Cascais já era um povoado conhecido no tempo em que os romanos dominaram a Península Ibérica Chamavam-lhe então Cascale.
Talvez abrigasse um " Castro ", uma praia de pescadores , " vilas " de luxo para uso dos patrícios.
Nada se sabe ao certo da origem de Cascais.
Mas é de supor que o seu chão seja um antigo solo histórico em que as citânias se sobrepuseram às citâneas.
O significado integral das grutas do Poço Velho ainda não foi inteiramente compreendido.
Mesmo no coração de Cascais, nos terrenos vizinhos da estação ferroviária, numa barreira ao fundo do jardim do visconde da Luz, abrem-se as três bocarras dessas grutas.
Local acessível, fácil de ver.
As grutas, cujas cavernas são obra da Natureza, serviram de cemitério a uma desaparecida humanidade- -milenária , decerto então residente no termo de Cascais ,mas cuja recordação se perdeu no grande tempo sem contagem.
Pode supor-se que as suas cavernas de vivos vizinhassem com as dos mortos.
Pode fantasiar-se que há cinco mil anos já existia um aglomerado humano no solo da vila histórica, e tão estuante de paixões e vaidades como todos os aglomerados humanos - sobre cujos vestígios se ergueram sucessivamente a Cascale romana, a aldeia mosárabe, a vila dos pescadores medievos , a antiga povoação da cidadela, e a urbe aristocrática que foi a praia querida dos nossos últimos reis.
Sobre as barreiras ocas dessas cavernas tumulares do homem primitivo erguem-se agora alguns prédios da moderna Cascais.
Já em 1879 as furnas do Poço Velho tinham sido exploradas pelo geólogo Carlos Ribeiro. o espólio que deram, rico em elementos de estudo - machados de pedra polida, cilindros de calcáreo, setas e facas de sílex, vasilhas de cerâmica, objectos de osso, contas de colar,placas de xisto gravadas, um crescente lunar em calcáreo, ossos humanos e de vários animais domésticos que ainda hoje servem a humanidade - encontra-se actualmente num museu e tem sido observado por vários arqueólogos.
Ultimamente, o arqueólogo Afonso do Paço estudou detidamente todas essas peças, fotografou-as, relacionou-as, comentou-as, e publicou num livro o resultado dos seus trabalhos de investigação sobre as relíquias deixadas pelos homens que habitaram, talvez com prioridade, essa terra de Cascais, a via maravilhosa da Costa do Sol. *
* Do livro de Branca de Gonta Colaço e Maria Archer
" Memórias da Linha de Cascais "
Publicação do ano de 1943 .
Talvez abrigasse um " Castro ", uma praia de pescadores , " vilas " de luxo para uso dos patrícios.
A ENTRADA PARA O MONUMENTO NATURAL ( Foto de J.P.L. Julho de 2011 ) |
GRUTAS DO POÇO VELHO. ENCERRADAS E PROTEGIDAS POR GRADEAMENTO ( Foto de J.P.L. Julho de 2011 ) |
Nada se sabe ao certo da origem de Cascais.
Mas é de supor que o seu chão seja um antigo solo histórico em que as citânias se sobrepuseram às citâneas.
O significado integral das grutas do Poço Velho ainda não foi inteiramente compreendido.
Mesmo no coração de Cascais, nos terrenos vizinhos da estação ferroviária, numa barreira ao fundo do jardim do visconde da Luz, abrem-se as três bocarras dessas grutas.
Local acessível, fácil de ver.
As grutas, cujas cavernas são obra da Natureza, serviram de cemitério a uma desaparecida humanidade- -milenária , decerto então residente no termo de Cascais ,mas cuja recordação se perdeu no grande tempo sem contagem.
Pode supor-se que as suas cavernas de vivos vizinhassem com as dos mortos.
Pode fantasiar-se que há cinco mil anos já existia um aglomerado humano no solo da vila histórica, e tão estuante de paixões e vaidades como todos os aglomerados humanos - sobre cujos vestígios se ergueram sucessivamente a Cascale romana, a aldeia mosárabe, a vila dos pescadores medievos , a antiga povoação da cidadela, e a urbe aristocrática que foi a praia querida dos nossos últimos reis.
Sobre as barreiras ocas dessas cavernas tumulares do homem primitivo erguem-se agora alguns prédios da moderna Cascais.
Já em 1879 as furnas do Poço Velho tinham sido exploradas pelo geólogo Carlos Ribeiro. o espólio que deram, rico em elementos de estudo - machados de pedra polida, cilindros de calcáreo, setas e facas de sílex, vasilhas de cerâmica, objectos de osso, contas de colar,placas de xisto gravadas, um crescente lunar em calcáreo, ossos humanos e de vários animais domésticos que ainda hoje servem a humanidade - encontra-se actualmente num museu e tem sido observado por vários arqueólogos.
Ultimamente, o arqueólogo Afonso do Paço estudou detidamente todas essas peças, fotografou-as, relacionou-as, comentou-as, e publicou num livro o resultado dos seus trabalhos de investigação sobre as relíquias deixadas pelos homens que habitaram, talvez com prioridade, essa terra de Cascais, a via maravilhosa da Costa do Sol. *
* Do livro de Branca de Gonta Colaço e Maria Archer
" Memórias da Linha de Cascais "
Publicação do ano de 1943 .