Lord Byron descreveu-a assim na " Peregrinação de Childe Harold ".
" Mosteiros suspensos de horridos penedos;
sobros seculares em volta de precipícios vestidos de musgo, que o ardor do sol crestou;
arbustos gotejando à sombra no vale profundo;
o azul suave de um mar tranquilo; aureos pomos em viridentes ramos, torrentes que se despenham das cristas da serra, no alto as vinhas, cá em baixo as ramas dos salgueiros... Forma tudo um quadro maravilhoso de variada beleza ! "
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SERRA DE SINTRA ( No alto o Palácio da Pena " ( Foto de J.P.L. Janeiro de 2018 ) |
George Gordon Byron, 6º Barão Byron FRS (
Londres,
22 de janeiro de
1788 —
Missolonghi,
19 de abril de
1824), conhecido como
Lord Byron, foi um
poeta britânico e uma das figuras mais influentes do
romantismo.
Entre os seus trabalhos mais conhecidos estão os extensos poemas narrativos
Don Juan,
A Peregrinação de Childe Harold e o curto poema lírico
She Walks in Beauty.
Byron é considerado um dos maiores poetas britânicos,
[1]
e permanece vastamente lido e influente. Ele percorreu toda a Europa,
especialmente Itália, onde viveu durante sete anos.
No fim da vida,
Byron juntou-se à
Guerra de independência da Grécia contra o
Império Otomano, motivo pelo qual muitos
gregos reverenciam-no como um herói nacional.
[2] Morreu aos trinta e seis anos de idade de uma febre contraída em
Missolonghi.
Muitas vezes descrito como o mais extravagante e notório dos maiores
poetas românticos, Byron foi tanto festejado quanto criticado em sua
vida pelos excessos aristocráticos, incluindo altas dívidas, numerosos
casos amorosos com homens e mulheres (como, por exemplo, com a meia-irmã
da escritora
Mary Shelley, Claire Clairmont), além de boatos de uma relação escandalosa com sua meia-irmã, auto-exílio
[3] e
bissexualidade[4] sendo também um dos primeiros escritores a descrever os efeitos da
maconha.
[carece de fontes]
Segundo consta, a causa da morte parece ter sido
uremia, complicada por febre reumática
[carece de fontes].
Sua filha,
Ada Lovelace, colaborou com
Charles Babbage para o
engenho analítico, sendo considerada assim a mãe da
ciência da computação.
Primeiros anos
Mayne afirma que George Gordon Byron nasceu em 22 de janeiro de 1788 em
Londres[5] e outra fonte afirma ter sido em Dover.
[6] Era filho do capitão
John "Mad Jack" Byron e sua segunda esposa, Catherine Gordon.
Conta-se que John Byron era um soldado violento e que acumulava
monstruosas dívidas, fato que, dentre outros, rendeu-lhe o apelidou de
“Jack Louco”.
O pai de Byron seduzira anteriormente a Marquesa de
Carmarthen com quem se casou depois que esta se divorciou de seu marido.
O tratamento que ele lhe conferia foi considerado "brutal e vicioso" e
ela morreu após o nascimento de duas filhas, das quais apenas a primeira
sobreviveu: a meia-irmã de Byron, Augusta.
[7]
Logo depois da morte de lady Conyers, John Byron foi “afogar suas mágoas” em
Bath,
um balneário em moda na época.
Lá conheceu Catherine de Gight, uma órfã
e herdeira escocesa.
. Catherine era feia: pequena, gorda, com pele
corada demais e nariz comprido.
Porém, possuía algo em que John Byron se
interessava: era herdeira de 23 mil libras, destas, três mil liquidas e
o resto representado pela propriedade de Gight, direitos de pescas de
salmão e ações de um banco em Aberdeen.
A família Byron
Ethel Colburn Mayne afirma que George Gordon Byron nasceu em 22 de janeiro de 1788, em uma casa na rua 24 Holles, em Londres.
[5]
Seu local de nascimento agora está ocupado por uma filial de departamentos John Lewis.
[8]
No entanto, Robert Charles Dallas em suas Recollections afirma que Byron nasceu na rua Dover.
[9]
Filho do capitão John "Mad Jack" Byron com sua segunda esposa, a antiga
Catherine Gordon (1811), descende do cardeal Beaton e é herdeira da
propriedade Gight em Aberdeenshire, na Escócia.
[10]
O pai de Byron já havia seduzido a marquesa de Carmarthen que, após se
divorciar do marido, casou se com o capitão.
Seu tratamento foi descrito
como "brutal e vicioso", e ela morreu depois de ter dado à luz a duas
filhas, sobrevivendo apenas uma, a meia-irmã de Byron, Augusta.
[7]
Para reivindicar a propriedade de sua segunda esposa na Escócia, o pai
de Byron adicionou "Gordon" a seu nome, tornando-se "John Byron Gordon"
que, ocasionalmente foi chamado "John Byron Gordon de Gight".
O próprio
Byron usou esse sobrenome por um tempo e foi registrado na escola em
Aberdeen como "George Byron Gordon".
Com a idade de 10 anos, ele herdou a
Baronha inglesa de Byron de Rochdale, tornando-se "Lord Byron" e,
eventualmente, desprendeu se do sobrenome duplo.
Os avós paternos de Byron foram o vice-almirante Hon. John "Foulweather Jack" Byron e Sophia Trevanion
[11].
John Byron tinha circunavegado o globo e era o irmão mais novo do 5º Barão Byron, conhecido como "o Senhor malvado".
Ele foi batizado na paróquia de Santa Marylebone como "George
Gordon Byron", depois de seu avô materno George Gordon de Gight, um
descendente de Jaime I da Escócia, que se suicidou
[12] em 1779.
Capitão "Mad Jack" Byron casou-se com sua segunda esposa pelo mesmo motivo que ele se casou com a primeira: a fortuna dela.
[13]
A mãe de Byron teve que vender sua terra e o seu título para pagar as
dívidas de seu novo marido e, no espaço de dois anos, a grande
propriedade, que valia cerca de 23.500 libras esterlinas, havia sido
desperdiçada, deixando a ex-herdeira com uma renda anual em confiança de
apenas 150 libras.
[14]
Em uma mudança para evitar seus credores, Catherine acompanhou seu
marido devasso à França em 1786, mas voltou à Inglaterra no final de
1787 para dar à luz em solo inglês. Ele nasceu em 22 de janeiro no
alojamento em Holles Street, em Londres.
Catherine voltou à Aberdeenshire em 1790, onde Byron passou sua infância.
[12]
Seu pai logo se junta a eles ao alojamento na rua Queens, mas o casal
logo se separara. Catherine regularmente tinha mudanças de humor e
crises melancólicas,
[12]
que poderiam explicar a razão de seu marido continuar pegando dinheiro
emprestado. Como resultado, as dividas ainda pioraram por causa dele.
Foi um desses empréstimos importunos que lhe permitiram viajar para
Valenciennes, na França, onde morreu em 1791.
[15]
Quando o tio avô de Byron, o "perverso" Lord Byron, morreu em 21
de maio de 1798, o menino de 10 anos tornou-se o 6º Baron Byron de
Rochdale e herdou a casa ancestral, Newstead Abbey, em Nottinghamshire.
Sua mãe o levou orgulhosamente para a Inglaterra, porém a Abadia estava
em um estado embaraçoso e, ao invés de morar lá, decidiu mudá-lo a Lord
Gray de Ruthyn, entre outros, durante a adolescência de Byron.
Descrita como "uma mulher sem julgamento e auto comando",
Catherine mimou e entregou seu filho ou o irritou com sua ternura
caprichosa. Seu hábito de beber o enojava, e ele por vezes zombava dela,
chamando-a de baixinha e gordinha, e, deste modo, tornou difícil sua
educação. Ela uma vez o retaliou em um ataque de nervos e referiu-se a
ele como "um pirralho coxo".
[7]
No entanto, o biógrafo de Byron Doris Langley Moore em seu livro
publicado em 1974 (Contas Prestadas), descreve uma visão mais simpática
da Sra Byron, mostrando como ela era uma apoiante firme de seu filho, ao
ponto de sacrificar suas já escassas economias para mantê-lo em Harrow e
Cambridge.
Langley Moore questiona John Galt alegando que ela entregou-se ao álcool.
Após a morte de Judith Noel, sogra de Byron, a secretária
honorária Milbanke, em 1822, exigiu que ele mudasse seu sobrenome para
"Noel" para herdar metade de sua propriedade. Assim, obteve uma
autorização real que lhe permitiu usar apenas o sobrenome de Noel.
Essa
autorização também permitiu escrever o sobrenome de Noel antes de todos
os títulos de honra, e, a partir desse momento, começou a assinar como
"Noel Byron" (assinatura usual de um nobre, sendo apenas a nobreza, ou
seja, simplesmente como "Byron").
Suas iniciais seriam lidas então como
"N.B.", imitando as de seu herói, Napoleão Bonaparte. Após isso, Lady
Byron conseguiu se tornar baronesa de Wentworth, tornando-se "Lady
Wentworth".
A influência dos monges
O
quarto lorde Byron, que viveu no século XVII, teve dois filhos que
iriam marcar pela eternidade as influências negativas dos monges sobre a
família:
O mais velho, quinto lorde Byron, teve seu destino marcado pelo
assassinato que cometeu.
Ele estava em uma taverna, conversando sobre
caça, quando iniciou uma ignóbil discussão com Chaworth, que havia
debochado do quinto lorde por suas desvantagens de caça.
Ambos enfrentaram-se, e Chaworth foi rasgado pela espada de
Byron.
O quinto e desgraçado lorde Byron foi julgado e absolvido.
Porém
carregou consigo o eterno peso de ser encarado como um assassino.
Talvez, por isso, tenha desenvolvido um comportamento estranho durante
sua vida, o mesmo comportamento que o qualificou com o apelido de “lorde
mau”.
Durante a noite, ele abria as represas dos rios para destruir as
usinas de fiação; esvaziava os lagos dos vizinhos; mandou construir na
margem de seu lago dois pequenos fortes de pedra, e mantinha uma frota
de barcos de brinquedo, os quais fazia flutuar no lago;
organizava sobre
seu próprio corpo corridas de grilos que, segundo seus criados,
obedeciam-no.
Já seu irmão (avô do Byron poeta) não conseguia fugir da
semelhante sina. “Jack Mau-Tempo”, como era chamado, era um azarado
almirante, que morreu como vice-almirante em
1786.
Seu apelido não era ocasional.
Diziam que toda vez que Byron preparava o
barco e posicionava-se sobre ele, uma forte tempestade armava-se. “Jack
Mau-Tempo” teve dois filhos: o mais velho, John, pai do Byron poeta,
era soldado. O segundo, Georges Anson, marinheiro.
O nascimento e casamento com Catherine de Gight
Apesar
de bem nascida, Catherine era herdeira de uma família que carregava em
sua história trágicos acontecimentos.
Os Gordon, representados pelo
primeiro senhor de Gight, sir William Gordon, eram realmente marcados
por sinas: William Gordon morreu afogado, Alexandre Gordon assassinado,
John Gordon enforcado, e por aí segue.
Os membros da família possuíam um
temperamento semelhante aos bárbaros. Bastava alguém se intrometer em
seus caminhos, que de imediato eram atacados e mortos pelos mesmos.
A ira dos Gordon não foi suficiente para impedir o casamento de
Catherine com John. Desse casamento, marcado pela desgraça, nasce George
Gordon Byron, o poeta que mudaria as vertentes dos movimentos
literários e submeteria fiéis seguidores às suas peripécias.
Não demorou muito para a rica Catherine, se submeter às perdas
irreparáveis possibilitadas pelo marido. John tratou de gastar não só a
fortuna liquida, como todos os bens de Catherine.
Como se não bastasse, o
mesmo tinha amantes por todos os cantos, maltratava Catherine, era
audacioso para conquista de suas vontades e viveu muito bem! Até morrer
às mínguas: John suicidou-se pela miséria que o mesmo construiu.
Tal
miséria não era apenas uma consequência subjetiva, ela se alastrou
também à vida de Catherine. Foi essa a herança deixada por John Byron,
até então.
George Gordon Byron: o poeta começa a descobrir o mundo
George Gordon Byron cresceu graças ao sacrifício custoso da sofrida
mãe.
Sozinha, Catherine se desdobrou para criar o pequeno Byron.
Procurou sempre as melhores referências para que Byron fosse alguém
melhor que seu pai.
Porém, não era apenas de virtudes que se esbaldava
Catherine: Constantemente, era abordada por um sentimento de ira e
infelicidade, os quais descontava em seu filho, batendo-lhe.
Além da
mãe, o pequeno Byron contava com a ira incógnita de sua governanta, cujo
nome era May Gray.
Sob o teto de uma criação instável, Byron ainda portava uma
pequena enfermidade que o marcaria com forte veemência: ele possuía um
defeito em uma das pernas, era coxo.
Tal defeito foi um obstáculo enorme
no desenvolvimento do garoto, que se sentia envergonhado perante os
outros. O tratamento, exaustivo, também o irritava muito.
Contudo, os anátemas destinados a esse Byron, não fariam tanto
efeito como pensado.
O garoto possuía características peculiares que o
destacavam.
Apaixonou-se por literatura ao primeiro contacto – ainda bem
novo – com a história de Caim e Abel contada por um professor de
História de sua escola.
Além de tudo, foi conquistando amigos no colégio
de maneira bastante surpreendente, cito:
Uma certa vez, um garoto –
primeiro amigo de Byron – apanhava de um tirano marmanjo.
Byron, com a
voz trémula e os olhos cheios de lágrimas, perguntou para o autor,
quantos socos pretendia dar em seu amigo.
Surpreendido, o garoto
perguntou o motivo dessa “estúpida” pergunta.
Byron, disse: “Se não se
importar, gostaria de receber a metade”.
Byron conquistou, também, o diretor de seu colégio, o doutor
Joseph Drury, que – de tanta afeição – ofereceu-se para ensinar latim e
grego a Byron.
O dr. Drury foi um grande condutor do menino Byron, porém
ganhou diversos momentos de enxaquecas pela ousadia disciplinar do
garoto.
Polémica
Byron havia se irritado com as audácias malignas da mãe. Com isso, resolveu deixar a cidade de Southwell e partiu para
Londres.
Lá, enquanto esperava alcançar a maioridade, Byron decidiu ser poeta,
embalado pelos literatos que, durante toda sua adolescência, leu.
Escreveu uma série de poemas e, apoiado por uma amiga de
Southwell
– cujo nome era Elizabeth – publicou o seu primeiro livro: Horas
Ociosas.
Byron havia dedicado grande parte de seu tempo para concretizar
o projeto. Deixou ao encargo de Elizabeth a organização e a impressão.
Os primeiros exemplares impressos foram distribuídos a amigos e
conhecidos.
Logo então, os consequentes exemplares foram entregues às
livrarias e propostos a consignação. Byron, ansioso, visitava o máximo
possível de livrarias para conferir a vendagem, que por sinal era boa.
Logo, começaram as críticas: as pessoas de Southwell não haviam
gostado do livro, faziam críticas frias ao trabalho de Byron e se
sentiam ofendidas com suas manifestações de ódio ao lugar (Southwell).
Já a crítica se ocupou da duplicidade de opinião de sempre: uns
elogiavam, outros arrasavam.
Byron recebia elogios de seus amigos e de familiares distantes.
Porém, um aviso sobre um artigo hostil e violento que seria publicado na
Revista de Edimburgo – principal órgão liberal escocês, lhe chegou aos
ouvidos.
. Ele esperava com grande ansiedade, mas não esperava tanto:
“A poesia desse jovem Lorde pertence àquela cuja existência nem Deus e nem os homens admitem. Para diminuir seu crime, o nobre autor apresenta sobretudo o argumento de sua menoridade.
Provavelmente pretende dizer: vejam como um menor pode escrever! Este
poema foi feito por um rapaz de 18 anos... e este por um de 16!...”,
e por aí prossegue, com um tom igualmente cruel. Byron ficou arrasado.
Pensou em replicar, mas decidiu calar-se – por enquanto.
Relevou o fato
de que todos os escritores passam por isso em suas respectivas carreiras
e prosseguiu com a mesma empolgação.
Lorde Byron decidiu partir para uma viagem incógnita, na qual ele
pretendia descobrir as belezas dos países vizinhos a Inglaterra.
Visitou vários países e admirou o seu gosto à beleza contrastante entre
as obras góticas e as produzidas pela guerra.
Byron achava lindas as
paisagens de uma cidade destruída. Obteve diversas experiências e voltou
renovado para Inglaterra.
Foi, então, convocada sua presença na Câmara
dos Lordes para tomar posse de seu cargo. Byron agiu completamente
contra as tradições que assolavam a Câmara: primeiro, foi acompanhado
apenas de um amigo, enquanto a presença da família nunca deixou de
existir como princípio aos lordes.
Depois, agiu como um indiferente ao
receber os cumprimentos do presidente da Câmara. Seu amigo espantou-se
ao presenciar tamanha arrogância:
Byron ofereceu ao “presidente” apenas
as pontas dos dedos como forma de, segundo ele, “não iludi-lo em relação
ao seu possível apoio, pois não o daria a ninguém deste lugar”.
O tempo se passou e o poeta resolveu lançar seu mais novo
trabalho: Childe Harold. O livro contava suas aventuras durante a viagem
pela Europa e foi concebido pela sociedade como um novo fenômeno
literário.
Byron, de início, não acreditava que seu livro fosse capaz de
causar tanto
frisson; contudo, foi o que aconteceu. A obra
explodiu como uma bomba prestes a iniciar novos tempos na vida de um
homem que, por sua vez, estava prestes a viver algo bem mais explosivo
que o sucesso: o incesto.
Nasce o
Don Juan e a eterna tormenta...
A nova vida se instalava com ares de idolatria.
Um rei suspenso
de seu posto por toda vida e que definitivamente tomava seu devido
lugar.
Byron era aclamado em todos os cantos da grande Inglaterra.
Intelectuais, políticos, artistas e – principalmente – mulheres,
proclamavam seu nome em todas as discussões imagináveis.
O pequeno jovem coxo, antes recusado por inúmeras garotas, era
então o ideal imaginário de nove entre dez mulheres inglesas.
Todas
fantasiavam suas feições, imaginavam seus dotes e deslumbravam-se aos
versos de uma literatura excêntrica e real.
Morte
Lorde Byron morreu enquanto lutava na
Guerra de independência da Grécia, em 1824, de febres contraídas no campo de batalha.
Encontra-se sepultado na
Igreja de Santa Maria Madalena,
Hucknall,
Nottinghamshire na
Inglaterra.
[16]
Exemplo de poema do autor
"Lines Inscribed Upon A Cup Formed From A Skull"
(Lord Byron)
Inglês
|
"Versos Inscritos numa Taça Feita de um Crânio"
(Tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos)
Português
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"Start not—nor deem my spirit fled:
In me behold the only skull
From which, unlike a living head,
Whatever flows is never dull.
I lived, I loved, I quaffed like thee;
I died: let earth my bones resign:
Fill up—thou canst not injure me;
The worm hath fouler lips than thine.
...
Where once my wit, perchance, hath shone,
In aid of others' let me shine;
And when, alas! our brains are gone,
What nobler substitute than wine?
Quaff while thou canst; another race,
When thou and thine like me are sped,
May rescue thee from earth's embrace,
And rhyme and revel with the dead.
Why not—since through life's little day
Our heads such sad effects produce?
Redeemed from worms and wasting clay,
This chance is theirs to be of use."
|
"Não, não te assustes: não fugiu o meu espírito
Vê em mim um crânio, o único que existe
Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva,
Tudo aquilo que flui jamais é triste.
Vivi, amei, bebi, tal como tu; morri;
Que renuncie a terra aos ossos meus
Enche! Não podes injuriar-me; tem o verme
Lábios mais repugnantes do que os olhos teus.
...
Onde outrora brilhou, talvez, minha razão,
Para ajudar os outros brilhe agora eu;
Substituto haverá mais nobre que o vinho
Se o nosso cérebro já se perdeu?
Bebe enquanto puderes; quando tu e os teus
Já tiverdes partido, uma outra gente
Possa te redimir da terra que abraçar-te,
E festeje com o morto e a própria rima tente.
E por que não? Se as frontes geram tal tristeza
Através da existência -curto dia-,
Redimidas dos vermes e da argila
Ao menos possam ter alguma serventia."
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