Terra:
Investigadores falam na sexta extinção em massa
Estudo conclui ainda que o tempo para reverter efeitos de tal escala é escasso.
A VIDA ( CHITAS ) ÁFRICA |
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Um estudo publicado no PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States) apurou conclusões gravosas e que nos fazem questionar que futuro queremos para o planeta em que vivemos.
E não são espécies raras, falam concretamente em diferentes tipos de aves, mamíferos, répteis e anfíbios que deixaram de existir.
Isto leva o trio de investigadores a afirmar que esteve em curso “a sexta extinção em massa” e que a mesma ocorreu de forma incompreensivelmente rápida.
Para chegarem a este veredito, foi preciso contornar a problemática de não haver registos sobre algumas das espécies que tinham sido analisadas ainda no início do século XX ou até agora. Por isso, o estudo escolheu fazer antes uma investigação geográfica, ou seja, foi analisada a distribuição de cada espécie pelos diferentes cantos do planeta ou de países em específico entre o ano de 1900 e o ‘hoje em dia’.
Dessa análise resultaram números alarmantes: Quase 8.900 espécies – o equivalente a um terço - já não estão presentes no que seria o seu território original, mas não só. Apurou-se também que quase todas as espécies estudadas se extinguiram a nível local ou perderam parte da população.
O grupo dos mamíferos, como nota o The Guardian, é aquele cuja análise conseguiu ser mais detalhada. Sobre eles, os dados mostram que pelo menos metade perdeu cerca de 80% da sua área geográfica.
“A aniquilação biológica resultante terá, obviamente, sérias consequências ecológicas, económicas e sociais. A humanidade acabará por pagar um preço muito alto pela diminuição do único conjunto de vida que conhecemos no Universo”, dizem os autores, utilizando expressões mais fortes do que é normal. “A situação tornou-se tão má que não seria ético não usar linguagem forte”, explica o investigador Gerardo Ceballos, citado pelo diário britânico.
Extinções em Massa: as Cinco
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Já o estudo do meio ambiente (ecologia) é feito através de uma linha vertical.
A ecologia e a evolução são intimamente ligadas e os seus estudos podem e devem ser correlacionados.
A evolução processa-se através de várias formas e com certeza a extinção de espécies é uma das formas naturais mais poderosas.
Evolução Biológica e Extinção das Espécies
A extinção de espécies é uma implicação da evolução biológica já que é necessário que haja seleção natural, ou seja, que apenas o mais apto sobreviva a cada ambiente. Dessa forma quando acontecem mudanças ambientais diversas espécies e grupos inteiros (famílias) podem ser extintos.
Cinco Grandes Extinções
De acordo com o estudo de paleontologia (estudo com base em fósseis) os cientistas documentaram cinco grandes extinções em massa na história do nosso planeta. As extinções em massa eliminaram mais de 50% das espécies de seres vivos de cada época em que ocorreram.Extinção em Massa do Período Cretáceo-Tertiário
A extinção mais recente acontece no período Cretáceo-Tertiário e foi causada pelo impacto de um meteoro que criou a cratera de Chicxulub que atualmente fica abaixo da de Yucatan, abaixo do Golfo do México. Para se ter uma ideia esse impacto foi responsável pela extinção de 16% das famílias de espécies marinhas, 18% das famílias de vertebrados terrestres (incluindo os dinossauros) e ainda 47% dos gêneros marinhos.Extinção em Massa no Período Triássico
A extinção do final do período Triássico, há 214 milhões de anos, e as suas causas foram as gigantescas inundações de lava vulcânica que vieram da província magmática do Atlântico central. Esse evento desencadeou a abertura do oceano Atlântico. Os cientistas estimam que essa atividade vulcânica pode ter levado a um aquecimento global mortal.
Extinção em Massa do Período Permiano-Triássico
A extinção em massa que aconteceu no período Permiano-Triássico, há 251 milhões de anos, tem como principal causa suspeita o impacto de um asteroide ou cometa. Essa extinção foi a maior entre todas, pois eliminou 95% de todas as espécies de seres vivos que existiam nessa época.
Extinção em Massa do Período Devónico ou devoniano
Há cerca de 364 milhões de anos aconteceu a extinção em massa do período Devoniano que tem causas desconhecidas e que eliminou cerca de 22% das famílias marinhas.
Extinção em Massa do Período Ordoviciano-Siluriano
No período Ordoviciano-Siluriano, há cerca de 439 milhões de anos, aconteceu uma grande extinção causada pela queda dos níveis dos mares, o aparecimento das calotas polares e seu posterior derretimento. Acredita-se que nessa extinção foram eliminadas 25% das famílias marinhas e 60% dos gêneros marinhos.
Considerações Sobre as Extinções em Massa
O cálculo de animais terrestres e vertebrados que foram extintos nas duas primeiras extinções em massa é bem difícil, pois, ou eles não existiam ou então os seus fósseis foram destruídos devido a ação vulcânica.Extinção em Massa Causada Pelo Homem
Muitos biólogos alertam que podemos estar caminhando para uma próxima extinção em massa, dessa vez seria o homem o grande responsável. De acordo com estudos de biólogos estaríamos nos estágios iniciais dessa nova extinção. A extinção é chamada de Holocênica e os estudiosos previnem que se o homem continuar destruindo a biosfera nesse ritmo atual em 100 metade de todas as espécies de seres vivos estarão extintas.Conceito de Extinção
Para a biologia e a ecologia extinção é conceituada como o desaparecimento de espécies, subespécies ou grupos de espécies. O momento em que se considera oficial a extinção de uma espécie é quando o seu último indivíduo morre. Nos casos de animais que se reproduzem de forma sexuada é inevitável que quando resta apenas um indivíduo ou mais de um do mesmo sexo a espécie seja considerada extinta.Extinção em Escala Geográfica
Além disso, há que se considerar a escala geográfica da extinção. A extinção local é aquela em que a população é extinta de uma determinada região e não necessariamente a espécie como um todo.Nos estudos da biogeografia esse é um fator importante para o delineamento da distribuição geográfica das espécies. Alguns eventos de mudanças climáticas podem resultar em extinção local de populações e dessa forma configurar os padrões de distribuição dessas espécies.
Critérios de Avaliação da Extinção
Para que sejam consideradas extinções em massa existe uma série de critérios científicos. Por exemplo, é feita uma análise da população da espécie em escala global, ou seja, quantos indivíduos da espécie existem no planeta. Porém, não é somente isso que é levado em conta.Como já destacamos nos casos das espécies que se reproduzem de forma sexuada é necessário que hajam indivíduos de sexos diferentes para que seja possível a procriação. Outro critério considerado é o espaço de tempo entre as gerações, quanto maior é o espaço de uma geração para a outra maior é o risco de que haja extinção.
O critério da redução ou aumento do número de indivíduos das espécies em idade reprodutiva também entra na equação que define as espécies extintas. As flutuações extremas de indivíduos, fragmentação da população e extensão da ocorrência bem como a área ocupada pela espécie são avaliadas também.