Especialistas reconstituem filme dos acontecimentos de tsunami de 1755
Alguns dos maiores especialistas mundiais no estudo geológico dos tsunamis juntam-se em Portugal para reconstituírem a história do que afetou a costa portuguesa em 1755, num trabalho detectivesco sobre o que aconteceu há séculos.
IMAGEM PERTURBADORA |
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País Investigação
Em algumas partes do sistema costeiro ainda são visíveis os efeitos do tsunami e estudar os sedimentos permite perceber o período de retorno entre tsunamis, o que ajuda a estabelecer qual a sua periodicidade.
Os depósitos de sedimentos na costa portuguesa são dos mais complexos já estudados: há blocos de pedra do tamanho de carros que foram arrastados centenas de metros para terra, acabando por ficar vários metros acima da sua cota de origem, referiu.
Na areia também ficou gravado o "filme dos acontecimentos" do tsunami de 1755, revelado por técnicas como a tomografia axial computorizada (TAC), também usada para exames médicos, a que são sujeitas as amostras.
As areias de terra, arrastadas pelas marés que avançaram com o tsunami e depois retrocederam, permitem perceber até onde chegaram, contando "a história da vida de cada grão".
Pedro Costa referiu que o estudo deste tema deu um salto decisivo com o tsunami de 2004 no oceano Índico, que matou milhares de pessoas.
"Houve muito mais dinheiro, não para Portugal, e as técnicas avançaram muito, foi um salto qualitativo extraordinário", salientou.
A organização é da Universidade de Lisboa e do Instituto Dom Luiz, que esperam 75 investigadores de 18 países, com especialidades que vão da geologia à matemática e física, e ainda membros da proteção civil.