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27.10.25

UMA VISITA AO GUINCHO VELHO

 

Uma visita ao Guincho Velho
É durante a mudança dos sapatos que levamos calçados por outros mais velhos, guardados no porta-bagagem, que se ouve, não muito longe, na direcção da Azóia, o som do cuco saído do meio das brumas matinais que escorregam das cumeadas dos montes para os vales apertados dos contrafortes da Serra de Sintra.
Estamos na segunda semana de Primavera e todo o chão que a vista alcança encontra-se florido, salpicando o granito róseo de uma mescla de cores duma espontaneidade madura de sexualidade. Pequenos pássaros, vestidos de tons verdes e castanhos esvoaçam no meio das hastes dos tojos queimados no último Verão por um incêndio que devorou toda a vegetação entre a antiga casa de campo do conde de Caria e a Peninha.
Principiámos a descer por um antigo caminho de macadame. É a antiga via que ligava as instalações da campanha de pescadores do Guincho Velho à estrada Cascais-Colares. O piso, muito mal tratado pelos anos de intempéries, encontra-se sulcado por milhares de pequenos leitos das chuvas dos Invernos passados, após o abandono da armação de pesca da Roca. Atalhamos a corta mato os meandros da estrada aproveitando uma abertura na vegetação serrada, causada por um riacho já seco.
Saem-nos aos pés um casal de perdizes que rapidamente, num voo baixo, transpõem o pequeno monte que separa o vale contíguo aquele que seguimos. Mais tarde, à frente dos nossos passos, um coelho de pêlo cinzento dá pequenos saltos, sem pressa, afastando-se do nosso caminho e escondendo-se no meio de uma moita.
O mar encontra-se cada vez mais próximo, voltamos ao antigo caminho, aqui talhado, em parte, na rocha. Desfrutamos então o azul do mar em contraste com as penedias róseas que se afundam nas suas águas. Já se vêm as ruínas das casas do antigo Porto Touro, hoje Guincho Velho. O nome actual provém ao que parece da existência no local de um guincho movido a motor para ajudar a subir as barcas das armações para a praia.
Numa curva da estrada, virada a sul, uma tela branca de plástico encontra-se espiada contra um nicho da encosta, permitindo um abrigo esporádico ao viajante apanhado por um aguaceiro primaveril.
No porto que já foi abrigo a fenícios, local de partida para correligionários de D. António, prior do Crato, e sede da campanha da Roca, existem unicamente três barracas de madeira para abrigar cinco pescadores sazonais. Intitulam-se companhas, pescam somente na Primavera e no Verão quando o mar permite, durante o Outono e Inverno vão para as suas terras, Nafarros e Lourinhã, dedicando-se então ao amanho das terras e à construção civil. Utilizam na pesca os aparelhos de anzol, para peixe e os covos para apanhar marisco e polvos.
A poucos metros do oceano uma muralha de alvenaria teima enfrentar o mar há dezenas de anos. Era a muralha de protecção do antigo porto, quando o mar se encontrava bravo. A praia é constituída por calhaus rolados de médias e grandes dimensões que dificultam o andar e provocam um som cavo e estaladiço, quando as ondas os fazem chocar entre si.
Em frente observa-se o mar, aqui de tons verdes, de onde emergem rochedos acutilantes, sendo o mais célebre o abrolho do Guincho.
Está na hora de regressar, a viagem é demorada, o caminho íngreme dificulta a progressão agora em ascensão. Paramos obrigatoriamente por cima da baía do porto. Dali avista-se uma imensidão de oceano, recortado pelas falésias da costa até ao Cabo Raso. Podemos considerar esta uma das soberbas vistas naturais que temos no território cascalense onde o homem não mexeu, não estragou e fazemos votos para que não o faça, como tem feito, noutros pontos do concelho.*
 
Texto. (Guilherme Cardoso) *

22.9.25

Outono chega hoje ! ( 22 - Setembro )

 

Fim do Verão. Bem vindo Outono  ( Foto do autor deste blogue )

Com frio? Outono chega hoje e traz descida da temperatura

Primeira semana de outono começa com temperaturas inconstantes. Depois de uma segunda-feira mais fria, temperaturas vão aumentar, mas no fim de semana chega... a chuva.

Se saiu de casa hoje com a sensação de que tinha se esquecido de algo, provavelmente sabemos do que se trata. Acostumado ao calor de um dos verões mais quentes de sempre em Portugal, esta manhã acordou mais fresca e, provavelmente já desabituado, não se lembrou do casaco. Fez mal!

 É que o outono arranca hoje e, este ano, decidiu fazer-se acompanhar de uma brisa fresca.

Quem não se preparou para isso, deve ter começado o dia já a bater o dente. É que apesar de o equinócio de outono estar marcado apenas para as 18h19 desta segunda-feira, as diferenças já se começam a sentir.

 Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o primeiro dia de outono será de de céu pouco nublado ou limpo, vento forte na faixa costeira ocidental e terras altas e uma pequena descida da temperatura mínima, que se sentiu logo pela manhã.

“Esta descida de temperatura [...] deve-se à influência de fluxo de norte e de transporte de ar relativamente frio para o território, no início da semana”, detalhou o IPMA, num comunicado emitido na sexta-feira.

2.9.25

Nova Época de Nomeação de Tempestades

 


2025-09-01 (IPMA)


Depressão Martinho - Imagem de satélite RGB Massa de ar para as 00 UTC de dia 20 de março de 2025

Inicia-se hoje ( 01 de Setembro ) a época 2025/2026 de tempestades extratropicais na Europa, tornando-se efetiva no grupo sudoeste, em que Portugal está inserido através do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a lista para esta temporada e que se partilha na figura .

A atribuição de nomes a tempestades é um projeto conjunto de diversos serviços meteorológicos da Europa, sob os auspícios da EUMETNET. Este ano temos uma nova instituição a entrar para o grupo sudoeste, o Servei Meteorològic Nacional, o serviço meteorológico do Principado de Andorra, que se junta ao IPMA e aos serviços meteorológicos de Espanha (AEMET), de França (Météo-France), da Bélgica (RMI) e do Luxemburgo (MeteoLux).

A nomeação de tempestades tem-se mostrado eficaz na comunicação ao público da ocorrência destes fenómenos meteorológicos que trazem associadas situações de risco potencialmente elevado para as vidas e bens dos cidadãos, trazendo igualmente fluidez na comunicação entre os diferentes Serviços Meteorológicos Nacionais e as estruturas de Proteção Civil. Este procedimento facilita também a identificação e o estudo das depressões ao longo do seu percurso sobre a Europa.

Deve notar-se que uma tempestade tropical que se forme no Atlântico e seja nomeada pelo National Hurricane Center (NHC), se sofrer uma transformação nas suas características termodinâmicas tal que se converta numa tempestade extratropical, irá manter o nome original atribuído pelo NHC na comunicação do IPMA e dos restantes serviços meteorológicos europeus.

O critério para a nomeação de tempestades está diretamente relacionado com os impactos e com a emissão de avisos de nível laranja ou vermelho no sistema internacional de avisos meteorológicos. O principal parâmetro meteorológico que define a nomeação de uma tempestade é o vento, mas considera-se a nomeação de tempestades com outros parâmetros desde que o seu impacto tenha potencial para ser severo.

 

26.8.25

MAR BRAVO EM PLENO VERÃO.

 N.º AVISO/15/DCS/2025
DATA 25-08-2025
HORA 16:00
AVISO À POPULAÇÃO

1. SITUAÇÃO

CRISMINA - GUINCHO . Agosto de 2025.


O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê um agravamento das condições
marítimas a partir de amanhã, 26 de agosto, devido à aproximação da ondulação gerada pelo
ciclone pós-tropical ERIN, atualmente localizado a oeste dos Açores. Destaca-se a previsão de
agitação marítima forte, com ondas que poderão atingir os 4 metros na costa ocidental,
podendo chegar a picos máximos de 7 metros.


2. EFEITOS EXPECTÁVEIS
Prevê-se o aumento da intensidade das correntes marítimas junto à costa. Durante a maré cheia,
no período da tarde, o nível da água deverá subir significativamente, podendo fazer com que
algumas praias fiquem temporariamente sem areal disponível.

 
3. MEDIDAS PREVENTIVAS
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) recorda que o eventual impacto
destes efeitos pode ser minimizado, sobretudo através da adoção de comportamentos
adequados, pelo que, sobretudo nas zonas costeiras, se recomenda a adoção das principais
medidas preventivas, nomeadamente:
– Frequentar praias permanentemente vigiadas;
– Respeitar a sinalização das bandeiras e das praias;
– Respeitar as indicações dos nadadores-salvadores, dos agentes da autoridade e dos elementos
que reforçam a vigilância nas praias;
– Vigiar permanentemente as crianças;
– Não se colocar debaixo de arribas instáveis;
– Reforçar a amarração e manter uma vigilância apertada das embarcações atracadas e
fundeadas

 N.º AVISO/15/DCS/2025
DATA 25-08-2025
HORA 16:00

AVISO À POPULAÇÃO
AGITAÇÃO MARÍTIMA FORTE - MEDIDAS PREVENTIVAS E DE AUTOPROTEÇÃO
AUTORIDADE NACIONAL DE EMERGÊNCIA E PROTEÇÃO CIVIL
Av. do Forte | 2794-112 Carnaxide – Portugal
T.: 351 21 424 7100 | www.prociv.gov.p

21.8.25

Máquinas de rastos . O que são e os riscos

 

Máquinas de rastos são aliadas no combate a fogos. O que são e os riscos

Com os fogos a fustigarem várias regiões do país, nas últimas semanas tem sido, muitas vezes, mencionado o recurso a máquinas de rastos - que na terça-feira causou a morte a um homem. Saiba de que tipo de viaturas se tratam.

máquinas de rastos, bombeiro, exército

© Facebook/Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil

Bernardo Matias
20/08/2025 15:13 ‧ ontem por Bernardo Matias


Portugal atravessa uma vaga de grandes incêndios florestais que, nas últimas semanas, afetaram muitos pontos do país - sobretudo na região norte.
Nos teatros de operações, as máquinas de rastos são muitas vezes utilizadas no combate às chamas. Segundo a Infopédia, máquina de rastos é uma designação dada "a diferentes veículos equipados com lagartas, próprios para a realização de trabalhos (agrícolas, de construção, etc.) em terrenos acidentados".

O que são máquinas de rastos?

As máquinas de rastos são de várias tipologias, desde escavadoras a tratores, passando por bulldozers, que estão equipadas com esteiras ('lagartas') em vez das rodas convencionais.

Os bulldozers, ou tratores de esteira, são as máquinas de rastos que mais habitualmente surgem associadas ao combate a incêndios, estando munidos de grandes lâminas à frente e de 'rippers' atrás. Estes têm o formato de ganchos de grandes dimensões, 'rasgando' o terreno de modo a prepará-lo. Já a lâmina frontal move e nivela terrenos.

A título de exemplo, uma máquina de rastos recentemente vista numa imagem numa publicação nas redes sociais do Exército português é uma Komatsu D65EX. Este trator de rastos tem 220 cv de potência às 1.950 rotações por minuto, debitados por um motor turbocomprimido de seis cilindros. A caixa de velocidades é automática.

O seu raio mínimo de viragem, segundo as especificações do fabricante, pode atingir os 2,2 metros (consoante o tipo de lâmina). As lâminas podem exercer pelo menos de 0,53 kg por centímetro cúbico de pressão sobre o solo. Quanto ao peso, varia entre os 21.180 kg e os 23.040 kg. Atrás, há ‘rippers’ de três dentes controlados hidraulicamente.

Para que servem?

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil explicou o seu uso no contexto dos incêndios: "Permitem criar ou ampliar faixas de contenção, facilitando o acesso de outros meios de combate e contribuindo significativamente para a consolidação do perímetro de incêndio durante as fases de rescaldo".

Aquela entidade esclareceu que a utilização envolve "uma estratégia previamente definida, coordenada por profissionais com profundo conhecimento do terreno". São tidos em conta diversos critérios relativos ao ponto de situação do fogo, tal como da topografia e acessibilidade aos locais. Sendo veículos de grandes dimensões, não podem ir ou ser transportados a todos os locais.

Máquinas de rastos são perigosas

Esta quarta-feira de madrugada, um homem de 65 anos morreu ao ser atingido por uma máquina de rastos, confirmou ao Notícias ao Minuto fonte do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil das Terras de Trás-os-Montes. As notícias sobre fatalidades na operação deste tipo de veículos não são incomuns, havendo riscos associados à sua utilização.

Pesados e capazes de arrastarem grandes quantidades de materiais, estas máquinas envolvem riscos de acidentes graves caso a utilização e interação com as mesmas não seja respeitada.

O operador deve garantir que os terrenos são estáveis e que está bem fixo no veículo, além de ter equipamento de proteção e de evitar comportamentos que possam originar quedas (o próprio posto de operação está em posição alta).

Também podem acontecer incidentes como quedas no acesso ou saída, incluindo em situações nas quais a máquina não está assente num plano nivelado. E, como tudo, uma máquina de rastos deve ser utilizada respeitando as capacidades para as quais está concebida.

Se abandonar a máquina, deve certificar-se de que esta fica totalmente imobilizada e em segurança. Já quem está no exterior, deve manter uma distância de segurança razoável para prevenir incidentes.*

* Texto - Notícias ao minuto 

3.8.25

RECUPERAÇÃO DA FAUNA SELVAGEM.

 

Recuperação da fauna selvagem com financiamento de 1,5 milhões

O investimento público envolvido irá totalizar 1,466 milhões de euros, a fundo perdido, para apoiar intervenções em estruturas fundamentais para o acolhimento, recuperação e devolução de animais selvagens ao meio natural.


 Quinta do Pisão em Cascais no presente ano,  onde se pode ver a preocupação com a vida selvagem pela " Cascais Ambiente " ainda que sem recorrerem  aos subsídios referidos nesta notícia. 

2 Agosto 2025, 15h13 ( Jornal Económico )

O Ministério do Ambiente e Energia anunciou este sábado que o Fundo Ambiental vai financiar treze candidaturas no âmbito do aviso de apoio à requalificação dos centros de Recuperação da fauna, integrantes da Rede Nacional de Centros de Recuperação para a Fauna.

Foi relevado também o investimento público envolvido que irá totalizar 1,466 milhões de euros, a fundo
perdido, para apoiar intervenções em estruturas fundamentais para o acolhimento, recuperação e devolução de animais selvagens ao meio natural.

A Rede Nacional de Centros de Recuperação para a Fauna é composta por polos e centros especializados na resposta a animais debilitados, feridos ou apreendidos, abrangendo espécies protegidas por diretivas europeias e convenções internacionais. Este apoio permite melhorar as infraestruturas físicas, adquirir equipamento médico e científico, reforçar a alimentação e os cuidados veterinários prestados e modernizar os sistemas de monitorização dos espécimes.

“Estamos a investir em estruturas que protegem a biodiversidade no terreno, todos os dias. Estes centros são a face mais direta da nossa responsabilidade com o bem-estar dos animais selvagens e a conservação da natureza”, realçou a ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, que superintende o Fundo Ambiental.

Note-se que a totalidade das candidaturas submetidas foi considerada elegível e aprovada para financiamento, não tendo sido necessária ordenação por mérito, dado que a dotação global foi reforçada e ajustada às necessidades. Os projetos abrangem entidades públicas, universidades, organizações não governamentais de ambiente e entidades privadas reconhecidas.

Veja aqui a lista das candidaturas aprovadas e o respetivo montante financiado:
– Associação ALDEIA – CERVAS, 135 mil euros;
– Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem – ECOMARE, 135 mil euros;
– Associação ALDEIA – RIAS, 135 mil euros;
– Quercus – CRASSA, 134,8 mil euros;
– Quercus – CERAS, 134,8 mil euros;
– Quercus – CRASM, 134,8 mil euros;
– Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – CRAS, 133,8 mil euros;
– Município de Lisboa – LxCRAS, 127,4 mil euros;
– Município de Vila Nova de Gaia – Parque Biológico de Gaia, 119 mil euros;
– Liga para a Proteção da Natureza – Delegação Regional do Alentejo, 90,2 mil euros;
– Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem – Pólo de Quiaios (Fauna Terrestre), 69,2 mil
euros;
– Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – Pólo de Quiaios (Fauna Marinha e
Aquática), 63,3 mil euros;
– Amigos Picudos – Associação para a Proteção dos Ouriços, 52,9 mil euros.

* Texto. José Carlos Lourinho. ( Jornal Económico ) 

Fotografia. J.P. L. 

22.7.25

AGORA É QUE AVISAM !!!

 

Estudo. Vacina contra a Covid-19 pode causar lesões oculares graves

A investigação, publicada na Ophthalmic Epidemiology, examinou especificamente a forma como a vacina afetou as córneas, a parte frontal transparente do olho que permite a entrada de luz, dos doentes.



21/07/2025 09:42 ‧ ontem por Notícias ao Minuto

Lifestyle

Saúde

Um novo estudo científico concluiu que a vacina contra a Covid-19 da Pfizer por aumentar o risco de lesões oculares, podendo conduzir à perda de visão, noticia o Daily Mail.

A investigação examinou especificamente a forma como a vacina afetou as córneas, a parte frontal transparente do olho que permite a entrada de luz, dos doentes.

Em 64 pessoas, os cientistas da investigação conduzida na Turquia mediram as alterações na camada interna da córnea, chamada endotélio, antes de tomar a primeira dose da Pfizer e dois meses depois de receber a segunda.

Os resultados revelaram que tomar ambas as doses da vacina levou a córneas mais espessas, menos células endoteliais no olho e mais variação no tamanho dessas células especializadas que formam o endotélio.

A curto prazo, estas alterações sugerem que a vacina da Pfizer pode enfraquecer temporariamente o endotélio, apesar de os doentes não terem sofrido problemas claros de visão durante o estudo.


Para as pessoas com olhos saudáveis, estas pequenas alterações provavelmente não afetarão a visão de imediato.

Porém, se se verificar que estas alterações se mantêm durante anos, podem levar ao inchaço da córnea ou a uma visão desfocada, especialmente em pessoas com problemas oculares pré-existentes ou em pessoas que tenham feito um transplante de córnea.

Uma córnea mais espessa e uma densidade celular reduzida podem contribuir para doenças oculares como o edema da córnea, a queratopatia bolhosa ou a descompensação da córnea, que podem causar perda permanente da visão em casos graves, especialmente se não forem tratadas.

Os investigadores do estudo publicado na Ophthalmic Epidemiology alertaram que "o endotélio deve ser monitorizado de perto nas pessoas com uma contagem baixa de células endoteliais ou que tenham feito um enxerto de córnea".

Este exame pode ser feito por um oftalmologista que realiza uma microscopia especular, um exame que avalia um endotélio e que permite perceber o número de células endoteliais.

Se tiver uma visão desfocada ou desconforto ocular, este teste também pode verificar se as células da córnea são saudáveis.

Uma contagem baixa pode ser o resultado de envelhecimento, doenças oculares como a distrofia de Fuchs, cirurgias oculares, lesões ou infeções. Estes fatores danificam as células que mantêm a córnea limpa, e estas não voltam a crescer.

Este estudo científico descobriu que a vacina da Pfizer-BioNTech fez com que a córnea de um doente passasse de 528 para 542 micrómetros de espessura, ou seja, de cerca de 0,0208 polegadas para 0,0213 polegadas. Isto representa um aumento de cerca de dois por cento em micrómetros.

Uma córnea ligeiramente mais espessa não é automaticamente prejudicial. A córnea pode engrossar temporariamente devido a inflamação, acumulação de fluidos ou stress no endotélio devido a doenças ou lesões menores nos olhos.

No entanto, se se mantiver demasiado espessa durante meses ou anos, pode tornar a córnea menos clara, afetando potencialmente a visão.

A equipa de investigadores não recomendou a não vacinação e terá ainda de realizar testes a longo prazo nos doentes para verificar se estas alterações continuam a surgir meses e anos após a administração das vacinas.

11.7.25

AS CARTAS DE FILIPE II

 

Cartas de Filipe II com ordem contra pretendente ao trono português leiloadas por 250 mil euros


11 julho, 2025 às 01:31

Uma série de cartas do rei Filipe II ao duque de Medina Sidonia, comandante da Armada Invencível espanhola, incluindo uma ordem para a captura de Dom António, pretendente ao trono português, foram vendidas em leilão por 250.600 euros.  De acordo com a leiloeira, os documentos, datados de 1588, incluem a nomeação formal do Duque, Dom Alonso Pérez de Guzmán, como chefe da expedição após a morte do Marquês de Santa Cruz, bem como instruções militares detalhadas sobre a viagem, a coordenação com o exército do Duque de Parma na Flandres e possíveis ações alternativas em caso de contratempos.

A Armada Espanhola foi uma frota enviada por Filipe II durante a Guerra Anglo-Espanhola (1585-1604) para invadir a Inglaterra, derrubar Isabel I, restaurar o catolicismo, conter o apoio inglês à independência dos Países Baixos, então sob domínio espanhol, e conter os ataques piratas às rotas e colónias espanholas.

 Os documentos incluíam ainda uma instrução secreta que contemplava a captura da Ilha de Wight e a captura do pretendente ao trono português, Dom António.

Dom António, prior do Crato, que viveu entre 1531 e 1595, era neto do rei D. Manuel I, e apresentou-se como candidato ao trono de Portugal em 1580, depois do desaparecimento do rei D. Sebastião, na batalha de Alcácer Quibir, em 1578.

 Incluíam ainda uma ordem assinada pelo próprio Medina Sidonia a bordo do galeão San Martín, com orientações sobre o combate naval, a segurança e a disciplina a bordo.

As cartas, até então em mãos privadas, oferecem informações valiosas sobre os preparativos para uma das maiores operações navais do século XVI, que culminou numa derrota significativa para a Espanha devido a uma combinação de fatores militares, estratégicos, meteorológicos e logísticos.

4.7.25

Praia. É bom saber que...

 

Ouve música ou joga à bola na praia? Atenção a estas regras e proibições

Algumas atividades podem incomodar os seus 'vizinhos' de areal e originar denúncias. Para não ser apanhado desprevenido, o melhor é estar informado.



29/07/2024 11:36 ‧ 29/07/2024 por Notícias ao Minuto

As férias de verão são sinónimo de praia para muitos portugueses, mas nem sempre a convivência no areal (e mesmo no mar) é a mais pacífica, por isso existem regras que devem ser cumpridas.

Como recordou há poucos dias a Autoridade Marítima Nacional (AMN), atividades como ouvir música ou jogar à bola são proibidas em certas áreas, algo que deve ter em atenção, uma vez que, se os seus 'vizinhos' de areal se sentirem incomodados, podem chamar a Polícia Marítima e esta pode mesmo multá-lo.

Apesar de a maior parte destas atividades serem, no geral, toleradas, o melhor é estar informado para evitar problemas.

Atenção à música alta

Por exemplo, as colunas de som portáteis, que possam "causar incomodidade", estão "interditas" na praia, de acordo com a lei das contraordenações ambientais, que consta do Edital de Praia 2024.

A interdição vigora nas praias marítimas sob jurisdição da AMN, logo, se as pessoas se sentirem incomodadas devem contactar a Polícia Marítima.

Acampar na praia pode levar a multas de 100 euros

Já se gosta de dormir na praia saiba que o pode fazer durante o dia, mas à noite não e muito menos acampar, uma vez que só é permitido fazer campismo em zonas devidamente assinaladas.

Nestes casos, a contraordenação é punível com uma coima que pode ir dos 30 aos 100 euros.

Animais de estimação só em algumas praias

É ainda proibido levar os seus animais de estimação para fora das zonas autorizadas, segundo o Edital de Praia. A única exceção é para "cães de assistência treinados ou em fase de treino, devidamente certificados, para acompanhar, conduzir e auxiliar pessoas com deficiência".

Atenção que, mesmo nas praias onde é permitido levar cães, por exemplo, estes devem fazer-se acompanhar de trela e açaime e os donos têm de apanhar os dejetos dos animais e levá-los consigo, se não houver nenhum recipiente de lixo no local, tal como os restantes resíduos.

A penalização para quem deixar lixo fora dos contentores próprios é de 55 euros.

Fumar na praia? Proibido (mas com exceções)

De acordo com a nova lei do tabaco, fumar na praia é proibido. Contudo, poderá não ser em todos os areais, uma vez que os concessionários podem autorizá-lo.

Já fogueiras ou fogareiros estão proibidas.

"Jogos de bola" proibidos. Surf, kitesurf e windsurf só em algumas áreas

Na maioria das praias há sempre alguém a jogar futebol, vólei ou raquetes e muitos banhistas não se sentem incomodados. No entanto, todos os "jogos de bola ou similares estão proibidos fora das áreas afetas a esses fins", por isso, se alguém pedir para parar o melhor é fazê-lo, uma vez que as multas nestes casos também podem chegar aos 100 euros.

Já o surf, kitesurf e windsurf estão proibidos nas "áreas reservadas a banhistas". Neste caso, as multas podem variar entre 55 e 550 euros.

Nudismo só em praias autorizadas. Topless, legal

Ainda segundo o Edital de Praia, o nudismo só pode ser praticado em praias autorizadas. Porém, o topless não é ilegal.

26.6.25

AÇORES e as suas Galinholas.

 

Açores criam reserva de caça para proteger galinhola na ilha de São Miguel




O Governo Regional dos Açores criou uma reserva parcial de caça na ilha de São Miguel para proteger a galinhola, uma das principais espécies cinegéticas da região, cuja população tem vindo a diminuir, segundo uma portaria publicada hoje.

A área, denominada Reserva da Cova da Burra, possui uma área de cerca de 596 hectares, localizando-se nas freguesias de Furnas e Ribeira Quente, no concelho de Povoação, em São Miguel.

A Secretaria Regional da Agricultura e Alimentação justifica ser “fundamental a proibição da atividade cinegética em áreas de excelência para a reprodução da galinhola”, por forma “a reduzir a sua perturbação e assim permitir um maior sucesso reprodutivo desta espécie cinegética”.

“Tratando-se de uma espécie que depende fortemente da presença de vegetação natural, as alterações do habitat verificadas ao longo das últimas décadas, na ilha de São Miguel, sobretudo a destruição do coberto vegetal natural para implementação de pastagens e matas de criptoméria, contribuíram fortemente para o decréscimo da sua abundância”, lê-se ainda na portaria.

A galinhola (Scolopax rusticola) “é uma das espécies cinegéticas mais importantes na Região Autónoma dos Açores, sendo importante preservá-la em níveis de abundância estáveis”, acrescenta.

Segundo a portaria, assinada pelo secretário regional da Agricultura e Alimentação, António Ventura, dentro dos limites da reserva ficam proibidos o exercício da caça, a libertação de cães de caça e atividades que prejudiquem o normal desenvolvimento da galinhola.

A duração prevista para a vigência desta reserva parcial de caça é de cinco anos, sendo renovável automaticamente por iguais períodos, desde que se mantenham as condições que justificaram a sua criação, de acordo com a portaria.

A Secretaria Regional sublinha que a atual população de galinhola na ilha de São Miguel está “essencialmente limitada a áreas que ainda possuem alguma vegetação natural” e que permitem “o devido refúgio dos juvenis, a proteção dos ninhos e uma maior disponibilidade de alimento”.

A medida inclui ainda ações de monitorização da evolução dos níveis de abundância da galinhola e estudos no âmbito da sua conservação.

11.6.25

LISBOA. NOVEMBRO DE 1755

 

As perdas

Em 1755, Lisboa era a quarta maior cidade europeia, sendo conhecida pela sua riqueza, prosperidade e sofisticação. Era uma das cidades mais bonitas da Europa, com uma população estimada em 200 000 habitantes. Palácios e igrejas impressionavam os visitantes pela sua opulência e pelo seu esplendor monumental - era o centro do comércio mundial de ouro. Pessoas de todas as nações  passavam por Lisboa em trabalho, negócios ou viagem. Mas o destino de Lisboa ficou marcado por um grande terramoto que arrasou a sua grandeza aparentemente inabalável. Pelas 09h40 da manha, no dia 1 de Novembro, três abalos sacudiram a cidade, seguidos de um tsunami e um incêndio devastador. Análises científicas e geológicas atuais apontam para que o sismo tenha atingido 8,5 na escala de Richter: em cerca de nove minutos o  grande terramoto destruiu grande parte da cidade: os edifícios, claro, mas também os tesouros que Lisboa e as suas gentes tinham acumulado. 

Embora os ministros do rei tenham tentado obter uma estimativa das perdas relacionadas com este acontecimento, os números ainda hoje são vagos. As mortes causadas pelo terramoto, pelos incêndios e pelo tsunami foram muitas vezes estimadas em mais de 100 000. Contudo, a maioria dos estudos concorda que o número de mortes se tenha situado muito provavelmente entre as 12 000 e as 40 000. Imagine que das pessoas que conhecia, perdia uma em cada quatro! Nem sequer lhe era fácil encontrar consolo espiritual, pois das 200 igrejas que existiam em Lisboa à data do terramoto, só restaram 20. Já em relação às casas, apenas 15 % se mantiveram intactas, embora esta estimativa possa incluir as demolições que tiveram de ser feitas para reconstruir Lisboa. As fontes da época apontam para cerca de 30 000 a 35 000 habitações, correspondentes a 20 000 edifícios. Depois do terramoto, só restaram cerca de 3000 edifícios sem danificações sérias. Onde poderia dormir? Nenhuma parede era segura e qualquer telhado poderia ruir a qualquer momento. 

O valor total dos prejuízos causados pelo terramoto é praticamente impossível de determinar. Contudo, há números incontornáveis que falam por si, como a perda de 53 palácios, 60 capelas e 46 conventos. O número de bibliotecas e livros antigos perdidos no desastre foi igualmente assombroso. Além dos 55 000 volumes da biblioteca do Conde da Ericeira, perderam-se as livrarias do duque de Lafões e do marquês de Valença, bem como as riquíssimas bibliotecas dos conventos de S. Domingos, Espírito Santo, Carmo, S. Francisco, Trindade e Boa Hora. Até a bem-amada Biblioteca Real foi consumida pelo fogo. Acabaram destruídos os inúmeros relógios, os instrumentos matemáticos e sobretudo os 70 000 livros e manuscritos foram reduzidos a pó, apagando-se assim uma grande parte da história, da cultura e do património do país. A capital portuguesa parecia reduzida a uma espessa camada de cinzas. 

Outra das consequências decisivas, para a história da cidade e do reino, consistiu na perda de diversos edifícios políticos e administrativos, entre os mais importantes da Coroa, onde se guardavam milhões de documentos, com o registo de toda a história do império colonial, incluindo cartórios, arquivos inteiros com os registos das mercadorias e das tripulações das frotas, mapas raros e instrumentos náuticos. Foram destruídos a Alfândega, a Casa da Índia, o Terreiro do Trigo, os Armazéns da Ribeira das Naus, as Secretarias de Estado da Guerra e da Marinha e Ultramar, parte dos arquivos e edifício do Desembargo do Paço (o mais importante Tribunal do reino) e o palácio onde estava alojada a Inquisição. Foram ainda seriamente danificadas as principais Cadeias da cidade, o Aljube e o Tronco. 

Dos magníficos palácios que se perderam, há a assinalar a destruição das residências reais, o Paço da Ribeira, o Paço da Quinta de Alcântara, o Paço da Alcáçova, o Palácio Corte-Real e o Palácio da Bemposta, para além da destruição de 33 residências das famílias principais da Corte: as casas dos Condes de Redondo, do Marquês de Gouveia, do Duque de Cadaval, do Conde de Castelo Melhor, do Duque de Lafões, dos Marqueses de Távora. A maior parte destes edifícios nunca chegou a ser reconstruída, nem os seus jardins, muitos deslumbrantes, e as perdas em recheio – pinturas, tapeçarias, livros, baixelas, mobílias preciosas - são incalculáveis. 

Os seis hospitais da cidade arderam, tornando ainda mais difícil o socorro às vítimas. Entre as perdas da Igreja, destacam-se o desaparecimento das igrejas e conventos de S. Domingos, do Carmo, de S. Francisco, do Espírito Santo e da Trindade. Das 45 igrejas paroquiais desmoronaram-se 35, e dos 65 conventos só 11 ficaram habitáveis embora com danos. Quando se referem os desaparecimentos das Igrejas, temos de considerar que grande parte das sacristias eram autênticos tesouros: incluindo cálices, lâmpadas, cruzes, relicários, coroas, crucifixos, imagens de prata e ouro, adornadas com pedras preciosas. 

As medições rigorosas das perdas na catástrofe são, como vimos, impossíveis de efectuar. Mas os historiadores têm procurado estimar o impacto económico do Terramoto. Se considerarmos o PIB do reino em 1755, segundo os cálculos recentes, em cerca de 150 000 a 200 000 contos, temos uma ideia de grandeza para estimar os custos do Terramoto. Um testemunho da época aponta para 365 440 contos de perdas. Portanto, cerca do dobro do PIB do reino. Outras fontes falam em 229 520 contos de perdas, o que apontaria, no mínimo, para uma destruição do valor praticamente equivalente ao PIB desse ano. Que as perdas foram colossais, não restam dúvidas e aponta-se por exemplo, também em manuscritos da época, para uma perda de 18 000 contos só em diamantes. Temos outra ideia do valor destruído, quando se estimam as perdas por edifício: Palácio Real, Patriarcal, Teatro Real e Alfândegas (4 000 contos); dinheiro metálico de ouro e prata (4 000 contos) e bens móveis (joias, ouro e prata em objectos, recheios de palácios, bibliotecas, igrejas, mobiliário, peças de arte, tapeçarias (210 000 contos). As fontes da época são muito diversas na sua avalição dos estragos. Os historiadores económicos têm publicado estimativas mais cautelosas. Neste caso, quer se aceitem as estimativas mais conservadoras (32% a 48% do PIB) ou as mais especulativas (75% do PIB) consoante se contabilizem mais ou menos tesouros e mercadorias perdidas, não restam dúvidas do enorme impacto económico do Terramoto. 

Se considerarmos o PIB um valor demasiado abstrato, podemos dizer, baseados em registos fiscais do século XVIII, que a média das receitas da Coroa entre 1762 e 1776 foi de 5 596 contos e a média do outro brasileiro chegado a Lisboa para o rei nesse período, 615 contos (os famosos Quintos). Deste modo, mesmo nas estimativas mais conservadoras sobre perdas no Terramoto, feitas pelos historiadores (cerca de 63 693 contos) teríamos uma destruição, causada pelo Terramoto, calculada em 11 vezes toda a receita fiscal anual da Coroa e mais de 100 vezes a receita média, de todo o ouro do Brasil, chegado para a Coroa a cada ano.  

Além dos custos estimados pelas fontes portugueses, somaram-se as perdas, também incalculáveis, dos comerciantes estrangeiros em Lisboa: segundo um manuscrito, cerca de 40 000 contos, mais de 80% em mercadorias de comerciantes ingleses. Como se não bastassem os estragos na cidade, as avultadas perdas de negociantes estrangeiros ajudaram a difundir a comoção causada pelo terramoto. 

Mesmo assim, a resposta ao terramoto a nível internacional foi surpreendente. As notícias de mortandade e horror espalharam-se Europa fora, em forma de cartas, gazetas, panfletos, incendiando as discussões sobre as causas e as razões de tal desgraça, opondo os que defendem causas divinas e causas naturais...  

Muitos monarcas e soberanos escrevem ao rei de Portugal a apresentarem-lhe as suas condolências, e a oferecer ajuda. Portugal era um pais incontornável da política e economia mundiais, e essas ofertas de ajuda vinham carregadas de empatia, mas também de intenções políticas. O rei, e o seu Ministro, são cuidadosos na aceitação de presentes...  

No entanto, pela sua dimensão e alcance, pode-se dizer que esta foi provavelmente a primeira ação de Ajuda Humanitária Internacional: navios chegam de Espanha, Hamburgo, Holanda... Mas a maior ajuda vem curiosamente de um país protestante, a Inglaterra - o mais antigo aliado do reino de Portugal, que envia uma frota, trazendo 300 000 cruzados em dinheiro, 60 000 barricas de carne, 4 000 de manteiga, 1 200 sacos de arroz, 15 000 quintais de farinha, 15 000 de trigo, e ferramentas como pás, martelos, serras, pregos, e...  sapatos. 

”Alegoria ao Terramoto de 1755”, João Glama Strobërle, @ MNAA

João da Glama teria sobrevivido ao terramoto, saindo a tempo da Igreja das Chagas onde tinha ido à missa, e observando todo o horror do alto de Santa Catarina. Nesse dia tirou notas, diz-se, para mais tarde fazer esta pintura. Nela se podem ver vários elementos alegóricos, como o anjo segurando uma espada de fogo (em cima, à direita), alusivos à ideia de castigo divino – uma teoria popular na altura. Glama terá pintado este quadro durante mais de 30 anos, conservando-o na sua posse, inacabado, até à data da sua morte em 1792.

Após o terramoto, ficaram destruídos em Lisboa 46 conventos, perderam-se mais de 70.000 volumes da biblioteca real, entre livros e documentos preciosos e arderam todos os hospitais da cidade, 6 à época, sendo o Hospital de Todos os Santos, localizado no Rossio, o maior e mais importante. Construíram-se então tendas na praça, onde se deitaram os feridos em camas de folhas e aí permaneceram mais de três semanas *


21.5.25

FEIRA DO LIVRO de 4 a 22 de junho

 

Feira do Livro regressa ao Parque Eduardo VII com uma nova praça e mais sustentável

O evento contará com 350 pavilhões, com 963 marcas editoriais e mais de 85 mil títulos distintos. Durante os 19 dias, estão programados dois mil eventos.
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A 95.ª edição da Feira do Livro de Lisboa vai estar de volta ao Parque Eduardo VII de 4 a 22 de junho com uma nova praça e novos projetos ambientais. 

O evento contará com 350 pavilhões, com 963 marcas editoriais e mais de 85 mil títulos distintos. Durante os 19 dias, estão programados dois mil eventos, que incluem sessões de autógrafos, apresentações de livros, conversas e debates. 

Este ano a Feira do Livro criou o projeto "Vamos Plantar Livros com a Navigator Company", que permite a plantação de uma árvore por cada livro comprado durante o evento. “Pretendemos passar uma mensagem de sustentabilidade, de preservação da floresta e de aproveitamento também de um recurso decisivo para o nosso país, que é a floresta”, explica ao DN Miguel Pauseiro, presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), à margem da conferência de imprensa. 

Outra das novidades é o projeto "Acampar com Histórias", que levará 150 crianças entre os oito e os dez anos a passar um dia e uma noite na Feira do Livro.

A nível organizacional, esta edição contará ainda com uma nova praça - a Praça Verde, onde se vão realizar vários eventos. Segundo o presidente da APEL, estes eventos ainda estão por agendar. 

“Nós estamos aqui para criar as melhores condições para que esta visita aconteça, para que ela seja regular, seja recorrente, seja mais prolongada”, acrescenta o presidente da APEL