Acidente vascular cerebral

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Acidente vascular cerebral (AVC)
 
Uma fatia do cérebro de uma pessoa que foi vítima de um AVC da artéria cerebral média
Especialidade neurologia, neurocirurgia
Sintomas Incapacidade de mover ou sentir um dos lados do corpo, dificuldade em compreender ou em falar, vertigem, perda de visão de um dos lados[1][2]
Complicações Estado vegetativo persistente[3]
Causas Isquemia cerebral ou Hemorragia intracraniana[4]
Fatores de risco Hipertensão arterial, tabagismo, obesidade, colesterol elevado, diabetes mellitus, antecedentes de ataque isquémico transiente, fibrilação auricular[1][5]
Método de diagnóstico Com base nos sintomas e imagiologia médica[6]
Condições semelhantes Hipoglicemia[6]
Tratamento Com base no tipo[1]
Prognóstico Esperança média de vida de um ano[1]
Frequência 42,4 milhões (2015)[7]
Mortes 6,3 milhões (2015)[8]
Classificação e recursos externos
CID-10 I61-I64
CID-9 434.91
OMIM 601367
DiseasesDB 2247
MedlinePlus 000726
eMedicine neuro/9 emerg/558 emerg/557 pmr/187
MeSH D020521
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Um acidente vascular cerebral (AVC) ocorre quando problemas na irrigação sanguínea do cérebro causam a morte das células, o que faz com que partes do cérebro deixem de funcionar devidamente. Existem dois tipos principais de AVC: isquémico, causado pela interrupção da irrigação sanguínea, e hemorrágico, causado por uma hemorragia.[4] Entre os sinais e sintomas de um AVC estão a incapacidade de mover ou de sentir um dos lados do corpo, dificuldades em compreender ou em falar, sensação de que os objetos em volta se movimentam ou perda de um dos lados da visão.[1][2] Na maior parte dos casos, os sinais e sintomas manifestam-se imediatamente após o AVC. Quando a duração dos sintomas é inferior a uma ou duas horas, o episódio denomina-se acidente isquémico transitório (AIT), ou mini-derrame.[2] Uma hemorragia subaracnóidea pode também estar associada a dores de cabeça intensas.[2] Os sintomas de um AVC podem ser permanentes.[4] Entre as complicações a longo prazo estão a pneumonia ou incontinência urinária.[2]
O principal fator de risco de um AVC é a hipertensão arterial.[5] Entre outros fatores de risco estão fumar, a obesidade, colesterol elevado, diabetes, ter tido anteriormente um acidente isquémico transitório e fibrilação auricular.[1][5] Um AVC isquémico é geralmente causado pelo bloqueio de um vaso sanguíneo, embora existam outras causas menos comuns.[9][10][11] Um AVC hemorrágico é causado por um derrame, quer por uma hemorragia diretamente no cérebro quer por uma Hemorragia subaracnóidea no espaço entre as meninges.[9][12] Estas hemorragias podem ocorrer devido à rutura de um aneurisma cerebral.[9] O diagnóstico é geralmente feito com recurso a imagiologia médica, como uma TAC ou ressonância magnética, acompanhada por uma avaliação física da pessoa. Podem ser realizados outros exames, como análises ao sangue ou eletrocardiograma, para determinar fatores de risco e descartar outras possíveis causas. A hipoglicemia pode provocar sintomas semelhantes a um AVC.[6]
A prevenção consiste em diminuir os fatores de risco, assim como na possibilidade de ser administrada aspirina ou estatinas. Em pessoas com estenose da carótida pode ser considerada uma Endarteriectomia para alargar as artérias do cérebro. Em pessoas fibrilação auricular pode ser administrada varfarina.[1] Um AVC ou AIT geralmente necessita de assistência médica urgente.[4] Quando um AVC isquémico é detectado nas primeiras três horas e meia a quatro horas, é possível ser tratado com medicação trombolítica que dissolve os coágulos sanguíneos e com aspirina. Em alguns AVC hemorrágicos pode ser considerada neurocirurgia. Algumas das funções perdidas durante o AVC podem ser recuperadas com tratamentos de reabilitação e recuperação. No entanto, em muitas regiões do mundo estes tratamentos não estão disponíveis.[1]
Em 2013 cerca de 6,9 milhões de pessoas sofreram um AVC isquémico e 3,4 milhões um AVC hemorrágico.[13] Em 2010, encontravam-se vivas cerca de 33 milhões de pessoas que no passado tinham sofrido um AVC. Entre 1990 e 2010 o número de AVC ocorrido em cada ano diminuiu cerca de 10% nos países desenvolvidos e aumentou cerca de 10% nos países em vias de desenvolvimento.[14] Em 2013, os AVC foram a segunda principal causa de morte, a seguir à doença arterial coronária, tendo sido responsáveis por 6,4 milhões de mortes em todo o mundo, o que corresponde a 12% do total de mortes.[15] Cerca de 3,3 milhões de mortes foram causadas por AVC isquémico e 3,2 milhões por AVC hemorrágico.[15] Cerca de metade das pessoas que sofrem um AVC vivem menos de um ano.[1] Dois terços dos AVC ocorrem em pessoas com mais de 65 anos de idade.[14]

Classificação e fisiopatologia