os ladrões de estrada, as hospedarias,
e temem morrer em frios leitos
e ter sepultura em terra estranha.
Por isso os seus passos os levam
de regresso a casa, às veredas da infância,
ao velho portão em ruínas, à poeira
das primeiras, das únicas lágrimas.
Quantas vezes em
desolados quartos de hotel
esperei em vão que me batesses à porta,
voz da infância, que o teu silêncio me chamasse!
E perdi-vos para sempre entre prédios altos,
sonhos de beleza, e em ruas intermináveis,
e no meio das multidões dos aeroportos.
OS HOMENS ... ( Foto J.P.L. ano de 2014 ) |
Agora só quero dormir um sono sem olhos
e sem escuridão, sob um telhado por fim.
À minha volta estilhaça-se
o meu rosto em infinitos espelhos
e desmoronam-se os meus retratos nas molduras.
Só quero um sítio onde pousar a cabeça.
Anoitece em todas as cidades do mundo,
acenderam-se as luzes de corredores sonâmbulos
onde o meu coração, falando, vagueia.*
Autor: Manuel António Pina
Manuel António Pina
Jornalista
Manuel
António Pina foi um jornalista e escritor português, premiado em 2011
com o Prémio Camões. Manuel António Pina nasceu em 18 de Novembro de
1943, no Sabugal, distrito da Guarda, na Beira Alta, filho de Manuel
Pina e Ester Mota. Desde os 17 anos passou a viver na cidade do Porto.
Manuel António Pina (Sabugal, 18 de novembro de 1943 — Porto, 19 de outubro de 2012) foi um jornalista e escritor português, premiado em 2011 com o Prémio Camões.
Manuel António Pina nasceu em 18 de Novembro de 1943, no Sabugal,
distrito da Guarda, na Beira Alta, filho de Manuel Pina e Ester Mota.[1] Desde os 17 anos passou a viver na cidade do Porto.[2]
Tendo licenciado-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, foi jornalista do Jornal de Notícias durante três décadas, tendo sido depois cronista do mesmo Jornal de Música e da revista Notícias Magazine.
A obra de Manuel António Pina incidiu principalmente na poesia e na literatura infanto-juvenil embora tenha escrito também diversas peças de teatro e de obras de ficção e crónica. Algumas dessas obras foram adaptadas ao cinema e televisão e editadas em disco.
A sua obra se difundiu em países como França (Francês e Corso), Estados Unidos, Espanha (Castelhano, Galego e Catalão), Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Rússia, Croácia e Bulgária.
Em 2005, em 9 de maio, foi feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.[1][3]
Manuel António Pina faleceu no dia 19 de Outubro de 2012 no Hospital de Santo António, no Porto.[1][2]
LHM (19 de outubro de 2012). «Biografia Multimédia de Manuel António Pina». Museu Nacional da Imprensa. Consultado em 10 de setembro de 2017. Cópia arquivada em 22 de agosto de 2017
Isabel Coutinho (19 de outubro de 2012). «Morreu o escritor Manuel António Pina». Público. Consultado em 19 de outubro de 2012. Arquivado do original em 19 de outubro de 2012
Manuel António Pina
Manuel António | |
---|---|
Nascimento | 18 de novembro de 1943 Sabugal, Portugal |
Morte | 19 de outubro de 2012 (68 anos) Porto, Portugal |
Residência | Porto |
Nacionalidade | português |
Ocupação | Escritor, jornalista, cronista |
Prémios | Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens (1984) Prémio Seiva de Literatura (1996) Prémio da Crítica da Associação Portuguesa de Críticos Literários (2001) Prémio de Poesia Luís Miguel Nava (2003) Grande Prémio de Poesia APE/CTT (2003) Prémio Camões (2011) |
Magnum opus | Todas as Palavras |
Biografia
Tendo licenciado-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, foi jornalista do Jornal de Notícias durante três décadas, tendo sido depois cronista do mesmo Jornal de Música e da revista Notícias Magazine.
A obra de Manuel António Pina incidiu principalmente na poesia e na literatura infanto-juvenil embora tenha escrito também diversas peças de teatro e de obras de ficção e crónica. Algumas dessas obras foram adaptadas ao cinema e televisão e editadas em disco.
A sua obra se difundiu em países como França (Francês e Corso), Estados Unidos, Espanha (Castelhano, Galego e Catalão), Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Rússia, Croácia e Bulgária.
Em 2005, em 9 de maio, foi feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.[1][3]
Manuel António Pina faleceu no dia 19 de Outubro de 2012 no Hospital de Santo António, no Porto.[1][2]
Obras
- Poesia
- 1974 - Ainda não é o fim nem o princípio do mundo calma é apenas um pouco tarde
- 1978 - Aquele que quer morrer;
- 1981 - A lâmpada do quarto? A criança?
- 1984 - Nenhum sítio.
- 1988 - O caminho de casa.
- 1991 - Um sítio onde pousar a cabeça.
- 1992 - Algo parecido com isto da mesma substância (poesia reunida, 1974/1992)
- 1993 - Farewell happy fields.
- 1994 - Cuidados intensivos
- 1998 - Pequena antologia de Manuel António Pina
- 1999 - Nenhuma palavra e nenhuma lembrança
- 2001 - Atropelamento e fuga
- 2001 - Poesia reunida 1974-2001
- 2003 - Os livros
- 2011 - Poesia Saudade da prosa: Uma antologia pessoal
- 2011 - Como se desenha uma casa
- 2012 - Todas as palavras: Poesia reunida
- Literatura infantil
- 1973 - Gigões & anantes
- 1973 - O país das pessoas de pernas para o ar
- 1976 - O Têpluquê
- 1976 - O livro dos porquês
- 1983 - O pássaro da cabeça (poesia)
- 1983 - Os dois ladrões (teatro);
- 1984 - História com reis, rainhas, bobos, bombeiros e galinhas
- 1985 - A guerra do tabuleiro de xadrez
- 1986 - Os piratas (ficção);
- 1987 - O inventão
- 1993 - O tesouro
- 1995 - O meu rio é de ouro = Mi río es de ouro
- 1996 - Uma viagem fantástica
- 1997 - Os piratas
- 1998 - Aquilo que os olhos veem ou O Adamastor
- 1999 - Histórias que me contaste tu
- 2001 - A noite
- 2001 - Pequeno livro de desmatemática
- 2002 - Perguntem aos vossos gatos e aos vossos cães
- 2007 - A Caneta Preta
- 2009 - História do sábio fechado na sua biblioteca
- 2009 - O cavalinho de pau do Menino Jesus e outros contos de Natal
- Outros
- 1994 - O anacronista
- 2000 - Lua negra. Dark moon
- 2001 - Porto. Modo de dizer
- 2003 - Os papéis de K.
- 2007 - Dito em voz alta : entrevistas sobre literatura, isto é, sobre tudo
Prémios
- 1978 - Prémio de Poesia da Casa da Imprensa
- 1987 - Prémio Gulbenkian 1986/1987
- 1988 - Menção do Júri do Prémio Europeu Pier Paolo Vergerio da Universidade de Pádua, Itália
- 1988 - Prémio do Centro Português para o Teatro para a Infância e Juventude
- 1993 - Prémio Nacional de Crónica Press Club/ Clube de Jornalistas
- 2002 - Prémio da Crítica, da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos Literários
- 2004 - Prémio de Crónica 2004 da Casa da Imprensa
- 2004 - Prémio de Poesia Luís Miguel Nava 2003
- 2005 - Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores/CTT
- 2011 - Prémio Camões[1][2]
- 2012 - Prémio Teixeira de Pascoaes (póstumo)[1]
Referências
- «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Manuel António Pina". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 10 de setembro de 2017
Precedido por Ferreira Gullar |
Prémio Camões 2011 |
Sucedido por Dalton Trevisan |
Ligações externas
- Biografia Multimédia de Manuel António Pina no Museu Nacional da Imprensa
- Manuel António Pina (em inglês) no Internet Movie Database
- Discografia de Manuel António Pina (em inglês) no Discogs
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