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7.8.20

UM CAÇADOR TINHA UM CÃO . . .

Tenho revisto com muito carinho alguns dos meus livros de criança.
 Entre eles encontrei o " Leituras " para a 3ª Classe que como muitos dos que conservo e estimo ainda me vão recordando algumas lições ainda hoje úteis.
 Como exemplo escolhi o seguinte texto:


Ver a imagem de origem
                                                                 


 ANEDOTA

         " Há muitas pessoas que, a ler ou a escrever, pouca ou nenhuma importância ligam às vírgulas, pontos e vírgulas e até pontos finais, passando por tudo isso a fugir, como gato por brasas, sem se lembrarem de que, quem muito corre, mais sujeito está a tropeções.
        Pois para se ver até onde chega a importância de um ponto e vírgula, aí vai uma frase que, sem essa pausa, representa um autêntico disparate, que ninguém entende:

                                          Um caçador tinha um cão e a mãe do  caçador  era também o pai do cão.

      Como se vê, a mãe do caçador ser também o pai do cão é coisa sem pés nem cabeça; e, no entanto, basta colocar um ponto e vírgula adiante da palavra mãe, para a frase ficar perfeita, assim:

 Um caçador tinha um cão e a mãe; do caçador era também o pai do cão.
      
E aqui têm como um simples ponto e vírgula - sinal que tanto desprezam, quando lêem e escrevem - teve o poder de explicar que ao tal caçador pertenciam, além do cão, a mãe e o pai do mesmo. "



 Como já referi trata-se de uma lição extraída do livro da 3ª classe do já longínquo ano de 1945.

Foram seus autores: Manuel Subtil; Cruz Filipe;Faria Artur e Gil Mendoça.

 Em relação aos tempos actuais merece-me um comentário de tristeza quando olho para a televisão e observo as agressões à língua nos mais banais escritos de " rodapé " aquando dos noticiários e não só.Nos jornais, na internet, etc.

 Enfim temos o que merecemos! Nisto e em muito mais.

Nota. À palavra leem, no acordo ortográfico ora vigente, foi suprimido o acento circunflexo.