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Para recordar, aqueles velhos tempos, em que ter energia eléctrica era algo de apreciável.
De qualquer das formas, hoje em dia, com tantos objectos movidos a electricidade não deixa de ser interessante olhar para uma velha peça, já esquecida a um canto qualquer.
Um candeeiro(pt) ou luminária(pt-BR) é um dispositivo que serve para distribuir, filtrar ou transformar a luz.[1]
Geralmente é coberto por um abajur
para impedir que o utente enxergue a luz diretamente da lâmpada, mas
podem possuir diversos tamanhos e formas tendo em conta o espaço que
visam iluminar.
Segundo um artigo divulgado
na publicação Fashion Magazine, as nozes são ricas em polifenois
(substâncias antioxidantes) e quando ingeridas sete unidades
diariamente, o organismo torna-se mais forte e capaz de lutar contra
radicais livres, responsáveis por danificar as células e por doenças
como cancro e cardiovasculares.
Embora indique que a população não consome a dose diária
recomendada de nozes, a investigação da Universidade da Pensilvânia
revela ainda que os níveis de antioxidantes deste fruto seco são mais
elevados do que os encontrados em outros alimentos e que proporciona
ainda boas quantidades de ácidos gordos, vitaminas e proteínas,
assumindo, assim, a posição de melhor superalimento natural.
AS MINHAS NOZES (Foto J.P.L. )
Joe Vison divulgou ainda sete benefícios de ingerir este fruto seco:
1 – Prevenção do cancro da mama
Um
estudo realizado na Universidade Marshall, também nos Estados Unidos,
revelou que as nozes podem ajudar a prevenir o cancro da mama. Os
investigadores realizaram uma experiência com roedores, na qual um grupo
recebeu o equivalente a 56 gramas de nozes e o outro não consumiu uma
grama sequer do alimento.
O resultado apurou que aqueles que
consumiram as nozes diminuíram os riscos de desenvolvimento da doença em
cerca de 50%. E mesmo os membros desse grupo de ratos que tiveram a
doença, apresentaram tumores de tamanho mais reduzido, comparativamente
aos bichos que não haviam consumido o fruto seco.
2 - Perda de peso
O
seu elevado teor de proteínas e fibras promove a saciedade ao
organismo. Adicionalmente, os compostos anti-inflamatórios das nozes,
como o ómega 3, combatem a inflamação. Problema esse que propicia o
desenvolvimento da obesidade e até de doenças mentais, como a depressão.
3- Saúde dos ossos
Comer
nozes diminui as taxas sanguíneas de componentes do colágenio que
servem como indicativo do volume do osso. Quando os seus níveis estão
baixos, tal é sinal de estabilidade e de menor perda de mineral nos
ossos.
4 - Saúde cardiovascular
Os
benefícios das nozes também se aplicam à saúde cardiovascular. O fruto
seco contribui para a diminuição dos níveis do colesterol mau, o LDL,
melhorando igualmente a qualidade do sangue, na medida em que reduz o
risco de coagulação e de inflamação excessiva e melhora a função das
células endoteliais, que estão presentes no interior dos vasos
sanguíneos.
5 - Ajuda na prevenção o cancro da próstata
Estudos
também já comprovaram que o consumo de sete nozes por dia representa
uma redução significativa do risco de desenvolvimento de cancro da
próstata.
6 - Saúde do cérebro
A
noz tem propriedades nutricionais positivas para o cérebro. Por ser
fonte de folato, uma vitamina do complexo B que é essencial para que o
cérebro funcione adequadamente, além de atuar na capacidade cognitiva,
mental e emocional. Pesquisas realizadas no Instituto de Medicina
Funcional, na Flórida, nos Estados Unidos, revelaram que mais de 40% dos
diagnósticos de depressão surgem pela deficiência de folato.
7- Ajuda na prevenção da diabetes
Um
estudo publicado no periódico científico Journal of Nutrition
concluiu que mulheres que consumiram 28 gramas de nozes duas vezes por
semana diminuíram o risco de desenvolver a doença em 24%.
Sabe aqueles hábitos simples
que podem fazer toda a diferença? Beber água com limão é um deles. Com
função direta na perda de peso e na prevenção de doenças, a mistura é
indicada por nutricionistas e é capaz de agir na eliminação de toxinas
das células. Por outras palavras, trata-se de uma espécie de
desintoxicação mais saborosa.
A receita ficou famosa depois de ser apresentada como uma dos muitos supostos milagres para emagrecer.
É importante esclarecer que, sozinha, essa mistura não pode resolver
todos os problemas do seu organismo. E necessita de ser acompanhada pelo
consumo de uma dieta equilibrada. Ainda assim, a hidratação da água e a
acidez do limão podem dar resultado. Cinco benefícios da água com limão 1. Sangue alcalino
Segundo
a nutricionista funcional Mariana Duro, em declarações à revista Terra,
apesar do limão ser uma fruta ácida, auxilia na alcalinização do
sangue, ou seja, torna o pH maior que 7. Tal é benéfico porque as
células têm mais facilidade em eliminar as toxinas num ambiente
alcalino, o que potencializa a perda de peso e diminui processos
inflamatórios. 2. Redução do inchaço
A
ingestão de água estimula o processo de eliminação de líquidos retidos.
Beba dois litros de água por dia, com a inserção de rodelas de limão.
Além disso, a fruta tem propriedade diuréticas e refrescantes, que
proporcionam a eliminação de toxinas pela urina e melhoram o trato
intestinal. 3. Proteção do organismo
A
composição da fruta é rica em vitamina C, tiamina, riboflavina,
fósforo, silício, cálcio e ferro. Esses nutrientes são potenciais
fortalecedores do sistema imunitário. Logo, beber água com limão ajuda a
proteger o corpo da ação de vírus e bactérias nocivos, como os que
causam gripes e constipações. 4. Antioxidante
Combate
ao envelhecimento precoce também é um dos pontos fortes do limão.
Segundo Gisele, o fruto é rico em flavonoides, elemento antioxidante que
age contra os radicais livres. Além disso, essa ação também reduz as
chances de processos degenerativos, como é o caso do cancro. 5. Digestivo
O limão também é um aliado para o ótimo funcionamento do estômago. A
sua acidez característica auxilia na digestão dos alimentos e reduz a
produção do sumo gástrico, ajudando sobretudo aqueles que sofrem de azia
ou gastrite.
Atriz, trabalhou em filmes como Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, Os
Fantasmas Contra-Atacam, Mente Paranóica e Um Estranho a Minha Porta.
Isabella Rosselini
18/6/1952
Modelo e atriz italiana, ela foi capa de mais de 500 revistas e
garota-propaganda para a marca de cosméticos francesa Lancôme. No
cinema, ela trabalhou em filmes como Veludo Azul e Os Impostores.
Maria Bethânia
18/6/1946
Cantora baiana irmã de Caetano Veloso, ela iniciou na carreira
artística cantando em peças, e lançou seu primeiro álbum em 1965.
Bethânia foi a primeira intérprete brasileira a vender mais de um milhão
de cópias de um único trabalho, o disco "Álibe", de 1
Paul McCartney
18/6/1942
Um dos maiores músicos e cantores de todos os tempos, ele foi líder, ao lado de John Lennon, da banda inglesa “The Beatles”.
Dudley Herschbach
18/6/1932
Químico norte-americano. Pioneiro no uso da técnica dos raios
moleculares para a investigação química das propriedades da matéria.
Estudou as dinâmicas da reação e a temporalidade nos processos químicos.
Recebeu Prêmio Nobel de Química de 1986, com Yuan T
Fernando Henrique Cardoso
18/6/1931
Presidente do Brasil. Político e sociólogo, ele é o primeiro Presidente a se reeleger para um segundo mandato.
José Pancetti
18/6/1904
Pintor brasileiro, foi um dos mestres da pintura de marinhas.
Anastasia
18/6/1901
Filha do czar Nicolau II da Rússia.
José Carlos Brito e Cunha
18/6/1884
Cartunista e caricaturista brasileiro. Um dos mais conceituados artistas da história da imprensa brasileira.
Somos animais perigosos quando andamos na estrada — e parece que
não é de agora… Entre reis e gente comum, há quem não se conforme.
O Sinaleiro de Atouguia
Numa vila a poucos quilómetros de Peniche chamada Atouguia da Baleia —
a terra da minha mãe, onde passei largas temporadas da minha infância
—, havia um senhor que ficava o dia inteiro a evitar acidentes num
cruzamento especialmente perigoso entre uma rua de Atouguia e a Estrada
Nacional 114. Chamava-se António Sousa Vala — e a rua tem hoje o seu
nome.
Sempre o conheci como «o Sinaleiro». Ali aparecia, todos os dias,
anos e anos, por sua iniciativa, usando gestos só dele, que os
condutores da terra já conheciam.
Porquê? Porque, anos antes, naquele preciso cruzamento, vira morrer
um homem esmagado por um carro. Um mês depois, conheceu por acaso um
rapazinho que tinha ficado sem pai nesse acidente… O Sinaleiro prometeu:
ali não morreria mais ninguém. E assim foi — até ao fim da sua vida.
Lembrei-me dele esta semana, quando recebi — sem pedir — três pontos
novinhos em folha na carta de condução. Portei-me bem, pelos vistos.
Esta espécie de jogo de pontos é mais uma tentativa de controlar a
fúria portuguesa na estrada. É uma velha tradição do país. (Não que
sejamos especiais nessa fúria automobilística, diga-se…)
O sistema de pontos foi importado de outras paragens. Mas há séculos
que andamos a inventar maneiras de controlar os arremessos de fúria dos
brandos portugueses — e nem todas implicam arregaçar as mangas e ir para
a estrada ajudar os automobilistas a sobreviver.
Duelos na estrada
Imaginemos a cena, muito comum. Dois carros encontram-se, em
direcções contrárias, numa rua apertada. Nenhum quer recuar. Passamos
pelo franzir da testa, pelos gestos cada vez mais irritados, pelas
buzinadelas, pelos insultos, as desconsiderações aos familiares
femininos do oponente, pelas partilhas da matrícula contrária no
Facebook…
Parece que cenas destas são tradição nacional. A Lisboa do século
XVII era já um festival de fúrias no trânsito. O grande perigo não eram
os acidentes, mas antes a raiva de quem se via, dentro dum coche, parado
numa rua estreita, frente a outro coche, sem que nenhum quisesse
recuar.
Conta o Memorial de Pêro Roiz Soares que, num dia de Outono
de 1679, se encontraram numa rua apertada duas carruagens, uma com o
Marquês de Niza e o Conde-Barão de Alvito e a outra com o Marquês de
Fontes. Se um português plebeu é como é, imagine-se quando lhe sobem os
títulos à cabeça…
Nesse dia, os condes e marqueses ficaram três horas a puxar dos
brasões, sem que ninguém recuasse. Parece que teve de ser o próprio rei a
vir resolver a questão, mandando todos recuar ao mesmo tempo. A questão
chegou a Roma, diz a crónica.
Com o trânsito a complicar, havia cada vez mais confrontos. Poucos
anos de
ois, o rei D. Pedro II mandou espalhar uns quantos sinais de
trânsito pela cidade, a indicar as prioridades, para evitar duelos e
demais inconvenientes do orgulho nacional. Surgiu também uma espécie de
código da estrada, com multas simpáticas: degredo por cinco anos no
Brasil.
Mesmo com a ameaça de viagem forçada para Terras de Vera Cruz, dizem
as más-línguas que poucos ligaram aos sinais — estamos em Portugal,
afinal.
O mais antigo sinal de trânsito
O certo é que, entre esses primeiros sinais e o nosso tempo, passaram
mais de trezentos anos, com um terramoto e a invenção do automóvel pelo
meio. Mas um deles resistiu. Ali está, mesmo por cima duma caixa da
EDP, na Rua do Salvador, em Alfama.
Tentemos ler, mesmo com a ortografia e as abreviaturas seiscentistas, temperadas pela falta de espaços
: «Ano
de 1686. Sua Majestade ordena que os coches, seges e liteiras que
vierem da portaria do Salvador recuem para a mesma parte.»
O sinal é curioso. Longe dos símbolos bem desenhados e com bom
contraste, temos uma ordem directa, em nome do rei, escrita na pedra.
Acho deliciosa aquela última linha, encolhida — imagino o homem de
cinzel na mão e língua entre os dentes, a murmurar um palavrão, tentando
resolver o problema. Não podia começar de novo, que as pedras não são
baratas…
O certo é a pessoa que inscreveu aquelas palavras na pedra estaria
longe de imaginar que, depois de terramotos e uns quantos séculos, o
sinal ali continuaria, numa rua apertada da nossa Lisboa do século XXI.
Aquele sinal era uma tentativa de resolver faltas de paciência,
orgulhos sem pudor, a mania da superioridade de quem se vê na estrada…
Se, à época, contássemos a alguém que, séculos depois, o mesmo bicho que
ficava três horas a teimar dentro de coches seria enfiado em máquinas
com capacidade de andar mais depressa que um cavalo a galope, veríamos
certamente olhos arregalados de horror.
E é verdade: os carros conduzidos por portugueses e demais humanos
são perigosos. Afinal, morreram na estrada milhares e milhares de
pessoas, só no nosso país, ao longo do século XX.
Há umas poucas décadas que o número de mortos tende a diminuir,
devagar, com recuos, mas continuamos a ter de lidar com este problema
que nós próprios criamos todos os dias, com as nossas fúrias, as nossas
distracções, o nosso gosto por ir cada vez mais depressa, por colar a
frente do nosso carro à traseira do empata que vai à frente, por
ultrapassar mesmo quando não temos a certeza que não vem ninguém para lá
da curva…
A velha natureza humana dentro de uma máquina mortal.
Entre um rei que inventa os sinais de trânsito ao jogo dos pontos da
carta de condução, lá nos vamos tentando salvar de nós mesmos. Às vezes,
há quem vá mesmo para o meio da estrada para poupar a vida dos outros —
pois aqui fica uma pequena homenagem a uma das memórias da minha
infância: o Sinaleiro de Atouguia.
Uma equipa internacional de cientistas concluiu que as extinções
no mundo vegetal estão a acontecer a um ritmo 500 vezes mais rápido do
que seria de esperar naturalmente.
O estudo científico, que se baseia em extinções reais ocorridas nos
últimos 250 anos – e não em estimativas – foi publicado este domingo na
revista Nature Ecology & Evolution, por cientistas dos Royal Botanic Gardens – Kew e da Universidade de Estocolmo.
A equipa descobriu que 571 plantas “desapareceram completamente da
natureza”, com base numa análise global dos registos de extinções de
plantas ocorridas por todo o mundo. Em causa estão dados de trabalhos de
campo, publicações e herbários, explica uma nota da Universidade de Estocolmo.
O objectivo deste estudo foi descobrir que plantas desapareceram, os
locais em que se extinguiram e “quais as lições que podemos aprender
para travar futuras extinções.”
“Entender a extinção das plantas é crucial”, sublinham os
responsáveis do estudo, uma vez que “toda a vida na Terra depende das
plantas”. “Milhões de outras espécies dependem das plantas para a sua
sobrevivência, incluindo os humanos, por isso perceber que plantas
estamos a perder, e onde, vai reflectir-se também nos programas de
conservação que têm como alvo outros organismos”, explicou Eimear Nic
Lughadha, co-autor, ligado aos Royal Botanic Gardens – Kew.
Feitas as contas, o número de espécies extintas no mundo vegetal é
duas vezes superior à soma dos mamíferos, anfíbios e aves também
desaparecidos, que totaliza 271 espécies, concluíram também os
investigadores.
“A maior parte das pessoas podem nomear um mamífero ou uma ave que se
tenham extinguido em séculos recentes, mas poucas conseguem nomear uma
planta extinta”, sublinhou um dos autores do estudo publicado, Aelys M.
Humphreys, docente na Universidade de Estocolmo. “Ouvimos falar muito
sobre o número de espécies que enfrentam a possibilidade de extinção,
mas estes dados são para as plantas que já perdemos, e por isso oferecem
uma janela sem precedentes para a extinção das plantas nos tempos
modernos.”
As ilhas, os trópicos e também regiões com um clima mediterrânico –
todas elas áreas onde há “muitas espécies únicas vulneráveis à
actividade humana” – têm sido os locais onde o número de extinções é
maior.
Entre as plantas confirmadas como extintas nos últimos 250 anos, conta-se por exemplo uma árvore de sândalo chilena, a Santalum fernandezianum.
No final do século XIX, quase todas estas árvores já tinham sido
cortadas por motivos comerciais, devido ao odor aromático da madeira. O
último exemplar da espécie foi fotografado em 1908.
A Thismia americana, “possivelmente uma das mais
extraordinárias planas já descobertas”, foi descoberta em 1912 no Sul de
Chicago, ao longo da Torrence Avenue. “O local foi todavia destruído
apenas cinco anos depois e esta planta extraordinária nunca mais foi
vista.”
Um dos últimos exemplares de Nesiota elliptica, espécie extinta em 2003. Foto: Rebecca Cairns-Wicks
Já duas árvores endémicas da ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul, da espécie Nesiota elliptica,
foram os últimos exemplares até desaparecerem definitivamente em 2003,
atacadas por uma praga de térmitas e por fungos. Neste caso, ainda houve
tempo para a recolha de material genético que ficou guardado no banco
de ADN dos Kew Gardens.
Lições que podemos aprender
A equipa de investigadores acredita que a informação recolhida vai
ser “fundamental” para ajudar a prever futuras extinções. Por exemplo,
confirma-se agora que o local onde ocorre uma espécie é mais importante
do que a sua identidade: “Se uma planta ocorre ou não numa ilha é mais
importante do que se se trata de uma rosa, de uma orquídea ou uma
palmeira”, sublinham.
Uma das conclusões é a importância dos chamados ‘biospots de
biodiversidade’, áreas onde há números excepcionais de plantas
endémicas, que não se encontram em mais nenhum lugar do mundo, e que
estão a atravessar grandes mudanças de habitat. Estas zonas “são a chave
para entendermos os padrões globais de extinções recentes e futuras”,
indica a Universidade de Estocolmo.
Mas apesar de haver registos de 571 extinções, a equipa descobriu em
contrapartida que há outras 430 espécies de plantas que já foram
consideradas extintas e foram depois redescobertas.
Ainda assim, cerca de 90% dessas espécies ‘redescobertas’ mantêm um
risco elevado de extinção, uma vez que muitas vezes são encontrados
apenas poucos exemplares, alertam os cientistas. A redescoberta de uma
planta, “infelizmente, não costuma significar que a espécie está ‘viva e
a prosperar’.
”
Como travar a extinção das plantas?
“Precisamos de registar todas as
plantas em todo o mundo – dar nome a novas espécies é uma peça crítica
do ‘puzzle’, no âmbito de um movimento mais amplo para darmos prioridade
à conservação do nosso precioso mundo natural em atenção às novas
gerações que ainda hão-de vir”, explicou Maria S. Vorontsova, co-autora
do artigo, ligada aos Royal Botanic Gardens – Kew.
“Para fazer isso, precisamos de apoiar os herbários e a produção de
guias de identificação de plantas, precisamos de ensinar as nossas
crianças a ver e a reconhecer as suas plantas locais e mais importante,
precisamos de botânicos durante os anos que hão-de vir.”
50 mil pessoas e uma fila de 32 km de Harley-Davidson vão agitar Cascais
É a nova concentração europeia da marca, onde estão previstas várias
atividades e um desfile de motos ao longo de 32 quilómetros.
O evento vai decorrer entre 13 e 16 de junho, em Cascais
Depois de Praga, na República Checa, os motards e entusiastas da
Harley-Davidson vão tomar Cascais para mais uma concentração
europeia. O evento arranca já na próxima quinta-feira, 13 de junho e vai
decorrer até domingo, 16 de junho. Ao longo dos três dias do evento
estão previstos várias atividades e muita música.
O ponto de encontro está marcado na Praia da Ribeira e toda a região circundante, onde são esperadas cerca de 50 mil pessoas.
O manjericão-de-folha-larga (mais conhecido apenas como manjericão ou basílico e também chamado de alfavaca, alfavaca-cheirosa ou basilicão) (Ocimum basilicum)
é uma planta perene, que mede aproximadamente 60 cm de altura, sendo
originária da Ásia e África.
É uma planta conhecida pelos seus galhos
com muitas ramificações, com suas folhas postas, com um formato oval, e
pela sua cor verde clara.
O manjericão tem flores brancas e um pouco
rosadas.
Uma das características das suas flores é a sua disposição tipo
espiga. As suas sementes são pequenas e pretas.
É usual serem retiradas
as suas primeiras florações para aumentar o número de folhas e o ciclo
da planta.
Na culinária, as suas folhas são utilizadas como um aromático tempero, particularmente na tradicional pizza margherita, também pode ser usada como um creme verde para a massa italiana e como ingrediente básico do pesto genovês.
Propriedades medicinais
Na medicina tradicional, é usado como planta medicinal. As suas folhas e flores são utilizadas no preparo de chás, por suas propriedades tônicas e digestivas, sendo indicados ainda para problemas respiratórios e reumáticos.
O óleo essencial de manjericão (menos de 1%) tem uma composição complexa e variável, segundo o clima, o solo, a época da colheita, etc.[1]
Outros monoterpenos (ocimeno, geraniol, cânfora), sesquiterpenos (bisaboleno, cariofileno) e fenilpropanóides (metil eugenol) podem estar presentes, em concentrações variáveis, com forte influência sobre o sabor. [2] As vitamina A e C são algumas das vitaminas mais abundantes na folha do manjericão. Sendo indicadas para o ardor ao urinar.[carece de fontes] As suas folhas são também fantásticas para produzir compressas, que devem ser aplicadas nos mamilos doridos das lactantes.[carece de fontes]
Outra das características da folha do manjericão é o auxílio à boa
circulação e dores reumáticas, sendo também bom para tosse e resfriados.[carece de fontes] O manjericão favorece igualmente a digestão e reduz a fadiga.[carece de fontes]
Uma outra utilidade que é reconhecida ao manjericão é o seu uso em pomadas antibacterianas.[carece de fontes]
Cultivo
Clima:
O clima preferencial do manjericão é o clima subtropical, que se
caracteriza por ser quente e úmido, pois esta é uma planta sem
resistência a geadas.[carece de fontes] Luminosidade: Para florescer, esta planta necessita de sol pleno.
Solo: O solo ideal para o manjericão tem que ser abundante
em matéria orgânica. Para obter um solo propício para a plantação da
planta, são 3 kg/m² de composto orgânico.
Propagação: Para a reprodução da planta, é necessário
retirar alguns galhos e deixá-los mergulhados em água até surgirem
raízes, altura em que se deve retirar os galhos da água e proceder à sua
plantação.
A polícia internacional lançou um apelo para ter ajuda na detecção de sete dos criminosos ambientais mais procurados no mundo.
O alerta público da Interpol surge no Dia Mundial do Ambiente e diz
respeito a pessoas procuradas internacionalmente por crimes como o abate
ilegal de madeira, tráfico de marfim e abandono de resíduos tóxicos sem
tratamento, explica o The Guardian.
Em causa estão por exemplo dois chineses ligados ao tráfico ilegal de
espécies protegidas – Guo Qin Huang, 42 anos, e Muk Nam Wong, 62 – e
dois irmãos albaneses acusados do corte ilegal de árvores numa floresta
na Grécia, Ergest Memo, 34, e Taulant Memo, 33.
Já Nicholas Mweri Jefwa, de 44 anos, e Samuel Bakari Jefwa, 29, são
procurados no Quénia por negociarem ilegalmente ‘troféus’ resultantes da
caça de vida selvagem e por actividade criminosa organizada.
Por fim, Bhekumusa Mawillis Shiba, 39, é acusado de ofensas à vida selvagem pelas autoridades de Eswatini, antiga Suazilândia.
Caso alguém do público detecte um destes criminosos, não deve
interpelá-los, mas sim contactar a Interpol, avisa a polícia
internacional, numa nota publicada no site.
“As fronteiras não detêm os crimes ambientais, que podem ir do
tráfico de marfim e da sobre-pesca de espécies protegidas ao corte
ilegal de árvores para produção de madeira e ao abandono de resíduos
tóxicos”, sublinha a agência.
A Interpol recorda ainda que as rotas usadas pelos traficantes de
espécies selvagens são muitas vezes as mesmas para outros crimes como o
tráfico de armas, de drogas e de pessoas. “Os crimes ambientais muitas
vezes acontecem a par de outras ilegalidades, como fraudes de
passaportes, corrupção, lavagem de dinheiro e mesmo homicídios”,
acrescenta.
Calcula-se que o crime ambiental gera todos os anos entre 110 a 281
mil milhões de dólares (entre 98 e 250 euros mil milhões de euros) de
receitas ilegais.
De acordo com o secretário-geral da Interpol, Jurgen Stock, “os
crimes ambientais estão a ocorrer numa escala industrial, com grupos
criminosos organizados transnacionais a fazerem milhares de milhões de
lucros enquanto prejudicam a aplicação da lei e ameaçam a segurança
nacional”.
Esta simpática planta dá origem, anualmente, a uns " cachos " de flores cujo perfume é do mais activo, a pontos de toda a casa ficar impregnada do seu aroma único. A da foto esteve vários anos em casa de um familiar e nunca por lá se manifestou.
As dracenas podem se dividir em dois grupos, de acordo com seu porte:
Um grupo de espécies com o porte de árvores, que crescem em regiões áridas e semi-desérticas, conhecidas por árvore-do-dragão ou dragoeiro.
Um grupo de espécies com o porte de arbustos, que crescem em locais assombreados de florestas tropicais, conhecidas por dracenas; são populares como plantas caseiras.
O dragoeiro deve o seu nome à cor da seiva produzida pela D. draco e pela D. cinnabari, que depois de oxidada por exposição ao ar forma uma resina pastosa de cor vermelho vivo que foi comercializada na Europa com o nome do sangue-de-dragão ou drago. O sangue-de-dragão moderno, entretanto, é mais comumente feito a partir das palmas Daemonorops.
Algumas espécias como D. deremensis, D. fragrans, D. godseffiana, D. marginata, e D. sanderiana
são muito usadas como plantas caseiras e em decoração de jardins.
Também muito utilizado pela cultura afro-brasileira na iniciação dos
ritos de passagem Iniciação Ketu.
Uso medicinal
O sangue-de-dragão era usado na antiguidade em fármacos (sob o nome de sanguis draconis) e em tinturaria, constituindo nos tempos iniciais de povoamento europeu da Macaronésia, em especial das Canárias, um importante produto de exportação.[4]
José Flávio Pessoa de Barros
– Eduardo Napoleão - Ewé Òrìsà - Uso Litúrgico e terapêutico dos
Vegetais nas casas de candomblé Jêje-Nagô, Editora Bertrand Brasil.
O Pau d’água – Dracaena fragrans é um arbusto grande, pertence à família Liliaceae, nativa da África, de 3-6 metros de altura, mas em seu habitat pode chegar a 15 metros.
Folhas
grandes, brilhantes, coriáceas, em formas de roseta, de cores lisas ou
variegadas com listras longitudinais, de margens lisas ou onduladas, com
diferentes tonalidades de verde. As folhas jovens são eretas e centrais
e as folhas maiores são recurvadas.
Inflorescências grandes, do tipo panícula, com inúmeras flores pequenas e perfumadas. Surgem ocasionalmente em plantas maduras.
Frutos são bagas lisas, alaranjadas a vermelhas, com várias sementes.
Em
paisagismo é usado isoladamente ou em conjuntos em meio a gramados, em
forma de renques como cercas viva e podem ser cultivados em vasos de
interiores.
Plantas envasadas podem ser moldadas por podas de formação.
Segmentos do tronco colocados em pratos com água, brotam e são popularmente chamados “pau d’água”.
Aprecia o solo fértil, rico em matéria orgânica e bem drenável.
As regas devem ser regulares, mantendo o solo úmido, mas não encharcado. Aprecia o calor e a umidade ambientais.
Folhas
com as pontas secas são um sinal de que a umidade está muito baixa,
aumente a frequência das regas e se possível, pulverize as folhas com
água.
No
fim do inverno fertilizar com matéria orgânica, aproveitando para
afofar o solo e na primavera-verão, usar adubo mineral NPK 10-10-10,
seguindo a orientação do fabricante. Sempre regar primeiro antes de
fertilizar para evitar a queima das raízes.
Nas
plantas jovens seu tronco geralmente é simples, mas se tiver a brotação
apical danificada, ele rapidamente desenvolve novos ramos. As
ramificações aumentam após cada floração.
.
Sobre a Dracaena
Estudos da NASA comprovaram que ela contribui para eliminar produtos como formaldeído, xileno e tolueno.
.
Propagação
Multiplica-se facilmente por estaca.
Quando
a planta estiver muito alta, corte a coroa de folhas com pelo menos um
nó, plante em terra adubada para ter uma nova planta.
Corte
pedaços do caule, com 20-30 cm e coloque para enraizar em solo fértil
ou até mesmo em um recipiente com água, em local com bastante luz solar
indireta, até que apareçam brotos e raízes.
Se
optar por enraizar o corte na água, troque a água a cada dois dias para
evitar estagnação. Quando as raízes tiverem cerca de 2,5 cm de
comprimento, já pode transplantar para o solo.
No verão, o corte deve criar raízes imediatamente. No inverno, quando a planta está semi-inativa, pode demorar um pouco.
No corte do caule restante surgirão novas rebentos.
Dica
– marcar o sentido de crescimento do caule antes de cortar, pois
precisam ficar “viradas para cima” na direção em que estavam crescendo
quando foi feito o corte da planta-mãe.
Já
poucos são os que entram em museus, teatros ou livrarias.
Não conseguem
competir com o cinema, a Netflix e os festivais de música. O Mundo do
Livro é um desses locais ignorados, apesar de ser lá que se pode
conhecer um “resistente”.
O dono, João Rodrigues Pires, tem 100 anos e
continua a dirigir a sua própria livraria, o que lhe confere o palmarés
de livreiro mais antigo de Portugal.
O Mundo Do Livro já foi só do livro, mas atualmente é de muitas outras
coisas. Gravuras antigas, mapas, reproduções, molduras, pinturas e
postais preenchem este ex-líbris lisboeta, onde o que se mantém imutável
é o fundador: há quase 80 anos que João Pires passa os seus dias à
frente desta loja que já viu Lisboa mudar e que recentemente conseguiu
duas distinções: A sua livraria foi considerada “Loja com História” e
foi condecorado pelo Presidente da República, com o grau de Comendador
da Ordem do Mérito.
Porque as noticias não escolhem hora e o seu tempo é precioso.Com 100 anos recentemente celebrados, o Sr. Pires continua a ir e vir
todos os dias de táxi até à sua loja no centro da capital, onde sobe e
desce pelos três andares do edifício pombalino sem quase se notar o peso
da idade. É natural de Santo Amaro de Oeiras, viveu 10 anos da sua
infância em Cacheu, na Guiné, mas passou toda a vida no Chiado, primeiro
em várias livrarias reconhecidas, como a Bertrand e a Sá da Costa, e
depois assentando arraiais por conta própria. A livraria O Mundo do
Livro abriu portas em 1941, na Rua Nova da Trindade, no vão de escadas
do edifício onde ainda hoje se encontra a Academia dos Amadores de
Música, e em 1946 mudou-se para a morada que mantém, no Largo da
Trindade. Começou aos vinte e poucos anos com 200 livros e 300 escudos,
num Chiado intelectual, onde circulavam clientes com poder de compra num
mundo pré-Internet. Hoje passam-se dias sem que venda um único livro -
as gravuras chegaram para apoiar o negócio em declínio dos livros
antigos -, mas o Sr. Pires diz estar orgulhoso: “Fiz coisas que nenhum
livreiro fez, edições de livros e cerca de 400 gravuras que nunca tinham sido reproduzidas.” O bibliófilo está sempre pronto a ajudar a encontrar um livro ou uma
gravura e também a trocar dois dedos de conversa e partilhar uma ou
outra história. Naturalmente, ao longo da vida que passou à frente da
livraria que fundou após a Guerra Civil de Espanha, os episódios
caricatos foram-se acumulando. Desde um interrogatório na Polícia
Judiciária - ainda no tempo de Salazar - que durou 12 horas, até às
amizades com Aquilino Ribeiro e a família Almeida Garrett, contamos aqui
algumas das memórias que preenchem a vida do alfarrabista mais antigo
de Portugal.
A
turma do Sr. Pires (o primeiro a contar da esquerda) quando regressou a
Portugal da Guiné, onde nunca teve educação formal. A escola ficava na
Calçada de Santana e a sua professora era açoreana (a segunda a contar
da esquerda na fila da frente) - "Lá não consegui fazer nem a
instrução primária, porque se havia escolas não havia professores e se
haviam professores não havia escola.”créditos: Paulo Rascão | MadreMedia
Cartão de identidade de João Rodrigues Pires emitido pela Academia Portuguesa de Ex-Libris.créditos: Paulo Rascão | MadreMediaA entrada
Quando se entra
n’O Mundo Do Livro podemos sentir alguma confusão - apesar do nome da
loja, esta é maioritariamente ocupada por gravuras.
As pistas que
justificam o nome surgem depois da impressão inicial: no piso térreo, a
vitrina da caixa registadora guarda relíquias dedicadas ao dono da loja,
a montra exterior dá destaque rotativo a obras literárias raras e no
canto esquerdo deste piso há um pequeno mostruário quase em jeito de
museu, expondo as edições fac-similadas de obras raras como “As Sátiras”
de Sá Miranda ou a primeira edição das “Comédias Portuguesas” de Simão
Machado que o livreiro produziu.
A escritora Carolina Michaelis de
Vasconcelos considerava que “As Sátiras” estavam perdidas, lembra o
alfarrabista. “Um dia, um exemplar entra-me aqui pela porta a dentro”.
Na altura não conhecia a obra, mas seguiu o instinto e comprou-a por
quinze contos.
A jogada de sorte acabou por compensar pois o livreiro
veio a ganhar muito mais, produzindo cerca de 400 exemplares desta obra
considerada desaparecida. “Depois ofereci cinquenta ao Instituto Alto da
Cultura para distribuir pelas bibliotecas do país.” Quanto ao livro do
poeta Simão Machado, o único exemplar conhecido estava na Biblioteca do
Vaticano, até aparecer um segundo n’O Mundo do Livro.
O Sr. Pires estava
a fazer uma edição
para um professor francês, com base no exemplar do Vaticano que estava
em muito mau estado, quando um livreiro inglês seu conhecido, durante
uma passagem por Lisboa, lhe mencionou que teria um volume em Oxford.
Regressou a Inglaterra e, volvidos dois dias, telefona a João Pires com
boas notícias: era precisamente o exemplar que queriam e estava em
melhores condições do que o do Vaticano.
“Eu nunca encontrei referência a
este livro!”, lembra o livreiro, que na altura pediu então para lhe ser
enviada a peça, sem perguntar pelo preço: “Chega cá o livro e são 70
contos… Agora a quem é que vou vender isto?”, lembra o Sr. Pires. Em
conversa com um colega de profissão, relata o acontecido e qual o seu
plano: “Veja lá, comprei isto em Inglaterra por 70 contos e já tinha
feito a edição. Vou vender à Biblioteca Nacional por 90 contos.” Antes
disso, decidiu sondar o colega: “‘Queres-mo comprar? Poupas-me o
trabalho de lá ir...’ Vendi-lhe a ele por 90 contos e ele foi lá
vendê-lo por 150”, conta.
Na tacanha entrada d’O Mundo do Livro, para além
das gravuras e das acarinhadas edições que o alfarrabista reproduziu, os
olhos do cliente acabado de entrar inevitavelmente poisam em dois
diplomas pendurados na parede, reconhecimentos que celebram uma vida
preenchida.
Um diploma relativamente recente confere ao Mundo Do Livro o
“Prémio Europa de la empresa ejemplar”. Acima deste, a moldura mais
chamativa protege um diploma outorgado pela Presidência da República
italiana. Assinado pelo presidente Giuseppe Saragat, em 1965, confere a
João Rodrigues Pires o Grau de Cavaleiro da Ordem de Mérito.
Tamanha
condecoração deveu-se a um evento único em Portugal, uma celebração dos
700 anos do nascimento do escritor italiano Dante Alighieri organizado
pelo nosso livreiro. “Quando foi o centenário de Dante disse para o Pina
Martins, que era professor da faculdade, ‘e se nós fizermos aqui uma
comemoração do centenário de Dante?’”.
Continua João Pires: “Convidámos
professores e uma quantidade de gente, enchi aqui a casa e fizemos essa
comemoração. Fiz uma edição do Dante, com introdução de Pina Martins e
até foi ele próprio que arranjou o original, que é raríssimo.”
Diploma da Presidência da República italiana que confere o título de “Cavalieri” a João Pires.créditos: Paulo Rascão | MadreMediaA edição d’O Mundo do Livro comemorativa do centenário de Dante.créditos: Paulo Rascão | MadreMedia
Desde que João Pires iniciou o seu negócio por conta
própria, no pequeno vão-de-escada na Rua Nova da Trindade, que a loja
se chama O Mundo do Livro, mas nem sempre o exterior da livraria
correspondeu à sua alma, tal como observou em tempos um cliente assíduo
da família Almeida Garrett, José Maria de Almeida Garrett: “Eu não o
conhecia. Sabia apenas que era comprador de livros e comecei-lhe a
mandar os catálogos”, explica o livreiro. “Um dia aparece-me lá um
velhote com um cão com pêlo de arame a dizer, 'esta está boa, aqui num
buraco o mundo do livro’”, ao que o Sr. Pires riposta, "mas diga-me com
quem tenho o prazer de estar a falar”. “Está a falar com o seu amigo e
cliente José Maria de Almeida Garrett!”, veio de volta a resposta.
O andar do meio
Se
hoje João Rodrigues Pires é oficialmente o mais antigo livreiro de
Portugal, em 1951 era o mais novo, ou pelo menos assim o apelidava o
amigo e escritor Aquilino Ribeiro. . Conheceram-se em Santo Amaro de
Oeiras, onde o autor vivia com a primeira mulher, alemã, e o filho
Aníbal, que mais tarde se tornou juiz e foi um dos amigos de infância do
Sr. Pires (“jogávamos ao berlinde os dois”), conta-nos este enquanto
sobe as escadas da sua livraria.
Pertencem a este autor duas das maiores preciosidades d’O Mundo do
Livro e as histórias que o incluem são contadas por João Pires com
carinho: “O Aquilino era um amigo, era um amigo…”, suspira enquanto
folheia o manuscrito inédito do livro infantil “O livro do menino Deus”
rescrito propositadamente para a livraria em 1956, para uma nova edição
do conto chamado “Sonho de Uma Noite de Natal” e que conta com mais
páginas e algumas emendas. Lê-se na carta que acompanha o livro
rabiscado: “Meu caro Pires, aí lhe remeto o conto refundido e ampliado.
Agora só desejo que faça uma plaqueta bonita como fez para o Gil e para o
Garrett, mas leia primeiro. PS: Desculpe ter-lhe inutilizado o livro
‘Menino de Deus’, no entanto aí lho mando vandalizado.”
Uns anos antes, em 1951, foi o
amigo Aquilino Ribeiro quem escreveu o prefácio do primeiro Catálogo de
Livros Selecionados do ainda jovem Mundo do Livro, essencial numa altura
em que não existia Internet para difundir a oferta das livrarias: “João
Pires, porventura o livreiro antiquário mais novo de Portugal e por
certo dos mais audazes e entendidos, apresenta à venda um
escrínio precioso de bons autores, célebres autores, em edições raras,
edições de tiragem limitada, nos melhores papéis, Watman, Japão, linho
da Abelheira, exemplares únicos por vezes, encadernados sumptuosa e
principescamente. ” O autor continua: “Debrucem-se um momento,
folheando-o, para o catálogo que ora lhes oferece ‘O Mundo do Livro’,
tão discreto como arrojado nas suas empresas de antiquária”. E, depois
de elogiar o trabalho de encadernação do livreiro (“magnificamente
encadernadas e o seu estado é impecável.
Nem um traço, a menor nódoa, a
pinta duma mosca.”), enumera a variedade de autores em oferta na
livraria, como Carolina Michaelis de Vasconcelos, Garrett, Camões,
Teófilo Braga, Beckford ou Bradford. Quase em jeito de presságio,
Aquilino Ribeiro termina da seguinte forma: “Nada mais que do ementário
desta admirável coleção se pode inferir com segurança que o livro é
artigo de primeiro interesse, que o livro corre pelas estradas
mesteirais do mundo em maior quantidade do que nunca e com acentuada
procura.
Se houvesse crise neste ramo de atividade, é porque tinha
batido uma hora sombria para a civilização.” E foi precisamente a este
declínio que João Pires assistiu.
“Tenho saudades desses tempos…. As
pessoas já não compram, o cérebro deixa de funcionar. Já fecharam pelo
menos vinte e tal livrarias em Lisboa e as tipografias também têm
fechado; a Cromotipo, que trabalhava para mim, por falta de trabalho
também fechou há dois anos.
” Das janelas do segundo andar veem-se
turistas a tirar fotografias à baixa lisboeta e a passearem-se com sacos
de compras, mas poucos são os que entram nesta livraria que já faz
parte da história da capital.
A primeira edição do Catálogo de Livros Seleccionados dO Mundo do Livro.créditos: Paulo Rascão | MadreMedia
O prefácio de Aquilino Ribeiro na primeira edição do Catálogo de Livros Seleccionados dO Mundo do Livro, impresso em 1951.créditos: Paulo Rascão | MadreMedia
O último andar
As histórias contadas pelo Sr. Pires vão-se acumulando pelos andares da
sua loja, mas é quando se chega ao terceiro piso que o mundo do livro
realmente se revela. Ao cimo das escadas os nossos olhos inevitavelmente
recaem sobre o enorme mural pintado por António Domingues em 1962. O
Sr. Pires lembra que a maquete inicial da obra não tinha livros
retratados - foram posteriormente acrescentados para evitar que a PIDE
censurasse a pintura e ilustram o poema de Castro Alves: “Oh! Bendito o
que semeia/ Livros... livros à mão cheia…/ E manda o povo pensar!/ O
livro cahindo n’alma/ É germen - que faz a palma. /É chuva - que faz o mar.”
Este terceiro andar iluminado pelo sol lisboeta tem uma aparelhagem
sempre sintonizada numa das estações de rádio da moda. Hip-hop americano
ou funk brasileiro ecoam numa divisão forrada a gravuras e livros de
outro século, um século em que a música que passava na rádio era
certamente outra, e é neste piso solarengo doutro tempo que João Pires
tem também a sua coleção privada, onde se pode ler num autocolante
colado nas estantes cheias de memórias, “not for sale” [não está para
venda]. Dossiers repletos de recortes de jornais de época dão conta de
vendas avultadas de livros raros, várias fotografias ilustram quase 80
anos de profissão e correspondência com grandes livreiros e comerciantes
relatam a pujança de que outrora os alfarrabistas usufruíam. H. P.
Kraus, que o Sr. Pires descreve como “um dos maiores livreiros de Nova
Iorque”, despede-se numa carta de 1952 de maneira pouco modesta (“The
name of my firm is so well known that I do not think it is necessary to
give you references”, isto é, “O nome da minha empresa é tão conhecido
que penso não ser necessário apresentar-lhe referências”), mas não sem
antes elogiar O Mundo do Livro: “I would like to congratulate you at
this occasion on your large catalogue. It is the first nice catalogue I
have received from Portugal, and I do hope, we can establish agreeable
business relations.” [“Gostaria de o felicitar pelo seu vasto catálogo. É
o primeiro bom catálogo que recebi de Portugal e espero que consigamos
estabelecer agradáveis relações de negócios.”]
O cantinho das recordações no terceiro piso d’O Mundo do Livro, que ainda hoje assim se mantém.créditos: Paulo Rascão | MadreMedia
As histórias do livreiro
situam-se quase todas no século passado, durante o tempo áureo do livro,
quando figuras influentes da cultura portuguesa se passeavam pela baixa
lisboeta: “Aqueles clientes fantásticos que havia, os Almeida Garretts,
os Condes da Trindade, isso já não há. Eu mandava catálogos para todo o
mundo e vinham professores de todo o mundo”. No Chiado de antigamente
“havia poetas que andavam a passear, artistas de teatro, na Bertrand
reunia-se muita gente, na Sá da Costa a mesma coisa e aqui também.” As
tertúlias e os encontros de professores eram ocorrências regulares e o
Sr. Pires lembra-se de um episódio em particular: “Uns professores
estrangeiros estavam aqui e às sete horas vinha eu dizer
que a porta estava fechada e que tínhamos de ir embora, mas a conversa
era tão interessante que eu acabei também por entrar. Depois dessa
conversa toda olhei para o relógio. ‘Epá, uma hora da noite? Tenho o
relógio avariado’. Eles foram ver e era uma hora da noite, nem jantámos
nem nada. Pus tudo na rua!”
Os clientes desse tempo eram figuras como Charles Boxer, historiador e
professor inglês conhecido pelos seus estudos da história colonial e
marítima portuguesa ("O professor Boxer saía do avião e vinha para aqui. Começava ali e tuca, tuca, tuca. Quando via um livro, metia em cima da
mesa e depois dizia, ‘Ó Pires, manda uma lista para o King’s College
para eles comprarem isto’”, lembra o livreiro); o Comandante Ernesto
Vilhena, da Companhia de Diamantes de Angola (“O Comandante Vilhena era o
meu melhor cliente. Vinha aqui todos os sábados, sentava-se e dormia
ali uma soneca depois do almoço. Depois quando acordava dizia, "o que é
que há aí para mim?”); e outros tantos, muitos deles anónimos para João
Pires, mas que vinham de propósito à sua “casa” em busca do bom gosto do
proprietário. “Um dia aparece aqui um inglês já velhote, um panamá na
cabeça, umas alpercatas de corda e a camisa passajada - usavam-se uns
colarinhos de plástico que às vezes rompiam as camisas”, começa assim
mais uma deliciosa história do livreiro. O estrangeiro vinha à procura
de iluminuras; sentou-se e foi escolhendo o que queria das pilhas de
sugestões apresentadas pelo Sr. Pires. “Ele põe de parte e põe de parte e
compra-me aquilo tudo, 900 e tal contos.” Em espanhol, o cliente
pergunta se poderia passar um cheque sob a Suíça e se depois a compra
pode ser entregue no Hotel Estoril Sol. “Eu pus-me assim a pensar: ‘Se o
homem manda receber primeiro o cheque e depois manda entregar, é porque
o cheque tem cobertura’”, explica o Sr. Pires. “Eu volto para dentro e
digo, ‘o senhor comprou, pagou, agora pode levar’”. O inglês responde,
surpreendido, que o livreiro não o conhecia, ao que este riposta: “Pois
é, mas é um cliente, comprou, pagou, leve.” O Sr. Pires tanto insistiu
que o cliente lá levou os seus livros. Compra finalizada, interação
terminada, João Pires corre até ao banco para verificar se o cheque
tinha efetivamente cobertura. “Epá, vendeste a livraria toda?”,
questionou na altura o administrador do banco. “Olha, podes vender
Lisboa inteira, porque é um
dos homens mais ricos de Inglaterra, John Galvin”, veio mais tarde a
explicação. O inglês tornou-se então num cliente querido da casa e
“depois ofereceu-me vários livros”, relata João Pires. “Era editor,
tinha uma companhia de navios, companhia de aviação, tinha tipografias,
tinha sei lá o quê - era considerado o homem mais rico de Inglaterra e
parecia um pedinte!”
Dedicatória
do Comandante Ernesto de Vilhena, da Companhia de Diamantes de Angola,
um dos melhores clientes do livreiro: “a João Pires, pelo esforço
desenvolvido por dignificar a livraria portuguesa.”créditos: Paulo Rascão | MadreMedia
Dedicatória de John Galvin em 1966.créditos: Paulo Rascão | MadreMedia
Uma das histórias mais caricatas
da longa vida do Sr. Pires, também ela retratada no cantinho das
memórias preservadas em micas, acaba com um interrogatório na PJ, ainda
antes do 25 de Abril, graças a um livro vendido por 400 contos a uma
senhora que forneceu uma morada falsa. Tratava-se do "Tratado de
Confissom”, o primeiro livro impresso em Portugal, encontrado em Chaves e
datado de 1489.
Falamos do mais antigo incunábulo português. “Fui eu que o vendi ao
banqueiro Miguel Quina”, conta, divertido, João Pires. “Um livro
impresso em Chaves onde nunca se sonhou que houvesse uma tipografia!” Os
incunábulos, obras impressas até ao ano de 1500, eram apenas alguns dos
livros raros que passavam pelas mãos do Sr. Pires e que os clientes da
altura queriam e podiam comprar. O banqueiro Miguel Quina, administrador
do Banco Borges & Irmão, comprou o “Tratado” por 400 contos, mas,
com receio da imagem que tal transação avultada pudesse transmitir,
pediu sigilo: “Ó Pires, eu não quero que se saiba que dei 400 contos por
um livro. Eu mando cá alguém buscar o livro".
No dia da transação apareceu uma empregada do Banco Borges & Irmão,
que “agarrou em 400 notas de contos e levou o livro”. João Pires
passou-lhe um recibo, com o nome e morada que ela lhe facultou. “Resultado: apareceram algumas notícias nos jornais e às duas por três
vem cá o diretor da Biblioteca Nacional, o Estevens, mais a Carlota, a
bibliotecária”, conta o Sr. Pires. “Queriam ver um livro que eu tinha
comprado, um incunábulo.” A resposta da parte do livreiro não se fez
demorar: “Eu fui apenas intermediário. A senhora viu as coisas nos
jornais, telefonou-me, veio cá, comprou, pagou e foi embora.” João Pires
deu-lhes o nome da senhora, eles foram lá e, como vieram a descobrir, “nem a senhora nem a morada existiam.”
Mais tarde nesse dia, quando o alfarrabista chegou a casa, tinha um
carro da Polícia Judiciária à porta. “Disseram-me que a senhora não
existia e eu respondi que não acreditava em almas do outro mundo”.
Estava iniciada a investigação - “Fui para a Polícia Judiciária no carro
deles, fui entrevistado por uma quantidade de coisas e depois
mandaram-me embora .” Dois dias depois, o cenário repetiu-se: “Eu fui
interrogado nessa altura por todas as brigadas, uns simpáticos, outros
muito malcriados, e eu era sempre o mesmo discurso”, conta o Sr. Pires.
“Esteve lá o diretor da Judiciária, que quando me interrogou abanou-me e
eu disse-lhe 'não me abane assim, porque quem compra um livro por 400
contos é capaz de o demitir a si e a mim meter-me na cadeia…veja lá o
que você faz'”.
João
Pires lembra-se que começou a ser interrogado às 3 da tarde e apenas foi
libertado às 3 da madrugada, “sem jantar nem nada”. Enquanto isto, uma
irmã do livreiro foi a casa do Miguel Quina e disse para este ir à
Polícia Judiciária. O banqueiro levantou-se às 3 da manhã e lá foi
explicar que tinha sido ele a comprar o livro, através de uma das suas
empregadas. “Depois já me tratavam por Vossa Excelência na PJ… então há
bocado eu era inimigo público número 1 e agora já sou excelência?”,
remata João Pires. "Aquilo foi um caso sério. Os jornais diziam:
‘senhora misteriosa adquiriu por 400 contos o primeiro livro impresso em
Portugal. A compradora nem regateou e deu nome e morada falsa’”. E
depois de tanta comoção, onde foi então parar o mais antigo livro
impresso em Portugal? “Uns anos mais tarde o Miguel Quina parece que o
vendeu à Biblioteca Nacional.”
créditos: Paulo Rascão | MadreMedia
O futuro d’O Mundo do Livro
Livreiro
que anda atrás de tantos livros acaba por acumular histórias, fruto de
uma vida passada numa loja de portas abertas para o mundo. Alia-se a
isto uma curiosidade inata e um “faro” adquirido pela experiência e o
resultado são bons negócios e clientes fiéis. “Um dia entra-me aqui uma
senhora, ainda lá no vão de escada, para me vender um livro”, começa por
relembrar João Pires. “Era uma coisa enorme, eu abro aquilo e até tinha
uma fechadura; eu nunca tinha visto tal coisa numa encadernação.” Tratava-se de uma reprodução da Magna Carta toda feita à mão
em iluminura, “a lei que rege ainda hoje os ingleses”. O Sr. Pires fez
alguma pesquisa sobre aquele achado e descobriu que um artista havia
feito 4 exemplares: "um que está no Louvre, outro que está no Hermitage
na Rússia, outro está no British Museum e aquele era o mais bonito de
todos.”
Com uma
relíquia daquelas a entrar-lhe na loja, faltava agora encontrar um
cliente disposto a pagar os 70 contos que a senhora pedia e cuja quantia
o nosso livreiro não tinha. Mas João Pires sabia perfeitamente a quem
ligar e a chamada para Castelo Branco não se fez esperar. Do outro lado
da linha, o cliente habitual José Maria de Almeida Garrett respondeu: "Ó
Pires, mas eu vou agora para a Granja passar uns dias para o Norte.”
João Rodrigues Pires ofereceu-se para lá ir ter e no dia seguinte estava
a mostrar o achado ao potencial comprador. Muito prontamente, José
Maria de Almeida Garrett conclui o negócio - passou um cheque de 100
contos ao alfarrabista e disse: “Ó Pires, 30 contos é para o comboio”.
Eram, como diz o Sr. Pires, outros tempos: “Eram clientes assim, já não
há disso, acabou.”
Escassos
são os clientes de antigamente, mas também são cada vez mais raros
livreiros como o Sr. Pires. Não se sabe o que poderá acontecer ao Mundo
do Livro, porque embora haja pessoas imortais, o Sr. Pires, não será
eterno. Por enquanto, continua à frente da livraria que fundou, sempre
de portas abertas para todos aqueles que queiram seguir a sua
curiosidade.