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28.2.14

SISMO DE 1969 EM CASCAIS


  Tremor de Terra. Assim se designavam aqui pela minha aldeia quaisquer abalos sísmicos. Ainda hoje tenho em mente o ocorrido fazem hoje 45 anos e de cuja memória oficial ( Instituto do Mar e da Atmosfera ) aqui faço eco.
Desse distante evento não esqueço o som que se escutou assim como o abanar da casa. Pareceu uma eternidade. Saí para a rua onde se comentava o sucedido entre meus pais e os poucos vizinhos de então.
Sismo de 1969 
Os 45 Anos do Sismo de 28/Fev/19692014-02-27 (IPMA)


Assinalam-se os 45 anos do sismo de 28 de Fevereiro de 1969. Este sismo ocorreu às 02h40m (TU), com uma magnitude de 8.0 (MW) e epicentro localizado a SW do Cabo de São Vicente, cerca de 230km a SW de Lisboa, podendo ser considerado como o último grande sismo a ocorrer em Portugal Continental, tendo em atenção a conjugação entre a magnitude e os efeitos macrossismicos. Atingiu principalmente a região Sul do país, tendo-lhe sido atribuída uma intensidade máxima VIII (Escala de Mercalli Modificada, 1956) no Algarve e VI-VII na região de Lisboa e noutras localidades do país.

Esta ocorrência provocou alarme e pânico entre a população, cortes na telecomunicações e no fornecimento de energia elétrica.
 Registaram-se 13 vítimas mortais em Portugal Continental, 2 como consequência direta do sismo, e 11 indiretas. Em Marrocos estão igualmente reportadas algumas vítimas.

 Foi sentido até 1,300 km do epicentro, particularmente em Bordéus, e nas Canárias.

O sismo teve várias réplicas, tendo a estação WWSSN da Serra do Pilar, Vila Nova de Gaia, registado 47 réplicas entre 28 de Fevereiro e 24 de Março.

O evento foi também sentido em vários navios, principalmente nos que navegavam próximo da zona epicentral, tendo um deles sofrido danos estruturais significativos.
Foi ainda gerado um pequeno tsunami que foi observado em diversos marégrafos situados ao longo das costas portuguesas, espanholas e marroquinas, tendo sido registadas amplitudes máximas de 40 cm em Lagos e 45 cm em Cascais.

A rede sísmica nacional que operava na altura tinha uma dimensão bastante reduzida (apenas 3 estações sísmicas e uma estação acelerométrica), tendo este sismo funcionado como factor motivador para um processo de desenvolvimento da mesma, o qual foi feito em diversas etapas até à atualidade.

 

Vida

Sismo de 1969: A noite em que o pânico invadiu Lisboa

O pânico dominou os milhares de portugueses que, na noite de 28 de Fevereiro de 1969, foram acordados pelo maior sismo sentido no país desde 1755, que durou quase um minuto e danificou inúmeros edifícios.

O sismólogo e presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Jorge Miguel Miranda, tinha 16 anos e lembra-se "perfeitamente" dessa noite.

"A cidade [de Lisboa] estava silenciosa. As chaminés começam a cair, a louça começa a cair dentro dos armários, o barulho que se espalha nos bairros é enorme e uma parte significativa da população sai para a rua na perspectiva de se afastar dos edifícios, que podem cair se houver outro abalo", relatou à Lusa.

O sismo "é razoavelmente longo. O tempo em que é sentido pelas pessoas é razoavelmente grande, o que permite todo o pânico que se pode desenvolver durante um minuto de uma casa a abanar", acrescentou Jorge Miguel Miranda.

Como especialista na matéria, o sismólogo disse que o que tornou o sismo de há 45 anos diferente foi o ter ocorrido "numa altura em que Portugal começava a ter uma sociedade marcadamente urbana".
Eram 03:41 quando o sismo de magnitude 8 na escala de Richter, com epicentro no mar, a sudoeste do cabo de S. Vicente, na planície da Ferradura, se fez sentir em Portugal, Espanha e Marrocos.
Os maiores danos foram registados na Costa Vicentina e no Algarve, onde uma aldeia praticamente desapareceu, mas também causou estragos em Lisboa, nomeadamente queda de chaminés e paredes, falhas de energia e de comunicações.

Há ainda a registar no país, oficialmente, 11 mortos e dezenas de feridos, 58 dos quais em Lisboa.
Os sismógrafos existentes na zona sul e centro "ficaram todos saturados, ou seja, os registos não são utilizáveis. O único registo em Portugal continental que está completo é o da Ponte sobre o Tejo", disse Jorge Miguel Miranda.

"A informação que temos instrumental só não é reduzida porque temos toda a informação do resto do mundo e na altura já estava de pé a primeira grande rede mundial de sismologia, que tinha uma estação na serra do Pilar, no Porto", acrescentou.

Para o presidente do IPMA, o sismo de 1969 teve um "grande impacto" por outro motivo: "a sua localização foi perto da localização do de 1755

. Ele foi sempre visto como uma espécie de aviso de que um 1755 estava lá à nossa espera e que um dia vai voltar outra vez. Foi esse sentimento que em 1969 ficou completamente espalhado e criou na população portuguesa uma consciência da necessidade de estudar, monitorizar e compreender melhor os sismos".

O sismólogo revelou, ainda, que este sismo está envolto num "mistério" porque tem sido muito estudado e nunca se conseguiu determinar qual a falha que o causou.

"Temos o princípio de que os sismos ocorrem em falhas. Num sismo muito grande, por vezes, a rotura chega à superfície. O que se passa com o de 1969 é que ele é submarino, portanto é sempre de mais difícil acesso e, apesar de se terem feito milhares de quilómetros de sismologia de refracção e de reflexão à procura da estrutura geológica causadora deste sismo, não há uma relação claramente estabelecida entre uma falha específica e a rotura do sismo", afirmou.

No futuro próximo, Jorge Miguel Miranda acredita que a engenharia sísmica e sistemas de protecção civil mais desenvolvidos vão permitir minimizar os danos dos terramotos.

"Existe muito por fazer e tem de haver a consciência de que sismos como o de 1969 vão existir outra vez e, provavelmente, existem medidas que têm de ser tomadas com tempo, para que os impactos sejam realmente pequenos", concluiu.
Lusa/SOL


Passados 50 anos do sismo que afectou Lisboa e sul do país, em 1969, Cascais decidiu assinalar a data com um simulacro no Cascais Shopping. Em caso de catástrofes naturais, as operações de socorro às vítimas são numa primeira fase coordenadas pela Proteção Civil.
 
Proteção Civil de Cascais
214 607 610 / 214 815 960 214 825 030 proteccao.civil@cm-cascais.pt
Rua dos Bombeiros, n.º 159
2645-030 Alcabideche

26.2.14

SACERDÓCIOS -2

Sacerdócios.

13º Lupercos - eram sacerdotes consagrados ao culto de deus Pan Luperco, assim chamado por defender os gados da voracidade dos lobos ( lupos arcere, afastar os lobos. )
    Foram instítuidos pelo rei Evandro , que ,expulso da Arcadia, trouxe para a Italia aquele culto, estabelecendo-se no Monte Palatino.
   Estes sacerdotes imolavam cabras brancas nos dias de festa, corriam nús pela cidade cobrindo com peles dos mesmos animais apenas o sexo, e com chicotes das mesmas peles iam açoitando todos que encontravam, não poupando as mulheres, acreditando que com esse gesto as tornavam fecundas.
   A festa de pan chamava-se Lupercalia.

 14º Poticios e Pinarios - eram sacerdotes particulares de Hércules.
       Corre a respeito deles a tradição fabulosa de que vindo os Pinarios em certa ocasião atrasados para o sacrifício, lhes foi daí em diante vedado o comerem das entranhas da vítima, e que ficaram como ministros dos Poticios : Mas que na censura d'Apio, devolvendo os Poticios as funções do seu sacerdócio aos escravos públicos, por insinuação daquele censor , foram, por uma punição da divindade, excluidos do sacerdócio, extinguindo-se esta família no espaço de um ano, e sendo o magistrado privado da vista: e que por isso ficou o sacerdócio exclusivamente pertencente aos Pinarios, coadjuvados pelos referidos escravos.

15º Galos - Eram os sacerdotes empregados no culto da Deusa Cybele; o seu chefe era chamado Archigalo
                   Celebravam os sacrifícios ao som de adufes e tambores, correndo furiosos por diferentes partes, e levando facas nas mãos, com que faziam incisões nos braços e nas coxas das pernas. Castravam-se por imitarem o mancebo, de quem a fábula conta que se fizera eunuco, porque, sendo amado por Cybele, esta deusa o trocara por outro amante.
   Os galos também se chamavam Corybantes, Dactylos o Curetes.

16º Vestaes - ( Virgens sacerdotisas ) consagradas ao culto da deusa Vesta: eram seis, e escolhidas na idade de seis a dez anos.
   Faziam voto de virgindade por espaço de trinta anos, de que os primeiros dez eram empregados em aprender as obrigações do seu sacerdócio, os segundos em as praticarem, e os terceiros em as ensinarem às outras.
  Tinham obrigação de conservar sempre aceso o fogo sagrado no altar de Vesta, e aquela que, por desgraça,o deixava apagar, era cruelmente açoitada pelo soberano Pontífice. Considerava-se um mau preságio a extinção daquele fogo, porque da sua conservação dependia a do Império Romano; e só se podia de novo acender pelos raios do Sol atravez de lentes ustorias.
   Gosavam as vestaes dos seguintes previlégios:
   I - Legar os seus bens a quem quizessem, mesmo a menores.
   II - Salvar da morte o réu que estivesse para ser executado, só por terem posto os olhos nele no acto da execução.
   III - Ter coche especial, e lugar distinto nos espectáculos.
   IV - Vestir a toga pretexta e ser acompanhadas de um lictor.
   V - Ser o seu testemunho recebido em juízo sem juramento.
         A que violava o voto, era ao princípio açoitada até espirar à força dos golpes. Numa condenou-as a morrer apedrejadas; mas Tarquinio Prisco impoz às Vestaes desonradas o suplício de serem enterradas vivas numa cova junto à Porta Colina, para onde as faziam descer por uma escada, e ali as encerravam depois de lhes porem luz, cama,pão água, leite e azeite.
   O suplício de uma Vestal era seguido de luto público, e no espaço de mil anos que existiu este sacerdócio, dezoito foram supliciadas pelo crime de lesbianismo.

17º Sacerdotisas da boa Deusa - ( Deae Bonae sacerdotes ) faziam os sacrifícios a esta divindade, que também era conhecida pelos nomes de Fauna ou Fatua.
   A festa desta deusa, a que só eram admitidas mulheres e donde até retiravam os " retratos" de homens , era celebrada num local escuro e retirado a que davam o nome de opertorium, para onde as sacrificadoras levavam leite para oferecer à deusa.
   Passavam -se, não obstante a pretendida modéstia actos censuráveis naqueles ministérios. Chegaram a introduzir-se homens no Opertorium disfarçados de mulheres. Como fez Caio Clodios para ver uma dama que requestava. 


23.2.14

MAÇONARIA

De modo genérico, a maçonaria é uma sociedade semi-secreta e que se caracteriza por seguir os princípios da fraternidade, da liberdade, da igualdade, do humanismo ou da filantropia, e que, sendo progressista, tem como objetivo a construção de uma sociedade livre e justa. Porém, há ainda muita controvérsia em torno do tema.

" ...É a Maçonaria uma Sociedade secreta envolvendo o que se chama iniciação e portanto o segredo especial a esta inerente ?
 Não é.
 É uma Ordem secreta iniciática. É secreta por uma razão indirecta e derivada.

A mesma razão porque eram secretos os Mistérios antigos, incluindo os dos cristãos, que se reuniam em segredo para louvar a Deus, em que hoje se chamariam Lojas ou Capítulos o que, para se distinguir dos profanos tinham fórmulas de reconhecimento.

 Toques ou palavras de passe.

 Fernando Pessoa, cujo pensamento tão vinculado se encontra ao esoterismo, às ciências ocultas e ao estudo das sociedades secretas, observa :

 " Os romanos chamavam ateus aos cristãos, considerando-os inimigos da sociedade e do Império, precisamente os mesmos termos com que hoje os maçons são brindados pelos sequazes da Igreja Romana, filha ilegítima daquela maçonaria remota " .


Ver a imagem de origem


22.2.14

DOS MINISTROS QUE SERVIAM NOS SACRÍFICIOS ( VI )

Inscrições Latinas.  Imagem: Wikipedia

 

                      Dos Ministros que serviam nos sacrificios


Camillos, e Camillas  -  Rapazes e raparigas, que nos sacrificios administravam aos sacerdotes todos os utensílios necessários.

 2º Edituos, e Edituas ( de aedes, templo ) - guardas dos templos, encarregados do aceio deles, e depositários de todos os objectos sagrados.


 3º Tibicines, e Tubicines  - Tocadores de flauta, e de trombeta, que assistiam a todos os sacrifícios, funerais e jogos; por isso eram tambem chamados Ludii.

4º  Popas e Victimarios - ministros que coroados de louro, e meio nús, conduziam as vitimas para os altares, preparavam os cutelos, água e mais objectos para o sacrifício, e imolavam e feriam os animais sacrificados.

5º  Preficas - ( Carpideiras ) mulheres a quem se pagava para chorarem nos funerais.

6 ª Designadores - Mestres de cerimónias que nos funerais regulavam a ordem do prestito, e o vestuário de que cada um devia servir-se.

7º  Pregoeiros ou Arautos - ( Kalatores ) eram os ministros que apregoavam ao povo os dias festivos para a suspensão do trabalho.

8º  Flaminios, e Flaminias  - Mancebos  e raparigas que serviam o Flamen de Jupiter e sua mulher; deviam ter pais vivos.

9º  Modeladores  ( Fictores ) os que faziam e sacrificavam vitímas de massa e cera para se julgar que os sacrifícios na aparência eram verdadeiros.

21.2.14

JOSÉ MALHOA


   José Malhoa é um dos mais amados e sem dúvida o mais popular artista português.

De tal modo que um certo entendimento dos valores castiços da nossa cultura se lhe colou como intenso retrato.
. Quem não pensa nos BÊBADOS ou no FADO quando quer metaforizar  as vivências de fuga e de festa do Povo rural ou urbano, ou nao revê ne retrato inventado de Luís de Camões a imagem do trinca-fortes português, conquistador dos mares?

 Este acerto visceral de Malhoa com a carne e a alma do " bom Povo português " prestou-se depois a bastantes iquívocos.

O generoso pintor foi acusado de celebrar o atraso económico, as superstições, o analfabetismo com a sua gesta de vida camponesa.


José Malhoa o pintor. 1885  / 1933.  Fotografia de Arnaldo da Fonseca.
      
Teria como Júlio Dinis ou João de Deus, elaborado um discurso que narrava  uma mítica felicidade telúrica, iludindo a pobreza, a doença, por vezes a miséria moral.

 No contexto da oposição neo - realista dos anos quarenta , Malhoa era um símbolo de resignação quando o que interessava era a luta.




O Fado Ano de 1910   ( Óleo sobre tela  Museu Cidade de Lisboa. )
       
Ou seja, ideologizou-se a pintura, barbaramente descontextualizada da matriz naturalista e oitocentista  que lhe dá sentido.

       Definitivamente se conclui que ele é um excepcional paisagista. ( I )


( I ) Texto de Raquel Henriques da Silva
        Pintores Portugueses
        Edições Inapa


Os Bêbados ou Festejando o S. Martinho  Ano de  1907 ( Óleo sobre tela.) Museu José Malhoa Caldas da Rainha.

19.2.14

JÓIA DA CATEDRAL DE SANTIAGO DE COMPOSTELA

  ou CODEX CALIXTINUS. Já fiz referência a este livro  mas volto a realçar o assunto.



Pormenor de uma página do Códice Calixtino 

 Pormenor de uma página do Códice Calixtino (DR)
                                      É na  Catedral de Santiago de Compostela que se guarda o Códice Calixtino ou Codex Calixtinus é um livro do século XII.

Tem um valor incalculável

                                   É considerado a jóia da identidade Galega.

  O Códice Calixtino apenas saiu da Catedral por duas vezes,  mas nunca de Santiago da Compostela. Depois destas duas saídas, a Catedral optou por expor uma reprodução da obra, protegendo o original na caixa forte.

O Códice Calixtino descreve pela primeira vez os detalhes de várias das rotas do Caminho de Santiago, com informação sobre alojamento, zonas a visitar, património e objectos de arte que podem ser conhecidos. Um relato que, nove séculos depois, continua nos dias de hoje a ser citado e ainda serve de referência para alguns dos locais percorridos pelos peregrinos.

Elaborado entre 1125 e 1130 – depois manuscrito em 1160 – o texto ficou maior do que o inicialmente previsto, acabando por contar com participações dos principais escritores, teólogos, fabulistas, músicos e artistas da época, tendo que ser dividido em cinco livros e vários apêndices, entretanto reunidos, já no século passado, num único volume.

16.2.14

NICOLAU COPÉRNICO

Nicolau Copérnico foi um astrónomo e matemático polaco que desenvolveu a teoria heliocêntrica do Sistema Solar. Foi também cónego da Igreja Católica, governador e administrador, jurista, astrónomo e médico.

  • Wikipedia
  • Viveu entre: 19/02/1473 - 24/05/1543 (idade 70)
  • Educação: Universidade de Ferrara · Universidade de Pádua (1501 - 1503) · Universidade de Bolonha (1496 - 1500)
  • Pais: Nicolaus Copernicus Sr. (Pai) · Barbara Watzenrode (Mãe)
  • Domínios de estudo: Matemática · Astronomia
  • Irmãos: Andreas Copernicus (Irmão) · Katharina Copernicus (Irmã) · Barbara Copernicus (Irmã)
  • Sepultura: Archcathedral Basilica of the Assumption of the Blessed Virgin Mary and Saint Andrew in Frombork

" É muito difícil nos dias de hoje compreender e apreciar na sua grandeza efectiva o esforço intelectual, a audácia e a coragem moral representados pela obra de Copérnico. para fazê-lo ser-nos-ia preciso esquecer o desenvolvimento intelectual de alguns séculos; deveria-mos esforçar-nos por voltar atrás, à certeza ingénua e confiante com a qual o senso comum aceita a evidência imediata da imobilidade da Terra e do movimento dos céus. "



  Alexandre Koiré. La Révolution Astronomique ( Copernic  - Kepler - Borelli. ),
                                   Paris,1961, p.13.


 Até ao parecimento de De Revolutionibus Orbium Coelestium, de Copérnico, em 1543, a Humanidade vivia sob o signo da concepção astronómica do Almagesto, de Ptolomeu ( século II ). A Terra estava situada no centro do Mundo, a Terra era imóvel, e era o Sol que girava. Víamo-lo todos os dias - e vemo-lo ainda hoje - nascer de um lado, deslocar-se durante o dia, para acabar por desaparecer do outro lado. Nada de mais seguro. A concepção de Ptolomeu estava perfeitamente de acordo com o nosso conhecimento sensível. o senso comum não dava - e não nos dá ainda - nada de diferente. Mas esta evidência do conhecimento sensível é ultrapassada por Copérnico no seu texto de 1543: o Sol está situado no centro, o centro do Mundo deixa de ser a Terra, a Terra move-se, a Terra gira ...

                    É por isto mesmo que nós não temos nenhuma vergonha em afirmar que tudo o que envolve a Lua, assim como o centro da Terra, é, entre os outros planetas, arrastado por este grande orbe à volta do Sol numa revolução anual; e que este está no centro do Mundo; e que o Sol ficando imóvel tudo o que parece ser um movimento do Sol, é, na verdade, um movimento da Terra.

   Os nossos sentidos enganam-nos, a verdade está para além da intuição sensível, a verdade está, como que escondida, para além das aparências do sensível.


15.2.14

ANTROPOLOGIA


A Antropologia ocupa-se dos seres humanos ( homo Sapiens ) como produtos da vida em sociedade. Fixa a sua atenção nas características físicas e nas técnicas industriais, nas convenções e valores que distinguem uma comunidade de todas as outras que pertencem a uma tradição diferente.

   O que distingue a antropologia de outras ciências sociais é o ela incluir no seu campo, para as estudar cuidadosamente, Sociedades que não são a nossa sociedade.

CALENDÁRIO ( VIII ) E CERIMÓNIAS USADAS NOS SACRÍFICIOS. VÍTIMAS E PURIFICAÇÕES


1º Do Ano

Romulo dividiu o ano em 10 meses ( 6 de 30 e 4 de 31 dias ) que compreendiam 304 dias, começando em Março - Numa Pompilio acrescentou 2 meses, Janeiro e Fevereiro ( que eram o 1º e ultimo do ano ) ficando o ano com 354 dias, que é o ano lunar; a que acrescentou um dia, pela simpatia que tinha com o número impar, ou pela crença supersticiosa de que o número par presagia desgraças.
  Como, porém, faltassem 11 dias para equiparar o ano solar com o ano lunar, fez Júlio César raformar o calendário pelo matemático Sosigenes; o qual contando o ano solar que é de 365 dias, 5 horas e 49 minutos aproximadamente, por 365 dias e 6 horas, formou destas um dia, que intercalou de 4 em 4 anos no mês de Fevereiro. Este dia era contado depois de 24 de Fevereiro, repetindo-se este mesmo dia 24 e dizendo-se Bis Sexto Kalendas Martias: e daqui vem chamar-se bisexto ao ano em que se intercalou aquele dia.
A Península Ibérica antes das conquistas de Roma

Nota. - Não era, porém, ainda exacto este computo, porque tomando 5 horas e 49 minutos por 6 horas completas, devia o aumento de 11 minutos num grande espaço de anos dar uma grande diferença, antecipando os equinócios e solsticios, que dão começo às estações: e tanto se deu esta diferença, que em 1582 já havia 10 dias a mais no calendário, o que obrigou o Papa Gregório XIII a fazer a reforma que hoje se segue, chamada Correcção Gregóriana. Por esta reforma, e para a devida compensação, se suprimem 3 bisextos em 3 anos seculares consecutivos, porque no espaço de 400 anos aqueles 11 minutos de acréscimo produzem 3 dias.

ROMA ( Capítulo VIII )


                   PRINCIPAIS CERIMÓNIAS USADAS NOS SACRIFÍCIOS

1º  Enquanto aos sacrificadores deviam ;

I - Ir puros à presença dos deuses, abstendo-se do comércio carnal.

II - Lavar-se antes do sacrifício, e celebrar com vestidos limpos. Se o sacrifício era oferecido aos  deuses infernais, usavam de uma simples aspersão de água.

III - Ir com os cabelos soltos, vestidos largos e pés nus.

IV. Fazer súplicas e votos, antes de sacrificar; aos deuses celestiais ( inferi ) com as mãos levantadas para o céu, e aos infernais ( inferi ) batendo com o pé na terra.



   Enquanto às vitimas, deviam ;

I - Ser escolhidas e gordas.

II - Ornadas de fitas e coroadas.

III - Tiradas do rebanho ( egregice ) e não animais ferozes.

3º No acto do sacrifício observava-se ;

I. - A imposição do silêncio, e a expulsão dos profanos ( procul est profani. )

II - A immolação, que consistia em lançar sobre a vítima uma massa feita de farinha e sal ( mola ).
     - Coberta a vítima com aquela massa, dizia-se que estava macta ( magis aucta ) isto é, mais aumentada, ou mais preparada para o sacrifício.
 Nota. Daqui vem tomarem-se muitas vezes os verbos immolare e mactare por sacrificar.

III. A libação, que era de vinho, leite e outras substâncias; mas especialmente de vinho. Consistia a libação em provar o vinho, dá-lo a provar aos circunstantes, e derramar depois algumas gotas entre os chifres da vítima, sobre a terra, sobre o altar ou sobre o povo.Tanto a cerimónia, como a substância com que se libava, variavam conforme a divindade, a quem se fazia a honra; havendo libações nos banquetes, nos funerais, etc. - As libações em honra dos deuses celestiais faziam-se com a costa da mão para baixo, expelindo o licor da taça ( fundere ); e aos deuses infernais com a costa da mão para cima, emborcando a taça ( vergere ou invergere ).

IV - Acender o fogo sobre o altar, e nutri-lo de lenha seca, cortada das árvores.

V - A condução da vítima para o altar - era mau preságio quando não ia voluntariamente, sendo preciso arrastá-la.

VI - O ferimento da vítima. Se era oferecida aos deuses celestiais, devia ser branca, e com o pescoço levantado ( cervicem retro flectere ) para que olhasse para o céu; se aos deuses infernais, devia ser preta, com a cabeça inclinada, olhando para a terra ( prona ): a primeira era ferida por cima ( ferrum imponere ) - e a segunda por baixo ( ferrum subponere )


VII - A recepção do sangue.

VIII - A escoriação, dissecação do animal sacrificado, de que uma parte, depois de examinada, era lançada ao fogo ( porricere ); donde vem chamar-se porricia ás entranhas da vítima; e a outra parte servia para o banquete sagrado, que celebravam os sacerdotes.

IX - O aviso ao povo para sair do templo, pela simples fórmula  extemplo  - retirai-vos do templo ( frase que os latinos empregavam adverbialmente na acepção dos nossos vocábulos in continente, imediatamente ).

 4º  Das purificações ( lustrationes )

     Tinham estas lugar quando a cidade era invadida pela peste ou outra calamidade, quando se tinha cometido algum grande atentado, ou se tinham manifestado prodígios de mau preságio; e faziam-se por meio da lustração ( urbem lustrare ).

 A dos campos, para bem frutificarem, fazia-se pela circuição ( agros cicumire )

.A do homem homicida, ou que se tinha manchado por algum outro crime, fazia-se pela expiação  (expiatio ).


Imagens obtidas na - Wikipedia

14.2.14

FUNDIDOR

FUNDIÇÃO - Fundidor

O ofício de fundidor pode ser classificado como o mais importante ramo das indústrias metalúrgicas; a fundição é como que a base de quase todas as construções metálicas, pela qual se pode obter de pronto e mais economicamente o corpo principal, mais ou menos complicado de qualquer máquina, e ainda fornecer para ela as mais importantes peças que a completam.

Os progressos por que tem passado a arte de fundição, desde os mais remotos tempos da sua existência, são muito importantes;
 modernamente pode obter-se peças de ferro fundido aliando à facilidade da sua formação, qualidades tais que as tornam perfeitamente adequadas ao fim a que são destinadas; assim, pode fazer-se de ferro fundido os mais delicados rendilhados de linda aparência em nitidez de contornos, muito apropriados a uma ornamentação vistosa e económica, ao passo que se pode fundir  também peças de grande resistência aos diversos esforços, ou mesmo com essa resistência localizada em determinados pontos, segundo as necessidades;
A fundição é pois hoje um ofício para o qual não basta já a habilidade manual, mas que requer muita aplicação intelectual e sobretudo muita aplicação e estudo, para se poder obter artefacto que, não sendo de uma imperfeição e fragilidade como até ao presente  tem sido tão peculiar ao ferro fundido, possam levantar os bons créditos  do ofício até à verdadeira altura a que eles têm indubitavelmente de chegar.

13.2.14

GLADIADORES DE HOJE


 Estará o assunto resolvido, agora, em 2014 ?

Roma versus Gladiadores do Coliseu            



Neste caso o turista até queria a foto  
 
 
 
 
 
 
Roma quer pôr fim aos "profissionais" que se mascaram de antigos gladiadores de modo a conseguirem dinheiro dos turistas.

 Isto porque os métodos de alguns são considerados dúbios e abusivos. Mas os gladiadores contra-atacam.
Os homens mascarados de gladiadores (e em menor número de outras figuras da Roma Antiga), que, em frente ao Coliseu, cobravam aos turistas por uma pose para a câmara, enfrentam a extinção.

Uma nova lei, publicada a 30 de Março, determina que passa a ser ilegal a permanência destes figurantes em frente ao monumento romano, assim como cobrar dinheiro em troco de fotografias.

A medida surge após uma série de queixas que davam conta de que os gladiadores acossavam os turistas para que estes pagassem por uma fotografia com eles junto ao Coliseu. 

Porém, na maioria das vezes, o retrato era apenas o resultado de um dos homens disfarçados saltar para o enquadramento no momento do disparo. Logo de seguida, era cobrada uma quantia que variava entre os 10 e os 30 euros. 

Segundo as autoridades romanas, o dinheiro era exigido muitas vezes como uma espécie de resgate, em troco da máquina que aqueles homens entretanto já tinham em mãos, ou sob ameaças. 

No último Verão, a quantidade de reclamações acabou por originar uma operação sob disfarce que resultou na detenção de 20 gladiadores, informou na altura a AFP, e no início de uma campanha para terminar com o espectáculo em frente à milenar estrutura.

Os casos de violência que envolvem os gladiadores modernos não são de agora: em 2003, um dos homens foi detido por estar a usar uma espada verdadeira e, em 2007, um dos centuriões foi acusado de ter atacado fisicamente um cidadão americano e uma cidadã chilena - ambos precisaram de assistência hospitalar.

A rebelião dos centuriões
Com o cerco a apertar-se, no fim da semana passada, um grupo de homens vestidos de capas vermelhas e equipados com elmos dourados protestou em frente ao Coliseu contra o fim do seu sustento:
 "Há anos que faço aqui a minha vida e sustento a minha família assim", disse um dos homens, que há quase duas décadas se veste de gladiador, citado pelo Euronews.

O ministro da Cultura italiano, Giancarlo Galan, não desarma, afirmando que os homens tornaram-se demasiado agressivos para com os turistas e que é obrigatório ter licença de trabalho. 

Também Gianni Alemanno, que preside o município romano, não aceita ser "chantageado": "Ou os centuriões aceitam as regras ou terão de sair", clarifica num comunicado.
 
 Fonte :
 fugas.publico.pt/
:www.comune.roma.it 
 | www.turismoroma.it

12.2.14

ABEL MOURA. O SR: " BANHEIRO " DO TAMARIZ

Conheci Sr: Abel Banheiro era eu garoto.

Sempre o encontrei com aquele seu peculiar modo de ser particularmente notado pelo permanente uso do boné de marinheiro.

 Pessoa afável e amiga, estava sempre atento às nossas " aventuras marítimas " quando, ainda adolescente, eu e outros vinha-mos ali do Colégio Salesiano ver o mar e chegar " só um pouco mais perto " nos intervalos  do almoço pois, nesses anos sessenta, haviam aulas durante todo o dia.

 Lembrei-me dele hoje quando faz doze anos que faleceu.



 Raramente quando passo pelo Tamariz em dias de mar bravo não me ocorre a sua lembrança.

Tinha em Fevereiro de 2002, " Abel Moura " 85 anos quando faleceu. Conhecido por muitos como o Banheiro da praia do Tamariz, no Estoril. *

Texto: J. Pinto Lopes


O SR: ABEL MOURA

Diz-nos a respeito Manuel Eugénio da Silva no seu livro  "Naufrágios ".
 
Tinha o cartão nº 122 de nadador - salvador, passado pelo Instituto de Socorros a Náufragos em 1930.

  Durante o tempo em que foi banheiro, salvou inúmeros banhistas e ensinou outras centenas a nadar, aconselhando sempre os perigos que existem se não tomam as devidas precauções.

 Entre as pessoas que ensinou a nadar se salienta o Príncipe D. Juan Carlos, actual Rei de Espanha, quando este tinha dez anos.

 " Abel Moura " foi sempre uma figura simpática, simples, sempre com os olhos fixos no mar do Estoril e que nunca largou o seu boné de marinheiro, branco e azul.


https://www.visitportugal.com/sites/www.visitportugal.com/files/styles/large/public/mediateca/LIS_Cascais-Tamariz_660x371.jpg?itok=w2t1EJKX
PRAIA DO TAMARIZ
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10.2.14

ESTRADAS DE CASCAIS

Mais uma semana a começar e nada melhor que umas imagens que demonstram a pacatez desta minha terra. Isto em Janeiro de 2014


...Entre pequenas ruas que a todos servem !

 Estrada em Murches neste ano de 2014  ( Foto J.P.L.)

Estrada em Cascais neste ano de 2014 ( Foto J.P.L. )

7.2.14

ALENTEJO. PASSEIO PELO ALENTEJO


Eis-me de novo por esse Alentejo maravilhoso.


O passar do tempo. Foto de J.P.L.

A venda ( Foto de J.P.L. )

O monte   ( Foto de J.P.L. )

A caminho  ( Foto de J.P.L. )
 
 Pelas  imagens  podemos observar a  admirável tranquilidade reinante.

4.2.14

PENSAR ENLOUQUECE ?

Pensar, por vezes torna-se um caso complicado como alguém resolveu sublinhar !


"  Pensar enlouquece ! Pense nisso ! (  Foto J.P.L: ano de 2014 )
 
Antes de falar põe-te a pensar.

O bem pensado nunca sai errado.
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 Pensam os namorados que os outros olhos são cegados.

 Quanto menos se pensa, mais se fala.

 Quase todos os nossos pesares vêm dos nossos pensares.

 Quem casa não pensa; quem pensa não casa.

 Quem dos outros fala e murmura, pouco pensa e muito se aventura.



2.2.14

MOINHO DE BOMBAGEM DE ÁGUA TIPO AMERICANO

MOINHOS DE BOMBAGEM DE ÁGUA "tipo americano"

 “O aerodínamo em aço fabricado industrialmente, que serve para acionar uma bomba que aspira a água e do qual se veem milhares de exemplares em todos os países onde a água está muito profunda na terra, é um dos instrumentos mais eficazes, jamais inventados pelo homem. Aqui em Cascais eram fabricados em Alcabideche.

MOINHO AMERICANO  (  Foto J.P.L. )
 
O moinho que aqui vemos na fotografia há muito que foi derrubado. Em parte pelo pelo homem com o seu desleixo, mas, também,  pelos elementos que foram degradando toda a estrutura. Situava-se na localidade de Almosquia, no Concelho de Cascais.