Rente ao mar, o mesmo mar que viu partir as caravelas para “dar novos mundos ao mundo”, o Forte de Santo António da Barra, “de Salazar”, no Estoril, deverá, a médio prazo, vir a albergar o Museu do Mar e da Língua.
Projeto do Professor Luís Reto, co-autor do Atlas da Língua
Portuguesa, aquele que será o novo espaço museológico do concelho
contemplará uma exposição permanente sobre a língua portuguesa como
ativo global e um serviço educativo no espaço do forte. O projeto
contará também com uma forte componente virtual, não se esgotando
naquele espaço físico. A este nível será desenvolvido um portal com os
principais indicadores sobre a língua portuguesa no Mundo. Serão também
desenvolvidas exposições temporárias e atividades culturais relacionadas
com a língua portuguesa tanto presenciais como à distância.
Todas
as novidades serão reveladas no dia 25 de abril, durante a manhã, numa
celebração que marca um importante virar de página: assinalam-se agora
48 anos sobre a Revolução dos Cravos e Portugal passa a viver mais tempo
em democracia do que aqueles em que viveu sob o jugo da ditadura.
Nada
melhor para assinalar a data no concelho do que apresentar publicamente a
há muito pensada nova vida do Forte de Santo António da Barra, no
Estoril, a que muitos se habituaram a chamar “Forte de Salazar”. Um
património que faz parte da história nacional e que, pela sua
circunscrição geográfica, da história de Cascais
Cedência de utilização por 50 anos
O
novo museu só é possível concretizar com a já prevista cedência de
utilização do Forte de Santo António da Barra ao Município de Cascais
por um período de 50 anos pela Direção Geral do Tesouro.
Parte integrante da lista de Imóveis para Rentabilizar no Âmbito da Lei Orgânica n.º 3/2019, de 3 de setembro (in DR n.º 176, de 13 de setembro de 2019, parte C, p. 25) o imóvel ficará assim, ao serviço da cultura nacional, reforçando a oferta museológica do concelho de Cascais. Ganha, assim, corpo a ideia da Câmara Municipal quando, em 2019, chamou a si a salvaguarda do Forte travando a degradação, retirando toneladas de lixo e vegetação e levando a cabo uma operação de “lifting” para que o forte pudesse abrir ao público a 25.04.2019.
Em três anos, Cascais assumiu sempre a gestão, segurança e manutenção possível deste património.
Agora, com a concessão mais dilatada no tempo, por 50 anos, vão ali ser desenvolvidas obras de fundo e implementado o Museu da Mar e da Língua, devolvendo ao forte a dignidade que merece e colocando-o ao serviço dos cidadãos.