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21.2.22

N.A.T.O. / RÚSSIA . ( E os outros )

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 desde 1999 registaram-se 14 novas entradas na NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

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Só resta a Bielorrússia e a Ucrânia, que são agora o último "tampão" entre a NATO e o território russo e algo que é hoje por demais evidente: “Os russos não querem ter a NATO na sua imediata fronteira”.

 A "semana começou com alguns sinais de distensão e terminou com muita deterioração”. O clima de instabilidade política e social é tal que na região separatista de Donbass (Donetsk e Lugansk), só na sexta-feira, o número de violações do cessar-fogo foi 1.666 e deste valor cerca de 1.400 foram explosões, de acordo com os dados da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa).

Como evitar uma guerra de aparente inevitabilidade?

Quantos militares russos estão posicionados na fronteira com a Ucrânia, mas  que "são certamente mais de 130 mil militares neste momento”. Mas, como se para uma guerra que aparentemente já está em marcha?

 “Para evitar uma guerra é preciso que ambas as partes possam salvar a face",  "Putin já foi longe de mais para poder recuar sem concessões efetivas”.

“O único acordo possível é o nem/nem. Nem a Rússia invade a Ucrânia, nem a Ucrânia entrará na NATO”.

O mundo está a "conviver certamente com a verdade e a mentira ao mesmo tempo” a história da estratégia militar russa assenta em grande parte numa palavra: maskirovka (mascaramento, tradução literal), ou sejas, “medidas para enganar o inimigo quanto à presença de forças”, por definição.

As "formas de dissimular as forças e o dispositivo no terreno para criar uma perceção errada do adversário” passam por um conjunto de técnicas como: usar os uniformes do adversário, simular ataques à sua própria gente, utilizar técnicas de confusão para o outro lado não saber qual é a origem geográfica dos ataques. Ninguém sabe, com 100% de certeza, o que se passa a cada momento na fronteira ucraniana.

“Sun Tzu também recomendava que se transformassem as fraquezas em forças quando vistas pelo adversário e há muitos exemplos na história desse uso da dissimulação”, lembra.

Donbass: o pretexto perfeito ou a presunção legal indispensável?

A região separatista de Donbass, constituída por Donetsk e Lugansk, é o foco de maior tensão neste momento.  A “guerra nestas duas províncias já provocou cerca de 14 mil mortos, dos quais 75% são militares, tanto do lado russo como do ucraniano”.

Esta semana o parlamento russo um decreto que permite a Putin reconhecer independência de Lugansk e Donetsk. O ex-responsável pela Defesa Nacional refere que “a partir do momento, que a Rússia reconheça estas duas repúblicas como independentes, elas podem pedir assistência militar e dotar a Rússia de uma presunção de legalidade numa eventual invasão, como aconteceu  com a Crimeia”.

Por outro lado, "um tiro de canhão" despropositado entre as forças separatistas pró-russas e as tropas ucranianas pode servir de pretexto para que a guerra seja declarada, como explicou o próprio presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

Consequências para Portugal em caso de guerra

A Rússia é o principal fornecedor de energia e cereais da Europa e, em caso de guerra, os efeitos colaterais vão espalhar-se por todo o velho continente, incluindo Portugal. 

“A Rússia não é apenas uma potência petrolífera, não é apenas o grande fornecedor de gás de uma grande parte da Europa, a Rússia é também um grande produtor de cereais e de carne".

Em caso de conflito, "ninguém pode estranhar que a inflação passe para cima dos 10% (nos EUA). O barril de petróleo pode chegar aos 120 dólares ou até 150 havendo sanções impostas à Rússia”. Já houve um país a sofrer um corte parcial e unilateral do fornecimento russo.

“Houve um país que já sentiu o que é uma decisão unilateral da Rússia de parcialmente cortar o fornecimento de gás: foi a Itália. Em janeiro, passou a ter metade do fornecimento de gás tinha vindo da Rússia. Razão que levou Draghi a falar com Putin. Nunca deveria ter havido esta dependência de um só fornecedor”.