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14.2.20

GALINHOLA E ALIENS

SERES DE CÁ E DE LÁ  ( foto de J.P.L. )
 Uma nave, proveniente algures dessa incógnita região extra-terrestre poisa no meio de uma floresta,  numa noite de inverno, deste Planeta que chamamos de nosso.

  A sua tripulação, aproveitando o facto de esta época não ser propícia a outro tipo de visitas, encanta-se, percorrendo e admirando tanta beleza natural. Quem sabe, absorvendo aromas tão semelhantes ao local donde proveem ?

É então que, de súbito,  levanta junto a um deles a nossa tão versátil Galinhola, amante inveterada da solidão e da noite.

  Com o seu ruidoso bater de asas semelhante a um cão a sacudir as orelhas, afasta-se num ápice deixando os nossos visitantes atónitos e surpresos. 

 Eis assim um traço comum, que me permite encontrar entre nós terráqueos e os aliens a mesma sensação de imponderabilidade ante um ser esquivo e dotado de recursos que a Mãe Natureza lhe concedeu carinhosamente.

 Interessante será saber o resultado da análise deste caso ao relatório que estes visitantes entregarão no seu mundo de origem. Isto se não serão meros viajantes sem pretensões científicas.

 Resta-me acrescentar que...se não aconteceu, poderia ter acontecido. 



UMA NOITE NA SERRA ( Foto de J.P.L. )

Acrílico.
Papel / Grão fino.
210 X 297 mm
Autor. J.P.L.

A ABELHA FÓSSILIZADA

O fóssil desta fêmea de abelha primitiva ficou preservado em âmbar, juntamente ainda com os escaravelhos parasitas que lhe terão causado a morte, semelhantes aos que são encontrados ainda hoje em abelhas modernas.

Este fóssil proveniente do Cretáceo foi descoberto em Myanmar e identificado por um cientista da Universidade Estatal do Oregon, George Poinar Jr. É o primeiro fóssil encontrado de uma abelha primitiva com pólen e também dos escaravelhos parasitas que a acompanhavam.

A descrição da nova espécie, Discoscapa apicula, tal como do género e nova família (Discoscapidae), foi publicada na revista BioOne Complete.

George Poinar acredita que esta fêmea terá morrido presa na resina de uma árvore, depois de ter ficado desorientada devido aos parasitas.

A nova descoberta “ajuda a clarificar os primeiros tempos das abelhas, um ingrediente chave na história da evolução, e a diversificação das plantas com flor”, indica um comunicado da universidade americana.


O fóssil da Discoscapa apicula, preservado no âmbar. Foto: George Poinar Jr.

Os insectos polinizadores têm um papel importante na polinização das plantas em todo o mundo, transportando pólen de umas flores para outras, e são essenciais na promoção da biodiversidade.

Dentro deste grupo, as abelhas distinguem-se por existirem em grande quantidade e porque são o único grupo que se alimenta de néctar em todo o seu ciclo de vida. Na verdade, evoluíram a partir de vespas carnívoras, mas pouco se sabe ainda sobre a forma como isso aconteceu.

O fóssil agora encontrado partilha traços das abelhas modernas, como pêlos em forma de pluma, mas também com as vespas, como é o caso de alguns aspectos das asas.

Uma abelha de flor em flor.

“O número de fósseis de abelhas é bastante vasto, mas a maioria é de há 65 milhões de anos e parece-se muito mais com as abelhas de hoje”, notou George Poinar, especialista internacional no estudo de espécimes preservados em âmbar, citado no comunicado.

“Fósseis como este podem dizer-nos como é que aconteceram as mudanças de determinadas linhagens de vespas à medida que se tornavam polinívoras, ou seja, comedoras de pólen.”

Os muitos grãos de pólen encontrados juntamente com a abelha mostram que esta tinha visitado uma ou mais flores.

Outra prova são as 21 larvas de escaravelho, no mesmo pedaço de âmbar, que “estariam a apanhar ‘boleia’ para o ninho da abelha para se alimentarem das suas larvas e da comida que esta ali deixasse”, descreveu o investigador. “É certamente possível que este grande número de parasitas tenham levado a abelha a voar acidentalmente para a resina.”