Entre Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Nova de Foz Côa fica uma povoação chamada Vilar de Amargo, onde, há 338 anos, se passou um caso impressionante, que ficou para sempre envolvido no mais denso mistério.
Segundo consta de um livro do arquivo paroquial, foram certa noite de 1676, bater à porta do abade João de Barros Brito, dizendo-lhe que se levantasse depressa, para administrar os sacramentos a um enfermo agonizante.
O padre arranjou-se sem demora, mas, quando abriu a porta para saber de quem se tratava, deparou com dois homens estranhos, mascarados e armados, que lhe impuseram silêncio e o obrigaram a acompanhá-los à igreja, afirmando que a sua presença ali se tornava urgentíssima.
O templo ficava então a uma certa distância da aldeia e o abade não teve a possibilidade de chamar o sacristão nem a fortuna de topar com mais alguém pelo caminho.
No adro da igreja, encontravam-se alguns dos companheiros dos mascarados, que intimidaram o reverendo a abrir a porta e entraram com ele de roldão, fechando-a novamente com cuidado.
Apresentaram-lhe então uma senhora, de aparência distinta e ricas vestes de seda, dizendo-lhe que a confessasse e lhe ministrasse a comunhão - que eles lhe dariam o lavatório ! ...
Dirigiu-se o abade para o confessionário e, quando estava a ouvir a infeliz, notou que os homens abriam uma sepultura no pavimento da igreja.
Compreendendo que o queriam tornar testemunha de um crime monstruoso, que não teria forças para impedir, resolveu o confessor demorar o mais possível o interrogatório, na esperança de que, entretanto, surgisse alguém que o ajudasse a salvar a criatura.
Os criminosos adivinharam-lhe, porém, as intenções e disseram-lhe em tom agreste que pusesse termo à confissão.
Não teve o padre outro remédio senão obedecer e, concedida a absolvição à penitente deram-lhe os malvados o lavatório, para o que já haviam preparado um copo. Após a bebida, a desgraçada caiu morta imediatamente e os seus carrascos trataram logo de a sepultar, abalando em seguida nos seus cavalos velozes.
Nunca foi possível averiguar os nomes da infeliz dama nem dos seus misteriosos assassinos e o horror que se apoderou do velho abade foi tal que, passados dias, deixou a igreja, a casa e a família e seguiu para Roma, de onde não regressou mais.
A freguesia de Vilar de Amargo fica situada no extremo NE do distrito da Guarda, com concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, de que dista 8 kms, tendo por vizinhas as freguesias de Algodres (6 kms), Almendra (7 kms), Freixeda do Torrão (6 kms) e Escalhão (15 kms).Em tempos idos, pertenceu aos extintos concelhos de Almendra e Castelo Rodrigo, às comarcas de Pinhel e Trancoso e à grande provedoria de Lamego.
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Segundo consta de um livro do arquivo paroquial, foram certa noite de 1676, bater à porta do abade João de Barros Brito, dizendo-lhe que se levantasse depressa, para administrar os sacramentos a um enfermo agonizante.
O padre arranjou-se sem demora, mas, quando abriu a porta para saber de quem se tratava, deparou com dois homens estranhos, mascarados e armados, que lhe impuseram silêncio e o obrigaram a acompanhá-los à igreja, afirmando que a sua presença ali se tornava urgentíssima.
O templo ficava então a uma certa distância da aldeia e o abade não teve a possibilidade de chamar o sacristão nem a fortuna de topar com mais alguém pelo caminho.
No adro da igreja, encontravam-se alguns dos companheiros dos mascarados, que intimidaram o reverendo a abrir a porta e entraram com ele de roldão, fechando-a novamente com cuidado.
Apresentaram-lhe então uma senhora, de aparência distinta e ricas vestes de seda, dizendo-lhe que a confessasse e lhe ministrasse a comunhão - que eles lhe dariam o lavatório ! ...
UMA CRIATURA INDEFESA |
Dirigiu-se o abade para o confessionário e, quando estava a ouvir a infeliz, notou que os homens abriam uma sepultura no pavimento da igreja.
Compreendendo que o queriam tornar testemunha de um crime monstruoso, que não teria forças para impedir, resolveu o confessor demorar o mais possível o interrogatório, na esperança de que, entretanto, surgisse alguém que o ajudasse a salvar a criatura.
Os criminosos adivinharam-lhe, porém, as intenções e disseram-lhe em tom agreste que pusesse termo à confissão.
Não teve o padre outro remédio senão obedecer e, concedida a absolvição à penitente deram-lhe os malvados o lavatório, para o que já haviam preparado um copo. Após a bebida, a desgraçada caiu morta imediatamente e os seus carrascos trataram logo de a sepultar, abalando em seguida nos seus cavalos velozes.
Nunca foi possível averiguar os nomes da infeliz dama nem dos seus misteriosos assassinos e o horror que se apoderou do velho abade foi tal que, passados dias, deixou a igreja, a casa e a família e seguiu para Roma, de onde não regressou mais.
A freguesia de Vilar de Amargo fica situada no extremo NE do distrito da Guarda, com concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, de que dista 8 kms, tendo por vizinhas as freguesias de Algodres (6 kms), Almendra (7 kms), Freixeda do Torrão (6 kms) e Escalhão (15 kms).Em tempos idos, pertenceu aos extintos concelhos de Almendra e Castelo Rodrigo, às comarcas de Pinhel e Trancoso e à grande provedoria de Lamego.
Vilar de Amargo
Situada
a cerca de 9 km da sede do Concelho, num monte fragoso de onde se
descobrem para Nascente as povoações de Escalhão e Mata de Lobos, para
Sul vislumbra-se Figueira e Castelo Rodrigo e para Poente a Freixeda do
Torrão.
A Freguesia aparece documentada com o actual topónimo nos inícios do séc. XIV, durante o reinado de D. Dinis o que põe em causa a teoria de o nome derivar de um caso trágico ocorrido no séc. XVII.
Decorria o ano de 1676 quando teve lugar o terrível e trágico acontecimento. Na Igreja Matriz, foi praticado um crime de homicídio sobre uma senhora distinta. Tais factos foram relatados pelo abade João de Barros e Brito.
Este abade enviou de Roma relíquias de Santo Eugénio e de Santo Augusto, no dia 29 de Abril de 1678. Desde então, nesse dia se comemora com grande fé o dia dos Santos Mártires.
No património destaca-se a Igreja Matriz, a Torre do Relógio, Capela dos Santos Mártires, a Fonte do Pereiro e as casas de arquitetura tradicional.
A Freguesia aparece documentada com o actual topónimo nos inícios do séc. XIV, durante o reinado de D. Dinis o que põe em causa a teoria de o nome derivar de um caso trágico ocorrido no séc. XVII.
Decorria o ano de 1676 quando teve lugar o terrível e trágico acontecimento. Na Igreja Matriz, foi praticado um crime de homicídio sobre uma senhora distinta. Tais factos foram relatados pelo abade João de Barros e Brito.
Este abade enviou de Roma relíquias de Santo Eugénio e de Santo Augusto, no dia 29 de Abril de 1678. Desde então, nesse dia se comemora com grande fé o dia dos Santos Mártires.
No património destaca-se a Igreja Matriz, a Torre do Relógio, Capela dos Santos Mártires, a Fonte do Pereiro e as casas de arquitetura tradicional.