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26.7.25

Cascais declara Alerta

 

Risco de incêndios: Cascais declara Alerta Municipal e Sintra encerra alguns monumentos

Em Cascais fica interdito o acesso de pessoas e veículos a áreas florestais no concelho. Em Sintra também será encerrado o perímetro florestal e monumentos no interior da Serra de Sintra
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"Face à previsão de perigo de incêndio rural muito elevado pelo IPMA Instituto Português do Mar e da Atmosfera, para os dias 27 a 29 de julho, a Câmara Municipal de Cascais emitiu uma Declaração de Situação de Alerta Municipal, nos termos da Lei de Bases da Proteção Civil", afirma a autarquia num comunicado enviado às redações.

Esta medida, determinada por Carlos Carreiras, Presidente do Município, "visa salvaguardar vidas humanas e proteger o património natural, nomeadamente o Parque Natural Sintra Cascais, especialmente vulnerável após a tempestade Martinho", esclarece o município na nota.

A Câmara destaca que durante o período da declaração, "fica interdito o acesso de pessoas e veículos a áreas florestais no concelho, incluindo a Rua dos Capuchos, Campo Base da Pedra Amarela, Barragem do Rio da Mula, Quinta do Pisão" bem como outras zonas assinaladas num mapa.

A GNR e a Polícia Municipal vão assegurar o cumprimento destas interdições.

Estas medidas integram os procedimentos de "Fecho da Serra" e envolvem patrulhamento reforçado, suspensão de atividades ao ar livre e comunicação ativa à população, adianta a autarquia, recordando que já estavam proibidas queimas e queimadas em todo o concelho entre 01 de junho e 30 de setembro.

A Câmara Municipal de Sintra também informou que, face às previsões meteorológicas para os dias 27 a 29 de julho de 2025, que "apontam para um Perigo de Incêndio Rural Muito Elevado, será encerrado o perímetro florestal e monumentos no interior da Serra de Sintra".

"O aviso vigora entre as 00:00 de 27 de julho às 23:59 de 29 de julho e à proibição de acesso, circulação e permanência em espaço florestal acresce ainda o encerramento de monumentos, nomeadamente: Parque e Palácio Nacional da Pena, Convento dos Capuchos, Parque e Palácio de Monserrate e Castelo dos Mouros", específica.

Mas, sublinha que permanecem abertos a Quinta da Regaleira, Palácio Nacional de Sintra e Palácio Nacional de Queluz.

"Estas medidas visam proteger pessoas, bens e o património natural da Serra de Sintra, especialmente após os danos causados pela Depressão Martinho, que resultou na queda de mais de 100.000 árvores na serra e cujos trabalhos de limpeza e manutenção ainda decorrem", afirma a autarquia na nota.

Segundo o comunicado, todos os trabalhos de limpeza foram interrompidos e os trabalhos de vigilância em perímetro florestal foram reforçados, em parceria com a GNR, Bombeiros, Parques de Sintra e Exército Português.

Durante este período continuam a poder circular, no entanto, veículos de socorro, de emergência e das entidades integrantes do Sistema Municipal de Proteção Civil, residentes e pessoas que aí exerçam atividade profissional ou que prestem assistência a pessoas vulneráveis, salvaguarda.

A Serra de Sintra integra uma região de proteção classificada como sensível ao risco de incêndio florestal e caracteriza-se por ter um elevado número de visitantes, por isso o município considera ser "fundamental acautelar a sua proteção, manutenção e conservação, considerados objetivos do interesse público, de âmbito mundial, nacional e municipal".

Na nota, a Câmara Municipal de Sintra apela à colaboração de todos os cidadãos, pedindo que evitem deslocações não justificadas e que respeitem as indicações das autoridades.

"A situação será reavaliada em função da evolução meteorológica, podendo ser adotadas medidas adicionais, acrescenta esta autarquia.

A decisão da Câmara de Sintra decorre da elevação do Estado de Prontidão Especial (EPE) pelo Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil da Grande Lisboa e da necessidade de adotar medidas preventivas e de reação face ao risco de incêndio elevado, muito elevado e máximo, previsto pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Entre as medidas excecionais a implementar destacam-se: a proibição de acesso, circulação e permanência em espaços florestais e vias que os atravessem, a proibição de queimadas, queimas de sobrantes e uso de maquinaria em espaços florestais bem como de utilização de fogo-de-artifício ou artefactos pirotécnicos e o reforço da vigilância e patrulhamento por forças de segurança e militares, bem como a mobilização de equipas de emergência médica, sapadores florestais e vigilantes da natureza

22.7.25

AGORA É QUE AVISAM !!!

 

Estudo. Vacina contra a Covid-19 pode causar lesões oculares graves

A investigação, publicada na Ophthalmic Epidemiology, examinou especificamente a forma como a vacina afetou as córneas, a parte frontal transparente do olho que permite a entrada de luz, dos doentes.

Oftalmologista

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Notícias ao Minuto
21/07/2025 09:42 ‧ ontem por Notícias ao Minuto

Lifestyle

Saúde

Um novo estudo científico concluiu que a vacina contra a Covid-19 da Pfizer por aumentar o risco de lesões oculares, podendo conduzir à perda de visão, noticia o Daily Mail.

A investigação examinou especificamente a forma como a vacina afetou as córneas, a parte frontal transparente do olho que permite a entrada de luz, dos doentes.

Em 64 pessoas, os cientistas da investigação conduzida na Turquia mediram as alterações na camada interna da córnea, chamada endotélio, antes de tomar a primeira dose da Pfizer e dois meses depois de receber a segunda.

Os resultados revelaram que tomar ambas as doses da vacina levou a córneas mais espessas, menos células endoteliais no olho e mais variação no tamanho dessas células especializadas que formam o endotélio.

A curto prazo, estas alterações sugerem que a vacina da Pfizer pode enfraquecer temporariamente o endotélio, apesar de os doentes não terem sofrido problemas claros de visão durante o estudo.


Para as pessoas com olhos saudáveis, estas pequenas alterações provavelmente não afetarão a visão de imediato.

Porém, se se verificar que estas alterações se mantêm durante anos, podem levar ao inchaço da córnea ou a uma visão desfocada, especialmente em pessoas com problemas oculares pré-existentes ou em pessoas que tenham feito um transplante de córnea.

Uma córnea mais espessa e uma densidade celular reduzida podem contribuir para doenças oculares como o edema da córnea, a queratopatia bolhosa ou a descompensação da córnea, que podem causar perda permanente da visão em casos graves, especialmente se não forem tratadas.

Os investigadores do estudo publicado na Ophthalmic Epidemiology alertaram que "o endotélio deve ser monitorizado de perto nas pessoas com uma contagem baixa de células endoteliais ou que tenham feito um enxerto de córnea".

Este exame pode ser feito por um oftalmologista que realiza uma microscopia especular, um exame que avalia um endotélio e que permite perceber o número de células endoteliais.

Se tiver uma visão desfocada ou desconforto ocular, este teste também pode verificar se as células da córnea são saudáveis.

Uma contagem baixa pode ser o resultado de envelhecimento, doenças oculares como a distrofia de Fuchs, cirurgias oculares, lesões ou infeções. Estes fatores danificam as células que mantêm a córnea limpa, e estas não voltam a crescer.

Este estudo científico descobriu que a vacina da Pfizer-BioNTech fez com que a córnea de um doente passasse de 528 para 542 micrómetros de espessura, ou seja, de cerca de 0,0208 polegadas para 0,0213 polegadas. Isto representa um aumento de cerca de dois por cento em micrómetros.

Uma córnea ligeiramente mais espessa não é automaticamente prejudicial. A córnea pode engrossar temporariamente devido a inflamação, acumulação de fluidos ou stress no endotélio devido a doenças ou lesões menores nos olhos.

No entanto, se se mantiver demasiado espessa durante meses ou anos, pode tornar a córnea menos clara, afetando potencialmente a visão.

A equipa de investigadores não recomendou a não vacinação e terá ainda de realizar testes a longo prazo nos doentes para verificar se estas alterações continuam a surgir meses e anos após a administração das vacinas.

21.7.25

Vem aí mais calor e, claro, os incêndios !

 

Tempo quente em Portugal continental e na Madeira a partir do final da semana - Comunicado

Informação Meteorológica Comunicado válido entre 2025-07-20 17:57 e 2025-07-25 20:00 

Tempo quente em Portugal continental e na Madeira a partir do final da semana - 

Comunicado

 Após um fim de semana com temperaturas próximas, ou ligeiramente inferiores, ao normal para a época do ano no continente, e que se prevê continuar no início desta semana, existe uma tendência para que o anticiclone, localizado na região dos Açores, se intensifique e se estenda em crista para a Europa Central a partir de dia 24, originando um fluxo do quadrante leste e, consequentemente, um transporte de uma massa de ar quente e seco sobre a Península Ibérica e o arquipélago da Madeira.Assim, prevê-se uma subida significativa da temperatura do ar no final da semana, com valores de temperatura máxima acima de 30°C na generalidade do território do continente, devendo superar 40°C em algumas regiões, em especial do interior. A temperatura mínima deverá ultrapassar 20°C em algumas regiões, em particular no Sul. No arquipélago da Madeira, as temperaturas máximas poderão rondar ou mesmo ultrapassar 30°C, em especial na vertente sul e nas regiões montanhosas.Devido à distância temporal deste evento de tempo quente, ainda existe alguma incerteza na intensidade e duração do episódio, aconselhando-se o acompanhamento das previsões nos próximos dias, sendo provável a emissão de avisos meteorológicos.Este comunicado será atualizado caso se justifique.Para mais detalhes sobre a previsão meteorológica para os próximos dias consultar: https://www.ipma.pt/pt/otempo/prev.descritiva/ http://www.ipma.pt/pt/otempo/prev.significativa Para mais detalhes sobre os avisos meteorológicos emitidos consultar:http://www.ipma.pt/pt/otempo/prev-sam/Para mais detalhes sobre o Perigo de Incêndio Rural consultar:https://www.ipma.pt/pt/riscoincendio/rcm.pt/Para mais detalhes sobre os cuidados a ter com a exposição solar:https://www.ipma.pt/pt/otempo/prev.uv/index-iuv.jspPara recomendações à população em situações de calor, consultar:https://www.dgs.pt/ Dom, 20 Jul 2025 17:57:20 

 

IPMA noreply@meteo.pt

18:18 (há 27 minutos)




Tempo quente em Portugal continental e na Madeira a partir do final da semana - Comunicado nº2

Informação Meteorológica Comunicado válido entre 2025-07-20 17:57 e 2025-07-25 20:00 

Tempo quente em Portugal continental e na Madeira a partir do final da semana - Comunicado nº2 Após um fim de semana e início de semana com temperaturas inferiores ao normal para a época do ano no território do continente, é expectável uma subida de temperatura a partir de dia 24, e em especial a partir de dia 25, nomeadamente as temperaturas máximas irão ter valores acima da média para a época do ano, começando a contribuir para onda de calor pelo menos até dia 30.De facto, prevê-se que o anticiclone localizado a sudoeste da região dos Açores se desloque gradualmente para leste/nordeste, intensificando e estendendo-se gradualmente em crista para o Golfo da Biscaia a partir de dia 24, e eventualmente para a Europa Central a partir de dia 25 ou 26, o que em conjunto com uma região depressionária entre o norte de África e a Península Ibérica, origina sobre Portugal continental, o transporte de massas de ar quente e seco provenientes do interior da Península Ibérica, que a partir de dia 26 tendem a afetar igualmente o arquipélago da Madeira.Assim, prevê-se uma subida significativa da temperatura do ar a partir de dia 24, quinta-feira, com valores de temperatura máxima acima de 30°C na generalidade do território do continente, devendo atingir 40°C em alguns locais, nomeadamente no interior da região Sul e no vale do Tejo. A temperatura mínima deverá ultrapassar 20°C em alguns locais do interior, em particular na região Sul, vale do Tejo e Beira Baixa. Deverão ser emitidos avisos de tempo quente relativos a este evento a partir de dia 25.Adicionalmente, prevê-se uma intensificação do vento na faixa costeira ocidental e nas terras altas a partir de dia 23 e até dia 25, o qual será moderado a forte de norte/noroeste, por vezes com rajadas.No arquipélago da Madeira, a partir de dia 26, as temperaturas máximas poderão rondar ou mesmo ultrapassar 30°C, em especial na vertente sul e nas regiões montanhosas.Devido à cobertura temporal deste evento de tempo quente, ainda existe alguma incerteza na intensidade e duração do episódio, aconselhando-se o acompanhamento das previsões e dos avisos meteorológicos que serão emitidos nos próximos dias.Este comunicado será atualizado caso se justifique.Para mais detalhes sobre a previsão meteorológica para os próximos dias consultar: https://www.ipma.pt/pt/otempo/prev.descritiva/ http://www.ipma.pt/pt/otempo/prev.significativa Para mais detalhes sobre os avisos meteorológicos emitidos consultar:http://www.ipma.pt/pt/otempo/prev-sam/Para mais detalhes sobre o Perigo de Incêndio Rural consultar:https://www.ipma.pt/pt/riscoincendio/rcm.pt/Para mais detalhes sobre os cuidados a ter com a exposição solar:https://www.ipma.pt/pt/otempo/prev.uv/index-iuv.jspPara recomendações à população em situações de calor, consultar:https://www.dgs.pt/ Seg, 21 Jul 2025 16:53:05

18.7.25

SARDINHA ...

 

Certificação da pescaria da sardinha ibérica

2025-07-15 (IPMA)

Após um rigoroso processo de avaliação, a pescaria de cerco da sardinha ibérica obteve a certificação do Marine Stewardship Council (MSC), permitindo que as capturas realizadas por embarcações certificadas possam agora ostentar o Selo Azul da organização, símbolo internacional de sustentabilidade. 

A cerimónia oficial de entrega da distinção decorreu hoje em Matosinhos, reforçando o compromisso coletivo com a sustentabilidade dos recursos marinhos e com o futuro das comunidades costeiras ibéricas.

A certificação MSC representa um marco histórico para o setor da pesca do cerco de Portugal e Espanha. A sardinha portuguesa já tinha conquistado esta distinção em 2010, mas a certificação foi suspensa em 2014 devido ao estado crítico do stock. A recuperação e o novo reconhecimento são o resultado de anos de esforço conjunto entre os produtores, os governos e a comunidade científica.

Abrangendo 339 embarcações de cerco, 144 portuguesas e 195 espanholas, esta certificação resulta da colaboração entre 17 organizações de produtores e três associações portuguesas da indústria alimentar, nomeadamente a Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP), Associação Nacional da Indústria pelo Frio e Comércio de Produtos Alimentares (ALIF) e Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), sob a coordenação da Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (ANOPCERCO) e da Organización de Productores de Pesca del Cantábrico (OPPs Cantábrico). 

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) desempenhou um papel fundamental no apoio científico à candidatura. O IPMA constituiu um grupo de trabalho no âmbito do projeto SARDINHA2030, financiado pelo Programa MAR2030 e cofinanciado pela União Europeia, dedicado a reunir informação relevante para a certificação da sustentabilidade das pescas e do ecossistema pelágico, tendo reunido e disponibilizado informação científica essencial, além de conduzir investigação dirigida a colmatar lacunas de informação identificadas no processo. Este apoio valeu ao IPMA o prémio “Impulso à Pesca Sustentável”, atribuído em novembro de 2024 na primeira edição dos Prémios Mar Para Sempre do MSC.

Durante o processo de avaliação da candidatura, iniciado formalmente em setembro de 2024, foram realizados encontros técnicos com os vários stakeholders, incluindo visitas nas instalações do IPMA. Divulgado em março, o relatório preliminar atribuiu pontuações acima dos limiares exigidos em todos os três princípios do padrão MSC.  

A fim de manter a certificação, a pescaria da sardinha ibérica terá de cumprir um conjunto de condições específicas definidas no relatório final de avaliação, tais como o reforço da monitorização científica do stock e a avaliação dos impactos da pescaria sobre o ecossistema, nomeadamente espécies não-alvo e habitats. No âmbito do projeto SARDINHA2030, o papel do IPMA será novamente essencial neste processo, através da produção e atualização da informação científica necessária ao acompanhamento das medidas implementadas.

 

11.7.25

AS CARTAS DE FILIPE II

 

Cartas de Filipe II com ordem contra pretendente ao trono português leiloadas por 250 mil euros


11 julho, 2025 às 01:31

Uma série de cartas do rei Filipe II ao duque de Medina Sidonia, comandante da Armada Invencível espanhola, incluindo uma ordem para a captura de Dom António, pretendente ao trono português, foram vendidas em leilão por 250.600 euros.  De acordo com a leiloeira, os documentos, datados de 1588, incluem a nomeação formal do Duque, Dom Alonso Pérez de Guzmán, como chefe da expedição após a morte do Marquês de Santa Cruz, bem como instruções militares detalhadas sobre a viagem, a coordenação com o exército do Duque de Parma na Flandres e possíveis ações alternativas em caso de contratempos.

A Armada Espanhola foi uma frota enviada por Filipe II durante a Guerra Anglo-Espanhola (1585-1604) para invadir a Inglaterra, derrubar Isabel I, restaurar o catolicismo, conter o apoio inglês à independência dos Países Baixos, então sob domínio espanhol, e conter os ataques piratas às rotas e colónias espanholas.

 Os documentos incluíam ainda uma instrução secreta que contemplava a captura da Ilha de Wight e a captura do pretendente ao trono português, Dom António.

Dom António, prior do Crato, que viveu entre 1531 e 1595, era neto do rei D. Manuel I, e apresentou-se como candidato ao trono de Portugal em 1580, depois do desaparecimento do rei D. Sebastião, na batalha de Alcácer Quibir, em 1578.

 Incluíam ainda uma ordem assinada pelo próprio Medina Sidonia a bordo do galeão San Martín, com orientações sobre o combate naval, a segurança e a disciplina a bordo.

As cartas, até então em mãos privadas, oferecem informações valiosas sobre os preparativos para uma das maiores operações navais do século XVI, que culminou numa derrota significativa para a Espanha devido a uma combinação de fatores militares, estratégicos, meteorológicos e logísticos.

10.7.25

Sou Português, sem dúvida que mereço ser livre !

 

7.7.25

Pneus e acidentes rodoviários.

 

Rebentamento de pneu:  Apesar de ser uma ocorrência rara, pode acontecer, e há alguns fatores que podem ser controlados.

Pneu rebentado

© Shutterstock

Notícias ao Minuto
03/07/2025 11:03 ‧ há 4 dias por Notícias ao Minuto

Uma situação assustadora ao conduzir, especialmente a velocidades mais altas, é o rebentamento de um pneu de um carro. Mas pode acontecer, independentemente da velocidade de circulação, e representa riscos de acidentes graves.

De acordo com as primeiras informações da imprensa internacional, o acidente que esta quinta-feira vitimou o futebolista Diogo Jota e o irmão André Silva pode ter resultado do rebentamento de um pneu.

Como é tendência de toda a indústria, os pneus são cada vez mais seguros, graças aos materiais e técnicas empregues na sua conceção. Do mesmo modo, os automóveis - em especial os mais modernos - têm sistemas que avisam para potenciais defeitos ou problemas de pressão.

Morte de Diogo Jota. Guardia Civil admite rebentamento de pneu

Mesmo assim, o risco não é nulo. Desde negligência com a manutenção e mudança dos pneus, a excesso de carga ou de velocidade, assim como o contacto com irregularidades do piso e objetos, podem originar a situação temida de um rebentamento.

  • Calor: Se a temperatura interior de um pneu subir, o ar dentro do pneu - sob pressão - aquece e expande-se. Este é um problema, sobretudo, no verão. Pode chegar a um ponto de rutura em casos extremos.
  • Pressões incorretas: Pressões fora dos parâmetros, seja por excesso ou por defeito, podem causar rebentamentos. A causa mais comum destes incidentes é pressão menor do que o recomendável (portanto, menos ar no pneu) As paredes laterais vão flexionar e a superfície de contacto com o piso é maior - o que gera mais fricção. Daí, é gerado mais calor, e voltamos ao ponto interior. A integridade da borracha do pneu também pode ficar comprometida.
  • Velocidade em excesso: Quanto maior a velocidade, maior o 'stress' colocado no pneu e maior a temperatura gerada, o que pode levar a rebentamento.
  • Carga em excesso: As viaturas são concebidas para transportar um peso máximo entre ocupantes e carga. E os níveis de pressão dos pneus recomendáveis também podem variar consoante os quilogramas a bordo. Se as indicações do fabricante forem desrespeitadas, o funcionamento dos pneus pode ficar comprometido de tal forma que chega ao ponto de rebentamento.
  • Estado do pneu: Deve verificar regularmente o estado e integridade do pneu. Mesmo que não exista um desgaste acentuado, a borracha pode estar danificada. Quando o pneu é mais velho, a borracha pode ficar ressequida e oxidada, comprometendo toda a segurança.
  • Contactos com objetos/irregularidades da via: Um pneu em bom estado pode rebentar subitamente se atingir irregularidades no piso ou for perfurado gravemente por um objeto na via - embora, na maioria das situações, o resultado sejam furos lentos.

4.7.25

Praia. É bom saber que...

 

Ouve música ou joga à bola na praia? Atenção a estas regras e proibições

Algumas atividades podem incomodar os seus 'vizinhos' de areal e originar denúncias. Para não ser apanhado desprevenido, o melhor é estar informado.

jogar à bola, praia, futebol

© Shutterstock

Notícias ao Minuto
29/07/2024 11:36 ‧ 29/07/2024 por Notícias ao Minuto

País

Praia

As férias de verão são sinónimo de praia para muitos portugueses, mas nem sempre a convivência no areal (e mesmo no mar) é a mais pacífica, por isso existem regras que devem ser cumpridas.

Como recordou há poucos dias a Autoridade Marítima Nacional (AMN), atividades como ouvir música ou jogar à bola são proibidas em certas áreas, algo que deve ter em atenção, uma vez que, se os seus 'vizinhos' de areal se sentirem incomodados, podem chamar a Polícia Marítima e esta pode mesmo multá-lo.

Apesar de a maior parte destas atividades serem, no geral, toleradas, o melhor é estar informado para evitar problemas.

Atenção à música alta

Por exemplo, as colunas de som portáteis, que possam "causar incomodidade", estão "interditas" na praia, de acordo com a lei das contraordenações ambientais, que consta do Edital de Praia 2024.

A interdição vigora nas praias marítimas sob jurisdição da AMN, logo, se as pessoas se sentirem incomodadas devem contactar a Polícia Marítima.

Acampar na praia pode levar a multas de 100 euros

Já se gosta de dormir na praia saiba que o pode fazer durante o dia, mas à noite não e muito menos acampar, uma vez que só é permitido fazer campismo em zonas devidamente assinaladas.

Nestes casos, a contraordenação é punível com uma coima que pode ir dos 30 aos 100 euros.

Animais de estimação só em algumas praias

É ainda proibido levar os seus animais de estimação para fora das zonas autorizadas, segundo o Edital de Praia. A única exceção é para "cães de assistência treinados ou em fase de treino, devidamente certificados, para acompanhar, conduzir e auxiliar pessoas com deficiência".

Atenção que, mesmo nas praias onde é permitido levar cães, por exemplo, estes devem fazer-se acompanhar de trela e açaime e os donos têm de apanhar os dejetos dos animais e levá-los consigo, se não houver nenhum recipiente de lixo no local, tal como os restantes resíduos.

A penalização para quem deixar lixo fora dos contentores próprios é de 55 euros.

Fumar na praia? Proibido (mas com exceções)

De acordo com a nova lei do tabaco, fumar na praia é proibido. Contudo, poderá não ser em todos os areais, uma vez que os concessionários podem autorizá-lo.

Já fogueiras ou fogareiros estão proibidas.

"Jogos de bola" proibidos. Surf, kitesurf e windsurf só em algumas áreas

Na maioria das praias há sempre alguém a jogar futebol, vólei ou raquetes e muitos banhistas não se sentem incomodados. No entanto, todos os "jogos de bola ou similares estão proibidos fora das áreas afetas a esses fins", por isso, se alguém pedir para parar o melhor é fazê-lo, uma vez que as multas nestes casos também podem chegar aos 100 euros.

Já o surf, kitesurf e windsurf estão proibidos nas "áreas reservadas a banhistas". Neste caso, as multas podem variar entre 55 e 550 euros.

Nudismo só em praias autorizadas. Topless, legal

Ainda segundo o Edital de Praia, o nudismo só pode ser praticado em praias autorizadas. Porém, o topless não é ilegal.

26.6.25

AÇORES e as suas Galinholas.

 

Açores criam reserva de caça para proteger galinhola na ilha de São Miguel




O Governo Regional dos Açores criou uma reserva parcial de caça na ilha de São Miguel para proteger a galinhola, uma das principais espécies cinegéticas da região, cuja população tem vindo a diminuir, segundo uma portaria publicada hoje.

A área, denominada Reserva da Cova da Burra, possui uma área de cerca de 596 hectares, localizando-se nas freguesias de Furnas e Ribeira Quente, no concelho de Povoação, em São Miguel.

A Secretaria Regional da Agricultura e Alimentação justifica ser “fundamental a proibição da atividade cinegética em áreas de excelência para a reprodução da galinhola”, por forma “a reduzir a sua perturbação e assim permitir um maior sucesso reprodutivo desta espécie cinegética”.

“Tratando-se de uma espécie que depende fortemente da presença de vegetação natural, as alterações do habitat verificadas ao longo das últimas décadas, na ilha de São Miguel, sobretudo a destruição do coberto vegetal natural para implementação de pastagens e matas de criptoméria, contribuíram fortemente para o decréscimo da sua abundância”, lê-se ainda na portaria.

A galinhola (Scolopax rusticola) “é uma das espécies cinegéticas mais importantes na Região Autónoma dos Açores, sendo importante preservá-la em níveis de abundância estáveis”, acrescenta.

Segundo a portaria, assinada pelo secretário regional da Agricultura e Alimentação, António Ventura, dentro dos limites da reserva ficam proibidos o exercício da caça, a libertação de cães de caça e atividades que prejudiquem o normal desenvolvimento da galinhola.

A duração prevista para a vigência desta reserva parcial de caça é de cinco anos, sendo renovável automaticamente por iguais períodos, desde que se mantenham as condições que justificaram a sua criação, de acordo com a portaria.

A Secretaria Regional sublinha que a atual população de galinhola na ilha de São Miguel está “essencialmente limitada a áreas que ainda possuem alguma vegetação natural” e que permitem “o devido refúgio dos juvenis, a proteção dos ninhos e uma maior disponibilidade de alimento”.

A medida inclui ainda ações de monitorização da evolução dos níveis de abundância da galinhola e estudos no âmbito da sua conservação.

24.6.25

A EXTINÇÃO PREVÍSIVEL.

 

Mais de 500 espécies de aves em risco de extinção nos próximos 100 anos

“Muitas aves já estão tão ameaçadas que reduzir os impactos humanos por si só não as salvará", diz estudo
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O estudo de investigadores da Universidade de Reading, no Reino Unido, revela que aquele número "é três vezes superior a todas as extinções de aves registadas desde 1500 d.C”, segundo um comunicado sobre o trabalho divulgado pelo estabelecimento de ensino superior.

A extinção de aves vulneráveis, como o pássaro-guarda-chuva-de-pescoço-pelado, o calau-de-capacete e o pássaro-sol-de-barriga-amarela, reduziria significativamente a variedade de formas e tamanhos de aves em todo o mundo, prejudicando ecossistemas que dependem de aves únicas como estas para funções essenciais.

Os cientistas referem que cerca de 250 espécies de aves podem desaparecer mesmo com proteção completa contra ameaças causadas pela atividade humana, como a perda de habitat, a caça e as alterações climáticas.

“Muitas aves já estão tão ameaçadas que reduzir os impactos humanos por si só não as salvará. Estas espécies precisam de programas especiais de recuperação, como projetos de reprodução e restauração de habitats, para sobreviver”, afirmou Kerry Stewart, principal autora da investigação, citada no comunicado.

"Enfrentamos uma crise de extinção de aves sem precedentes nos tempos modernos. Precisamos de ações imediatas para reduzir as ameaças humanas em todos os habitats e de programas de recuperação dirigidos às espécies mais raras e ameaçadas de extinção”.

Os investigadores analisaram quase 10.000 espécies de aves com dados da Lista vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN na sigla em inglês) e previram o risco de extinção com base nas ameaças que cada espécie enfrenta.

Segundo o estudo, as aves de grande porte são mais vulneráveis à caça e às alterações climáticas, enquanto as aves com asas largas sofrem mais com a perda de habitat.

O estudo identifica também quais as ações de conservação que melhor preservarão tanto o número de espécies de aves como as suas funções ecológicas.

“Parar as ameaças não é suficiente, cerca de 250 a 350 espécies precisarão de medidas complementares de conservação, como programas de reprodução e restauração de habitat, para sobreviverem no próximo século”, afirmou Manuela Gonzalez-Suarez, autora sénior do estudo.

A professora na Universidade de Reading sustenta que dar prioridade a programas de conservação para apenas 100 das aves ameaçadas mais singulares poderá salvar 68% da perda projetada de diversidade funcional, bem como ajudar a manter os ecossistemas saudáveis.

“Interromper a destruição de habitats salvaria a maioria das aves. No entanto, reduzir a caça e prevenir mortes acidentais salvaria aves com características mais invulgares, especialmente importantes para a saúde do ecossistema”, refere o comunicado. 


23.6.25

QUANDO O MAR BATE NA ROCHA... QUEM PAGA É O MEXILHÃO.

 

"Governo não pode ficar inoperante". Combustíveis vão chegar a 2€/litro?

Preços dos combustíveis voltam a ficar mais caros esta segunda-feira. O economista João Santos considera que o Governo deve agir, já que é possível que os combustíveis atinjam os dois euros por litro. 

Combustíveis baixaram mesmo como previsto? Veja o que aconteceu

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Beatriz Vasconcelos
23/06/2025 08:33 ‧ há 2 horas por Beatriz Vasconcelos

Economia

Combustíveis

Os preços dos combustíveis disparam esta segunda-feira e as previsões para os próximos tempos não são animadoras, já que a escalada das tensões no Médio Oriente têm impacto direto nos preços. O economista João Santos considera que o Governo deve agir, já que é possível que os combustíveis atinjam os dois euros por litro. 
"Os preços dos combustíveis hoje sobem significativamente, em função da tensão crescente que está a ocorrer, neste momento, no Médio Oriente, em particular do envolvimento direto entre Israel e o Irão", explicou João Santos, em declarações à TVI. 

Questionado sobre a possibilidade de voltarmos a ter combustíveis com preço superior a dois euros por litro já este verão, o economista admite que sim, mas "não deverá estar para breve"

"Tudo depende da velocidade a que vai evoluir este conflito. Está tudo a acontecer de forma muito rápida e, portanto, é de admitir que isso possa acontecer, ainda que eu considere pouco plausível, mas eventualmente poderemos vir a ter um cenário desses para depois do verão", explicou João Santos. 

O economista considera, porém, que o "Governo não pode ficar inoperante", já que estamos a atravessar um "período complexo, de estagnação económica" e os combustíveis "consomem uma parte do rendimento das famílias e das empresas"

O que se sabe até ao momento é que o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, assegurou, na sexta-feira, que o Executivo de Luís Montenegro está "a acompanhar a situação" no que diz respeito ao aumento do preço do petróleo, na sequência do conflito no Médio Oriente, tendo apontado que atuará com medidas de mitigação nos preços do gasóleo e da gasolina, "se for necessário".

Gasóleo encarece mais: Porquê?

As previsões apontam para uma subida mais acentuada no caso do gasóleo e há fatores que ajudam a explicar esta situação: 

"20% do gasóleo que utilizamos na União Europeia é importado da zona do Golfo e essa é uma das razões pelas quais o preço do gasóleo está a subir mais. O gasóleo é produzido com um tipo de crude médio pesado que existe sobretudo na zona do Golfo", disse o economista João Santos, em declarações ao mesmo canal.  Outro fator está relacionado com o stock deste combustível, que está em níveis inferiores nos EUA.

De recordar que o Parlamento iraniano recomendou hoje o fecho do Estreito de Ormuz, cuja decisão final compete ao líder supremo da república islâmica, o ayatollah Ali Khamenei.

O Estreito de Ormuz é um dos pontos estratégicos mais importantes do mundo, pelo qual passam cerca de 20% do petróleo mundial e uma parte significativa do gás natural, de modo que qualquer bloqueio terá um enorme impacto económico, nomeadamente na Europa.

Alguns países europeus dependem do petróleo e gás natural que importam dos países do Golfo e, por isso, um bloqueio do estreito poderia levar a uma escassez de energia.

Além disso, se o Irão aprovar o encerramento, os preços do petróleo vão disparar a nível mundial, o que aumentaria a inflação e os custos da energia, com efeito na economia mundial (indústria transformadora, transportes, agricultura).

O estreito é também uma rota fundamental para o transporte marítimo mundial e um bloqueio poderia, além de fazer subir os preços, atrasar as importações, de matérias-primas, produtos eletrónicos e bens de consumo, afetando as cadeias de abastecimento.

O Irão já ameaçou fechar Ormuz diversas vezes, mas nunca chegou a fazê-lo, porque o país também depende do estreito para exportar a maior parte do seu petróleo bruto, tal como outros membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque.

"Independentemente das variações (...) este quadro já esta esperado", disse o economista, citando três cenários avançados pela Bloomberg no início do conflito. "O pior [cenário] está a concretizar-se ou pelo menos está a ter início", concluiu. 

17.6.25

Exmª Senhora Doutora ...

 

𝐶𝑎𝑟𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑛𝑢𝑒𝑙 𝑀𝑢𝑟𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠, 𝑛𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑠𝑡𝑎𝑠 𝑑𝑎 𝐵𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐴𝑙𝑡𝑎, 84 𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒, 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑔𝑢𝑒̂𝑠 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑚𝑎 𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑥𝑎𝑑𝑎, 𝑎𝑜 𝑐𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑎 𝐸𝑥𝑐𝑒𝑙𝑒𝑛𝑡𝑖́𝑠𝑠𝑖𝑚𝑎 𝑆𝑒𝑛ℎ𝑜𝑟𝑎 𝐷𝑜𝑢𝑡𝑜𝑟𝑎 𝐿𝑖́𝑑𝑖𝑎 𝐽𝑜𝑟𝑔𝑒.
𝐄𝐱.𝐦𝐚 𝐒𝐞𝐧𝐡𝐨𝐫𝐚 𝐃𝐨𝐮𝐭𝐨𝐫𝐚 𝐋𝐢́𝐝𝐢𝐚 𝐉𝐨𝐫𝐠𝐞,
Venho por esta carta, escrita com mãos calejadas mas cabeça bem erguida, responder, com humildade e pesar, ao seu discurso proferido ontem, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Fê-lo com pompa, com palavras estudadas, com recurso ao verbo polido das grandes cidades e aos corredores onde reina o eco dos salões luxuosos da Capital do Império.
Mas permita-me dizer: fê-lo descompassada da alma do povo que vive nos montes, nas planícies, nas vilas e nas aldeias que não têm comboio, nem médico, nem esperança.
A Senhora diz que Portugal nasceu com Camões. Não, minha senhora. Portugal nasceu em 24 de Junho de 1128, à ponta de uma espada afiada, num campo de batalha em S. Mamede, ali mesmo às portas de Guimarães, com Afonso Henriques a dizer à própria mãe que este chão era dele e de todos os que viriam a lavrá-lo e a respeitá-lo.
Portugal não nasceu da pena, desculpe que lhe diga, nasceu do sacrifício, da terra cavada, das mãos sujas de pó e do suor que se mistura à pedra para erguer muralhas.
Vivi 84 anos. Vivi-os sempre com muita honra, respeitando quem chegava à minha aldeia, fossem espanhóis, moçambicanos, chineses ou alemães.
Nunca me coube no peito o veneno do ódio, nem nunca vi tal praga entre os meus vizinhos. O que nos revolta, minha Senhora, não são os homens, nem os seus credos, nem as suas cores. É a injustiça. É a falta de respeito por tudo o que este povo construiu com sangue, suor e lágrimas.
Sei que mora em Alvalade, no coração de uma das cidades mais luxuosas da Europa, mas diga-me, onde estava Vossa Excelência, permita-me perguntar-lhe, quando fecharam os milhares de escolas das nossas aldeias e os miúdos passaram a andar carradas de quilómetros a pé para aprender a ler?
Onde estava Vossa Alteza Real quando milhares de centros de saúde e dezenas de hospitais foram encerrados e nos deixaram uma carrinha velha a dizer que era “unidade móvel”?
Onde estava Vossa Excelência quando o meu netinho, e outros milhares de netinhos, precisou de uma ambulância do INEM, para episódios de convulsões gravíssimas, e nunca apareciam, chegando ao Hospital, lá longe a trinta quilómetros, e lá estavam as viaturas do INEM ali paradas?
Onde estava a Doutora quando os meus filhos emigraram para o Luxemburgo porque aqui o ordenado não chegava para metade do pão?
Fala a Senhora com grande emoção sobre escravidão. Tem razão. Foi crime hediondo e deve ser lembrado, sempre, para que jamais volte a acontecer!
Mas nós também temos direito à memória.
Fui expulso de África depois de 30 anos a abrir estradas, a construir hospitais, pontes e escolas. Vim com a roupa do corpo e a dignidade nos ossos.
Nenhum governo me agradeceu. Nunca! Tudo que ali conquistei, com o meu suor, ali ficou. Mas vim sereno, sem raiva, e com um filho maravilhoso, sim negro, que me deu netinhos maravilhosos, que amo com todo o meu ser.
E agora, num dos dias mais sagrados da nossa Pátria, ouço dizer que devemos pedir desculpa por sermos quem somos? Que somos filhos de opressores? Que somos malignos por gostarmos do que construímos ao longo de séculos? Não somos. Somos filhos da fome, da dignidade, da luta e da perseverança.
A Senhora afirma que a imigração descontrolada é fruto de um novo ciclo. Talvez! Mas, depois de nos últimos quarenta anos a ASAE ter fechado milhares de restaurantes porque não cumpriam as mínimas regras da higiene, o que vemos nessas grandes cidades é restaurantes improvisados sem higiene, com ratos, baratas e coco onde se confecciona a comida, regras a serem violadas sem quaisquer fiscalização, leis que sempre se aplicaram ao português pobre e agora são ignoradas para agradar aos senhores da “diversidade”.
Há trinta anos, fecharam-nos a produção artesanal do nosso Queijo da Serra. Hoje vendem carne podre ao lado dos Jerónimos. Isto não é progresso, Senhora. É abandono.
As leis do trabalho, que este país desenvolveu ao longo dos últimos cinquenta anos, e muito bem, para que todos tenham uma vida digna, são hoje completamente ignoradas ao abrigo da diversidade e dos braços abertos para todos.
Isto sim, é escravidão!
Milhares de pobres coitados amontoados em espaços minúsculos, milhares de escravos que chegam para trabalharem por uma côdea, sem qualquer controlo, tudo para que, meia dúzia de iluminados, como Vossa Alteza possa ler textos lindos a dizer que todos podem entrar!
E se o povo português é hoje tolerante ao ponto de a ouvir de pé, no Dia de Portugal, cuspir no orgulho nacional e comparar Camões a um corpo sem lençol ao lado dos cadáveres da escravatura, é porque este povo nunca foi racista, nem xenófobo, nem intolerante.
É porque este povo, minha Senhora, tem um coração maior do que o país que lhe deram. Mas cuidado: o coração também cansa. Cansa de ser sempre acusado, sempre explorado, sempre traído.
A Senhora fala de Lagos. De Sagres. De escravos. De remorsos. Eu falo de orgulho. De honra. De gente que reza antes de comer, que ajuda o vizinho a meio da noite, que espera cinco horas nas urgências sem bufar porque sabe o que é sacrifício. Falo de um povo que construiu escolas, igrejas, hospitais, barragens e autoestradas para os outros andarem.
No dia 10 de Junho, esperava ouvir palavras que nos unissem, enaltecessem e empolgassem.
Palavras sobre os nossos emigrantes que mandam dinheiro e saudade. Sobre Camões, sim, mas também sobre os milhares de idosos que vivem com 300 euros e que mesmo assim oferecem vinho aos que os visitam. Sobre os que morrem sozinhos em aldeias abandonadas e ainda assim votam, pagam os seus impostos e rezam pela Pátria.
Se Portugal ainda existe, é porque estas pessoas, que a Senhora ignorou, continuam cá. Com a espinha direita. Com o orgulho de serem portugueses.
Perdoe-me a franqueza mas alguém tem de a ter para lhe dizer que não vale tudo. Para lhe dizer que até pode valer tudo, se for dentro da lei e dos limites que definem a cultura de um povo.
Perdoe-me a franqueza mas não consego ficar calado.
A minha idade já me permite estes gestos obscenos de falar para alguém com a dimensão intelectual de Vossa Excelência!
Uma Senhora, qual Alteza Real, que ontem, no Dia de Portugal, nos fez sentir a todos um farrapo velho, dizendo-nos que na sua opinião somos um povo que deveria ter vergonha de si mesmo, um povo que não está à altura das gentes que vivem lá para os lados de Alvalade, como Vossa Excelência, ou para os lados de Belém, como o seu comparsa de palco, em Dia de Camões.
Perdoe-me a franqueza mas tive a felicidade de nascer português e, acredite, vou morrer português, esse povo que Vossa Excelência ontem, no Dia de Portugal, tentou diminuir a um pedaço de gente pobre, inculta e má. Não somos. Somos ricos pela nossa história. Somos cultos pelas nossas tradições. Somos bons por sabermos receber de braços abertos o mundo inteiro. E somos humildes para ouvir alguém destilar ódio disfarçado de discurso progressista e não ficarmos com rancor.
Sim, vou morrer português, não pela cor da minha pele, não pelo meu credo, mas sim pela grandeza da minha alma, que é verdadeiramente lusitana.
E já agora, deixe que lhe diga:
“Quem não se orgulha do seu povo, não merece os seus aplausos.”
Respeitosamente,
Manuel Muralhas
Um homem de 84 anos,
Neto de analfabetos,
Pai de emigrantes,
Filho de Portugal.
Depois dos discursos de Lídia Jorge — delirante — e do patarata do MRS, só se pode concluir que: Camões era do Burundi, Pessoa do Qatar, Jorge de Sena era albanês, Salazar do Panamá, Guterres é iraniano, Durão é da Goldman Sachs, Costa e Sócrates... enfim, nem se amofinem.
De Portugal, hoje, só resta a bola, os milhões de escravos desqualificados ao serviço do patronato PS/PSD (unha com carne), e — claro — o potencial LGBT dos jovens asiáticos, para gáudio dos olheiros de esquerda do Príncipe Real.