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Está
a ocorrer o transporte de poeiras sobre o território continental devido
a um fluxo de sul induzido pela depressão Célia. As poeiras em
suspensão, oriundas do norte de África, atingiram a Península Ibérica
prevendo-se que persistam até ao fim do dia 17, quinta-feira.
Os efeitos mais visíveis são a alteração da cor do céu visto que as
poeiras estão normalmente acima da superfície, embora dependendo da sua
concentração possam atingir níveis mais baixos com implicações na
qualidade do ar e possíveis impactos na saúde. Também é possível ocorrer
a deposição das poeiras através da precipitação, esta situação é mais
provável na região Sul nos dias 15 e 16 de março. O que pode observar-se na figura? imagem de satélite,
produto Dust RGB, com a localização dos máximos de concentração de
poeira nas zonas identificadas pela cor rosa/magenta bastante acentuada,
ou seja mais evidente nas regiões Norte e Centro do território
continental, França e Argélia. As zonas a vermelho escuro representam
nebulosidade média e alta também sobre Portugal.
Imagens associadas
Imagem de satélite (produto Dust RGB) - Localização dos máximos de concentração de poeiras
Como será contar a história não de um idioma em particular, com
as suas transformações e expansões, mas sim das várias línguas que se
ouviram numa só cidade, ao longo dos séculos? Escolho Lisboa, por ser a
cidade onde por acaso vivo.
1. Lisboa há 40 000 anos
A nossa capacidade de reconstruir as línguas do passado não consegue
recuar mais de uns 6000 ou 7000 anos — e mesmo essas reconstruções são
arriscadas. No entanto, todos os linguistas concordam que há largas
dezenas de milhares de anos já haveria línguas humanas. Alguns afirmam
mesmo que há milhões de anos que se ouvem no mundo línguas humanas — mas não precisamos de ir tão longe.
Assim, se caíssemos na Lisboa de há 40 000 anos, que seria uma
agradável zona de rios, florestas e colinas, um pouco mais longe do mar
do que hoje, encontraríamos bandos de humanos, talvez a caçar, talvez a
conversar, e se tempo tivéssemos para estudar os seus hábitos,
encontraríamos línguas com gramáticas complexas e palavras tão
expressivas como as palavras de qualquer língua actual. Ninguém
escrevia, mas todos conversavam com a mesma intensidade das conversas de
agora.
O vocabulário seria o necessário para o tempo, bastante mais rico do
que o de hoje na referência a plantas ou perigos naturais, talvez um
pouco menos expressivo na descrição de ferramentas informáticas (entre
outras).
Tais antigas línguas foram mudando, misturando-se, desaparecendo,
dividindo-se. Algumas delas deram origem às línguas que falamos hoje.
Outras terão desaparecido sem deixar rasto — ou deixando apenas uma ou
outra palavra ou construção que agora usamos sem suspeitar que teve
origem no falar de uma velha tribo que por aqui cirandou há muitos
milhares de anos, com os seus mitos, as suas histórias, as suas ilusões e
certezas. Um tempo tão colorido como o nosso para quem nele viveu.
2. Línguas no fim do mundo
Avancemos até aos tempos em que já sabemos alguma coisa sobre as
línguas desta zona. Muito antes do latim, haveria línguas
pré-indo-europeias, que deixaram poucos vestígios que consigamos
identificar.
Dizer poucos vestígios talvez seja injusto, se alargarmos o
nosso olhar para toda a Península onde está Lisboa. Afinal, um dos
vestígios é uma língua inteira, ainda hoje falada na Península: o basco,
uma língua pré-indo-europeia. Sabe-se que houve na Península uma outra
língua a que chamamos ibérico, de que restam algumas inscrições, e
outras, de que sobraram uns poucos intrigantes vestígios.
Há 7000 anos, quem vivesse à volta do estuário do Tejo ouviria
palavras de viajantes de outras zonas da Ibéria, que falariam nessas
línguas antigas. Não seria impossível encontrar falantes do basco da
época, do tal ibérico, de línguas mais próximas que hoje não têm nome
— e ainda palavras das línguas do Norte de África. Não se ouviria,
certamente, uma só língua. É difícil reconstruir a paisagem linguística
desses tempos. Temos apenas vislumbres.
Para contar a história das línguas de Lisboa, temos agora de dar um
salto até ao outro lado da Europa. Na zona da actual Ucrânia, pensa-se
(a localização exacta é objecto de velha controvérsia), falava-se há uns
6000 anos uma língua que tem hoje o desconfortável nome de proto-indo-europeu. Que nome teria na época, ninguém sabe.
Esta língua veio a ter uma importância tremenda, sem que os seus
falantes tivessem alguma ideia disso — línguas actuais tão díspares como
o ucraniano, o português, o persa, o inglês, o russo, o hindi ou o
sueco descendem todas, com mais ou menos sobressaltos, desse falar
antigo.
O proto-indo-europeu não apareceu do nada — veio de línguas ainda
mais antigas e todas elas terão vindo, se andarmos suficientemente para
trás no tempo, de África. O certo é que esta língua viajou, a bordo do
cérebro dos falantes, em direcção ao ocidente — acabando por chegar a
este fim do mundo onde está Lisboa em duas levas.
3. Celtas, fenícios e outros viajantes
Todos já ouvimos falar dos celtiberos e de outros povos das
redondezas. Foi essa a primeira onda de línguas indo-europeias que
chegou a Lisboa: as chamadas línguas celtas. Por Lisboa e arredores
falar-se-iam estas línguas e nelas haveria um nome para este lugar.
Que nome? Não sabemos.
Podemos, no entanto, imaginar estas colinas de há milhares de anos,
por onde corriam éguas que emprenhavam só com o vento, como vários
autores romanos descreveram e recordou Damião de Góis, em latim, na sua Urbis Olisiponis descriptio, de 1554, no auge da cidade.
Latim… É hoje língua antiga, alguns crêem-na morta — mas, nesta época
em que aterrámos, é uma língua do futuro. Este é ainda o tempo das
línguas sem nome.
As línguas indo-europeias não apagaram todas as outras. Nestas
colinas continuaram a ouvir-se línguas de muitas origens — até línguas
do levante por aqui se falaram.
Sabe-se que chegaram a Lisboa os fenícios, que trouxeram a sua
língua, também ouvida em redor desta baía, e o seu sistema de escrita
(uma velha tradição afirma mesmo que o nome actual da cidade terá origem
fenícia, mas não há fundamentos sólidos que a sustentem).
Os caracteres fenícios vieram a dar origem ao nosso alfabeto,
passando pelo alfabeto grego, que lhes acrescentou as vogais, dando por
fim origem ao alfabeto latino, que acabou por também aqui vir parar, a
cavalo da língua latina — mas ainda não chegámos lá…
Os caracteres fenícios foram usados pelo Mediterrâneo fora e chegaram
mesmo a este porto atlântico, muito antes de se terem transformado em
letras latinas. Estão presentes, por exemplo, num túmulo do século VII
a. C., encontrado em Lisboa há poucos anos. A pedra tinha sido
reutilizada numa construção romana mais recente, como descrito no artigo
em que os arqueólogos revelam a descoberta (Neto et al. 2016).
O que está ali escrito? Tanto quanto é possível reconstruir, a inscrição refere-se a Wadbar, filho de Ibadar. É o mais antigo nome de lisboeta que se conhece.
Na Lisboa de Wadbar, ouviam-se línguas de toda a Ibéria e do Norte de
África. Ouviam-se palavras fenícias, cartaginesas e gregas — a lenda
diz, aliás, que foi Ulisses que fundou a cidade. Será um mito, mas a
verdade é que as várias línguas do Mediterrâneo vieram parar a esta
cidade atlântica, para lá do fim do mundo.
4. Línguas vindas de Itália
A primeira onda de línguas indo-europeias foram as tais línguas
celtas, que se vieram somar às línguas pré-indo-europeias e às outras
línguas que aqui aportavam. A segunda onda de idiomas indo-europeus, já
bastante diferentes das línguas celtas, foi a onda das línguas itálicas.
O chamado lusitano, que terá sido falado numa região a norte
de Lisboa, poderá ter sido uma língua itálica. A verdade é que temos
tão poucas inscrições que não é possível saber exactamente a que família
das línguas indo-europeias esta língua pertence — mas era claramente
indo-europeia (e foi escrita com o alfabeto latino).
A nossa propensão para ligar o termo «Lusitânia» a Portugal talvez
nos incline para considerar o lusitano como uma língua muito nossa; é
possível que tenha deixado vestígios no latim e que ainda hoje usemos
uma ou outra palavra que tenha passado pelo lusitano; no entanto,
podemos dizer o mesmo das outras línguas por aqui faladas. Mais: à
época, ninguém chamaria «lusitano» à língua. Esse é nome muito
posterior.
5. Latim à lisboeta
Chega então a Lisboa, no século II a. C., uma língua vinda da
Península Itálica: o latim. Durante muito tempo, em Lisboa, ouvir-se-iam
muitas das línguas da zona, à mistura com latim dos soldados e dos
romanos — o latim vulgar mais que o latim clássico, que apareceria na
escrita e num ou noutro discurso.
Os romanos não substituíram a população. Vieram aos poucos,
misturaram-se, a população local ganhou hábitos romanos — e entre esses
hábitos, o grande hábito da língua. Os habitantes desta cidade começaram
a falar latim com cada vez maior frequência, as novas gerações ouviam
muito latim, que tinha mais prestígio que as anteriores, o próprio
discurso na língua anterior misturava-se facilmente com a nova língua…
Quando deram conta, os falantes já nem se lembravam da língua dos
avós — mas é provável que falassem latim com certas inflexões das
antigas línguas — falavam latim com sotaque. O latim falado em Lisboa tinha o sabor de línguas antigas.
6. Bem-vindos a Hispânia
Algumas centenas de anos depois da chegada do latim a estas paragens,
ouviríamos latim em toda a Península, com a excepção conhecida do
basco, ali a um canto, e outras excepções que hoje não conhecemos (as
línguas berberes, por exemplo, já por cá se ouviriam).
O latim hispânico tinha características próprias — um habitante de
Itália reconheceria um hispânico pelo seu sotaque, talvez pela sua
sintaxe peculiar e, certamente, por uma ou outra palavra típica. O latim
nunca foi (como nenhuma língua alguma vez o foi) uma língua uniforme.
Mesmo dentro da Península, o latim falado em Lisboa teria
características próprias, fruto da particular mistura de línguas que por
aqui havia antes e ainda das várias influências que chegavam à cidade.
Lisboa era habitada por hispanos, o nome que os habitantes dariam a
si próprios, cidadãos romanos de uma zona particular do Império. Parte
da população teria vindo do Norte de África, outra de outras zonas. As
misturas entrevêem-se no estudo da História e da genética, mas são
demasiado complexas para se conhecerem em detalhe.
Um lisboeta do século III d. C. falaria latim hispânico à lisboeta.
Andando para leste, em direcção, por exemplo, a Barcelona, iria
encontrando variações, sem cortes, sem deixar de compreender o que
ouvia. Essas variações, subtis, acabaram amplificadas pelo tempo. São
sementes das línguas que virão.
7. Uma língua que fica
A Queda do Império Romano, enquanto acontecimento cataclísmico, é uma
forma peculiar de contar a história. À época, é provável que ninguém
tivesse dito: «Olha, o Império acabou!». Antes de mais, porque o
Império, na verdade, não acabou. Continuou a haver um imperador em
Constantinopla, a cidade que mais tempo foi capital do Império, durante
séculos e séculos. A grande mudança foi, mais que uma queda, a cristianização do Império.
Quando vários senhores germânicos começaram a governar grandes
parcelas do Império, assumiram o cristianismo e as tradições romanas e a
população não terá sentido um corte radical com o passado. Lisboa
continuou a ser uma cidade hispana (ou seja, romana) e cristã.
Poucas palavras germânicas por aqui ficaram, o que mostra como os
reinos visigodo e suevo, tradicionais simplificações de uma história
convulsa, se assumiram como continuação das sociedades romanizadas. Os
lisboetas continuaram a falar latim, com algumas palavras de outras
paragens.
Da mesma forma, quando grande parte da Península passou a ser
governada pelos muçulmanos, no século VIII, a população de Lisboa
continuou a falar a língua que já falava, mas agora com o árabe como
língua da administração e de prestígio.
Ouvir-se-iam também, pelas ruas de Lisboa, línguas berberes, de que
poucos falam — e que não chegaram com o domínio muçulmano: já cá
estavam. Essas línguas ainda hoje são faladas no Norte de África. As
letras à esquerda nesta rocha, em Marrocos, representam uma língua que
descende de línguas bem lisboetas (não é um código, é o sistema de
escrita chamado tifinagh):
Um cristão lisboeta do século X falaria aquilo a que chamaria latino, mas utilizaria palavras árabes para certos conceitos. Diria, talvez, que precisaria de um alvará para uma certa actividade, por exemplo, uma palavra que ainda hoje usamos.
A esse latim que por aqui continuou a ser falado, com influências árabes e berberes, chamamos hoje moçárabe,
uma designação que não era usada na altura. O próprio cristianismo
continuou a ser praticado, com um rito próprio que denominamos também moçárabe.
7. Lisboa do ano 1000
Se aterrássemos na Lisboa do ano 1000, ouviríamos línguas berberes,
ouviríamos árabe (pelo menos, nas orações), ouviríamos o tal moçárabe,
que também variaria de região para região — um visitante de Badajoz
falaria de maneira diferente — e ainda o latim variado dos vários reinos
cristãos do Norte entre visitantes ou gentes que tivessem visitar ou
viver para Lisboa vindos de lá.
Se um lisboeta do século X reparasse na maneira de falar de algum
viajante vindo da Galécia, lá do Norte, talvez notasse a maneira
peculiar como diria as palavras, deixando cair os sons /n/ e /l/ no meio
das palavras. Diria, por exemplo, «lua» — e não «luna», como se dizia
em Lisboa. Por esta época já aquelas pequenas diferenças entre o latim
das várias zonas da Hispânia estariam amplificadas e a caminho de se
tornarem as línguas que hoje conhecemos. Mas ainda não chegámos lá.
Em 1108, a Lisboa muçulmana, onde a população falava latino e
era ainda, em grande parte, cristã, foi invadida pelos noruegueses, a
caminho da Palestina. Ouviu-se então, por estas ruas, o antigo nórdico
que associamos aos viquingues. Não durou muito: depressa a cidade voltou
ao domínio muçulmano. As lutas entre senhores cristãos e muçulmanos
continuaram, para aborrecimento geral da população.
Nesta Lisboa antes de Portugal, ouvimos pelos séculos fora línguas de
que não sabemos o nome, línguas celtas, línguas itálicas, línguas
berberes, o árabe em vários sabores, o hebraico das orações judaicas,
uma ou outra conversa em línguas germânicas — e até um pouco de antigo
nórdico… Muitas destas línguas misturavam-se nas ruas e nas casas.
Uma cidade digna de se chamar cidade raramente tem uma só língua.
8. Uma língua vinda do Norte
Em 1147, um rei vindo de norte, com ajuda de cruzados, cercou a cidade.
Os soldados de Afonso Henriques falariam várias formas de linguagem — a língua das ruas do noroeste da Península, a que poucos chamariam latino,
por estar a palavra reservada para o latim da escrita. A sul, note-se,
com o árabe como língua de prestígio e da escrita, a palavra latino podia designar perfeitamente a língua da rua — assim, podemos dizer que o cerco de Lisboa foi um cerco de falantes de linguagem a uma cidade habitada por falantes de latino (entre outras línguas), embora esta dicotomia seja uma simplificação.
Hoje, anacronicamente, chamamos galego-português à língua de Afonso Henriques e moçárabe
à língua de grande parte da população da Lisboa cercada. Ninguém, à
época, chamaria tais coisas aos falares que lhes saíam da boca para
fora.
Os cruzados, claro, falavam também várias línguas. Os nobres
ingleses, por exemplo, conversariam em francês normando, com mistura do
inglês do povo do seu país. Os flamengos falariam um dos vários falares
frâncicos (germânicos) ou latinos (do Norte de França). As divisões
entre povos eram porosas. Ninguém tinha um país, uma palavra
que surgiria muito depois. Teriam terras e teriam senhores, numa rede de
relações complexas muito diferente da nossa Europa de agora, dividida
em estados soberanos.
Também poucos desses cruzados teriam uma só língua: saberiam
comunicar em vários falares latinos, germânicos ou celtas, com misturas e
aproximações. O nosso tempo de países que preferem ter (mesmo quando
não têm) uma só língua oficial não nos ajuda a compreender a situação.
A população chamaria francos aos cruzados, uma designação
geral para os habitantes de largas zonas do Ocidente do Império. Estes
cruzados francos comunicariam bem entre si numa lingua franca, língua dos francos, feita dessas misturas e aproximações.
Lingua franca era também a designação da língua do Mediterrâneo que servia para que estes francos do Ocidente comunicassem com os romanos
do Oriente — os romanos eram agora os habitantes do Império a Oriente,
com a capital em Constantinopla (ou Bizâncio). Naquela época, gregos que
aportassem à Lisboa conquistada pelos cruzados diriam de si próprios,
em grego, que eram «rhōmaîoi» — romanos — em terra de francos.
Por esses tempos, a língua dos romanos era o grego; a língua dos francos
era ainda o latim, mas só na escrita — da boca para fora, a conversa
era outra.
9. Línguas cercadas
Voltemos à Lisboa cercada por Afonso Henriques. Quando a cidade cai,
por fim, os novos senhores pouca diferença visível encontravam entre os
muçulmanos e os moçárabes cristãos. O próprio bispo cristão foi
executado. Lisboa ganhou um novo bispo — inglês — e novos senhores.
A população não terá deixado de falar de repente o seu latino
à lisboeta, o tal moçárabe com muitas palavras árabes. A língua de
prestígio voltou a ser o latim da escrita. Os novos senhores da cidade,
vindos de norte, falavam no dia-a-dia um latim diferente, a linguagem
do Noroeste. Como eram variantes latinas, terá havido uma natural e
progressiva aproximação entre as formas de falar. A sintaxe e muito
vocabulário do Norte foi-se imiscuindo na língua dos lisboetas, que
mantiveram certamente um sotaque e vocabulário próprios.
Nessa época, se gente de outras partes da Península por aqui
aparecesse, dir-se-ia que falavam de outras maneiras, mas não havia
ainda ideia de que esses falares eram línguas distintas (línguas a sério,
na mente da época, eram o latim, o grego, o árabe…). Mas, ainda sem
nome fixo e em cinco faixas imprecisas, as línguas latinas da Península
espalhavam-se de norte para sul, substituindo lentamente o moçárabe do
Sul.
Foi o que aconteceu nesta faixa ocidental. Por enquanto, ainda ninguém chamava português à língua de Lisboa — mas um passo importante estava dado: a cidade fazia agora parte do Reino de Portugal.
A história continua…
Referências
O artigo foi escrito com base na bibliografia nesta página,
em especial: a história da linguagem (Everett 2017; Janson 2018), o
proto-indo-europeu (Anthony 2007; Pereltsvaig 2015), a inscrição fenícia
em Lisboa (Neto et al. 2016), o latim no Império e na Idade Média
(Alkire & Rosen 2010; Gabriele & Perry 2021; Ostler 2007), as
línguas dos cruzados (Pereltsvaig 2021), as línguas ibéricas (Janson
2018) e a história do português (Cardeira 2006; Faraco 2019; Teyssier
1982; Venâncio 2019, entre outros).
A segunda parte será publicada em breve:
o português ganha nome, o castelhano ouve-se por toda a cidade, há
idiomas longínquos que vêm nos porões dos navios, o terramoto conta-se
em várias línguas, há um invasor que fala francês e uma rainha que chega
à cidade a pensar em alemão