Na COP13, que terminará a 22 de Fevereiro, serão tomadas decisões sobre como melhor proteger as espécies migradoras num mundo em rápida mudança.
Além disso serão propostos planos de conservação para 14 espécies, a implementar entre 2021 e 2023, e será defendida a necessidade de iniciativas para combater o abate ilegal de aves migradoras.
Só na região do Mediterrâneo estima-se que por ano sejam mortas 25 milhões de aves.
Esta é a segunda maior ameaça à conservação das aves migradoras depois da perda de habitat, segundo a ONU.
O planeta arrisca-se a perder um milhão de espécies, incluindo espécies migradoras, se nada for feito, alertou em Maio do ano passado um relatório do Painel Intergovernamental sobre a Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas (IPBES). Segundo a ONU, as espécies migradoras têm inúmeros benefícios para os humanos, incluindo a dispersão de sementes, a polinização, o controlo de pragas e até o turismo.
“Numa altura em que enfrentamos uma crise sem precedentes de perda de espécies, 2020 é um ano importante para fazermos mais na conservação das espécies e dos ecossistemas e para avançarmos na direcção do desenvolvimento sustentável”, disse Joyce Msuya, directora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA). “Precisamos aproveitar cada oportunidade e esta COP é um marco crítico para permitir à biodiversidade florescer neste planeta”, acrescentou.
Um novo relatório que será apresentado durante a COP13 indica que, apesar de alguns casos de sucesso, as populações da maioria das espécies migradoras incluídas na Convenção está em declínio.
“A COP13 acontece num momento crítico para a conservação da vida selvagem, com tendências continuadas para a perda de habitats e declínio de espécies”, comentou, em comunicado, Amy Fraenkel, secretária-executiva da Convenção para as Espécies Migradoras.
“A conferência vai acionar medidas necessárias para proteger melhor as espécies migradoras que dependem de cooperação multilateral para sobreviver.”
Esta conferência inaugura o “super ano” para a natureza, que irá incluir uma cimeira da ONU em Setembro e culminará com a Conferência da ONU para a Diversidade Biológica em Outubro na China, onde será adoptada a nova estratégia mundial para a próxima década, pós-2020.
A grande prioridade da Convenção para as Espécies Migradoras para essa estratégia é o conceito de “conectividade ecológica” e o apelo para a protecção e restauro de áreas geográficas importantes que, juntas, suportam as espécies migradoras durante as diferentes fases dos seus ciclos de vida, como a reprodução e a alimentação.
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Gansos-da-neve em migração para norte no Squaw Creek National Wildlife Refuge, Missouri, Estados Unidos.
A migração de animais é uma migração referente a um movimento direcional em massa pelo qual os animais se dirigem de um local a outro.