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26.9.22

Não tome banho durante uma trovoada. Eis porquê

 Trovoada (EPA)

 As árvores começam a balançar, o céu escurece e de repente ouve-se: o som distante de um trovão. Essa é a deixa para si de que o perigo potencial está a caminho. Na verdade, é provável que esteja a 16 quilómetros de si, de acordo com o Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos.

Não ignore esse som, porque quando há trovões há relâmpagos, e os relâmpagos podem matar ou mutilar de formas que não esperaria. Isso inclui quando estiver no duche, na banheira ou mesmo a lavar pratos.

Uma vez que os relâmpagos podem viajar através da canalização, “é melhor evitar toda a água durante uma trovoada. Não tome duche, não tome banho, não lave a louça, nem lave as mãos", avisam os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA.

“O risco de um raio viajar através da canalização pode ser menor com canos de plástico do que com canos de metal. No entanto, é melhor evitar qualquer contacto com canalizações e água corrente durante uma trovoada para reduzir o risco de ser atingido”, acrescentam os CDC.

Esse não é o único perigo quando se está dentro de casa. Fique longe de varandas e alpendres, não se aproxime de janelas e portas, e “NÃO se deite no chão de betão nem se encoste às paredes de betão”, diz a agência.

Além disso, "NÃO utilize nada ligado a uma tomada elétrica, como computadores ou outro equipamento eletrónico", diz o CDC. “Fique longe de telefones com fios. Os telemóveis e telefones sem fios são seguros .. se não estiverem ligados a uma tomada através de um carregador”.

Mais quente do que a superfície do sol

Uma trovoada acontece quando um relâmpago cai, aquecendo o ar à volta do raio até “50.000 graus Fahrenheit [27.760 graus Celsius], 5 vezes mais quente do que a superfície do sol", segundo o Serviço Meteorológico Nacional. “Imediatamente após o relâmpago, o ar arrefece e contrai-se rapidamente. Esta rápida expansão e contração (cria.) a onda sonora que ouvimos como um trovão".

Os relâmpagos podem matar de muitas maneiras. Um choque direto é na maioria das vezes fatal, diz o CDC, mas lesões tais como traumas contundentes, lesões cutâneas e queimaduras, bem como lesões cerebrais, musculares e oculares podem ocorrer por tocar num carro ou num objeto metálico atingido por um raio. A corrente pode também viajar através do solo, fazer ricochete numa pessoa ou num objeto, ou até mesmo correr por objetos próximos do solo.

Pode calcular a distância entre si e o raio, mas faça-o a partir de um local seguro, para que não seja atingido, aconselha o serviço meteorológico.

“Conte o número de segundos entre o relâmpago e o som do trovão, e depois divida por 5," com cinco segundos a equivaler a 1 milha, 15 segundos a equivaler 3 milhas, e zero segundos a muito perto, disse o serviço.

[Em Portugal, e usando o sistema métrico, o IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera explica: “a distância em metros ao local onde ocorreu a trovoada é obtida multiplicando 340 pelo intervalo de tempo, em segundos, entre o relâmpago e o trovão. Por exemplo: se o intervalo é de 10 segundos, a trovoada está a 3 400 m (3,4 km); se a trovoada estiver a 5 000 m (5 km), o intervalo de tempo é de 14,7 s.”]

A maioria dos mortos e feridos ocorre quando as pessoas estão no exterior, especialmente durante os meses de Verão à tarde e à noite, de acordo com o CDC. Cerca de 180 pessoas por ano são feridas por um raio nos EUA, e 10% das pessoas atingidas por um raio morrem todos os anos. Aqueles que trabalham no exterior, especialmente no Sudeste dos EUA, estão em maior risco. A Florida e o Texas têm o maior número de mortes relacionadas com relâmpagos, acrescenta o CDC.

Se for apanhado no exterior, "NÃO se deite no chão". Os raios provocam correntes elétricas ao longo da superfície do solo que podem ser mortíferas a mais de 100 pés [cerca de 30 metros] de distância. Entre num local seguro; nenhum lugar exterior é seguro", diz o CDC.

“Evite qualquer coisa que aumente o risco de ser atingido por um raio, como estar perto ou debaixo de árvores altas. Se não houver abrigos seguros à vista, agache-se numa posição de bola: junte os pés, agache-se, abaixe-se, baixe a cabeça e cubra as orelhas. Mas lembrem-se, este é um último recurso. Procurem primeiro um abrigo seguro".

 

Nota: este texto foi publicado originalmente na CNN, relevando dados norte-americanos. A CNN Portugal fez adaptações a Portugal, identificadas entre parêntesis retos.