Poeiras do deserto do Sáara
2020-06-21 (IPMA)Poeiras do deserto do Sáara atravessam o Atlântico
As tempestades de areia no deserto do Sáara são relativamente frequentes e os ventos por vezes transportam as suas poeiras para bem longe.
Por vezes, os ventos alísios, associados à circulação de leste do Anticiclone Subtropical do Atlântico Norte (vulgo Anticiclone dos Açores), favorecem o transporte dessas poeiras ao longo de grandes distâncias, atravessando o oceano Atlântico, até o continente americano.
Essas poeiras, ricas em minerais e nutrientes, eventualmente depositam-se
no oceano e em terra (ex. Amazonas) constituindo por isso um importante mecanismo de fertilização natural.
TRAJECTO DAS POEIRAS EM JUNHO DE 2020 |
Durante estes dias está prevista a chegada de poeiras do deserto do Sáara às Caraíbas. Trata-se de um evento particularmente intenso, estimando-se que a concentração de partículas no ar à superfície (PM10) em algumas ilhas das Caraíbas como Puerto Rico e Hispaniola (Rep. Dominicana e Haiti) ultrapasse os 200 μg/m3 nesta segunda-feira 22 de junho.
Prevê-se que estas poeiras atinjam a Península Ibérica na próxima 3ª feira, estando o IPMA a acompanhar a situação como é habitual.
Deserto do Saara
O Deserto do Saara ou Deserto do Sara, ou Deserto do Sáara é conhecido por ser o mais quente deserto do mundo.
Oficialmente, é o terceiro maior
deserto da Terra, logo após a Antártida e o Ártico, pois estas duas
também são consideradas um deserto.
Localizado no Norte da África, tem
uma área total de 9 065 000 km², sendo sua área equiparável à da Europa e
à área dos Estados Unidos, e maior que a área de muitos países
continentais tais como Brasil, Austrália e Índia.
O nome Saara é uma
transliteração da palavra árabe صحراء, que por sua vez é a tradução da
palavra tuaregue tenere.
O deserto do Saara compreende parte dos
seguintes países e territórios: Argélia, Chade, Egito, Líbia, Mali,
Mauritânia, Marrocos, Níger, Saara Ocidental, Sudão e Tunísia.
Atualmente vivem cerca de 2,5 milhões de pessoas na região do Saara.
Deserto do Saara
Deserto do Saara | |||||
| Deserto do Saara no Maciço de Tadrart Acacus, na Líbia | ||||
Bioma | Deserto | ||||
---|---|---|---|---|---|
Largura | 1 800 km | ||||
Comprimento | 4 800 km | ||||
Área | 9 400 000 km² | ||||
Países | |||||
Parte da | África | ||||
Rios | Rio Nilo | ||||
Ponto mais alto | 3 445 metros (Emi Koussi) | ||||
Mapa da ecorregião do Saara | Imagem de satélite do Saara pelo NASA World Wind
|
O Deserto do Saara (português brasileiro) ou Deserto do Sara, ou Deserto do Sáara[1] (português europeu) (em árabe: الصحراء الكبرى; transl.: aṣ-ṣaḥrā al-koubra) é conhecido por ser o mais quente deserto do mundo.
Oficialmente, é o terceiro maior deserto da Terra, logo após a Antártida e o Ártico, pois estas duas também são consideradas um deserto.[2]
Localizado no Norte da África, tem uma área total de 9 065 000 km², sendo sua área equiparável à da Europa (10 400 000 km²) e à área dos Estados Unidos, e maior que a área de muitos países continentais tais como Brasil, Austrália e Índia.
O nome Saara é uma transliteração da palavra árabe صحراء, que por sua vez é a tradução da palavra tuaregue tenere (deserto).
O deserto do Saara compreende parte dos seguintes países e territórios: Argélia, Chade, Egito, Líbia, Mali, Mauritânia, Marrocos, Níger, Saara Ocidental, Sudão e Tunísia. Atualmente vivem cerca de 2,5 milhões de pessoas na região do Saara.[3]
História
Durante a última glaciação, o deserto do Saara foi mais úmido (como o Leste africano) do que é agora, e já possuiu densas florestas tropicais.
. Seu clima era tão diferente que recentes estudos revelaram que o Rio Nilo corria antigamente para o Oceano Atlântico em vez de desaguar no mar Mediterrâneo.
Uma mudança de poucos graus[4][5] no eixo de rotação terrestre causou, há cerca de 10 mil anos, uma grande transformação climática gerando o Saara.
Essa alteração, segundo alguns cientistas, gerou as condições necessárias à formação da civilização egípcia quando obrigou pessoas que já haviam desenvolvido formas de vida sedentárias (agricultura e pastoreio) e tradições históricas (civilização) a se deslocarem para o leito atual do Rio Nilo.[carece de fontes]
O deserto é rico em história, e diversos fósseis de dinossauros e outros animais bem como resquícios de diversas civilizações já foram encontrados ali.
O Saara moderno geralmente é isento de vegetação, exceto no vale do Nilo, em poucos oásis, e em algumas montanhas nele dispersas.[carece de fontes]
Geografia
O deserto do Saara, no qual se distinguem dois trechos, um dominado por dunas arenosas e denominado Erg, e outro bastante pedregoso denominado Hamadas, compreende parte dos seguintes países e territórios:
Argélia, Chade, Egito, Líbia, Mali, Mauritânia, Marrocos, Níger, Saara Ocidental, Sudão e Tunísia.
Atualmente, em 2020, vivem cerca de 2,5 milhões de pessoas na região do Saara.[6]
A área do deserto também inclui parte da bacia do Rio Nilo, as montanhas Aïr, Hoggar, Atlas, Tibesti e Adrar des Ifoghas, e as subregiões do deserto da Líbia, do deserto da Núbia, do Ténéré e do deserto Oriental Africano.
No interior do Saara, existem alguns poucos e dispersos oásis formados devido ao afloramento de aquíferos subterrâneos, estando entre eles os oásis de Baria, Gardaia, Timimoun, Cufra e Siuá.
As fronteiras do Saara são o Oceano Atlântico a oeste, a cordilheira do Atlas e o mar Mediterrâneo a norte, o mar Vermelho a leste e o Sahel a sul.
O Saara divide o continente africano em duas partes, o Norte da África e a África Sub-Saariana. A fronteira saariana ao sul é marcada por uma faixa semi-árida de savana chamada Sahel.[carece de fontes]
Os limites do Saara podem também ser definidos por critérios botânicos, definidos por Frank White, que correspondem a zonas climáticas (por exemplo, definidas por Robert Capot-Rey).
O limite norte coincide com a região em que se cultiva a tamareira (nos oásis) e com o limite sul do esparto, uma poácea típica do clima mediterrânico; este limite corresponde igualmente à isoieta (linha de igual precipitação anual) dos 100 mm.
A sul, o Saara limita com o Sahel, uma cintura de savana seca com um verão chuvoso, que se estende através de toda a África.
Aí o limite é definido pela Cornulaca monacantha, uma quenopodiácea tolerante à seca, ou pelo limite norte do Cenchrus biflorus, uma grama característica do Sahel, o que corresponde à isoeta de 150 mm. Este valor é a média de muitos anos, uma vez que a precipitação varia muito de um ano a outro.[7][8][9]
Paleoclima
O clima da região que compreende hoje o Saara sofreu enormes variações, indo várias vezes do seco ao húmido durante os últimos cem mil anos chegando a mais de 50 graus e muito seco a 1 hora da tarde, quando a temperatura chega a 53 graus celsius.[10]
Durante a última Era do Gelo, o Saara era maior do que é hoje, estendendo para o sul além de seus limites atuais.[11]
O fim da idade de gelo trouxe épocas melhores ao Saara no período compreendido entre aproximadamente 8 000 a.C. a 6 000 a.C., isto devido a área de baixa pressão que acompanhou o desmoronar do manto de gelo ao norte.[12]
Quando a Era do Gelo se foi, a parte norte do Saara secou. Entretanto, não muito tempo depois, monções trouxeram chuva ao Saara, neutralizando a tendência de desertificação do Saara na parte sul.[carece de fontes]
Sabe-se que ar sobre o planeta Terra move-se por convecção de forma a redistribuir a energia pelo planeta, e ascensões de ar, puxando ar úmido do oceano, causam geralmente chuvas em determinadas regiões.
Paradoxalmente, o Saara estava mais úmido quando recebeu mais insolação no verão. Por sua vez, todas as mudanças na insolação são causadas por mudanças na geofísica da Terra..[13]
Ao redor de 2 500 a.C., as monções recuaram para o sul onde está hoje,[14] que conduziram a desertificação do Saara.
O deserto está atualmente árido na forma que o conhecemos hoje há aproximadamente 13.000 anos. Estas circunstâncias são responsáveis para o que foi chamado de Teoria da Bomba do Saara.[carece de fontes]
O Saara é conhecido por ter um dos climas mais áridos do mundo.
O vento que vem do nordeste prevalece, e pode por várias vezes fazer com que a areia dê forma a "furacões".
As precipitações, muito raras mas não desconhecidas, acontecem ocasionalmente nas zonas de beira-mar ao norte e ao sul, e o deserto recebe aproximadamente 25 mm de chuva em um ano.
As chuvas acontecem muito raramente, geralmente torrenciais após os longos períodos secos, que podem durar anos.[carece de fontes]
Em 18 de fevereiro de 1979, nevou em vários lugares no sul da Argélia, incluindo uma tempestade de neve de 30 minutos que parou o tráfego em Gardaia, e foi relatado como sendo "pela primeira vez na memória viva".[15]
A neve desapareceu em horas.[16]
No entanto, várias cadeias montanhosas recebem neve regularmente.
Um exemplo são as montanhas Tibesti, que recebem neve nos picos de mais de 2 500 metros uma vez a cada sete anos, em média.[17][18]
Em 18 de janeiro de 2012 nevou em vários lugares no oeste da Argélia. Ventos fortes sopraram a neve em estradas e edifícios na província de Béchar.[19]
Fauna
Por causa das suas habilidades de sobrevivência, da resistência e da velocidade, o dromedário é o animal favorito dos nômades.
O Leiurus quinquestriatus (escorpião-amarelo-da-palestina) é um tipo de escorpião do Saara que pode alcançar 10 cm.
Ele produz agitoxina e cilatoxina, que são venenos tóxicos.
O varano (família varanidae) é um tipo de lagarto que se encontra facilmente.
Cerastes é um tipo de cobra que tem em média 50 cm no comprimento que tem proeminências que lembram um par de chifres.
Muito ativa à noite, encontra-se geralmente enterrada na areia com somente seus olhos visíveis.
As mordidas destas cobras são dolorosas, mas raramente fatais.
Há também o feneco, um onívoro.
Há o Dassie, cujo primeiro fóssil encontrado remonta a 40 milhões de anos atrás.
O adax é um grande antílope branco, e é hoje uma espécie ameaçada. Muito adaptado ao deserto, pode sobreviver por até um ano sem água. A chita do Saara vive no Níger, no Mali e no Chade.[20]
Ver também
Referências
Ligações externas
- Fauna e flora do deserto do Saara. (em inglês)
- O que é a Grande Muralha Verde da África. Nexo Jornal.
- http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,ERT343572-17770,00.html