Os seis helicópteros Black Hawk para fogos comprados aos EUA custaram €42,9 milhões, mas não são novos
A Força Aérea Portuguesa (FAP) comprou seis helicópteros médios Sikorski UH-60 Black Hawk, adaptados para combate a incêndios, aos norte-americanos da Arista Aviation Sevices, por um pacote de 42,9 milhões de euros — financiado a 81% pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). A poupança é considerável, se for tido em conta o preço base de licitação do concurso, que era de €57,8 milhões de euros. No entanto, o baixo preço (menos cerca de 15 milhões de euros) pode ter a ver com outro fator: a idade avançada dos meios.
O caderno de encargos do concurso admitia a aquisição de helicópteros médios com o máximo de 35 anos, como o Expresso noticiou há seis meses, o que levou alguns militares a criticarem o risco de se estar a comprar “sucata”. Agora, no entanto, a Força Aérea não revela a verdadeira idade dos meios adquiridos através de um contrato celebrado a 12 de agosto. Questionado pelo Expresso, o porta-voz do Estado-Maior da Força Aérea, apenas respondeu — sem revelar a verdadeira idade dos Black Hawk —, que “os meios adquiridos terão uma idade igual ou inferior à definida em caderno de encargos”. Ou seja, os helicópteros podem ter até um máximo de 35 anos. Em fevereiro, a FAP tinha respondido, para justificar os termos do caderno de encargos, que os helicópteros ligeiros atualmente usados no dispositivo de combate aos fogos rurais ”têm uma média de idade de 16 anos” e os helis médios “têm idade média de 44 anos”.