Se fôssemos como o resto das espécies que co-habitam connosco teríamos aquilo a que se chama paz, ainda que não fosse absoluta. Porque também os animais entram em disputa para assegurar a sobrevivência dos seus.
Desde o princípio que o homem sentiu necessidade de obter mais do que aquilo que precisa para sobreviver. O que obviamente tem os seus prós e os seus contras. A constante sede de conquista leva ao inevitável choque entre dois grupos. É claro que esse choque, esse conflito, poderia sempre ser resolvido através do diálogo, mas para o Homem, corrijo, para a ganância do Homem, é bem mais simples enveredar pela violência. A guerra é mais fácil de fazer do que a paz. Isto sem falar que a guerra dá dinheiro (lá está a ganância outra vez). E chegámos ao tal “querer mais do que precisa”.
Dinheiro. A razão pela qual se faz a guerra. E também pela qual se procura a paz. E provavelmente também será a razão pela qual nunca haverá a tal “paz quase absoluta”.
A guerra só é necessária à paz porque o Homem é racional e quer sempre mais, mais e mais. Quando existe paz, procuramos a guerra e quando estamos em guerra procuramos a paz. Só os mortos conhecem o fim da guerra. Acho que seja em que situação fôr, numa sociedade ideal, a guerra nunca seria necessária à paz. Mas como também acho que não é possível criar uma sociedade perfeita, para resolver conflitos onde haja atentados à liberdade dos indivíduos, prefiro dizer que a guerra é conveniente à paz. Mas só se não houver dinheiro à mistura. Bolas, isso é impossível…