Este blogue é pessoal e sem fins lucrativos. Se sentir que eu estou a infringir os seus direitos de autor(a) agradeço que me contacte de imediato para eu corrigir o referido conteúdo: / This blogue is a non-profit and personal website. If you feel that your copyright has been infringed, please contact me immediately: pintorlopes@gmail.com

27.3.14

MANUEL ANTÓNIO PINA


                                             Os homens temem as longas viagens,
                                             os ladrões de estrada, as hospedarias,
                                             e temem morrer em frios leitos
                                             e ter sepultura em terra estranha.


                                            Por isso os seus passos os levam
                                            de regresso a casa, às veredas da infância,
                                            ao velho portão em ruínas, à poeira
                                            das primeiras, das únicas lágrimas.


                                             Quantas vezes em
                                             desolados quartos de hotel
                                             esperei em vão que me batesses à porta,
                                             voz da infância, que o teu silêncio me chamasse!


                                             E perdi-vos para sempre entre prédios altos,
                                             sonhos de beleza, e em ruas intermináveis,
                                             e no meio das multidões dos aeroportos.

OS HOMENS ... ( Foto J.P.L. ano de 2014 )
                   
                                             Agora só quero dormir um sono sem olhos
                                             e sem escuridão, sob um telhado por fim.
                                             À minha volta estilhaça-se
                                             o meu rosto em infinitos espelhos
                                             e desmoronam-se os meus retratos nas molduras.


                                            Só quero um sítio onde pousar a cabeça.
                                            Anoitece em todas as cidades do mundo,
                                            acenderam-se as luzes de corredores sonâmbulos
                                            onde o meu coração, falando, vagueia.*

Autor: Manuel António Pina 

Manuel António Pina

Jornalista
Manuel António Pina foi um jornalista e escritor português, premiado em 2011 com o Prémio Camões. Manuel António Pina nasceu em 18 de Novembro de 1943, no Sabugal, distrito da Guarda, na Beira Alta, filho de Manuel Pina e Ester Mota. Desde os 17 anos passou a viver na cidade do Porto.

Manuel António Pina

Manuel António Pina nasceu em 18 de Novembro de 1943, no Sabugal, distrito da Guarda, na Beira Alta, filho de Manuel Pina e Ester Mota.[1] Desde os 17 anos passou a viver na cidade do Porto.[2]
Tendo licenciado-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, foi jornalista do Jornal de Notícias durante três décadas, tendo sido depois cronista do mesmo Jornal de Música e da revista Notícias Magazine.
A obra de Manuel António Pina incidiu principalmente na poesia e na literatura infanto-juvenil embora tenha escrito também diversas peças de teatro e de obras de ficção e crónica. Algumas dessas obras foram adaptadas ao cinema e televisão e editadas em disco.
A sua obra se difundiu em países como França (Francês e Corso), Estados Unidos, Espanha (Castelhano, Galego e Catalão), Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Rússia, Croácia e Bulgária.
Em 2005, em 9 de maio, foi feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.[1][3]
Manuel António Pina faleceu no dia 19 de Outubro de 2012 no Hospital de Santo António, no Porto.[1][2]

Obras

Poesia
  • 1974 - Ainda não é o fim nem o princípio do mundo calma é apenas um pouco tarde
  • 1978 - Aquele que quer morrer;
  • 1981 - A lâmpada do quarto? A criança?
  • 1984 - Nenhum sítio.
  • 1988 - O caminho de casa.
  • 1991 - Um sítio onde pousar a cabeça.
  • 1992 - Algo parecido com isto da mesma substância (poesia reunida, 1974/1992)
  • 1993 - Farewell happy fields.
  • 1994 - Cuidados intensivos
  • 1998 - Pequena antologia de Manuel António Pina
  • 1999 - Nenhuma palavra e nenhuma lembrança
  • 2001 - Atropelamento e fuga
  • 2001 - Poesia reunida 1974-2001
  • 2003 - Os livros
  • 2011 - Poesia Saudade da prosa: Uma antologia pessoal
  • 2011 - Como se desenha uma casa
  • 2012 - Todas as palavras: Poesia reunida
Literatura infantil
  • 1973 - Gigões & anantes
  • 1973 - O país das pessoas de pernas para o ar
  • 1976 - O Têpluquê
  • 1976 - O livro dos porquês
  • 1983 - O pássaro da cabeça (poesia)
  • 1983 - Os dois ladrões (teatro);
  • 1984 - História com reis, rainhas, bobos, bombeiros e galinhas
  • 1985 - A guerra do tabuleiro de xadrez
  • 1986 - Os piratas (ficção);
  • 1987 - O inventão 
  • 1993 - O tesouro 
  • 1995 - O meu rio é de ouro = Mi río es de ouro
  • 1996 - Uma viagem fantástica
  • 1997 - Os piratas
  • 1998 - Aquilo que os olhos veem ou O Adamastor
  • 1999 - Histórias que me contaste tu
  • 2001 - A noite
  • 2001 - Pequeno livro de desmatemática
  • 2002 - Perguntem aos vossos gatos e aos vossos cães
  • 2007 - A Caneta Preta
  • 2009 - História do sábio fechado na sua biblioteca 
  • 2009 - O cavalinho de pau do Menino Jesus e outros contos de Natal
Outros
  • 1994 - O anacronista
  • 2000 - Lua negra. Dark moon
  • 2001 - Porto. Modo de dizer 
  • 2003 - Os papéis de K.
  • 2007 - Dito em voz alta : entrevistas sobre literatura, isto é, sobre tudo

Prémios

  • 1978 - Prémio de Poesia da Casa da Imprensa
  • 1987 - Prémio Gulbenkian 1986/1987
  • 1988 - Menção do Júri do Prémio Europeu Pier Paolo Vergerio da Universidade de Pádua, Itália
  • 1988 - Prémio do Centro Português para o Teatro para a Infância e Juventude
  • 1993 - Prémio Nacional de Crónica Press Club/ Clube de Jornalistas
  • 2002 - Prémio da Crítica, da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos Literários
  • 2004 - Prémio de Crónica 2004 da Casa da Imprensa
  • 2004 - Prémio de Poesia Luís Miguel Nava 2003
  • 2005 - Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores/CTT
  • 2011 - Prémio Camões[1][2]
  • 2012 - Prémio Teixeira de Pascoaes (póstumo)[1]

Referências


  1. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Manuel António Pina". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 10 de setembro de 2017
Precedido por
Ferreira Gullar
Prémio Camões
2011
Sucedido por
Dalton Trevisan


Ligações externas

  • LHM (19 de outubro de 2012). «Biografia Multimédia de Manuel António Pina». Museu Nacional da Imprensa. Consultado em 10 de setembro de 2017. Cópia arquivada em 22 de agosto de 2017

  • Isabel Coutinho (19 de outubro de 2012). «Morreu o escritor Manuel António Pina». Público. Consultado em 19 de outubro de 2012. Arquivado do original em 19 de outubro de 2012 |wayb= e |arquivodata= redundantes (ajuda); |wayb= e |arquivourl= redundantes (ajuda); |urlmorta= e |datali= redundantes (ajuda)

  • ANA BOLENA


                                                      

    Ana Bolena
         Ana Bolena, segunda mulher do Rei Henrique VIII de Inglaterra é executada na Torre de Londres.

       Em Janeiro de 1533, o Rei casou-se secretamente com Ana, que em Junho do mesmo ano foi coroada Rainha. Sua filha e futura Rainha Elizabeth, nasceu em Setembro.
       Como Ana não lhe deu um filho, o Rei separou-se dela e casou-se com sua dama de honor, Jane Seymor. Ele fez com que Ana fosse acusada de infidelidade e decapitada no dia 19 de Maio de 1536.



    Biografia de Ana Bolena

    Ana Bolena (1501-1533) foi a segunda esposa de Henrique VIII, rei da Inglaterra. Foi rainha consorte por apenas três anos, quando acabou decapitada. Sua filha Elizabeth tornou-se uma das mais importantes rainhas da Inglaterra.
    Ana Bolena nasceu no palácio de Blickling, Norfolk, Inglaterra, por volta de 1501. Filha de Sir Thomas Boleyn, diplomata do rei Henrique VIII, e posteriormente visconde de Rockford e conde de Wiltshire, e de Elizabeth Howard, filha do conde de Norfolk. Pertencia a uma das famílias mais influentes da nobreza inglesa.

    Infância e Juventude

    Ana Bolena passou boa parte de sua infância na França como dama de companhia da rainha Claudia de França, na corte do rei Francisco I, onde recebeu uma refinada educação.
    Em 1522, Ana Bolena retornou para a Inglaterra. Sua beleza chamou a atenção da corte e se viu rodeada de admiradores, entre eles o próprio rei Henrique VIII, que nessa época vivia com sérios problemas na sucessão do trono, pois dos cinco filhos do seu casamento com Catarina de Aragão, só sobrevivera Maria Tudor, que nascera em 1516.
    Na esperança de ter um herdeiro que continuasse a dinastia Tudor, o rei resolveu se divorciar da rainha. Para isso, precisava da licença do Papa Clemente VII, e de um bom motivo. Alegou o fato de ser Catarina viúva de seu irmão e consequentemente ilegítimas suas núpcias.
    Em 1527, quando Catarina estava com 44 anos, Henrique VIII solicitou formalmente ao papa a anulação de seu casamento. Mesmo pressionado pelo rei da Espanha e imperador da Alemanha, Carlos V, sobrinho de Catarina de Aragão, o papa não se deixou convencer. Nessa mesma época, Henrique VIII começou uma secreta relação com Ana Bolena.
    Como a negativa papal havia impossibilitado um novo matrimônio e descartado a possibilidade de ter um legítimo herdeiro homem para o trono, segundo o direito canônico, o rei deu início a uma crise política entre a Inglaterra e Roma.
    A crise culminou com a separação oficial da Igreja Católica e a formação de um novo culto, o anglicano, influenciado pela Reforma Luterana, que havia combatido tempos atrás, causando uma profunda comoção na cristandade.

    Casamento secreto

    No dia 25 de janeiro de 1533, realizou-se secretamente o casamento de Henrique VIII e Ana Bolena, anunciado três meses depois pelo arcebispo de Canterbury, Thomas Cranmer,  que as pressões do rei o fizeram passar por cima da autoridade papal.
    Em abril, com a sanção da nova Igreja e do arcebispo, foi declarada a nulidade do casamento de Catarina de Aragão com o rei. Porém, no dia 1 de junho desse mesmo ano, Ana Bolena foi solenemente coroada na abadia de Westminster.  No dia 7 de setembro a rainha deu a luz a uma menina que se chamou Elizabeth (futura rainha Elizabeth I).
    Nos anos seguintes, o rei esperou por um filho, mas aos poucos perdia o interesse por sua esposa. Ana com seu caráter caprichoso e arrogante, não teve o apoio dos membros mais influentes da corte.
    Ana Bolena tentou separar Maria Tudor de seu pai e de seus parentes, inclusive de sua mãe, Catarina de Aragão. Retirou o título de princesa e para humilha-la a nomeou dama de companhia de sua filha Elizabeth.
    Em 1536, Ana deu a luz a um menino que morreu poucas horas depois, o que significou sua desgraça. Em maio desse mesmo ano, começou a correr os boatos de que a rainha estava traindo o rei.
    Por ordem do próprio rei, no dia 2 de maio de 1536, Ana foi aprisionada na Torre de Londres e julgada por uma corte da qual faziam parte seu pai Sir Thomas Bleyn, e pelo próprio rei Henrique VIII. Ana foi condenada por unanimidade, apesar de não se ter provas concretas de sua culpa.
    Ana Bolena foi decapitada em Londres, Inglaterra, no dia 19 de maio de 1536.