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17.2.16

FRIO SEM PRECEDENTES ( FEVEREIRO DE 1956 )


2016-02-16 (IPMA)

Fevereiro de 1956: episódio de frio intenso, longo e sem precedentes em Portugal continental

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Há 60 anos Portugal continental foi afetado por um episódio de frio intenso, longo e sem precedentes.

Nos dias 11 e 12 de fevereiro de 1956, registaram-se valores de temperatura mínima extremamente baixos, devido à influência de uma massa de ar muito frio com trajeto continental, que se movimentava na circulação de um vasto anticiclone localizado a Sul da Islândia (Figura 1).

Nestes dois dias quase todo o território apresentou valores de temperatura mínima inferior a 0 °C (com exceção de Cabo Carvoeiro e Sagres).

 Valores de temperatura mínima inferiores a - 10 °C observaram-se nas regiões do interior Norte e Centro: -16.0 °C em Penhas da Saúde;
  -14.0 °C em Lagoa Comprida;
 -13.3 °C em Penhas Douradas;
 -12.3 °C na Guarda;
 -10.8 °C em Montalegre;
 -10.0 °C em Miranda do Douro, Moimenta da Beira e Arouca/Serra da Freita.
 -16.0 °C, valor de temperatura mínima observado no dia 12, na estação meteorológica de Penhas da Saúde (Serra da Estrela) é ainda o extremo absoluto da temperatura mínima em Portugal continental.

Episódio longo de frio intenso

Durante todo o mês de fevereiro os valores da temperatura do ar (máxima e mínima) foram muito baixos.
Valores de temperatura máxima inferiores a 0 °C (ice days) observaram-se nas regiões de maior altitude do território;
 na região da Serra da Estrela o número de dias com valores de temperatura máxima inferiores a 0 °C variou entre 14 (Penhas Douradas) e 20 (Lagoa Comprida).
  Nas regiões montanhosas do Norte e Centro observaram-se temperaturas mínimas abaixo de 0 °C durante todo o mês, sendo mesmo abaixo de – 5 °C em mais de metade dos dias do mês.

  Outros valores extremos de temperatura mínima (não ultrapassados)
: -9.5 °C, Marvão (dia 11);
 -8.5 °C, Marinha Grande (dia 11);
-6.3 °C, Salvaterra de Magos (dia 12);
 -6.0 °C, Dois Portos (dia 13);
-5.8 °C, Melgaço (dia 11);
-5.3 °C, Setúbal (dia 12);
 -5.0 °C, V.R. Sto António (dia 14);
 -5.0 °C, Évora (dia 11);
-3.0 °C, Buarcos (dia 11);
 -2.8 °C, Lisboa/Tapada (dia 12);
 -1.2 °C, Lisboa/Geofísico (dias 11 e 12);
  Monte Estoril: -0.9 °C, dia 11.

Onda de frio

Considera-se que ocorre uma onda de frio quando num intervalo de pelo menos 6 dias consecutivos, a temperatura mínima diária é inferior em 5°C ao valor médio diário, no período de referência.

De 3 a 8 de fevereiro de 1956 ocorreu uma onda de frio, em alguns locais das regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo litoral.
 No período de 10 a 25 de fevereiro ocorreu uma onda de frio, afetando as regiões do Norte e Centro do território e a região de Lisboa.
 Esta onda, pela sua duração (13 dias, regiões da Serra da Estrela e nordeste transmontano), extensão espacial, intensidade e severidade pode ser considerada a mais significativa observada desde 1941.

Fevereiro mais frio desde 1931

O mês de fevereiro de 1956 foi o mais frio observado em Portugal desde 1931;
 a anomalia (em relação ao valor médio 1971-2000) da temperatura média foi de -4.7 °C, a da temperatura mínima, -5.0 °C e a da temperatura máxima, -4.9 °C.

Outros episódios de frio
  • É nas décadas de 40, 50, 70, e em particular, nas regiões do interior Norte e Centro, que se regista a maior frequência de ocorrência de ondas de frio.
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  • A frequência de ocorrência de ondas de frio tem diminuído significativamente nos últimos 35 anos.
  • Fevereiro de 1956: episódio de frio excecional. Anomalias da média da temperatura mensal: temperatura média, -4.7 °C; mínima, -5.0 °C; máxima, -4.9 °C (em relação ao valor médio 1971-2000).

  • Extremos absolutos da temperatura mínima. Onda de frio longa, intensa e severa.
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  • Uma exceção notável ocorreu na onda de frio em Fevereiro de 1983, com a duração entre 6 e 11 dias.