e renascentistas, a caça é um tema que foi também bastante retratado nos painéis azulejares portugueses de composição figurativa do século XVIII, com os quais ilustramos o presente post. Nesses painéis os caçadores trajam à moda do século, destacando-se o uso do chapéu tricórnio. A caça é efectuada a pé ou a cavalo, com recurso a lança ou mosquete de pederneira e o auxílio de cães.
O contexto da caça nos séculos XVII-XVIII está registado no adagiário português referido por autores das época, em alguma da bibliografia indicada ([1], [2], [4]), com o qual termino o presente post:
- A galgo velho deita-lhe a lebre e não coelho.
- A lebre é de quem a levanta e o coelho de quem o mata.
- A pássaro dormente, tarde entra o cevo no ventre.
- À porta de caçador, nunca grande monturo.
- Andar com furão morto à caça.
- Aquela ave é má, que em seu ninho suja.
- As folósas querem dar nos grous.
- Às vezes, corre mais o Demo que a lebre.
- Bem sabe a rola em que mão pousa.
- Bom cão de caça, até à morte dá ao rabo.
- Caça, guerra e amores, por um prazer muitas dores.
- Caçar e comer, começo quer.
- Cão azeiteiro, nunca bom coelheiro.
- Com este cajado mataste já outro coelho.
- De casta lhe vem ao galgo ter o rabo longo.
- De má mata, nunca boa caça.
- Do gavião maneiro se faz o çafaro; e do çafaro o maneiro, segundo a têmpora do cetreiro.
- Em Dezembro, a uma lebre galgos cento.
- Em Janeiro, nem galgo lebreiro, nem açor perdigueiro.
- Galgo, comprá-lo e não creá-Io.
- Galgo, que muitas lebres levanta, nenhuma mata.
- Gavião temporão, Santa Marinha na mão.
- Inda que a garça voe alta, o falcão a mata.
- Ir à guerra, nem caçar, não se deve aconselhar.
- Levantas a lebre, para que outrem medre.
- Mal haja o caçador doido, que gasta a vida com um pássaro.
- Mentiras de caçadores são as maiores.
- Metes os cães à moita, arredaste-a fora.
- Não cava de coração, senão o dono do furão.
- Não crie cão quem lhe não sobeje pão.
- Não é regra certa, caçar com besta.
- Não levantes lebre, que outrem leve.
- Nem de cada malha peixe, nem de cada mata feixe.
- Nunca bom gavião de francelho, que vem à mão.
- O açor e o falcão, na mão.
- O galgo, à larga, lebre mata.
- Porfia mata caça.
- Porfia mata veado, e não besteiro cansado.
- Quando o lobo vai por seu pé, não come o que quer.
- Quem pássaro há-de tomar, não o há-de enxotar.
- Quem quiser caça, vá á praça.
- Se assim corres como bebes, vamo-nos às lebres.
- Se caçares, não te gabes; e, se não caçares, não te enfades.
- Se esta cotovia mato, três me faltam para quatro.
- Sede de caçador, e fome de pescador.
- Tenho-te no laço, pombo torcaz.

BIBLIOGRAFIA
[1] - BLUTEAU, Raphael. Vocabulario Portuguez e Latino. Vol. I a X. Officina de Pascoal da Sylva. Coimbra, 1712-1728.
[2] - DELICADO, António. Adagios portuguezes reduzidos a lugares communs / pello lecenciado Antonio Delicado, Prior da Parrochial Igreja de Nossa Senhora da charidade, termo da cidade de Euora. Officina de Domingos Lopes Rosa. Lisboa, 1651.
[3] - EDITORIAL ENCICLOPÉDIA. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Editorial Enciclopédia, Limitada. Lisboa, s/d.
[4] - ROLAND, Francisco. ADAGIOS, PROVERBIOS, RIFÃOS E ANEXINS DA LINGUA PORTUGUEZA. Tirados dos melhores Autores Nacionais, e recopilados por ordem Alfabética por F.R.I.L.E.L. Typographia Rollandiana. Lisboa, 1780.

Hernâni Matos

CENA DE CAÇA (1670).
Painel de azulejos (154 x 286cm), fabrico de Lisboa.
Museu de Lamego.
CENA DE CAÇA (1670).
Pormenor da metade esquerda de painel de azulejos (154 x 286cm), fabrico de Lisboa.
Museu de Lamego. 
CENA DE CAÇA (1670).
 Pormenor da metade direita de painel de azulejos (154 x 286cm), fabrico de Lisboa.
 Museu de Lamego. 
CENA DE CAÇA (1670-75).
Painel de azulejos (166 x 517 cm), fabrico de Lisboa.
Museu Nacional do Azulejo. 
CAÇA AO LEOPARDO (3º quartel do séc. XVII).
 Painel de azulejos (150 x 189,5 cm), fabrico de Lisboa.
Museu Nacional do Azulejo, Lisboa. 
FRONTAL DE ALTAR / EMBLEMA CARMELITA E CENA DE CAÇA (c. 1670).
Painel de azulejos (95 x 156 cm), fabrico de Lisboa.
 Museu Nacional de Machado de Castro. 
CENA DE CAÇA (c. 1680).
Pormenor central de painel de azulejos (166 x 517 cm), fabrico de Lisboa.
 Museu Nacional do Azulejo, Lisboa. 
CENA DE CAÇA (1750 – 1760).
Painel de azulejos/silhar (83 x 167,5 cm), fabrico da Real Fábrica de Louça (Rato?), Lisboa.
Museu Nacional do Azulejo, Lisboa.
CENA DE CAÇA (séc. XVIII).
Painel de azulejos da Igreja de São José dos Carpinteiros, Lisboa.
CENA DE CAÇA (séc. XVIII).
Painel de azulejos da Igreja de São José dos Carpinteiros, Lisboa.
CENA DE CAÇA (séc. XVIII).
Painel de azulejos da Igreja de São José dos Carpinteiros, Lisboa.
CENA DE CAÇA (séc. XVIII).
Painel de azulejos. Igreja de Vilar de Frades, Barcelos. 
CENA DE CAÇA (séc. XVIII).
Painel de azulejos, Palácio Biscainhos, Braga. 
CENA DE CAÇA (séc. XVIII).
Painel de azulejos, Sé, Porto.
CENA DE CAÇA (Séc. XVIII).
Painel de azulejos nos claustros do Mosteiro de S. Vicente de Fora, Lisboa.
CENA DE CAÇA (séc. XVIII). Painel de azulejos.
Convento de Nossa Senhora da Conceição dos Congregados de S. Filipe Nery,
actual edifício dos Paços do Concelho de Estremoz.
 CENA DE CAÇA (séc. XVIII).
 Painel de azulejos da Igreja da Ordem Terceira Secular de São Francisco da Bahia.
CENA DE CAÇA (séc. XVIII).
 Painel de azulejos do Palácio do Marquês de Marialva, Lisboa.
 Museu do Açude, Rio de Janeiro. 
 CENA DE CAÇA (séc. XVIII).
 Painel de azulejos da Capela Dourada, Recife.
 CENA DE CAÇA (1881).
 Azulejo (12 x 33 cm) da autoria de D. Fernando de Sax Coburgo.
 Palácio Nacional de Mafra.
 CENA DE CAÇA (1881).
Azulejo (12 x 33 cm) da autoria de D. Fernando de Sax Coburgo.
Palácio Nacional de Mafra.

 CENA DE CAÇA (1881).
Azulejo (12 x 33 cm) da autoria de D. Fernando de Sax Coburgo.
Palácio Nacional de Mafra.

CENA DE CAÇA (1881).
Azulejo (12 x 33 cm) da autoria de D. Fernando de Sax Coburgo.
Palácio Nacional de Mafra.

 Fonte de toda esta informação: http://dotempodaoutrasenhora.blogspot.com

7.2.21

 

Perdigueiro português

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 
Perdigueiro Português
Perdigueiro Português
Nome original Perdigueiro Português
País de origem Portugal Portugal
Características
Peso do macho 20-27 kg
Peso da fêmea 16-22 kg
Altura do macho 52-60 cm na cernelha
Altura da fêmea 48-56 cm na cernelha
Classificação e padrões
Federação Cinológica Internacional
Grupo 7 - Cães de Parar ou Cães Apontadores
Seção 1 - Cães apontadores continentais
Estalão #187 de 4 de novembro de 2008

Perdigueiro português[1][2] é uma raça de cães de caça nativa de Portugal. É uma das várias raças de cães classificadas como “perdigueiro” por ser usada principalmente na caça da perdiz. É um cão de parar por excelência e utilizado na caça de altanaria.

Origem

Detalhe cabeça de um Perdigueiro Português.

O Perdigueiro Português surgiu a partir do Perdigueiro Peninsular,[3] antiga raça de cães ibérica, estando a sua presença documentada desde século X, a sua primeira aparição na arte é numa lápide sepulcral visigótico-moçárabe da Igreja de S. João Baptista de Tomar[4]. A sua evolução resultou de vários factores como, adaptação ao clima, tipo de caça, terreno e selecção introduzida através da especificidade cultural portuguesa. No século XIV, era criado nos canis reais e era utilizado na caça de altaria, sendo conhecido como podengo de mostra, evidenciando já a possibilidade de parar perante a caça. No século XVI (reinado de D.Sebastião) é comum (ainda que proibido) o seu uso pelas classes populares. A constante sangria em braços de trabalho provocada pelas descobertas, o abandono dos campos, a fome e a mudança de hábitos, levaram a população a recorrer mais à caça como alimento e consequentemente à utilização do cão de mostra, que lhe estava "vedado" por causar, mercê das suas excelentes qualidades, graves danos nos interesses venatórios da casa real e da nobreza[4]. No século XVIII, muitas famílias inglesas estabeleceram presença na região do Porto no negócio da produção de vinho e tomaram contacto com a raça sendo levado para Inglaterra onde desempenhou um papel importante na origem do pointer inglês. Nos fins do Séc.XIX sofreu algum declínio, mercê de convulsões sociais graves e de novos gostos e contactos com o exterior, que davam projecção a raças estrangeiras então em moda. Mas continua a estar representado em objectos de arte (Jarra pintada à mão por D.Fernando II de Saxe-Coburgo, Pena-Sintra), pintura do Rei D.Luis e dos principes trajando de caça no Palácio da Ajuda, Lisboa), pintura de uma jornada de caça de um inglês no Douro (Quinta de Gatão, Douro) ou em cerâmica artística da Real Fábrica do Rato (Palácio Pimenta, Lisboa)[4]. Foi somente em 1920 que alguns criadores fizeram um esforço para salvar a raça, localizando alguns dos cães no inacessível norte de Portugal. O livro português de pedigree foi então estabelecido em 1932 e o padrão da raça em 1938.[3] Durante pelo menos mil anos, este cão teve sempre a mesma cabeça quadrada, orelhas triangulares e aspecto compacto.

Livros e DVD's

Também a sua divulgação, por vezes bastante mais limitada do que deveria, tem sido alvo do interesse de alguns não só em Portugal como no estrangeiro, sob a forma de livros, revistas, filmes, vídeos e DVDs, com carácter mais ou menos regular. São algumas dessas imagens que temos tido a ocasião de colectar ou registar ao longo dos anos, que deixamos à consideração e conhecimento do leitor.[5]

Livros

  • Estudo sobre o Perdigueiro Português - Leopoldo Machado Carmona - I CNT - Lisboa, 1937
  • O Perdigueiro Português - Domingos Barroso - Ed. Gazeta das Aldeias - Porto, 1945, 1962, 1990
  • O Perdigueiro Português - Manuel Correia - Ed. Tempos Livres - Lisboa, 1981
  • Ensino do Perdigueiro - Moisés Nascimento Costa - Porto Editora - Porto, 1984
  • Perdigueiro Português - Jorge Rodrigues - Ed. Inapa - Lisboa, 1993
  • Ainda o Perdigueiro Português - Domingos Barroso - Ed. SPS - Aveiro, 1994

DVD/VHS

  • O Perdigueiro Português, Ed. Calibre 12, Lisboa, 2000

Aparência e comportamento

Perdigueiro Português com 11 anos

O Perdigueiro Português é um cão extremamente meigo e afectivo, dotado de grande capacidade de entrega e muito resistente. É calmo, bastante sociável e um pouco petulante em relação aos outros cães. Trabalha com vivacidade e persistência e é curioso por natureza. Mantém sempre o contacto com o seu caçador.[3]

Movimenta-se com passada fácil e é garboso. É polivalente nas suas função e muito adaptável aos variados terrenos, climas e tipos de caça.[2]

Apresenta-se em proporções médias, rectilíneo, tipo bracóide, robusto mas de conformação harmónica aliada a manifesta elasticidade de movimentos.[2]

A cabeça é proporcionada em relação ao corpo, bem conformada e harmónica; aparenta ser grande no conjunto. Um pouco grossa, no entanto não é ossuda nem empastada e possui pele flácida e fina.[2]

A pelagem é curta e grossa na maioria dos cães, sendo de textura aveludada nas orelhas e na face.[2]

De cor amarela nas variedades clara, comum e escura, unicolor ou malhada de branco na cabeça, pescoço, peito e calçado.[2]

Nos machos, a altura na cernelha é de 52 a 60 centímetros, o peso é de 20 a 27 quilos. Nas fêmeas, a altura é de 48 a 56 centímetros e o peso é de 16 a 22 quilos.[2][3]

4.2.21

GALINHOLA

 

GALINHOLA

A galinhola é uma ave que voa muito bem, atravessando com a maior facilidade por entre ramadas de árvores ou bastios sem tocar em parte alguma. Acelera ou retarda o voo, voltando para a direita ou esquerda, subindo ou descendo com a maior das facilidades; mas nunca o fará durante o dia por sua livre vontade. *

* Pequeno extrato do livro de D.Jorge Frederico DÁvillez ( Visconde de Reguengo ) " Caça de Arribação " edição do autor em 1961

Quadro a  acrílico de minha autoria