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30.12.17

LINCE IBÉRICO. UMA MORTE

Encontrado na Andaluzia corpo baleado de jovem lince-ibérico

Conservação


Lince-ibérico. Foto: Programa de Conservação Ex-Situ do Lince-Ibérico


 


O cadáver de uma jovem fêmea de lince-ibérico (Lynx pardinus) foi encontrado nesta terça-feira por técnicos do Projeto Life Iberlince em Villafranca de Córdoba (Córdoba, Andaluzia), foi ontem revelado.

Trata-se da lince Niebla, uma jovem lince que foi libertada a 30 de Janeiro deste ano na propriedade de La Ventilla, Villafranca de Córdoba.

 Era filha de Kilimanjaro e Coscoja e nasceu no Centro de Reprodução em Cativeiro de La Olivilla, em Santa Elena (Jaén).

Segundo o projecto Life Iberlince, o “colar deste exemplar, que se encontrava inserida no programa de monitorização, mostrava sinais de inatividade, o que confirmou as piores previsões”. Na terça-feira, dia 26 de Dezembro, o corpo do lince foi encontrado na zona de Las Cumbres.

O corpo do animal foi transportado para o Centro de Análises e Diagnóstico da Fauna Selvagem da Junta da Andaluzia (CAD), onde se está a praticar a necropsia.

 Mas após uma primeira análise ocular pelos técnicos, o corpo não apresentava sinais de violência.

De acordo com os primeiros dados, no corpo desta lince “foram observados cerca de 35 chumbos, o que vem a constatar que, por detrás desta morte, há ação humana”, acrescenta o Iberlince em comunicado.


Imagem: Projecto Iberlince

Ontem, o ramo espanhol da organização WWF considerou que 2017 foi um ano “terrível” para o lince-ibérico, tendo em conta os mais de 30 animais encontrados mortos por causa humana.

 Segundo o balanço feito à agência espanhola EuropaPress, este ano morreram atropelados 21 linces e os restantes foram vítimas de furtivismo.

“É urgente pôr fim a estes problemas para podermos enfrentar os verdadeiros desafios do futuro da espécie, como são a conservação do coelho-bravo e a conectividade entre as populações dispersas”, comentou à agência Luis Suárez, responsável pelo programa de Espécies da WWF Espanha.



28.12.17

LOBO IBÉRICO. A SUA VIDA


Lobo-ibérico

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Um par de lobos ibéricos.


O lobo-ibérico (Canis lupus signatus) é uma subespécie do lobo-cinzento que ocorre na Península Ibérica.

 Outrora muito abundante, sua população atual deve rondar os 2000 indivíduos, dos quais cerca de 300 habitam o Norte de Portugal.
 A subespécie foi descrita pelo cientista espanhol Ángel Cabrera em 1907.

Índice

Características

Um pouco menor e mais esguio do que as outras subespécies do lobo-cinzento, os lobos-ibéricos machos medem entre 130 a 180 cm de comprimento, enquanto as fêmeas medem de 130 a 160 cm. A altura ao garrote pode chegar aos 70 cm. Os machos adultos pesam geralmente entre 30 a 40 kg e as fêmeas entre 25 a 35 kg.

A cabeça é grande e maciça, com orelhas triangulares relativamente pequenas e olhos oblíquos de cor amarelada.
. O focinho tem uma área clara, de cor branco-sujo, ao redor da boca. A pelagem é de coloração heterogênea, que vai do castanho amarelado ao acinzentado mesclado ao negro, particularmente sobre o dorso.

 Na parte anterior das patas dianteiras possuem uma característica faixa longitudinal.

Reprodução


Canis lupus signatus.


A época do acasalamento abrange o final do inverno e princípio da primavera (Fevereiro a Março).

Após um período de gestação de 2 meses nascem entre 3 e 8 crias (lobachos), cegas e indefesas.

 As crias e a mãe permanecem numa área de criação e são alimentadas com comida trazida pelo resto da alcateia.

Por volta de outubro as crias abandonam a área de criação e passam a acompanhar a alcateia nas suas deslocações.

 Os jovens lobos alcançam a maturidade sexual aos 2 anos de idade. Aos 10 anos já são considerados velhos, mas em cativeiro chegam a viver 17 anos.

Alimentação

Sua alimentação é muito variada, dependendo da existência ou não de presas selvagens e de vários tipos de pastoreio em cada região.

A vida em alcateia permite ao lobo caçar animais bastante maiores que ele próprio.

As suas principais presas são o javali, o corço e o veado, e as presas domésticas mais comuns são a ovelha, a cabra, a galinha, o cavalo e a vaca.

 Ocasionalmente também mata e come cães e aproveita cadáveres que encontra, isto é, sempre que pode é necrófago.

Comportamento

O lobo-ibérico vive em alcateia de forte organização hierárquica.
 O número de animais numa alcateia varia entre os 3 a 10 indivíduos e está composta por um casal reprodutor (casal alfa), um ou mais indivíduos adultos ou sub-adultos e as crias do ano. A alcateia caça e defende o território em grupo.

Os indivíduos de uma alcateia percorrem uma área vital que varia em tamanho de acordo com as características da região.

Em Portugal, as áreas vitais são relativamente pequenas, entre 100 e 300 km². Buscando presas, os lobos podem percorrer entre 20 a 40 km diários dentro do seu território. Essas deslocações ocorrem geralmente à noite.

O lobo ibérico tem um determinado comportamento perante as fêmeas quer de dia e noite.

Distribuição



Área aproximada de distribuição do lobo-ibérico.

 As pequenas populações ao sul do Douro em Portugal e no sul da Espanha estão isoladas da grande população ao norte da Península.
Ainda no século XIX o lobo se distribuía por quase todo o território da Península Ibérica.
 Ao longo do século XX, a caça e a redução do habitat natural causaram sua extinção na maior parte desse território.

 Atualmente o lobo-ibérico está praticamente restrito ao quadrante noroeste da Península.

Espanha

Em Espanha a área de distribuição do lobo abrange cerca de 100.000 km², ocupando a maior parte da Galiza e grande parte das Astúrias e Cantábria e a metade oeste de Castilla y León, além de pequenas áreas no País Basco.

 Ao sul é possível a existência de populações isoladas na Sierra Morena.

Acredita-se que a grande população do noroeste esteja em aumento, podendo eventualmente colonizar a região central da Espanha.

Portugal

Em Portugal a área de distribuição do lobo abrange cerca de 18.000 km² no norte do país. Considera-se que existem duas populações separadas pelo rio Douro:

Conservação

Como em toda a Europa, o lobo é temido pelas pessoas na Península Ibérica desde tempos remotos.

 A alegada ferocidade do lobo e o roubo de animais de criação levaram à caça sistemática destes canídeos, que tiveram sua área de distribuição geográfica muito reduzida.

 Enquanto que no início do século XX os lobos ainda se distribuíam por quase todo o território continental português, calcula-se que hoje esses animais ocupem apenas 20% da sua área de distribuição original.

Apesar de a caça ser hoje proibida, o lobo ainda é ameaçado pela destruição da vegetação nativa e a construção de grandes infraestruturas, como autoestradas, que fragmentam os habitats.

 A diminuição do número de presas naturais do lobo, como o javali, o corço e o veado, levam os lobos a atacar animais domésticos e a entrar em conflito com as populações rurais.

Em Portugal, como no resto da Península Ibérica, o lobo-ibérico é classificado como espécie "quase ameaçada" (NT).

 Em Espanha, a pequena população de lobos da Sierra Morena está isolada do principal grupo populacional a norte, e deve ser tratada como "em perigo crítico" (CR).[1]

A população de Lobos Ibéricos tem vindo a aumentar devido aos esforços de conservação tanto em Portugal como em Espanha.

Fojos


Uma pequena matilha de lobos ibéricos.

Na Península Ibérica, chama-se fojo a vários tipos de armadilhas usados para capturar os lobos desde tempos remotos.[2]
  As últimas batidas e capturas de lobos em fojos na Península ocorreram ainda na segunda metade do século XX.
Os fojos foram comuns no norte da Península Ibérica, e são frequentes na toponímia local. Alguns ainda estão bem-preservados e são importantes testemunhas da relação ancestral e conflituosa entre o homem e o lobo.
Há vários tipos de fojos. Os mais simples consistiam simplesmente de um fosso no chão, disfarçado com vegetação. O lobo era levado à armadilha por uma batida organizada pela população local ou era atraído por um isco vivo colocado dentro do fojo.

Os fojos de cabrita consistiam de um fosso de formato circular reforçado com paredes de pedra. No centro do fosso era colocado um isco vivo, como uma cabrita, para atrair o lobo. Uma vez dentro, o animal não conseguia escapar, devido à altura e formato das paredes de pedra.

Os fojos de paredes convergentes eram as estruturas mais elaboradas. Consistiam de duas longas paredes de pedra, com cerca de 2 metros de altura, que convergiam a um fosso revestido de pedra, que era disfarçado com vegetação.

 As populações rurais das aldeias vizinhas organizavam batidas, nas quais os lobos em fuga eram conduzidos ao fosso, sendo depois mortos. Os muros dos fojos podiam ser muito longos: os maiores conhecidos chegam a ter mais de 1 km de extensão. A construção dessas estruturas requeria o trabalho intenso das comunidades afectadas pelos lobos.

A maioria dos fojos de paredes convergentes não é usada há mais de 200 anos, mas alguns ainda eram utilizados em Espanha e na região de Peneda-Gerês em Portugal na primeira metade do século XX.

 A última batida conhecida que utilizou esse tipo de fojo ocorreu em finais da década de 1970 na freguesia do Soajo


26.12.17

POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA

  Caso necessitemos de alguns esclarecimentos  no que a armas diz respeito  consulte-se o site que indico sob estas linhas.

https://seronline.psp.pt/psp/login.pdc.

22.12.17

A NOSSA MEDIDA GALÁTICA


Significado de Galática

Galática é o feminino de galático.

Significado de galático

[Astronomia] Que se pode referir à galáxia, sistema estelar semelhante ao sistema solar, de forma análoga a de um disco, com um bulbo central, que contém bilhões de estrelas.Etimologia (origem da palavra galático). Do grego gála, aktos + ico.

ALGURES PELA VIA LÁCTEA

A NOSSA GALÁXIA

" Descobrimos que vivemos num planeta insignificante. 

Junto a uma estrela perdida.

 Numa galáxia escondida num canto de um universo.

  Onde há muito mais galáxias do que pessoas sobre a Terra".

20.12.17

MIGRAÇÃO DE TORDOS. CONTAGENS DAS AVES EM 2017

Conteo de Migración de Zorzal 2017



11.11.2017. 13:14
8 al 10 de noviembre: Pase nulo por las inclemencias del tiempo. Por los Pirineos sólo algunos bandos sueltos a primera hora de la mañana y muy repartidos. En Francia la entrada estos tres días ha sido muy floja. En cuanto a la zona costera de Cádiz estan viendo pasar bastantes bandos.
7 de noviembre: Pase de algunos bandos de Z. Alirrojo a primera hora por los Pirineos. En Europa se produce un buen pase contabilizando 141.000 zorzales en su mayoría Z.Alirrojo y Z. Real. Zona sur de la Peninsula se ven cada vez más pajaros pero disperso sin paso definido aún. Ha fecha de hoy ya estamos por encima de la media de pase en Europa y los Z. Alirrojos pasando el doble que los últimos tres años. Hay un dicho que dice año bueno de pase de Alirrojos año bueno de zorzales en la peninsula ibérica.






5 y 6 de noviembre: En estos dos días ha habido pase de algunos bandos de Z. Alirrojos por los Pirineos. En varias zonas de Extremadura ya hay bastante densidad de zorzales, a ver si aguantan hasta el sabado que es la apertura.
4 de noviembre: Tiempo muy desfavorable con lluvias, mal día de pase para la migración, sólo algunos zorzales sueltos han cruzado por el Pirineo. Siguen entrando en Francia Z. Alirrojos y Z. Real.

3 de noviembre:
Despúes de unos días muy flojos casi de parón se podria decir, hoy ya se han visto a primera hora del día bandos pequeños de Z. Alirrojos y Z. Reales. La Luna Llena de mañana puede que sea un pase bonito. En Pto. Tornavacas siguen pasando haciendo buenas capturas. Este año esta siendo una entrada mejor que la de años anteriores.


1 y 2 de noviembre: Hoy el pase por los Pirineos ha sido nulo. Por el corredor central de Castilla León se estan viendo avanzar poco a poco. En Extremadura y Andalucia se estan viendo cada vez más pajaros. Las reservas francesas siguen entrando, con lo que cualquier día pegaran otro golpe de alirrojos.
29 al 31 de octubre: El pase por el Pirineo en estos tres días ha sido muy flojo, casi inexistente por algunos pasos que días anteriores han sido buenos. En Francia siguen entrando chorreadas, siendo más fuertes los z. reales. En Pto. Tornavacas se hacen muy buenas capturas.
28 de octubre: Noche muy entretenida de pase de zorzales por Guipuzcoa y fuerte por Bizcaia. El amanecer aún seguian pasando los últimos coletazos y se han podido hacer algunas capturas hasta que ha llegado la niebla a las 10 h y se ha parado. Hoy ha sido buen pase de muchos pajaros pequeños y de gansos.
26 de octubre: Buena entrada de zorzales por Guipuzcoa y Navarra. A primera hora  del día han entrado zorzales por los Pirineos, y continuando por la zona de la costa Guipuzcoana, ruta de la N1 donde se han realizado buenas capturas con puestos entre 70-90 pajaros, zona de Gorriti, Etxalar buen día también. En la zona de Burgos también se ha visto un pase a primera hora del día. 
25 de octubre: Se ha producido por Navarra una entrada muy bonita de Alirrojos y fuerte de Charros. Las reservas estan a tope.
23 y 24 de octubre: La migración se ha parado en Europa. Sin embargo por la zona de Cadiz se ha visto un bonito pase.21 y 22 de octubre: Día de agua en los Pirineos poco pase. Mencionar la zona de Santiagomendi (Astiagarraga) donde desde primera hora hasta las 11h ha habido pase de contra

20 de octubre:
Unos 50.000 zorzales se mueven por el centro de Europa dirección a Francia. Las Landas se encuentran con muchos pajaros. Por el mediterraneo siguen pasando chorreados dirección Cuenca y Guadalajara. Por la zona de Extremadura y Andalucia se estan viendo ya malvices dispersas.
 
19 de octubre: Se produce el mayor golpe de pase de zorzal alirrojo por el centro de Europa con dirección a Francia con 138.000 pajaros. En los Pirineos amanece nublado y con lloviznas y pocos se atreven a pasar a primera hora.

17 y 18 de octubre: En estos tres días paron migratorio por los Pirineos. Por Italia siguen pasando, lo que esta siendo un año muy excepcional. La entrada a Francia sigue su ritmo de entrada sobre todo los provenientes de Gran Bretaña.

16 de octubre: Algunos zorzales a primera hora por los pasos de Guipuzcoa y poco más. En Francia siguen entrando muchos comunes. Gran pase de malvices por el Puerto de Bejar (Salamanca) dirección Extremadura.
15 de octubre: Desde la noche se empieza a escuchar zorzales por Irun y al amanecer aun siguen pasando. Buen día de pase por la zona de Oiartzun donde se hacen buenas perchas. La zona de Cuenca entra mucha malviz nocturna y por la mañana se nota en los puestos con bonitas cacerías . Por el norte de Extremadura se han visto algunos dispersos. Por el norte de Italia, zona de Arezzo miles de zorzales han cruzado. Según información de cazadores italianos nos dicen que como hacia muchos años que no veian tanto zorzal.

11 al 14 de octubre: Los conteos por Europa son muy flojos estos días . Las mañanas en los Pirineos amanecen con nieblas y solo unos pocos se atreven a pasar. Las reservas de Francia estan a tope de pajaros y en cualquier momento se produce un golpe de pasa.
10 de octubre: Los conteos por Europa son más flojos que otros días con 15.000 alirrojos y 5.000 comunes aprox. La zona de los Alpes Marítimos siguen con movimientos dirección a las reservas de Bearn y Catalunya. Por el sur de Italia siguen entrando zorzales aunque en menor medida que ayer.

9 de octubre: Se produce el pase de bandos de Alirrojos por el centro de Europa, contabilizando 78.000 aprox. y en menor medida zorzales comunes con 22.000 aprox. El buen tiempo reinante en el sur de Europa propician que se produzca el primer golpe de zorzales. Se produce una fuerte entrada en Italia siguiendo la ruta de los montes de Abrozzo, en su mayoría dirección Africa. La zona de Tivoli el pase fue muy fuerte, al igual que en el sur por la zona de La Puglia. Este gran pase vuelve a coincidir en el día con el año pasado.

8 de octubre:
Buen movimiento por el mediterraneo dirección a la reserva de Bearn. En Europa se contabilizan 67.000 zorzales aprox camino de la reserva de las Landas. Por los pirineos goteo a primera hora y poca cosa. Reseñar la contra que sobre las 10 horas se ha producido por los montes navarros. Comienzan a verse zorzales por la zona de Cuenca y sur de Andalucia.
1 al 7 de octubre: Días de sol, viento norte, buenas temperaturas y nieblas a primera hora. Desde los últimos días de septiembre y primeros de octubre comienzan a verse zorzales comunes sueltos y repartidos por los montes de Navarra y Guipuzcoa. Desde el centro-Europa sigue el movimiento continuo hacia las reservas de las Landas y Bearn. Hasta el día 6 de octubre los conteos no superan los 5.000 pajaros diarios. El día 6 y 7 de octubre se contabilizan en Europa 142.000 zorzales aprox. con la mitad más o menos de común y alirrojo. 





Desde hace varios años, las Federaciones y Organizaciones de la Naturaleza como NATUURPUNT de los paises de Holanda, Belgica y Alemania efectúan un seguimiento de la migración aves en toda Europa, como las Palomas Torcaces y los Zorzales que vienen de paises del norte europeo como Noruega, Finlandia y el Este de Europa, más conocido como el paso de las Grandes Migratorias. Siendo estos tres paises los que abarcan casi todo el conteo de migración, también se realizan en otros como Dinamarca, Luxemburgo, Gran Bretaña, Suiza... que englobaremos en la tabla como Resto de Europa

Los conteos de paso son llevados a cabo por profesionales desde varios observatorios localizados por todo el pais, así Belgica dispone de 40 y Alemania 12. Todos esos datos de conteo de migración de paloma torcaz, zorzal comun, zorzal alirrojo, serán suministrados por torcaces.com, los cuales se detallan a continuación en una tabla, que iremos actualizando día tras día.

Comenzaran el 1 de septiembre de 2017 y se acabarán el 1 de diciembre de 2017. A cada puesto, se tiene en cuenta el número de torcaces observadas por franjas horarias, el número de vuelos, las condiciones meteorológicas (tiempo, fuerza y dirección del viento) para evaluar la tendencia de evolución de la población de paloma torcaz sobre los pasos. 




Fonte: Torcaces.com

14.12.17

PEDRÓGÃO GRANDE

Os 'números trágicos' de Pedrógão, meio ano após o fatídico incêndio

O incêndio que deflagrou há seis meses no concelho de Pedrógão Grande e que alastrou a concelhos vizinhos fez 66 mortos e 253 feridos, sete dos quais graves, destruiu meio milhar de casas e quase 50 empresas.

Os 'números trágicos' de Pedrógão, meio ano após o fatídico incêndio
  Lusa
País Incêndios

Quarenta e sete das vítimas mortais seguiam em viaturas, no dia 17 de junho, e ficaram cercadas pelas chamas na EN (estrada nacional) 236-1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos ou em acessos a esta via.
Extintas passado uma semana, as chamas vieram, em 20 de junho, a juntar-se às do fogo que, cerca de dez minutos depois do início do fogo no concelho de Pedrógão Grande (em Escalos Fundeiros), no interior norte do distrito de Leiria, eclodiu no município de Góis (distrito de Coimbra), em Fonte Limpa.
Estes fogos devastaram cerca de 53 mil hectares de território, 20 mil hectares dos quais de floresta, sobretudo dos municípios de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, no distrito de Leiria, de Góis, Penela e Pampilhosa da Serra (Coimbra) e da Sertã (Castelo Branco), mas também de Alvaiázere e Ansião (Leiria), de Arganil (Coimbra) e de Oleiros (Castelo Branco).

Cerca de meio milhar de casas foram total ou parcialmente destruídas pelas chamas, 169 das quais de primeira habitação, 205 de segunda habitação e 117 devolutas, de acordo com estimativas, avançadas, em 3 de julho, pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), que, então, calculava os prejuízos diretos dos fogos em 193,5 milhões de euros, prevendo mais de 303 milhões de euros para medidas de prevenção e relançamento da economia na região.
Quase 50 empresas foram também atingidas, afetando os empregos de 372 pessoas.
A maior fatia dos prejuízos adveio da floresta, ultrapassando os 83 milhões de euros, enquanto os danos em habitação particular foram de mais de 27,6 milhões de euros, na indústria e turismo perto de 31,2 milhões de euros e noutras atividades económicas mais de 27,5 milhões de euros.
A agricultura sofreu prejuízos na ordem dos 21 milhões de euros, valor idêntico ao estimado para os danos provocados em infraestruturas municipais, tendo a rede viária nacional ficado danificada em perto de 2,6 milhões de euros.

Mais de 1.200 animais de explorações afetadas foram assistidos, por voluntários, nos dez dias posteriores aos incêndios, de acordo com a Cooperativa Agro Pecuária do Sudoeste Beirão.
Aqueles animais equivalem a cerca de metade dos que terão ficado feridos, de acordo com a mesma fonte, que estima em mais de um milhar, sobretudo ovinos e caprinos, os animais mortos pelas chamas (em 07 de julho já tinham sido recolhidos perto de meio milhar de cadáveres, segundo o Ministério da Agricultura). Por outro lado, pelo menos 300 veados, corços e javalis morreram na Serra da Lousã, disse à agência Lusa, em 01 de julho, o biólogo Carlos Fonseca.
O Governo previa, em 3 de julho, investir 100 milhões de euros para o projeto-piloto de gestão florestal do Pinhal Interior, afetado pelos incêndios, e 58 milhões para arborização e rearborização do território.


O incêndio de Pedrógão Grande foi "muito provavelmente aquele que, em Portugal, libertou mais energia e o fez mais rapidamente (com um máximo de 4.459 hectares ardidos numa só hora), exibindo fenómenos extremos de vorticidade e de projeção de material incandescente a curta e a longa distância", afirma o relatório da Comissão Técnica Independente (CTI), criada pela Assembleia da República, em 10 de julho, para fazer "uma avaliação independente" dos incêndios ocorridos entre 17 e 24 de junho, naqueles 11 concelhos.

O relatório de desempenho do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), publicado no dia 27 no portal do Governo, indica que o número de chamadas processadas nas 16 estações-base, entre as 19:00 de 17 de junho e as 09:00 do dia seguinte, foi de 115.255, representando uma média de 8.233 chamadas feitas por hora.

Cerca de 08% (mais de 10 mil) das 115.255 chamadas feitas nos incêndios de Pedrógão Grande, entre as 19:00 de 17 de junho e as 09:00 do dia seguinte, não foram feitas à primeira tentativa devido à saturação da rede, revelou o SIRESP.

A Assembleia da República aprovou, em 21 de junho, por unanimidade, um voto de pesar pelas vítimas destes incêndios, que continuavam então ativos, e as mais altas figuras do Estado, designadamente o Presidente da República e o primeiro-ministro marcaram presença no funeral de um bombeiro vitimado pelas chamas. Nesse dia, o combate às chamas na zona de Pedrógão Grande e Góis mobilizava 2.500 operacionais, mais de 860 viaturas e duas dezenas de meios aéreos.
Três meses depois dos incêndios, o Fundo Revita, entretanto constituído para gerir os donativos para as vítimas dos incêndios, apontava para a reconstrução de 199 casas de primeira habitação, das quais 95% estavam em andamento, com obras em projeto, em consulta de preço, adjudicação, consignadas ou em execução, estando 19 concluídas.

Em 09 de outubro, o relatório trimestral do Fundo, que envolve 35 empresas e outras entidades, revelava já ter recolhido o valor global de mais de 3,7 milhões de euros de donativos (dois milhões de euros em setembro) e que, das 205 habitações que precisavam de reconstrução, 35 estão concluídas.
O Conselho para a atribuição de indemnizações às vítimas dos incêndios de 15 de junho e de 17 de outubro deste fixou, em final de novembro, em 70 mil euros o valor mínimo para privação de vida, valor que, no entanto, caberá à provedora de Justiça estabelecer em relação a cada um dos casos.
As seguradoras anunciaram, em 13 de julho, que vão pagar indemnizações no valor de 18,8 milhões de euros, depois de um "primeiro apuramento de danos".

O primeiro-ministro, António Costa, revelou, em 28 de junho, que os sete concelhos afetados pelos incêndios que afetaram o interior da região Centro vão ser alvo de um projeto-piloto de reordenamento da floresta. O Governo pretende "utilizar este território para fazer um projeto-piloto no reordenamento da floresta, na revitalização do interior".

Em Castanheira de Pera, as chamas destruíram, para além de mais de uma centena de casas, 56% da área floresta do concelho (mais 4.000 hectares) e cerca de 25% da área agrícola, enquanto Figueiró dos Vinhos perdeu, além de 23 habitações permanentes, 66% da área florestada (e cerca de 25% dos terrenos agrícolas).

Em Pedrógão Grande, onde arderam mais de cem habitações permanentes e foram atingidas 26 empresas e mais de 270 postos de trabalho, ficou queimada 81% da floresta do concelho e 40% da área agrícola.
Mais de dez mil hectares de floresta arderam em Pampilhosa da Serra, enquanto em Penela foram destruídos de 1.800 hectares de floresta.

28.11.17

LOBOS E AS BESTAS " HUMANAS."

Atropelam lobo ibérico e posam com ele como troféu

O Serviço de Proteção da Natureza (Seprona) espanhol já anunciou que será aberta uma investigação para averiguar o que se passou.

Atropelam lobo ibérico e posam com ele como troféu
Foi através da sua página do Facebook que a Associação para a Conservação do Lobo Ibérico (ASCEL) denunciou que "alguns trabalhadores públicos" tinham tirado fotografias com um lobo ibérico que, alegadamente, tinham atropelado.

 Ainda não se sabe se o atropelamento foi acidental ou não.

Segundo o jornal espanhol ABC, os trabalhadores fazem parte de uma equipa que trabalha para a Câmara de Castela e Leão.

 O Serviço de Proteção da Natureza do país vizinho (Seprona) já anunciou, entretanto, a abertura de um inquérito para esclarecer as circunstâncias e para tomar futuras medidas legais.





A Associação partilhou a imagem polémica onde denuncia o caso e aproveita para questionar as razões para o homem em questão ter tirado aquela fotografia. "Troça privada/pública?", "recordação pessoal?", "uma selfie bem disposta?", pode ler-se.

Lançaram também questões sobre o excesso de velocidade e a falta de precaução com que se conduz em zonas florestais com animais, apelando, por fim, a que se partilhe a fotografia, de forma a que estes atropelamentos "não voltem a acontecer na medida do possível".

28 -11 -2017

19.11.17

T. A. P. ACIDENTE NA MADEIRA

Um dos maiores desastres aéreos em solo português aconteceu há 40 anos

O maior desastre aéreo da TAP e um dos maiores desastres aéreos ocorridos em solo português aconteceu há 40 anos, no dia 19 de Novembro de 1977. O voo TP425 da companhia aérea portuguesa não conseguiu travar na pista a tempo de evitar uma queda fatal para 131 das 164 pessoas a bordo.

Um dos maiores desastres aéreos em solo português aconteceu há 40 anos
Há 10 Horas por Anabela de Sousa Dantas
País

Na noite de sábado de 19 de Novembro de 1977, o voo TAP Portugal 425 despenhou-se no Funchal, na ilha da Madeira, com 156 passageiros e oito tripulantes a bordo. Morreram 131 pessoas, incluindo seis dos oito tripulantes.
O comandante do Boeing 727-200, João da Costa Lontrão, tentou por duas vezes aterrar na difícil pista do Funchal mas por duas vezes desistiu. Era uma noite chuvosa, com ventos instáveis e equacionou-se divergir o voo para o aeroporto de Las Palmas, na Gran Canaria. Não sem antes tentar uma terceira vez.
O aparelho despenhou-se no final da pista número 24 do aeroporto de Santa Catarina às 21h48. O trem de aterragem só tocou na pista 323 metros depois do ponto de toque de segurança e, devido à água que se acumulou no solo, não conseguiu travar. Derrapou para fora da pista e caiu na praia, junto ao mar, dividindo-se em dois, entre uma ponte de pedra e a água.

Notícias ao MinutoPrimeira página do Diário Popular© Reprodução 
Quatro décadas depois, restam as homenagens e a memória dos familiares e amigos das vítimas. Entre as 131 vítimas mortais do acidente, estava João Melo e a família, Lurdes, a esposa, e Mafalda, a filha do casal, ainda criança.
O Notícias ao Minuto falou com Dulce Trindade André, afilhada do casal, que residia em Cascais e com quem Dulce chegou a morar. Agora com 50 anos, Dulce era uma criança de 10 anos na altura e refere que a memória que guarda do acidente é mais sentimental do que exacta.
Algumas coisas ficaram para sempre, a Mafalda na véspera da viagem agarrar-se à avó para não a deixar viajar com os pais é uma delas“Coincidiu com os anos do meu pai, o acidente foi no dia em que o meu pai fazia anos. Lembro-me da tristeza que foi terem perdido os amigos. Lembro-me mais das emoções do que propriamente dos pormenores”, começou por contar-nos Dulce.
Os pais de Dulce e a família de João Melo, na altura um homem com pouco mais de 30 anos, mantinham uma amizade próxima, tendo Dulce, inclusive, chegado a morar com os padrinhos. No dia do acidente, no entanto, estava em França com os pais e a trágica notícia só chegou dias mais tarde via carta. De todas as memórias que guarda dos padrinhos, recorda com pesar um momento contado pela avó de Mafalda, já em Portugal.


Notícias ao MinutoJoão, Lurdes e Mafalda© Imagem cedida 
“A Mafalda viajava muito e adorava viajar de avião com os pais. Na véspera dessa viagem é que estava muito renitente em ir”, relata Dulce, recordando como a avó da criança contou que, na véspera do voo, a menina não queria ir com os pais para a Madeira.
“Algumas coisas ficaram para sempre, a Mafalda na véspera da viagem agarrar-se à avó para não a deixar viajar com os pais é uma delas”, partilha.

Corpos do comandante e do copiloto nunca foram encontrados
 
O voo tinha origem em Bruxelas com destino ao Funchal, tendo efetuado uma escala intermédia em Lisboa, de onde partiu com 164 pessoas a bordo. A aeronave ficou quase totalmente destruída devido à explosão e consequente incêndio, excetuando a secção da cauda, que permaneceu sobre a ponte.


Notícias ao MinutoFotografia do avião Boeing 727 em Palma de Maiorca, em 1976© Reprodução Datacenter 
“De um total de 164 pessoas a bordo sobreviveram 33, morreram 122 e desapareceram nove, presumivelmente mortos”, pode ler-se no relatório final da Direção-geral de Aeronáutica Civil, atual Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).

Acidente Voo 425 TAP - Relatório Final

O relatório final da comissão de inquérito aberta ao acidente apontou como causa provável “a impossibilidade de desacelerar a aeronave até à paragem do comprimento da pista, devido, provavelmente, aos seguintes factores: condições meteorológicas muito desfavoráveis no momento da aterragem, existência possível de condições para hidroplanagem, velocidade de aterragem de mais de 19 nós, aterragem comprida motivada por um longo ‘flare’ e correção direcional brusca após toque na pista”.
A existência de hidroplanagem, ou seja, as rodas do avião terem deslizado por causa da água na pista, foi refutada por alguns sobreviventes e testemunhas, dizendo, até, que houve uma travagem antes da queda. A TAP, na altura, apontou também, através de relatório interno, as más condições da pista, incluindo as condições de escoamento de água, algo que não foi mencionado no relatório oficial.

Notícias ao MinutoAeroporto da Madeira nos anos 70© Reprodução 
João Lontrão, o comandante, na altura com 34 anos, e o copiloto, Miguel Guimarães Leal, estavam ao serviço há mais de 13 horas, faziam o quinto voo do dia, sendo o cansaço também apontado como uma possível causa. Os corpos do comandante e do copiloto nunca foram encontrados, assim como os de outras sete vítimas.
O período de horas máximo de voo para pilotos foi entretanto alterado de 17 horas para 13 horas. Os 1.600 metros da pista número 24 foram também ampliados por duas vezes, na sequência do acidente.

17.11.17

O " CASAL VENTOSO " DE CASCAIS

 Recentemente, numa consulta por uns mapas aqui da região, encontrei esta denominação para um recanto quase no centro da Vila de Cascais.
   Obtive estas fotografias, um destes dias, as quais constituem para mim uma recordação de um belo passeio a pé que fiz nesse dia. Prossegui, depois, pelo recentemente inaugurado, Trilho da Ribeira das Vinhas até Alvide e daí até ao Cobre.

Quinta do Casal Ventoso ( Foto de J.P. L )

Quinta do Casal Ventoso ( Foto de J.P.L. )
Trilho da Ribeira das Vinhas. ( Foto de J.P.L. )

Como podemos observar de Ribeira só o nome. Água nem vê-la. Uma tristeza em  finais de Novembro.

15.11.17

LAGOA DA VELA

A Terceira Dimensão: Lagoa da Vela: A Lagoa da Vela é uma das 5 lagoas do concelho da Figueira da Foz e faz parte do sistema de lagoas dulçaquícolas de Quiaios , Bom Sucesso ...

Obs: Estas duas fotos são meramente elucidativas. Não deixe de visitar o blogue deste meu amigo onde encontrará locais menos " deprimentes ".

Antes

Depois


Localização
Coordenadas 40° 16' 30.5" N 8° 47' 29.2" O
Localização Bom-Sucesso,
País Portugal Portugal
Localidades mais próximas Figueira da Foz
Características
Tipo Zonas úmidas Costeiras[1]
Área * 70 hectares[2] km²
Profundidade média 1,5[1] m
Bacia hidrográfica Rio Mondego
Efluentes Oceano Atlântico
* Os valores do perímetro, área e volume podem ser imprecisos devido às estimativas envolvidas, podendo não estar normalizadas.


13.11.17

CAMARÃO JAPONÊS. CONFIRMADO NO RIO TEJO

CONFIRMADO NO ESTUÁRIO DO TEJO

camarão japonês2017-11-13 (IPMA)

Camarão japonês (Marsupenaeus (Penaeus) japonicus) confirmado no estuário do Tejo.

Desde o ano 2000 que o IPMA / IPMAR previa o estabelecimento do camarão japonês no Estuário do Tejo por ter sido objeto de cultivo experimental nessa área na década de 80 do século passado.
Com esta nota, confirmamos a ocorrência e estabelecimento do camarão japonês no estuário do Tejo, estando a ser capturado pela pesca artesanal, como demonstra a foto.
O IPMA encontra-se a preparar um artigo científico para assinalar este registo.
Este é um camarão com interesse comercial sendo objeto de pesca no Oceano Índico e Pacífico, como o Japão, onde também é produzido em aquacultura.
 A sua introdução na Europa ocorreu através do Canal do Suez para o Mediterrâneo mas também de modo intencional para a sua utilização em aquacultura em França e Espanha.

11.11.17

A CAÇA NA OPINIÃO DE MIGUEL SOUSA TAVARES



Miguel Sousa Tavares

Advogado
Miguel Andresen de Sousa Tavares é um jornalista, editor, escritor e comentador político português. Os seus artigos de opinião são, frequentemente, polémicos.

"Dantes, aos primeiros sinais de Outono, eu entrava em depressão.

 Mais do que a chegada do Outono, o que me deprimia era o fim do Verão, pois que sempre fui devoto dessa verdade enunciada por Rilke: "só o Verão vale a pena".

 Imaginar um longo ano pela frente sem as praias e os banhos de mar, sem as noites quentes nos terraços e pátios, as noites em que o luar atravessa a sombra dos pinheiros e vem pousar no chão do quarto onde dormimos de janela aberta, a maresia trazida pelo vento de sueste nas manhãs marítimas, as frutas de Verão nos mercados, o peixe fresco brilhando ainda com luminosidades de prata, as vozes que se transmitem ao longe, dobrando esquinas e ruelas do que resta dos nossos souks em aldeias ou até em Lisboa, tudo isso, imaginar um ano inteiro sem tudo isso, deixava-me irremediavelmente triste e desamparado, como se as marés de equinócio tivessem varrido todas as possibilidades de alegria, todos os dias felizes.

 Se o Verão morria assim, eu morria também com ele, de cada vez.

Mas, há uns anos, tudo mudou.


 Alguns amigos começaram a levar-me à caça e eu descobri que, além do mar, também havia a terra, e depois do Verão havia o Outono: foi uma descoberta tardia, mas decisiva, como se tivesse descoberto uma quinta estação do ano e, mais do que isso, um novo pretexto para a felicidade.

 Rapidamente tomei a minha decisão e resolvi tornar-me caçador.

 Comecei pelo princípio, passo por passo, e são muitos: as aulas e o exame para obtenção da carta de caçador, aprendendo coisas para mim inteiramente desconhecidas, como o ciclo de vida e hábitos dos animais, modalidades de caça, princípios de balística, como criar e treinar cães de caça, etc.; depois, atravessei todo o imenso processo burocrático para a concessão de licença de porte de arma, escolhi as armas (que ainda hoje são as mesmas), experimentei vários tipos e marcas de cartuchos até perceber com quais me dava melhor e fiz um mínimo de aulas de tiro; finalmente, experimentei dois cães - um tão bom, que mo roubaram, o outro tão mau que foi dispensado e hoje é um urbano-depressivo, cheio de doenças e tiques de personalidade.

Muito embora o campo não me fosse propriamente estranho, eu não sabia como eram os campos de caça.


 Não fazia ideia do mundo novo, primordial e deslumbrante, que iria encontrar.

 Não imaginava as manhãs de geada ou de orvalho suspenso nos arbustos e nos ramos das árvores, as manhãs de frio polar ou as de chuva e lama, onde nos enterramos até à alma e maldizemos a decisão de ter saído da cama - que logo depois bendizemos, assim que os primeiros raios de sol rompem as nuvens e o frio ou que a primeira peça de caça tomba no chão.

 Não imaginava as longas caminhadas por cabeços ou planícies, por leitos secos de rios ou através da água, o cheiro a esteva e a giesta, ou as longas emboscadas, atento a todos os ruídos, ao simples agitar de uma folha, adivinhando a presença próxima dos animais antes de os ver.

 As esperas silenciosas à beira de um riacho, molhando a cara na água cristalina, aproveitando para colher poejos ou beldroegas tardias, aproveitando para pensar na vida, no essencial, no que verdadeiramente importa. A sós, com os três maiores luxos que um homem pode ter: espaço, tempo e silêncio. Porque aqui não há multidões nem urbanizações turísticas, não há pressa nem vozearia de conversas inúteis.

E não sabia que os 'selvagens dos caçadores' (que os há, como em tudo o resto), também conseguem, outras vezes, reunir um grupo de amigos que tudo pode separar à partida, mas que finalmente se encontram unidos por essa paixão primitiva e talvez inexplicável da caça.


 Gosto especialmente dos jantares que antecedem as manhãs de caça, das conversas soltas e sem pressa, das anedotas que dão a volta e regressam no final da época.

 Há quem imagine que as conversas dos caçadores são sobre futebol, mulheres e política.

 Pois lamento desiludi-los: são sobre armas, cartuchos, cães, viagens, o estado dos campos e das culturas e as memórias antigas de 'lances' de caça, umas vezes inventadas, outras reais, que cada um guarda consigo e a que só a um outro caçador vale a pena contar.

E gosto muito das pequenas pensões ou hotéizinhos manhosos de província, onde se joga cartas à lareira do salão (a inevitável 'sueca') e onde os quartos têm pesados armários antigos de madeira e uma casa de banho 'moderna' enxertada no meio do quarto, com o polibã para poupar espaço. 

Gosto de passar em revista e preparar todo o 'material' de véspera: verificar se as armas estão bem limpas, se os cartuchos escolhidos são os melhores para o que se vai caçar, se a roupa e tudo o resto estão preparados para não perder tempo de manhã, em que cada minuto conta.

 E depois é tentar adormecer cedo - o que nem sempre é fácil, porque a adrenalina e a excitação já começam a fazer-se sentir. E, se o sono vier cedo, hei-de adormecer feliz, pensando que no dia seguinte vou à caça, enquanto tantos outros, lá na cidade, vão gastar a noite e a madrugada em bares, discotecas, festas e concertos onde se atropelam para atrair as atenções dos fotógrafos das revistas sociais. 

E,quando eles, se calhar, ainda nem vão no primeiro sono, já eu estou sentado à mesa (trôpego de sono, é verdade) para algum extraordinário pequeno-almoço, como, por exemplo, açorda alentejana com ovo e bacalhau.

"Ah", dirão vocês agora, "e o prazer sádico em matar animais - disso não fala?".



 Falo sim, para dizer que não existe tal coisa como o prazer de matar.

 Existe, sim, o prazer de acertar, que é uma consequência lógica do prazer de atirar. 

Nenhum caçador gosta de errar o tiro ou, pior ainda, de errar parcialmente e deixar um animal ferido, em vez de morto redondo.

 É por isso que a ética exige que, no caso da caça grossa, que pode resistir muito tempo a um ferimento, o caçador vá atrás da peça ferida até lhe poder dar o chamado tiro de misericórdia.

 E é por isso, também, que nenhum caçador que se preze atira a uma ave que não esteja em voo ou a um coelho ou uma lebre que não esteja em corrida. 

Claro que há caçadores que o fazem, mas eu não caço com eles e os meus amigos também não. Também não caçamos o que não comemos e fazemos questão de saber cozinhar uma canja de pombo, uma perdiz de escabeche ou um arroz de tordos.

 E de nos sentarmos todos à mesa, terminada a 'jornada', e ficarmos à conversa pela noite adentro, moídos de cansaço e de felicidade tranquila, de bem com a consciência, de bem com a natureza e as suas leis, em paz contra as imperfeições do mundo, as suas falsidades e fúteis aparências.

E se me deu para escrever este texto é, não só porque abriu a época de caça, mas também por outras duas razões.


 Uma, porque amanhã, diz a lei, é 'período de reflexão' e eu mantenho a tradição de não falar de política antes de eleições.

 Outra, porque a caça é um grande tema de reflexão e uma grande escola de vida e de valores - de companheirismo, de fairplay, de conhecimento e respeito pela natureza, de paciência, persistência, de reaprendizagem de coisas primordiais e evidentes por si mesmas.

 E, por isso, antes que a multidão politicamente correcta da nova doutrina urbana e 'civilizacional' queira julgar como selvagens a caça e os caçadores, ou mesmo bani-los face à lei, convinha que a sua arrogante ignorância ficasse a saber que falam do que não sabem e não percebem, e que, para infelicidade sua, jamais entenderão."



Texto da autoria de Miguel Sousa Tavares, publicado na edição do Expresso de 9 de Outubro de 2009