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29.8.20

JOSÉ ORTEGA Y GASSET

A VIDA ( Foto de J.P.L. )
A vida que nos é dada tem os seus minutos contados e, além disso, é-nos dada vazia.
 Quer queiramos quer não, temos de preenchê-la por nossa conta: isso é, temos de ocupá-la, de um ou de outro modo.
  Por isso, a substância  de cada vida reside nas suas ocupações. 
Ao animal não somente lhe é dada a sua vida, mas também o reportório invariável da sua conduta.
  Sem a sua intervenção, os instintos dão-lhe já decidido o que vai fazer e evitar. 
Por isso, não pode dizer-se do animal que se ocupa nisto ou naquilo. 
A sua vida não esteve nunca vazia, indeterminada. 
Mas o homem é um animal que perdeu o sistema dos seus instintos, ou, o que é igual deles conserva só resíduos e cotos incapazes de lhe impor um plano de comportamento.

   Ao encontrar-se existindo, encontra-se perante um pavoroso vazio. Não sabe o que fazer; tem ele mesmo que inventar os seus afazeres ou ocupações.
   Se contasse com um tempo infinito diante de si, não importaria grandemente: poderia ir fazendo o que lhe ocorresse, experimentando, uma após outra, as ocupações imagináveis.

 Mas aí está!
a vida é breve e urgente; consiste sobretudo em pressa, e não há outro remédio senão escolher um programa de existência, com exclusão dos restantes; renunciar a ser uma coisa para poder ser outra; em suma, preferir uma ocupação às restantes.

   O facto mesmo de que as nossas línguas empreguem a palavra  « ocupação » nesse sentido revela que os homens viram desde há muito, talvez desde o princípio, a vida como um « espaço  » de tempo que os nossos actos vão enchendo, incompenetráveis uns com os outros,tal como os corpos.

   Com a vida, é claro, é-nos imposta uma longa série de necessidades a que não é possível fugir, que temos de enfrentar sob pena de sucumbir.

 Mas não nos foram impostos os meios e modos de satisfazê-las, de sorte que também nesta ordem do inevitável temos que inventar - cada um por si ou aprendendo-o em usos e tradições - o reportório das nossas acções. ( 1 )




(1 ) José Ortega Y Gasset.
     " Sobre a Caça e os Touros "
     1989 Edições Cotovia, ldª



José Ortega y Gasset

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


José Ortega y Gasset

Ortega y Gasset durante a década de 20
Nascimento 9 de maio de 1883
Madrid
Morte 18 de outubro de 1955 (72 anos)
Madrid
Nacionalidade Espanha Espanhol
Progenitores Mãe: Dolores Gasset Chinchilla
Pai: José Ortega Munilla
Cônjuge Rosa Spottorno Topete (1914-2007)
Filho(s) José Ortega Spottorno (1916-2002)
Soledad Ortega Spottorno(1910–1955)
Ocupação Filósofo, Historiador, Politólogo, Escritor, Ensaísta, Jornalista
Prémios Medalla Goethe de la ciudad de Fráncfort (1949)
Movimento literário Novecentismo
Magnum opus A Rebelião das Massas
Escola/tradição Escola de Madrid (fundador)
Perspectivismo
Pragmatismo
Neokantismo
Fenomenologia
Existencialismo
Vitalismo
Historicismo
Liberalismo
Ideias notáveis Hipótese de Ortega
Homem-Massa
Razão vital
Eu sou eu e minha circunstância
Religião Agnóstico
Assinatura
Firma de José Ortega y Gasset.svg



José Ortega y Gasset (Madrid, 9 de maio de 1883 — Madrid, 18 de outubro de 1955) foi um ensaísta, jornalista e ativista político, fundador da Escola de Madrid. Ortega é amplamente considerado o maior filósofo espanhol do Século XX.[1][2]
Ortega foi um dos primeiros autores a tratar do problema da historicidade fora dos padrões do evolucionismo, do marxismo ou do positivismo. Também foi um dos primeiros a valorizar a importância dos conceitos em matérias de história e a estender à filosofia as conclusões de Einstein, além de afirmar a necessidade de uma historicidade como modo de suplantar o esgotamento da metafísica e do idealismo.[3] Ortega atribui à história uma nova categoria do conhecimento, aos moldes de Martin Heidegger, seu contemporâneo.[3]
De acordo com Ortega, a realidade está em nossa vivência histórica. Autor da frase, ”eu sou eu e minha circunstância”, para ele viver não se trata de termos uma consciência intencional, aos moldes fenomenológico, mas sim a maneira como lidamos com a circunstância da qual não nos separamos: “A vida não é recepção do que se passa fora, antes pelo contrário, consiste em pura atuação, viver é interior, portanto, um processo de dentro para fora, em que invadimos o contorno com atos, obras, costumes, maneiras, produções segundo estilo originário que está previsto em nossa sensibilidade.”[4]
Seu pensamento impactou diversas áreas do saber. Em sua memória, o jornal espanhol El País concede o Prêmio Ortega y Gasset anualmente àqueles que se destacam no campo do jornalismo e da comunicação.[5]

Biografia

Infância e juventude

José Ortega y Gasset nasceu em Madrid, no dia 9 de maio de 1883, em uma família pertencente à burguesia liberal do final do século XIX. A família de sua mãe era dona do jornal El Imparcial, de Madrid, e seu pai, José Ortega y Munilla, era jornalista e editor do jornal. 


Ortega y Gasset em 1920




O fato de ser criado por uma família tão intimamente ligada à atividade jornalística teve repercussões importantes no desenvolvimento de sua formação intelectual e de sua forma de expressão literária. De fato, uma grande parte de seus escritos filosóficos, e até mesmo uma grande parte de sua atividade profissional, foram desenvolvidos em contato com o jornalismo.
Depois de aprender jornalismo em Madri, com Manuel Martínez e José del Río Labandera, em 1891 o jovem Ortega foi enviado para estudar o bacharelado na escola que os jesuítas dirigiam no bairro de El Palo, em Málaga. O fato de Ortega ter recebido sua formação básica em uma escola jesuíta na cidade de Málaga também marcou sua vida intelectual.

Começo de carreira

Em 1897, depois de concluir seu bacharelado em Málaga, Ortega começou seus estudos universitários, primeiro em Deusto e logo depois em Madri. Aos os quinze anos o jovem Ortega testemunhou um evento histórico da maior importância, que levou toda uma geração de espanhóis a considerar o problema da Espanha. Este evento foi a perda dos últimos remanescentes do império colonial espanhol. Em 1898, pela Paz de Paris, que pôs fim à guerra hispano-americana, a Espanha teve de ceder aos jovens e poderosos Estados Unidos da América (que, um dia, havia ajudado a alcançar a independência) suas últimas possessões coloniais: Cuba, Porto Rico e Filipinas. Este evento trabalhou na Espanha como um revulsivo da consciência nacional, que levou as mentes mais lúcidas do momento (Miguel de Unamuno, Pío Baroja, Antonio Machado e o próprio Ortega) a considerar o problema do declínio físico e moral da Espanha. A geração marcada pelo desastre nacional, a Geração de 98, concentrou grande parte de seus esforços intelectuais na reflexão sobre a etiologia e o diagnóstico da "doença na Espanha". 




José Ortega y Gasset (c.1950).





Dentro do espírito de sua geração, Ortega tomou consciência do problema da Espanha e diagnosticou que tal problema residia no individualismo dos homens e regiões da Espanha, que não sentiam uma preocupação comum com os assuntos nacionais. Por isso, ele propôs que a regeneração da Espanha só poderia vir de uma consciência entusiasta de uma missão nacional. Para que esta missão fosse realizada com sucesso, Ortega propôs a necessidade da existência de uma elite intelectual – à qual ele próprio se sentia integrado – que, tirando o melhor do mundo ocidental, saberia como "promover a organização de uma minoria" que se encarregaria da educação política das massas".[6]
É assim que o pensamento do jovem Ortega se relaciona com o regeneracionismo e um dos aspectos do krausismo espanhol. Embora os pressupostos filosóficos de Ortega e os dos krausistas difiram marcadamente na realização política e cultural de tais pressupostos, ambos coincidem em vários pontos-chave: que a situação da Espanha na época era negativa e, portanto, deveria ser superada; que esta superação só poderia ser feita recorrendo à aclimatação do pensamento europeu à Espanha, e que para isso seria necessária a existência de grupos dirigentes para permitir a atualização da cultura espanhola.

Influências

É precisamente neste contexto de desejo de beber em fontes culturais europeias para aclimatá-los à Espanha, é aí que devemos enquadrar a viagem de estudo que, ao terminar seu doutorado em filosofia, com a tese intitulada “Os terrores do ano mil. Crítico de uma lenda”, Ortega faz a Alemanha. De fato, em 1905 ele foi para a Alemanha para continuar seus estudos e visitou as universidades de Leipzig, Berlim e Marburg. Precisamente nesta última universidade será onde ele conhece os neo-kantianos H. Cohen e P. Natorp, a quem ele sempre considerará seus professores. Também para esta viagem de Ortega à Alemanha pode-se estabelecer um certo paralelismo com a permanência de Julián Sanz del Río, fundador do krausismo espanhol, em Heidelberg. Com este Ortega continua uma certa tradição espanhola que durou até os anos cinquenta, quando a meca da filosofia passou para os espanhóis para os países anglo-saxões. Essa tradição consistia em que todo jovem espanhol que aspirasse a uma formação intelectual mais completa do que a que a universidade espanhola poderia fornecer teria que viajar para a Alemanha.
O panorama filosófico que o jovem doutor em filosofia da Universidade de Madri encontrou em Marburg foi presidido pelo neo-kantismo, ou seja, a doutrina filosófica que postulava o retorno a Kant como um caminho para superar as vielas às quais a filosofia idealista tinha chegado nas mãos de Hegel e seus seguidores. Mas, e aqui o paralelismo com Sanz del Río é quebrado, assim como o krausismo espanhol importou o pensamento de Krause de uma maneira monolítica e sem uma atitude excessivamente crítica, Ortega chegou à Alemanha com um espírito mais crítico e inteligente - não em vão mais de meio século de viagens de intelectuais espanhóis à Alemanha - e sua atitude para com os neo-kantianos não foi a da batedeira discipular, mas uma atitude ambivalente. Desta forma, embora reconhecendo a dívida impagável aos seus professores de Marburg, ele também adota uma atitude crítica em relação a eles e contra o próprio Kant. A dívida e a crítica a Kant e aos neo-kantianos resume-os magistralmente com as seguintes palavras: "Durante dez anos vivi no mundo do pensamento kantiano: respirei-o como atmosfera e tem sido tanto a minha casa como a minha prisão [ ...] Com grande esforço eu escapei da prisão kantiana e escapei de sua influência atmosférica ".[7]
Assim, Ortega ficou ciente de que o pensamento kantiano era tão necessário para ele quanto a atmosfera que qualquer homem respira, mas era também para ele uma prisão da qual ele tinha que se libertar para poder construir sua própria filosofia de maturidade. Além do significado que tinha para seu treinamento filosófico, sua estada na Alemanha também desempenhou um importante papel vital, pois os anos em que Ortega viveu, os anos em que ele iniciou sua maturidade humana, foram tão frutíferos que as lembranças dessa estada podem constituir algumas de suas melhores páginas literárias. Assim, quando ele tem que descrever El Escorial, em 1915, ele não pode tirar de si a imagem da cidade onde viveu o "equinócio de sua juventude", fornecendo uma descrição literária de uma beleza rara na guilda dos filósofos: "Permitam-me Neste ponto, trago-lhe uma lembrança particular, por causa de circunstâncias pessoais, nunca poderei olhar a paisagem do Escorial sem vagamente, como a filigrana de uma tela, vislumbrar a paisagem de outra aldeia remota e a mais oposta ao Escorial que pode ser imaginada. uma pequena cidade gótica situada ao lado de um rio escuro e escuro, cercada por colinas redondas que cobrem florestas totalmente profundas de abetos e pinheiros, árvores de faias claras e buxos esplêndidos.[8]
Apesar da profunda marca pessoal e intelectual que a Alemanha deixou nele, Ortega logo retornou à Espanha, tanto física quanto intelectualmente, pois, para ele, a viagem à Alemanha só deveria fazer sentido desde que sirva como subsídio para ele se voltar à Espanha. Nesse ponto houve uma osmose intelectual, de tal forma que a Espanha ficaria impregnada da Europa e, por sua vez, a Espanha permeia a Europa. Desta forma, já em 1910, ele exclamou: "Queremos uma interpretação espanhola do mundo [...] A Espanha é uma possibilidade europeia, só da Europa é a Espanha possível".[9] Após seu retorno, em 1910, ele venceu a Cátedra de Metafísica na Universidade de Madri, onde sucedeu a N. Salmerón e iniciou sua carreira universitária como professor antes de publicar qualquer livro de filosofia. Nesse mesmo ano, ele se casa com Dona Rosa Spottorno e, a partir de então, começa sua vida pública.

Vida pública

Se até 1910 a vida de Ortega permanece na esfera privada, a partir dessa data começa a vida pública de Don José Ortega y Gasset, dividida entre ensino universitário e atividades culturais e políticas extra-acadêmicas. Após uma breve segunda permanência na Alemanha, em 1911, Ortega se entregou à sua cadeira na antiga casa de San Bernardo. Mas as preocupações políticas do jovem professor de metafísica logo vêm à luz, e em 1914 ele fundou a Liga Espanhola de Educação Política, com a qual ele tentará realizar seus projetos regeneracionistas a partir de posições democráticas. Nesse mesmo ano publicou Meditaciones del Quijote, seu primeiro livro. Em 1916 ele é co-fundador do jornal El Sol ; e em 1923, apenas no ano do início da ditadura do general Primo de Rivera, fundou e dirigiu a Revista de Occidente




"El pueblo de Jódar", Jaén, a Ortega y Gasset. Outubro de 2012





Seu confronto doutrinário com a política da ditadura leva Ortega, em 1929, a renunciar ao seu cargo de professor universitário e a continuar suas aulas na "profanidade de um teatro", classes que mais tarde serão publicadas sob o título O que é filosofia? Assim, forçado pelas circunstâncias, Ortega se torna um dos primeiros filósofos espanhóis que transmite sua filosofia ao público em geral. Uma tarefa que, por outro lado, talvez ele fosse o filósofo mais adequado a realizar, porque nele eram dados os dons de um grande filósofo e a capacidade de disponibilizar a filosofia a qualquer homem culto.
Em 1930, coincidindo com a "dictablanda" do general Berenguer, contra quem escreveu seu famoso artigo intitulado "O erro de Berenguer", que termina com a famosa frase "Delenda est Monarchia!", Ortega recupera sua cadeira e sua participação na política ativa Está aumentando, a ponto de se tornar o centro de um grupo de intelectuais que defendem o advento da Segunda República Espanhola. Assim, em 1931, quando a República chegou, fundou, juntamente com Gregorio Marañón e Pérez de Ayala, o Agrupamento ao Serviço da República. Graças à Associação é eleito deputado para as Cortes Constituintes para a província de León; mas, mais uma vez, o paradoxo de todo filósofo "envolvido na política" é repetido, porque nas Cortes ele é ouvido, mas não ouvido ou seguido. A desilusão que a vida do deputado lhe causa logo o leva a retirar-se da política ativa e a dissolver a Associação. Ortega, que deveria ter aprendido com o que aconteceu com Platão, teve que ver sua voz ignorada para entender que, infelizmente, nem sempre as doutrinas políticas de um filósofo são servidas por legisladores ou pelos governantes.
Com isso, Ortega retorna à atividade acadêmica e pública novamente, em 1934, En torno a Galileo. Em 1935 ele recebeu uma homenagem da universidade que já é a figura mais destacada na cena filosófica espanhola da época. Também em 1935 ele publica outro livro importante: História como um sistema.

Exílio

Com o início da guerra civil espanhola, em julho de 1936, Ortega iniciou uma fase de angústia vital que o levou a percorrer o mundo. Primeiro ele viaja para Paris e Países Baixos, onde dá palestras em Leiden, Haia e Amsterdã. Mais tarde ele viajou para a Argentina, e lá viveu até que, em 1942, estabeleceu-se em Portugal, onde escreveu sua obra Origem e Epílogo da Filosofia, que em princípio foi uma reflexão feita para servir de epílogo à História da Filosofia. de seu discípulo Julián Marías.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, Ortega regressa a Espanha, mas nos dez anos que vai levá-lo a morrer, a sua atividade pública é reduzida a um mínimo, dadas as circunstâncias políticas espanholas. Em 1946 ele deu uma série de palestras no Ateneo de Madrid e nesse mesmo ano seus trabalhos completos começaram a ser publicados. Desde que ainda está separado de sua cátedra, em 1948, junto a um grupo de colaboradores e discípulos, fundou o Instituto de Humanidades, com o qual, mais uma vez, o grande professor que era Ortega retorna para exercitar seu ensino diante do público fora do salas de aula universitárias e convidar "alguns para trabalhar em qualquer canto".[10]
Embora ele possa viver na Espanha, ele não se sente confortável em seu próprio país, que ele tanto amava e pelo qual lutou tanto. A partir de 1950, ele viajará novamente para a Alemanha de sua juventude, onde, naquele mesmo ano, realizou um debate filosófico com M. Heidegger, em Baden Baden, sobre o homem e sua língua. Ele continuou seu trabalho sem descanso e, em 1955, voltou definitivamente para a Espanha. Diagnosticado de câncer gástrico, e após uma operação sem esperança, ele morreu em Madri em 18 de outubro de 1955.[11]

Filosofia


O objetivo da filosofia de Ortega é o de encontrar o ser fundamental do mundo. Este "ser fundamental" é radicalmente diferente de qualquer ser contingente ou intramundano; e também é diferente de "o dado" (expressão com a qual Ortega se referiu ao conteúdo de nossa consciência = "o dado" em nossa consciência). Todo conteúdo de consciência é, por definição, fragmentário e não serve para oferecer o significado do mundo e da existência. Esse sentido só é encontrado no "ser fundamental" ou no todo. Filosofia é o conhecimento que é responsável por abordar essa questão.[12] A “Filosofia” em Ortega está ligada à palavra circunstância, de onde ele tira sua famosa expressão: eu sou eu e minha circunstância, e se eu não salvá-la eu não posso me salvar. (Meditaciones del Quijote, 1914) . Ele mantém os princípios essenciais de seu perspectivismo em períodos posteriores de seu pensamento.[13]
A partir do tema do nosso tempo desenvolve-se a teoria do "raciovitalismo" que funda o conhecimento na vida humana como a realidade radical, em que um dos componentes essenciais é a própria razão.[14] Para Ortega, a vida humana é a realidade radical, isto é, aquela em que todas as outras realidades aparecem e emergem, incluindo qualquer sistema filosófico, real ou possível. Para cada ser humano, a vida assume uma forma concreta.[15] A essa palavra "vida", não se compreende a vida tomada como algo geral, como espécie de ser transcendental. Ela é minha realidade radical na medida em que ela é condição sine qua non, ou seja, necessária, para que todas as outras realidades humanas se desenvolvam. Sendo assim, a filosofia do raciovitalismo é justamente o encontro da realidade radical na vida de cada qual, na vida mesma de cada indivíduo, em todas as suas nuances e peculiaridades. O exemplo orteguiano não poderia ser mais esclarecedor: só a mim dói minha dor de dentes. A partir daí, a Filosofia deve investigar o fenômeno vital com vistas a desvendar a realidade. Essa realidade, cujo fundamento é a a própria vida está imersa, rodeada por circunstâncias. Estas circunstâncias não dizem respeito somente ao país em que se nasceu, ao momento histórico em que se vive, mas a própria organização psicológica de alguém, sua personalidade, se é mais extrovertido, tímido, calmo ou extravagante. Sendo assim, a frase que resume a filosofia orteguiana é dita em sua primeira obra, Meditaciones del Quijote: "Eu sou eu e minha circunstância". 






José Ortega y Gasset em 1951.



Essa primeira parte da expressão aponta a presença da influência da fenomenologia de Husserl no pensamento do espanhol e significa que, para ele, o sujeito se define a partir de um envolvimento com o mundo objetivo e, ao mesmo tempo, o mundo objetivo é alterado e definido a partir da presença ativa do sujeito. Mas a expressão tem uma segunda parte: "... e se não salvo, não salvo também a mim". O que Ortega y Gasset quer dizer é que para que o "eu" seja de fato "eu", singular, encontre-se em situação a não confundir-se com o mundo que o rodeia, ele precisa constantemente alterar as circunstâncias que englobam sua vida. Alterar as circunstâncias com vistas à constante excelência do viver é ponto alto da ética orteguiana e de toda sua filosofia.
Podemos citar um exemplo: imagine que uma pessoa nascida em uma pequena e desconhecida cidade de Minas Gerais queira tornar-se um bailarino do Bolshoi. Esse primeiro desejo, Ortega chama de vocação: um inclinação que cada pessoa guarda em si em direção à determinada atividade. As circunstâncias iniciais dessa pessoa são a falta de dinheiro, a impossibilidade de estudos em uma grande escola que lhe permita se destacar para atingir o objetivo, a falta de professores capacitados. Para que sua humanidade possa desenvolver-se à excelência, para que essa pessoa realize sua vocação, ela precisa deixar sua cidade de origem com vistas a uma condição financeira e formativa que lhe permita preparar-se em uma boa escola. Provavelmente, em seu caminho, muitos desafios irão se apresentar e estes desafios, grosseiramente falando, são o que Ortega y Gasset chama de circunstância: não se pode não fazer nada diante deles, pois se eu decido não agir eu me afogo nela, pereço diante da circunstância e meu projeto vital fracassa. Portanto, para salvar a circunstância, o sujeito precisa agir sempre, decidir sempre. De certa maneira, é uma resposta ao chamado de Kant no texto "Resposta à pergunta: o que é esclarecimento?". Para uma vida que valha a pena ser vivida é preciso ter coragem e energia para decidir.[carece de fontes]
Chamado de "razão vital" um novo tipo de razão, em rigor, o mais antigo e primário e "raciovitalismo" a mentalidade de que confia em seu novo conceito de razão. A razão vital é uma razão que está sendo constantemente percebida na vida à qual ela é inerente.
O pensamento de Ortega é geralmente dividido em três etapas:
  • Estágio objetivista (1902-1914): influenciado pelo neo-kantismo alemão e pela fenomenologia de Husserl, chega a afirmar a primazia das coisas (e ideias) sobre as pessoas.
  • Estágio Perspectivista (1914-1923): começa com Meditações de Quixote. Neste momento, Ortega descreve a situação espanhola em Espanha invertebrada (1921).
  • Estágio Raciovitalista (1924-1955): Considera-se que Ortega entra em seu estágio de maturidade, com obras como O tema de nosso tempo, História como um sistema, Ideias e crenças ou A Rebelião das Massas.

 

Trabalhos

A maior parte do trabalho de Ortega y Gasset consiste de palestras e aulas publicadas anos após o fato e muitas vezes postumamente. Esta lista tenta colocar em ordem cronológica de quando foram escritas e não quando publicadas.
  • Meditaciones del Quijote (Meditações do Quixote, 1914)
  • Vieja y nueva política (Velha e nova política, 1914)
  • Investigaciones psicológicas (Investigações psicológicas, curso dado em 1915-16 e publicado em 1982)
  • Personas, Obras, Cosas (Pessoas, Obras, Coisas, artigos e ensaios escritos em 1904-1912: "Renan", "Adán en el Paraíso" -- "Adão no Paraíso", "La pedagogía social como programa político" -- "A pedagogia como programa político", "Problemas culturales" -- "Problemas culturais", etc., publicados em 1916)
  • El Espectador (O Espectador, 8 volumes publicados em 1916-1934)
  • España Invertebrada (Espanha Invertebrada, 1921)
  • El tema de nuestro tiempo (O tema do nosso tempo, 1923)
  • Las Atlántidas (As Atlântidas, 1924)
  • La deshumanización del Arte e Ideas sobre la novela (A Desumanização da Arte e Ideias sobre a novela, 1925)
  • Espíritu de la letra (The spirit of the letter 1927)
  • Mirabeau o el político (Mirabeau or politics, 1928-1929)
  • ¿Qué es filosofía? (What is philosophy? 1928-1929, course published posthumously in 1957)
  • Kant (1929-31)
  • ¿Qué es conocimiento? (What is knowledge? Published in 1984, covering three courses taught in 1929, 1930, and 1931, entitled, respectively: "Vida como ejecución (El ser ejecutivo)" -- "Life as execution (The Executive Being)", "Sobre la realidad radical" -- "On radical reality" and "¿Qué es la vida?" -- "What is life?")
  • La rebelión de las masas (The Revolt of the Masses, 1930)
  • Rectificación de la República; La redención de las provincias y la decencia nacional (Rectification of the Republic: Retention of the provinces and national decency, 1931)
  • Goethe desde dentro (Goethe de dentro, 1932)
  • Unas lecciones de metafísica (Algumas lições de metafísica, curso dado em 1932-33, publicado em 1966)
  • En torno a Galileo (Sobre Galileu, curso dado em 1933-34; partes foram publicadas em 1942 sob o título "Esquema de las crisis" -- "Esquema da Crise")
  • Prólogo para alemanes (Prolog for Germans, prologue to the third German edition of El tema de nuestro tiempo. Ortega himself prevented its publication "because of the events of Munich in 1934". It was finally published, in Spanish, in 1958.)
  • History as a system (First published in English in 1935. the Spanish version, Historia como sistema, 1941, adds an essay "El Imperio romano" -- "The Roman Empire").
  • Ensimismamiento y alteración. Meditación de la técnica. (Ensimesmamento e alteração: Meditação sobre a técnica, 1939)
  • Ideas y Crencias (Ideas and Beliefs: on historical reason, a course taught in 1940 Buenos Aires, published 1979 along with Sobre la razón histórica)
  • Teoría de Andalucía y otros ensayos: Guillermo Dilthey y la Idea de vida (The theory of Andalucia and other essays: Wilhelm Dilthey and the idea of life, 1942)
  • Sobre la razón histórica (Sobre a razão histórica, curso dado em Lisboa, 1944, publicado em 1979 juntamente com Ideas y Crencias)
  • Idea del Teatro. Una abreviatura (The idea of theater, a shortened version, lecture given in Lisbon April 1946, and in Madrid, May 1946; published in 1958, La Revista Nacional de educación num. 62 contained the version given in Madrid.)
  • La Idea de principio en Leibniz y la evolución de la teoría deductiva (The Idea of the Beginning in Leibniz and the evolution of deductive theory, 1947, published 1958)
  • Una interpretación de la Historia Universal. En torno a Toynbee (An interpretation of Universal History. On Toynbee, 1948, published in 1960)
  • Meditación de Europa (Meditação da Europa), aula dada em Berlim em 1949 com o título em latim De Europa meditatio quaedam. Publicada em 1960 conjuntamente com trabalhos anteriores.
  • El hombre y la gente (Man and the populace, course given 1949-1950 at the Institute of the Humanities, published 1957)
  • Papeles sobre Velázquez y Goya (Papéis sobre Velázquez e Goya, 1950)
  • Pasado y porvenir para el hombre actual (Passado e futuro para o homem atual, publicado em 1962, agrupa uma série de palestras dadas na Alemanha, Suíça, e Inglaterra no período 1951-1954, publicado junto com um comentário sobre o Simpósio de Platão.)
  • Goya (1958)
  • Velázquez (1959)
  • Origen y epílogo de la Filosofía (Origem e epílogo da Filosofia, 1960),
  • La caza y los toros (A caça e os touros, 1960)

Em Português

  • A Rebelião das Massas, Editora Cortez
  • Origem e Epílogo da Filosofia, Editora Vide
  • Meditações do Quixote, Editora Livro Ibero Americano
  • O Homem e os Outros, Editora Vide
  • O que é Filosofia?, Editora Vide
  • Ideias e Crenças, Editora Vide
  • A Ideia do Teatro, Editora Vide
  • Ensaios de estética: Mona Lisa, Três quadros do vinho e Velázquez, Editora Cortez
  • A Desumanização da Arte, Editora Cortez
  • Adão no Paraíso e Outros Ensaios de Estética, Editora Cortez

BRICOLAGE

PARA GRANDES MALES...GRANDES REMÉDIOS ( Foto de J.P.L. )


Bricolagem

Bricolagem
 
 
O termo bricolagem ou bricolage/bricolagem têm origem que vem do francês bricolage e é usado nas atividades em que você mesmo realiza para seu próprio uso ou consumo, evitando desse modo o emprego de um serviço profissional.
 Surgiu na França após a II Guerra Mundial, não havendo na época fábricas de produtos cotidianos, pois todas as indústrias estavam voltadas para o mundo bélico, armas, uniformes etc. 
A tradução de bricolage mais próxima seria "biscate, pequeno trabalho, trabalho de amador". Depois de 1945, chegou aos EUA.

28.8.20

ZAMBUJEIRO UMA ALDEIA EM CASCAIS

ANINHADA JUNTO À SERRA DE SINTRA EIS A POVOAÇÃO DO ZAMBUJEIRO ( Foto de J.P.L. em Abril de 2011 )

VISTA SOBERBA. ( Foto de J.P.L. Abril de 2011 )

O Zambujeiro é uma pequena aldeia a seguir a Murches, com acesso também por Alcabideche.
 De carro fica a cerca de 7 minutos do centro de Cascais.
Faz parte das aldeias rurais de Cascais, e preserva ainda alguns vestígios ainda bem vivos das memórias de uma vida rural, restos únicos de habitações, fontes, chafarizes, portais, moinhos, fornos de pão e de cal etc...
É uma aldeia muito pacata e calma, que desfruta de uma bela vista panorâmica da Serra de Sintra.


24.8.20

GEORGE WASHINGTON

                                                           
                            
A imortalidade do nome não é, por fim, mais do que uma vã ostentação.
 As páginas do livro da vida voltam-se em silêncio. 
Cada século é um livro que se lança para o lado, para nunca mais se abrir.
 O ídolo do dia expele da nossa memória o herói da véspera; e será por sua vez suplantado pelo herói de amanhã. 



Web Site desta imagem:
Whitehouse.gov 



George Washington

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

George Washington
George Washington por Gilbert Stuart, 1797
Presidente dos Estados Unidos
Período 30 de abril de 1789
a 4 de março de 1797
Vice-presidente John Adams
Sucessor John Adams
Comandante em chefe
do Exército Continental
Período 15 de junho de 1775
a 23 de dezembro de 1783
Nomeado pelo Congresso Continental
Sucessor Henry Knox
Delegado do Segundo Congresso Continental pela Virgínia
Período 10 de maio de 1775
a 15 de junho de 1775
Sucessor Thomas Jefferson
Delegado do Primeiro Congresso Continental pela Virgínia
Período 5 de setembro de 1774
a 26 de outubro de 1774
Dados pessoais
Nascimento 22 de fevereiro de 1732
Bridges Creek, Westmoreland,
Virgínia, América Britânica
Morte 14 de dezembro de 1799
(67 anos)
Mount Vernon, Fairfax, Virgínia, Estados Unidos
Progenitores Mãe: Mary Ball
Pai: Augustine Washington
Prêmio(s) Medalha de Ouro do Congresso
Agradecimento do Congresso
Esposa Martha Dandridge (1759–1797)
Filhos 2 (John e Patsy, adotados)
Partido Independente
Religião Episcopalismo
Profissão Militar
Assinatura Assinatura de George Washington
Serviço militar
Lealdade  Grã-Bretanha
Estados Unidos
Serviço/ramo Milícia Continental
Exército Continental
Exército dos Estados Unidos
Anos de serviço 1752–1758 (milícia)
1775–1783 (continental)
1798–1799 (exército)
Graduação Coronel (milícia)
Tenente-General (exército)
Conflitos Guerra Franco-Indígena
Guerra da Independência
dos Estados Unidos



George Washington (Condado de Westmoreland, 22 de fevereiro de 1732Mount Vernon, 14 de dezembro de 1799)[nota 1] foi o primeiro Presidente dos Estados Unidos (1789–1797), o comandante ex-chefe do Exército Continental durante a Guerra da Independência dos Estados Unidos, e um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos. Presidiu a convenção que elaborou a Constituição, a qual veio substituir os Artigos da Confederação e estabelecer a posição de Presidente.
Washington foi eleito Presidente unanimemente pelos eleitores em 1788 e prestou serviço durante duas legislaturas. Supervisionou a criação de um governo forte e rico que manteve a neutralidade face às guerras na Europa, fez cessar as revoltas e obteve a aceitação entre todos os americanos. O seu estilo de liderança estabeleceu várias características de governação que, desde então, têm sido adotadas, como a utilização de um sistema de gabinete e de um discurso inaugural. A forma pacífica de transição da sua presidência para a de John Adams estabeleceu também uma tradição que se manteve até ao século XXI. Washington foi celebrado como "Pai da Nação" ainda durante a sua vida.[1][2]

Biografia (1732–1752)



Washington nasceu na Colónia da Virgínia, numa abastada família, proprietária de plantações de cânhamo e de muitos escravos. Após o falecimento do pai e do irmão mais velho, sendo ainda jovem, Washington desenvolveu uma forte ligação pessoal e profissional com o poderoso William Fairfax, que promoveu a sua carreira como batedor e soldado. Washington ascendeu rapidamente a oficial superior nas forças coloniais durante as primeiras fases da Guerra Franco-Indígena. Escolhido pelo Segundo Congresso Continental, em 1775, para o posto de comandante-em-chefe do Exército Continental na Guerra da Independência, Washington conseguiu expulsar os britânicos de Boston em 1776, mas foi derrotado, e quase capturado, mais tarde nesse ano, quando perdeu a cidade de Nova Iorque. Após a travessia do rio Delaware no Inverno, Washington derrotou os britânicos em duas batalhas, reconquistou Nova Jérsia e restaurou o sentimento da causa dos patriotas. Ele, apesar de ter defendido ofensivas militares, foi contra alianças militares em seu tempo.[3]
Devido à sua estratégia, as forças revolucionárias capturaram dois grandes exércitos britânicos em Saratoga (1777) e em Yorktown (1781). Os historiadores elogiam Washington pela sua supervisão e selecção dos seus generais, reforço do moral e coesão do exército, coordenação com os governadores estaduais e com as unidades das milícias, relações com o Congresso e atenção aos abastecimentos, logística e formação. No entanto, em batalha, Washington foi várias vezes derrotado pelos generais britânicos, com exércitos de maior dimensão. Depois da vitória final em 1783, em vez de ascender ao poder, Washington demitiu-se de comandante-em-chefe, demonstrando a sua oposição à ditadura e o seu compromisso com o republicanismo americano.
Insatisfeito com as fraquezas dos Artigos da Confederação, em 1787 Washington presidiu à Convenção Constitucional que elaborou a Constituição. Eleito por unanimidade como primeiro Presidente dos Estados Unidos em 1789, tentou unir as facções rivais. Apoiou o programa de Alexander Hamilton, que previa o pagamento de todas as dívidas nacionais e dos estados, a implementação de um sistema de taxas eficiente e a criação de um banco nacional (apesar da oposição de Thomas Jefferson) e foi derrotado pelo congresso liderado por Andrew Jackson.[4]
Washington proclamou a neutralidade dos Estados Unidos face às guerras que se desenrolavam na Europa após 1793. Evitou a guerra com a Grã-Bretanha e garantiu uma década de paz e comércio lucrativo com base no Tratado de Londres em 1795, apesar da forte oposição dos apoiantes de Jefferson. Embora nunca se tenha juntado oficialmente ao Partido Federalista, apoiou os seus programas. O discurso de despedida de Washington foi um apelo ao civismo e um aviso contra o partidarismo e envolvimento em conflitos externos. Retirou-se da presidência em 1797, regressando à sua residência em Mount Vernon e à sua vida doméstica para gerir vários projectos. O seu testamento incluiu a libertação de todos os seus escravos.
Washington tinha a visão de uma grande e poderosa nação construída sobre bases republicanas, utilizando o poder federal. Procurou utilizar o governo nacional para preservar a liberdade, melhorar as infraestruturas, abrir caminho para as terra a oeste, promover o comércio, estabelecer uma capital permanente, reduzir as tensões regionais, e incentivar um espírito nacionalista americano.[5] Quando morreu, Washington foi elogiado como "primeiro na guerra, primeiro na paz e primeiro nos corações dos seus compatriotas", por Henry Lee.[6]
Os federalistas fizeram dele o símbolo do seu partido durante muitos anos, mas os democratas-republicanos continuaram a recear a sua influência e atrasaram a construção do Monumento a Washington. Enquanto líder da primeira revolução bem-sucedida na história contra um império colonial, Washington tornou-se um ícone internacional de libertação e nacionalismo, particularmente em França e na América Latina.[7] Washington é, habitualmente, um dos três presidentes do Estados Unidos mais votados entre académicos e público em geral.

 

Juventude

George Washington nasceu a 22 de Fevereiro de 1732 em Bridges Creek, na Virgínia, descendente de uma família oriunda da Inglaterra, que se estabeleceu na América por volta do ano de 1657. Apesar da boa situação econômica de seus pais, o pequeno George só estudou até o curso elementar, que frequentou até os 16 anos de idade na Escola de Williamsburg. Era filho de Augustine Washington e de Mary Ball Washington. Originário de uma família tradicional, estável e abastada, família de latifundiários proprietários de terras da Virgínia, tornou-se, em 1748, zelador das propriedades de Shenandoah Valley pertencentes a Lord Fairfax e mais tarde de todo o condado de Culpeper. Estudou agrimensura e de 1749 a 1751 ocupou-se do levantamento topográfico de extensa região da Virgínia. Em 1752, herdou a grande propriedade paterna de Mount Vernon.

Carreira militar

Ainda jovem participou ativamente das guerras contra os índios e franceses. Em 1753 foi encarregado de levar um ultimato aos franceses que haviam ultrapassado os limites do Ohio. Rejeitada a intimação, assumiu o posto de tenente-coronel, no comando de 150 homens. Servia no Primeiro Regimento de Virgínia (parte do exército britânico). Enquanto tentava expulsar os franceses do condado de Ohio, Washington ocasionou uma série de eventos que, no fim, levaram à Guerra Franco-Indígena (1754-1763).
Em 1754, recebeu a missão de estabelecer um forte, onde hoje se localiza a cidade de Pittsburgh. Iniciava-se a luta contra os franceses, que duraria até 1759. Encarregado de tomar a posição francesa de Fort Duquesne, em 28 de maio de 1754 Washington surpreendeu e derrotou as primeiras forças enviadas a seu encontro. Em 3 de Julho, os franceses contra-atacaram, venceram e concederam-lhe termos honrosos após uma resistência de dez horas vagas. George Washington reuniu os sobreviventes e procedeu à retirada. Nova derrota em Monongahela, como integrante das forças britânicas, não o desanimou. Recrutou um contingente de colonos de Virgínia e preparou o ataque, vitorioso, contra o Fort Duquesne, em Novembro de 1758.
Deixou o exército em 1758, no posto de coronel, se casou com uma viúva rica, Martha Washington (1759), e se mudou para Virgínia com sua esposa e família, onde passou a viver do plantio de Tabaco na sua fazenda. Nos anos seguintes, Washington teria um significante papel na fundação dos Estados Unidos.



 
 
George Washington: "O primeiro na guerra, o primeiro na paz e o primeiro no coração de seus concidadãos".

 

 

Independência

O domínio da Inglaterra sobre as colônias americanas começou a causar revoltas, tendo então Washington iniciado a sua atividade política na Assembleia de oposição da Virgínia, a qual protestava perante o agravamento das tributações impostas e falta de liberdade de ação. Politicamente, Washington apoiava a resistência às decisões britânicas. Em 1774 foi um dos sete delegados que representou a Virgínia no Primeiro Congresso Continental de Filadélfia, que se reuniu para discutir as medidas a tomar contra os colonizadores. Participou também do Segundo Congresso Continental, que se realizou no ano seguinte. Iniciadas as Guerra da Independência (1775-1783), em 15 de Junho de 1775 foi nomeado por John Adams comandante-em-chefe de todos os exércitos continentais, posto que assumiu em Cambridge, Massachusetts, em 3 de Julho.


 
 
 
George Washington e o Marquês de La Fayette em Vale Forge.
 
 
Conseguiu impor alguma ordem entre os 16 mil voluntários e, em Março de 1776, expulsou os britânicos de Boston. Em Setembro, após uma inepta defesa de Nova York, liderou brilhantemente o seu exército. Durante os cinco anos seguintes, estabeleceu um "jogo de nervos" com os britânicos em Nova York e Filadélfia, estimulando ataques ocasionais e conflitos como o de Trenton (1776), Princeton, Brandywine, Germantown (1777) e, posteriormente, a campanha do Vale Forge, em Monmouth (1778).
Concluiu, em 6 de Fevereiro de 1778, uma aliança com os franceses. Praticou de uma guerra de guerrilha até que a Espanha e a França, com Rochambeau, entraram em cena, constituindo um decisivo peso para a derrota dos britânicos em Yorktown, Virgínia, em 19 de Outubro de 1781, pondo término à Guerra da Independência dos EUA. Dois anos depois era reconhecida a independência do país. Washington demitiu-se e retirou-se para Mount Vernon em 23 de Dezembro de 1783.
Seus discursos durante a guerra se tornaram famosos por serem não só uma defesa do patriotismo, mas também um pedido de atenção aos valores morais e ao cristianismo, em 1776 escreveu que:[8]


 

 

Presidência (1789-1797)

 
 
Retrato Oficial da Casa Branca.
 
 
Washington tomou posse em 30 de abril de 1789, fazendo o juramento de posse no Federal Hall, em Nova York.[9] A sua cerimônia foi liderada pela milícia e uma banda, seguido por estadistas e dignatários estrangeiros em um desfile de inauguração, com uma multidão de 10 mil pessoas.[10] O chanceler Robert R. Livingston fez o juramento, usando uma Bíblia fornecida pelos maçons, após a qual ele recebeu uma saudação de 13 armas.[11] Na Câmara do Senado ele leu seu discurso, pedindo que "aquele Todo Poderoso que governa o universo, que preside os conselhos das nações - e cujas ajudas providenciais possam suprir todo defeito humano, consagre as liberdades e a felicidade do povo dos Estados Unidos". "Com a sua bênção".[12] Ele recusou um salário, mas o Congresso mais tarde forneceu US$ 25 mil por ano (o equivalente a cerca de US$ 715 mil em 2018), e ele aceitou, para cobrir os custos da presidência.[13]
Washington escreveu a James Madison: "Como o primeiro de tudo em nossa situação servirá para estabelecer um precedente, é desejoso de minha parte que esses precedentes sejam fixados em princípios verdadeiros".[14] Para esse fim, ele preferiu o título "Sr. Presidente" do que nomes mais majestosos propostos pelo Senado, incluindo "Sua Excelência" e "Sua Alteza o Presidente".[15] Seus precedentes republicanos também incluíam o discurso de posse, mensagens ao Congresso e a forma de gabinete do poder executivo.[16]
Washington planejava se demitir depois de seu primeiro mandato, mas o conflito político na nação convenceu-o de que ele deveria permanecer no cargo.[17] Ele era um administrador capaz, juiz de talento e caráter, e falava regularmente com chefes de departamento para obter seus conselhos.[18] Ele tolerou pontos de vista opostos, apesar do medo de que um sistema democrático levasse à violência política, e conduziu uma suave transição de poder para seu sucessor.[19] Washington permaneceu apartidário durante toda a sua presidência e se opôs à divisão dos partidos políticos, mas ele favoreceu um governo central forte, era simpático a uma forma federalista de governo e desconfiava da oposição republicana.[20]
Washington lidou com grandes problemas. A antiga Confederação não tinha os poderes para lidar com sua carga de trabalho, tinha liderança fraca, nenhum executivo, uma pequena burocracia de funcionários, uma grande dívida, papel-moeda sem valor e nenhum poder de estabelecer impostos.[21] Ele tinha a tarefa de montar um departamento executivo e confiava em Tobias Lear para aconselhar a seleção de seus oficiais.[22] A Grã-Bretanha recusou-se a abandonar seus fortes no oeste americano,[23] e os piratas da Barbária prenderam navios mercantes americanos no Mediterrâneo, enquanto o exército dos EUA era minúsculo e a Marinha inexistente.[24]

 

Gabinete e Departamentos Executivos

O Congresso criou os departamentos executivos em 1789, incluindo o Departamento de Estado em julho, o Departamento de Guerra em agosto e o Departamento do Tesouro em setembro. Washington nomeou o colega Virginiano Edmund Randolph como Procurador Geral, Samuel Osgood para o Correio Geral, Thomas Jefferson como Secretário de Estado, e seu sucessor comandante Henry Knox como Secretário de Guerra. Finalmente, ele nomeou Alexander Hamilton como Secretário do Tesouro.[25] O gabinete de Washington tornou-se um órgão consultivo, e não obrigatório pela Constituição.[26]
Os membros do gabinete de Washington formaram partidos rivais com pontos de vista nitidamente opostos, mais ferozmente ilustrados entre Hamilton e Jefferson.[27] Ele restringiu as discussões do gabinete aos temas de sua escolha, sem participar do debate. Ele ocasionalmente solicitava opiniões do gabinete por escrito e esperava que os chefes de departamento cumprissem suas decisões. Hamilton desempenhou um papel ativo e influente, aconselhando o Congresso e seus líderes.[28]

 

Questões Domésticas

Washington era apolítico e se opunha à formação de partidos, suspeitando que o conflito minaria o republicanismo.[29] Seus conselheiros mais próximos formaram duas facções, pressagiando o primeiro sistema partidário. O secretário do Tesouro, Alexander Hamilton, formou o Partido Federalista para promover o crédito nacional e uma nação financeiramente poderosa. O secretário de Estado Thomas Jefferson se opôs à agenda de Hamilton e fundou os republicanos de Jefferson. Washington favoreceu a agenda de Hamilton, que entrou em vigor e resultou em amarga controvérsia.[30]
Washington proclamou o dia 26 de novembro como um dia de Ação de Graças, a fim de incentivar a unidade nacional dizendo: "É dever de todas as nações reconhecer a providência do Deus Todo-Poderoso, obedecer a Sua vontade, ser grato por seus benefícios e humildemente implorar sua proteção e favor". Em seu Dia de Ação de Graças designado (que mais tarde se tornou um feriado anual), ele jejuou enquanto visitava os devedores na prisão, mas lhes forneceu comida e cerveja.[31]




 
 
Washington numa nota de um dólar

 

 

Banco Nacional

O estabelecimento do crédito público tornou-se um desafio primordial para o governo federal;[32] Hamilton apresentou um relatório sobre o assunto a um Congresso num beco sem saída, e mais tarde, Madison e Jefferson alcançou o compromisso de 1790 em que Jefferson concordou com as propostas de dívida de Hamilton em troca para mover a capital da nação temporariamente para Filadélfia e depois para o sul perto de Georgetown no rio Potomac.[33] Os termos foram legislados no Funding Act e no Residence Act, ambos os quais Washington assinou como lei. O Congresso autorizou a assunção e pagamento das dívidas do país, com financiamento de direitos aduaneiros e impostos especiais de consumo.[34]
Hamilton criou controvérsia entre os membros do gabinete, defendendo o estabelecimento do Primeiro Banco dos Estados Unidos. Madison e Jefferson se opuseram, mas o banco passou facilmente pelo Congresso. Jefferson e Randolph insistiram que o novo banco estava além da autoridade concedida pela constituição, como Hamilton acreditava. Washington tomou o partido de Hamilton e assinou a legislação em 25 de fevereiro; a fenda entre o último e Jefferson tornou-se abertamente hostil.[35]
A primeira crise financeira do país ocorreu em março de 1792. Os federalistas de Hamilton exploraram grandes empréstimos para obter o controle dos títulos de dívida dos EUA, causando uma corrida ao banco nacional;[36] os mercados voltaram ao normal em meados de abril.[37] Jefferson acreditava que Hamilton fazia parte do esquema, apesar dos esforços deste último para melhorar, e Washington novamente se viu no meio de uma rivalidade.[38]

 

 

Conflitos de Jefferson-Hamilton

Jefferson e Hamilton adotaram princípios políticos diametralmente opostos. Hamilton acreditava em um forte governo nacional exigindo que um banco nacional e empréstimos estrangeiros funcionassem, enquanto Jefferson acreditava que o governo deveria ser dirigido principalmente pelos estados e pelo elemento da fazenda; Ele também se ressentiu da ideia de bancos e empréstimos externos. Para consternação de Washington, persistiram disputas internas entre os dois homens.[39] Hamilton exigiu que Jefferson renunciasse se ele não pudesse apoiar Washington, e ao invés de responder publicamente, Jefferson disse a Washington que o sistema fiscal de Hamilton levaria à derrubada da República.[40]
Washington pediu aos dois secretários que fizessem uma trégua pelo bem da nação, mas eles o ignoraram.[41] Washington reverteu sua decisão de se aposentar após seu primeiro mandato, para minimizar os conflitos partidários, mas a contenda continuou após sua reeleição.[42] As ações políticas de Jefferson, seu apoio ao Diário Nacional de Freneau,[43] e sua tentativa de minar Hamilton quase levaram Washington a demiti-lo do gabinete; Jefferson finalmente renunciou a sua posição em dezembro de 1793 e foi abandonado por Washington.[44]
A disputa levou aos partidos federalistas e republicanos a ficarem bem definidos, e a filiação partidária tornou-se necessária para a eleição para o Congresso em 1794.[45] Washington permaneceu distante dos ataques do Congresso a Hamilton, mas ele não o protegeu publicamente. O escândalo sexual de Hamilton-Reynolds fez com que Hamilton caísse em desgraça, mas Washington continuou a considerá-lo "muito estimado" como a força dominante no estabelecimento da lei e do governo federal.[46]

 

Rebelião do Uísque

Em março de 1791, o Congresso impôs um imposto sobre bebidas destiladas para ajudar a reduzir a dívida nacional; os fazendeiros de grãos protestaram fortemente nos distritos da fronteira da Pensilvânia, dizendo que eles não estavam representados e assumindo grande parte da dívida, comparando sua situação com a taxação britânica durante a revolução. Washington, depois de apelar pela paz, emitiu uma proclamação em 25 de setembro, ameaçando o uso da força militar e lembrando aos manifestantes que, ao contrário do governo da coroa britânica, a lei federal foi emitida por representantes eleitos pelo estado.[47] As ameaças e a violência contra os cobradores de impostos aumentaram em desafio à autoridade federal em 1794, dando origem à rebelião do uísque. O exército federal não estava à altura da tarefa, então Washington invocou o Ato de Milícia de 1792 para convocar milícias estaduais.[48] Os governadores enviaram tropas, com Washington assumindo o comando e nomeando o Cavaleiro Leve Harry Lee para liderar as tropas nos distritos rebeldes. Os rebeldes se dispersaram e não houve brigas.[49]
A ação vigorosa de Washington demonstrou que o governo poderia se proteger e a seus cobradores de impostos. Isso representou o primeiro uso da força militar federal contra os estados e cidadãos,[50] e continua sendo a única vez em que um presidente em exercício comandou as tropas no campo. Washington justificou sua ação contra "certas sociedades auto-criadas" que ele considerava "organizações subversivas" que ameaçavam a união nacional. Ele não contestou seu direito de protestar, mas insistiu que sua dissidência não violasse a lei federal. O Congresso concordou e deram seus parabéns a ele, com apenas Madison e Jefferson expressando indiferença.[51]

 

 

Negócios Estrangeiros

 
 
O Tratado de Jay de 1794




Em abril de 1792, as Guerras Revolucionárias Francesas começaram entre a Grã-Bretanha e a França, e Washington, com o consentimento do gabinete, declarou a neutralidade dos Estados Unidos da América em 1793. O governo revolucionário da França enviou o diplomata Citizen Genêt para a América. Ele foi recebido com grande entusiasmo e começou a promover o caso da França, usando uma rede de novas Sociedades Democratas-Republicanas nas principais cidades. Chegou a emitir cartas francesas de marca e represálias a navios franceses tripulados por marinheiros americanos, para que pudessem capturar navios mercantes britânicos. Washington denunciou as sociedades e exigiu que os franceses se lembrassem de Genêt.[52]
Hamilton formulou o Tratado de Jay, para normalizar as relações comerciais com a Grã-Bretanha, removendo-as dos fortes ocidentais, e também para resolver dívidas financeiras remanescentes da Revolução.[53] O presidente do Supremo Tribunal de Justiça, John Jay, atuando como negociador de Washington, assinou o tratado em 19 de novembro de 1794; os Jeffersonianos apoiaram a França. Washington deliberou, depois apoiou o tratado porque queria evitar uma guerra com a Grã-Bretanha;[54] ele ficou profundamente desapontado por suas disposições favorecerem a Grã-Bretanha.[55] Depois de ter mobilizado a opinião pública e conseguido a ratificação no Senado, Washington foi submetido a severas e frequentes críticas públicas.[56]
Os britânicos concordaram em deixar seus fortes ao redor dos Grandes Lagos, e a fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá foi posteriormente modificada. Numerosas dívidas pré-revolucionárias foram liquidadas, e os britânicos abriram suas colônias nas Índias Ocidentais para o comércio americano. O tratado garantiu a paz com a Grã-Bretanha e uma década de comércio próspero. Jefferson alegou que irritou a França e "convidou ao invés de evitar" a guerra.[57] As relações com a França deterioraram-se depois, deixando o futuro presidente John Adams com uma guerra prospectiva.[58] Quando James Monroe, ministro americano da França, foi chamado de volta por Washington por sua oposição ao Tratado, os franceses se recusaram a aceitar seu substituto, Charles Cotesworth Pinckney e dois dias antes do término do mandato de Washington, o Diretório Francês declarou a autoridade de tomar navios americanos.[59]

 

Assuntos Indígenas

Uma questão inicial para Washington era a ocupação britânica na fronteira noroeste e seus esforços conjuntos para incentivar os índios contra os colonos.[60] Os índios do Noroeste aliados com os britânicos sob o Chefe-Miami da tartaruga pequena lutaram para resistir a expansão americana, e de 1783 a 1790, 1 500 colonos foram mortos pelos índios.[61]
Washington decidiu que os assuntos indígenas seriam "totalmente dirigidos pelos grandes princípios da justiça e da humanidade".[62] Ele providenciou que seus interesses de terra fossem negociados por tratados.[63] A administração considerava tribos poderosas como nações estrangeiras, e Washington até fumava o cachimbo da paz e bebia vinho com eles na casa presidencial da Filadélfia.[64]
Washington fez numerosas tentativas de conciliar os índios;[65] ele igualou a morte de índios com a dos brancos e procurou integrá-los na cultura americana.[66] O secretário de guerra Henry Knox tentou incentivar a agricultura entre as tribos.[67]
No sudoeste, as negociações fracassaram entre os comissários federais e atacaram as tribos indígenas em busca de retribuição. Washington convidou o chefe do Creek, Alexander McGillivray, e vinte e quatro chefes principais para Nova York, para negociar um tratado; ele foi tratado como um dignatário estrangeiro. Em 7 de agosto de 1790, no Federal Hall, Knox e McGillivray concluíram o Tratado de Nova York, que fornecia às tribos suprimentos agrícolas, e McGillivray, uma patente de Brigadeiro General do Exército e um salário de US$ 1 500.[68]
Em 1790, Washington enviou o brigadeiro Josiah Harmar para pacificar os índios do noroeste; Harmar foi duas vezes encaminhado pela Tartaruga Pequena e forçado a se retirar.[69][70] A Confederação Ocidental das tribos usou táticas de guerrilha e foi uma força eficaz contra o exército americano esparsamente tripulado. Washington enviou o major-general Arthur St. Clair de Fort Washington a uma expedição para restaurar a paz no território em 1791. Em 4 de novembro, as forças de St. Clair foram emboscadas e derrotadas com poucos sobreviventes, apesar do alerta de Washington de ataques surpresa. Washington ficou indignado com a brutalidade dos índios e a execução de cativos, incluindo mulheres e crianças.[71]
St. Clair renunciou sua comissão, e Washington substituiu-o pelo general Anthony Wayne, herói da Guerra Revolucionária. De 1792 a 1793, Wayne instruiu suas tropas sobre as táticas de guerra na Índia e instalou a disciplina que faltava em St. Clair.[72] Em agosto de 1794, Washington enviou Wayne para o território indígena com autoridade para expulsá-los, queimando suas aldeias e plantações no vale de Maumee.[73] Em 24 de agosto, o exército norte-americano sob a liderança de Wayne derrotou a confederação ocidental na batalha das madeiras caídas. Em agosto de 1795, dois terços de Ohio foram abertos para assentamentos americanos sob o Tratado de Greenville.[74]

 

 

Segundo Mandato

Aproximando-se da eleição de 1792 , Hamilton pediu ao popular Washington para concorrer a um segundo mandato. Muitos levaram seu silêncio sobre esse assunto como concordância, vendo-o como o único candidato viável. O Colégio Eleitoral, por unanimidade, reelegeu-o Presidente em 13 de fevereiro de 1793 e John Adams como Vice-Presidente por uma votação de 77 a 50.[75]
Após críticas sobre sua comemoração de aniversário e dando uma impressão "monarquista", Washington chegou sozinho em sua posse em uma carruagem simples. A posse foi realizada na Câmara do Congresso do Senado, na Filadélfia, na segunda-feira, 4 de março de 1793, e o juramento de posse foi administrado pelo juiz William Cushing. Esta foi a primeira inauguração a ter lugar no capitólio temporário da Filadélfia. Washington fez o menor discurso de posse já registrado, com apenas 135 palavras, em quatro sentenças.[76]
Os rivais Jefferson e Hamilton concordaram em uma coisa, que Washington deveria permanecer no cargo por um segundo mandato. Diferenças de opinião estavam centradas em torno da Revolução Francesa, com Washington permanecendo neutro, e sobre um banco nacional, que ele apoiou fortemente.[77] Isso ficou conhecido como a era federalista.[78]



 
 
O USS Constitution, encomendado e nomeado pelo Presidente Washington em 1794




Nos meses finais de sua presidência, Washington foi assaltado por seus inimigos políticos e por uma imprensa partidária que o acusou de ser ambicioso e ganancioso. Ele argumentou que não havia recebido salário durante a guerra e arriscou sua vida em batalha; ele considerava a imprensa como uma força desunida e "diabólica" de falsidades. Isso influenciou seu discurso de despedida, que relatou os anos preocupantes de lutas internas e assassinato de caráter por grande parte da imprensa.[79]
Em 1793, Washington assinou a Lei do Escravo Fugitivo, permitindo que os proprietários de escravos cruzassem as linhas do estado e recuperassem os escravos fugitivos.[80] Ele também assinou o Ato de Comércio de Escravos de 1794, que limitava o envolvimento americano no comércio de escravos do Atlântico.[81] Em 1794, ele assinou o Ato Naval que criou a Marinha dos Estados Unidos para combater piratas da Barbária antes das Guerras da Barbária. Washington nomeou Oliver Wolcott Jr., como secretário do Tesouro em 1795, substituindo Hamilton, que renunciou após a rebelião do uísque. O resultado da Rebelião fortaleceu o vínculo de Washington com Hamilton, distanciando-o de Knox, que renunciou.[82]
No final do seu segundo mandato, Washington se aposentou por motivos pessoais e políticos, fatigado e repugnado com ataques pessoais, e para assegurar que uma eleição presidencial verdadeiramente contestada pudesse ser realizada. Ele não se sentiu obrigado a se limitar com dois mandatos, mas sua aposentadoria acabou por abrir precedentes. O limite de dois mandatos para a presidência foi formalizado com a adoção, em 1951, da vigésima segunda emenda à Constituição dos Estados Unidos. Washington é frequentemente creditado com a definição do diretor de uma presidência de dois mandatos, mas foi Thomas Jefferson quem primeiro se recusou a concorrer a um terceiro mandato por motivos políticos.[83][84]

 

 

Discurso de Despedida

 

Washington planejava se aposentar depois de seu primeiro mandato e, em 1792, mandou James Madison esboçar uma mensagem de despedida com um determinado sentimento e tema; depois de sua reeleição, ele e Madison finalizaram.[85] A versão final foi publicada em 19 de setembro de 1796, pelo American Daily Advertiser, de David Claypoole, e por outros três jornais da Filadélfia.[86] Advertiu contra as alianças estrangeiras e sua influência nos assuntos domésticos e contra o amargo partidarismo na política interna. Também pediu que os homens superassem o partidarismo e servissem ao bem comum, enfatizando que os Estados Unidos devem se concentrar em seus próprios interesses.[87] Ele aconselhou a amizade e o comércio com todas as nações, mas desaconselhou o envolvimento em guerras europeias.[88] Ele enfatizou a importância da religião, afirmando que "religião e moralidade são suportes indispensáveis" em uma república.[89]
O discurso de Washington, influenciado por Hamilton, só agravou a política bipartidária, definindo o tom para as próximas eleições de 1796, que colocaram Jefferson contra Adams. Washington favoreceu a ideologia federalista, diz-se que apoiou Adams, mas sem endosso.[90] Em 7 de dezembro de 1796, Washington leu seu oitavo discurso anual ao Congresso. Ele falou diante da casa, vestiu um terno de veludo preto, e colocou sua espada, e foi bem recebido pelo "maior grupo de cidadãos" na galeria lotada. Ele defendeu uma academia militar, e comemorou a partida britânica de fortes do Noroeste, e que Argel tinha lançado prisioneiros americanos, um evento que facilitaria o Departamento da Marinha.[91] Em 8 de fevereiro de 1797, Adams foi eleito presidente e Jefferson vice-presidente.[92]
O discurso de despedida de Washington provou ser uma das declarações mais influentes sobre o republicanismo.[93] Destacou a necessidade e importância da união nacional, o valor da Constituição, o estado de direito, os males dos partidos políticos e as próprias virtudes de um povo republicano. Ele se referiu à moralidade como "uma fonte necessária de governo popular", afirmando: "O que quer que seja concedido à influência da educação refinada em mentes de estrutura, razão e experiência peculiares, nos proíbem esperar que a moralidade nacional possa prevalecer em exclusão de princípio religioso."[94]
Antes de suas observações finais, no discurso expressou este sentimento:
Embora eu esteja inconsciente do erro intencional, ao mesmo tempo em que analiso os incidentes de minha administração, sinto meus defeitos em não pensar que provavelmente cometi muitos erros. Quaisquer que sejam, peço fervorosamente ao Todo-Poderoso para evitar ou mitigar os males a que possam tender, levarei também comigo a esperança de que meu país nunca deixará de vê-los com indulgência, e que, depois de quarenta e cinco anos de minha vida dedicados a seu serviço com zelo reto, defeitos de habilidades incompetentes serão consignados ao esquecimento, como eu devo em breve estar nas mansões de repouso".[95]



 
 
As tumbas de George (à direita) e Martha Washington na entrada do túmulo atual de George Washington em Mount Vernon.

 

Fim de vida

Recusou-se a concorrer ao terceiro mandato, o que estabeleceu uma norma na vida eleitoral americana. Após um discurso de adeus ao povo americano, em 19 de Setembro de 1796, retirou-se da vida pública em 3 de Março de 1797, quando acabou o seu segundo mandato, retirando-se para a propriedade herdada do meio-irmão em Mount Vernon, e, com simplicidade digna, voltou aos seus trabalhos agrícolas. Em seu discurso de despedida, deplorava o partidarismo e clamava pela neutralidade norte-americana em assuntos externos.


 
Mount Vernon, num desenho do próprio Washington.



Em 1798, entretanto, a ameaça de guerra com a França levou-o a aceitar, em 3 de Julho, a comissão de tenente-general e a chefia do comando do Exército, postos que conservou até morrer.
George Washington faleceu em Mount Vernon, em 14 de Dezembro de 1799. Foi "o primeiro na guerra, o primeiro na paz e o primeiro no coração de seus concidadãos", disse Henry Lee, um de seus contemporâneos no dia de sua morte. É considerado o "Pai dos Estados Unidos".

 

Reputação e legado históricos

Memoriais

Uma imagem ao entardecer do Monumento obelisco do Washington com bandeiras ao redor da base, em Washington, D.C.
 
Monumento a Washington, Washington, D.C.



A face e imagem de George Washington é usada com frequência nos símbolos oficiais dos Estados Unidos. A capital dos Estados Unidos, Washington, D.C., é assim chamada em sua homenagem. Possivelmente a mais proeminente comemoração de seu legado é o uso de sua imagem na nota de um dólar e na moeda de 25 cents. Washington, juntamente com Theodore Roosevelt, Thomas Jefferson e Abraham Lincoln, está representado no Monte Rushmore.
Uma das mais respeitadas universidades do mundo, a Universidade George Washington, localizada em Washington, D.C., teve o terreno do seu campus principal doado por George Washington, que expressou a necessidade de se ter uma universidade e centro de pesquisas de alto nível na capital do país.[96]

 

Lugares e monumentos

Muitos lugares e monumentos foram nomeados em homenagem a Washington, principalmente a capital da nação Washington, D.C.. O estado de Washington é o único estado a receber o nome de um presidente.[97]

Moeda e postagem

 

Notas


  1. Os registos contemporâneos, os quais utilizavam o calendário juliano e o Estilo Anunciação de enumerar os anos, registou o seu nascimento como 11 de Fevereiro de 1731. De acordo com o Acto do Calendário de 1750, implementado em 1752, alterou o método de datação britânico para o calendário gregoriano com o início do ano a 1 de Janeiro (anteriormente, 25 de Março). Estas alterações nas datas resultaram numa mudança, para a frente, de 11 dias, e para aquelas entre 1 de Janeiro e 25 de Março, um avanço de um ano. Para mais explicações ver: Mudança para o calendário gregoriano.

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