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4.4.16

ISABEL GUERRA ( A freira pintora )

 
Isabel Guerra – A freira pintora espanhola
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Referência da pintura espanhola contemporânea, madre Isabel Guerra é uma pintora hiperrealista, em cujos quadros o tratamento da luz tem especial significado. Alguns têm comparado sua obra com a do pintor holandês Vermeer. Autodidata, iniciou-se na pintura aos doze anos, e, aos 23, ingressou na vida monástica. Vive atualmente em clausura, no “Monastério de Santa Lucía” ,da Ordem Cisterciense, em Zaragoza, Espanha. Para ela,  “pintar e amar a Deus” se completam. O tema de seus quadros é, principalmente, a figura humana: jovens adolescentes -“porque asimilamos la esperanza a la juventud”, em atitudes de serenidade e repouso, mas também pinta naturezas mortas com grande maestria técnica.
Autora também de livros, a cada três anos vai a Madrid expor seus trabalhos, que atrai enorme público. Acadêmica de honra da Real Academia de Belas Artes de San Luis e acadêmica correspondente da Real Academia de Belas Artes e Ciências Históricas de Toledo, Isabel começa sua jornada às cinco da manhã e, depois de quatro horas de oração, às nove e meia começa seu trabalho no ateliê de pintura. Este, é o único que diferencia sua vida das demais religiosas do mosteiro, já que estas se dedicam a restaurar livros antigos. A vida no convento serviu para um isolamento sereno das preocupações terrenas. Ela declara estar convencida que o mundo não deve perder as esperanças. Sua obra contém uma mensagem de resistência: “a beleza sendo possível, nem tudo está perdido…” “Mis lienzos buscan ser carta abierta a los hombres y mujeres de este tiempo, cuyas tumultuosas aguas forman imponente cascada que cae sobre el cauce estremecido del tercer milenio… ¡Ojalá pudieran ser carta dictada por el Sol que nace de lo alto! Una carta claramente iluminada por la Luz”. (Isabel Guerra)
Isabel Guerra nasceu em Madrid em 1947, procede de uma família culta e abastada e, atualmente, vive em Zaragoza.
“No crean que la vida monástica le ha apartado de las preocupaciones terrenas: convencida de que este mundo no puede gustarle a nadie, su obra contiene un mensaje de esperanza: “La belleza es posible, no todo está perdido” (Rafael López Giménez )


Sob estas linhas, um extrato recolhido de um órgão de informação português, em que o autor, mostra indignação naquilo que considera ser um abuso da parte de uma ex- governante, directamente associado ao trabalho desta ilustre autodidata espanhola.


" Li que a ex - presidente da Assembleia da República Assunção Esteves encomendou um quadro com a sua imagem a Isabel Guerra,  freira devota, que vai cobrar pela obra 15 mil euros. O quadro será para figurar na Galeria dos Presidentes daquele órgão de soberania.

  A factura é para os mesmos de sempre nos quais eu me incluo sem ser consultado. Aliás terá a srª ex presidente  dado conta da actual situação que o país atravessa ?  Um dos motivos da nossa desgraça colectiva é, por  ex,  as reformas dadas a jovens com quarenta e poucos anos de idade e dez de serviço como é o caso desta ilustre portuguesa. Enfim... para estes casos não há limites mas para a saúde para as reformas ao fim de 30/ 40 anos de descontos e outros  direitos usurpados já a " pintura " é diferente.

 Por último lamento termos em Portugal tantos e bons retratistas na arte da tela e recorrer-se a uma estrangeira. Sem chauvinismos claro. Acho que a pintora é capaz de conseguir um milagre fazendo com que aquela galeria tenha outro encanto com uma figura feminina entre tantas, como dizer, personalidades. "





MIGUEL A. LOPES/  LUSA

" O retrato oficial de Assunção Esteves, ex-presidente da Assembleia da República, vai ser pintado por uma freira espanhola, Isabel Guerra, conhecida como “a freira pintora” ou “a pintora da luz”. O conselho de administração do Parlamento aprovou em dezembro a encomenda no valor de 15 mil euros.
Ao Observador, Assunção Esteves justificou a escolha pelo facto de ter ficado fã dos “quadros muito luminosos”. Mas confessa que não foi a primeira escolha. Primeiro, contactou Paula Rego e Júlio Pomar que não estavam disponíveis para mais uma encomenda.
Assunção Esteves conheceu o trabalho de Isabel Guerra através de um amigo que lhe enviou um e-mail com fotografias dos quadros na altura em que procurava um artista que lhe pintasse o retrato para a galeria de ex-presidentes da Assembleia, como é tradição. Mais tarde, encontrou-se com a freira em Madrid, no atelier que tem na sua casa de infância."

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" A imagem acima é um esboço do quadro final, que foi feito por Isabel Guerra no início do ano e que já foi exposto em Madrid, numa exposição da pintora.
A ex-presidente do Parlamento desdramatiza o facto de não ser uma artista portuguesa. “Tenho uma visão transversal da arte e somos cidadãos da União Europeia”, explica, acrescentando que Portugal “não tem muitos retratistas”."

Quem é a freira pintora?

Isabel Guerra entrou para o mosteiro cisterciense de Santa Lucía, em Zaragoza, com 23 anos, refere o ABC.

 Enquanto freira vive em clausura, mas realiza a cada dois, três anos as suas exposições. O El Mundo, 2004, descreve-a como sendo uma “autodidata” cujos interesses na pintura e na religião se manifestaram logo na adolescência. 

Ao mesmo diário espanhol, Isabel Guerra confessou que quando começou a pintar era uma menina rebelde que rejeitava os mestres porque “queria fazer a sua própria escola e estudo”, e que não se arrepende disso.

Quando se dedicou à vida conventual, a “freira pintora” pensou que teria que deixar a parte da pintura para trás, mas conta que, assim que entrou para o mosteiro, as suas superiores lhe disseram que não teria de o fazer, que a pintura se “adequava perfeitamente” à vida no mosteiro. E, desde que se tornou freira, o seu estilo de pintura evoluiu.

 Se, até aí, as telas eram impressionistas, Isabel Guerra abraçou, depois, o expressionismo e, depois, focou-se no realismo.

Vive em clausura, o mundo de fora chega-lhe através dos media e das pessoas que se acercam para participar nas atividades religiosas. Mas a realidade não a encanta. Ao El Mundo, afirmou que é “um mundo em convulsão e violento” e tenta “lutar dando pista do contrário: luz e esperança”. “A pintora da luz”.

O retrato do Papa Francisco foi feito a pedido da Conferência Episcopal Espanhola e como tributo ao Sumo Pontífice, e a entrega está prevista para maço deste ano, disse o ABC. Isabel Guerra fez, anteriormente, retratos dos presidentes do episcopado. O mesmo diário refere que Isabel Guerra está, agora, na fase do hiper-realismo na pintura, desenho e fotografia.

O ano passado, Guerra voltou a expor em Madrid, cidade onde já não o fazia há 10 anos, recordou o ABC. Foi na capital espanhola que fez a sua primeira exposição, com 15 anos, em 1963. E é em Madrid que estão as suas raízes.

 Foi lá que nasceu, em 1947. Filha única, Isabel Guerra contou ao El Mundo que foi “terrível”, sobretudo para a mãe, quando decidiu ingressar na vida de clausura. Mesmo assim, “evoluíram” na forma de ver a sua reclusão e, no final das suas vidas diziam que a filha estava “onde melhor podia estar”.