Aves migratórias ausentes ?
Porquê ?
Tenho-me interrogado sobre este assunto ao longo destes últimos anos, assim como um grande amigo que comigo atravessou a adolescência e os verdes anos dos idos de 60 e 70.
Por essa altura eu e ele, tinhamos como adquirido a presença no Verão, Outono e Inverno das chamadas espécies migratórias.
Era comum logo que chegava Setembro assistir-se à passagem de grandes bandos de rolas aqui na região com relevância para os pinhais mais chegados ao mar e sempre que soprava um vento leste ou nordeste que as conduzia ao continente Africano.
Eram então dias de grande espectáculo ir observá-las nos Oitavos, por exemplo.
As dunas do sistema dunar Guincho-Cresmina ou duna da Cresmina são uma pequena parte do complexo Guincho-Oitavos localizado no Parque Natural de Sintra-Cascais, em Portugal.Este sistema dunar é bastante particular pois a areia proveniente das praias do Guincho e da Cresmina retorna ao mar mais a sul – entre Oitavos e Guia, após migrar sobre a plataforma rochosa aplanada do Cabo Raso.
As dunas e areias das praias são formações geológicas significativas que se estendem pelo litoral de Cascais desde o Farol da Guia até ao Forte do Guincho. Entre o Forte de São Jorge de Oitavos e o Farol da Guia, encontram-se pequenas manchas de dunas consolidadas, sendo a mais relevante a duna fóssil dos Oitavos. *
* Parte do texto extraído da Wikipédia .
Também era notório uma diversidade de pequenas aves a que nós aqui pela região dávamos nomes pouco científicos mas que serviam para as reconhecer tais como; papa-moscas, taralhão, bate-asas, fuinhos, felosas e um vasto etc.
Vinha pouco depois Outubro e especialmente Novembro com os seus primeiros frios após as chuvas e com eles chegavam os tordos com as suas várias famílias, os abibes, lugres, pitinhas, piscos, e muitos mais.
Eu, aí pelos anos de 1971/ 72 assisti ao maravilhoso ( para mim ) quadro vivo que foi a passagem de bandos e bandos seguidos uns aos outros de tordos pilaris ( Turdus pilaris ) a que por aqui lhes chamava-mos chalrretas, talvez pelo som do seu canto que vindos da zona da Quinta da Marinha, hoje cheia de moradias mas que na altura era uma floresta, com uma ou outra casa dispersa, além de ser um local em regime florestal especial ou seja coutada o que lhe dava alguma tranquilidade.
Sobrevoavam estes tordos, dizia, toda a zona a sul da aldeia da Areia, seguindo pelo Mato Romão onde hoje se encontra o Bairro da Chesol e seguindo em direcção à Serra de Sintra para a dormida, segundo se constava, pois este detalhe nunca o confirmei " in loco ".
Recordo-me de ouvir falar de poucos anos antes terem sido avistados centos de pássaros desconhecidos para a maioria das pessoas cá do burgo, pássaros esses que abriam as pinhas dos pinheiros bravos com o seu bico curvo afim de se alimentarem dos pinhões, parecendo nessa actividade ignorar o que quer que fosse.
Eram de facto cruza-bicos ( Loxia curvirostra ) cuja invasão se dá ocasionalmente quando os pinheiros de coníferas no Norte da Europa lhes são parcos em alimento, como devia ter sido o caso, embora possa ter havido outras razões.
Ainda a propósito dos tordos, dizia-me um grande amigo que nos anos 40 / 50 era comum os caçadores escolherem atirar aos tordos pilaris ( As já referidas Chalrretas ) pela sua corpulência, em contraste com os restantes que se misturavam nesses bandos de antanho, os quais, segundo o meu amigo, sobrevoavam toda esta zona onde moro, na altura também uma aldeola de meia dúzia de casas.
Isto tudo são recordações de tempos que jamais voltarão.
Porém não invalida uma resposta à pergunta inicial.
Porquê a ausência?
Entre os mais diversos factores aplicáveis à minha região que creio também o serem aplicáveis ao restante País pois o que refiro aqui nota-se por esse Portugal, ao que me é dado saber.
Enumero vários como poluição sonora e visual, abandono da agricultura mas e sobretudo as tão faladas alterações climáticas.
Fonte da imagem: NOAA e Meteo Giornale
Como se pode ver no mapa que anexo e sem margem para dúvidas as temperaturas tendem a elevar-se o que entre outros factores condiciona as migrações, embora eu não saiba ao certo o que se passa noutros países neste particular.
Sendo assim resta ter esperança que seja só este o motivo destas ausências e nada mais grave no tão fabuloso reino animal.
Continuarei atento e observador para, quem sabe, um dia olhar alguns destes visitantes aqui na região e então saudá-los com um caloroso.
" Obrigado amigos pela visita, a casa é sempre vossa , tinha tantas saudades " !
Porquê ?
Tenho-me interrogado sobre este assunto ao longo destes últimos anos, assim como um grande amigo que comigo atravessou a adolescência e os verdes anos dos idos de 60 e 70.
Por essa altura eu e ele, tinhamos como adquirido a presença no Verão, Outono e Inverno das chamadas espécies migratórias.
Era comum logo que chegava Setembro assistir-se à passagem de grandes bandos de rolas aqui na região com relevância para os pinhais mais chegados ao mar e sempre que soprava um vento leste ou nordeste que as conduzia ao continente Africano.
Eram então dias de grande espectáculo ir observá-las nos Oitavos, por exemplo.
As dunas do sistema dunar Guincho-Cresmina ou duna da Cresmina são uma pequena parte do complexo Guincho-Oitavos localizado no Parque Natural de Sintra-Cascais, em Portugal.Este sistema dunar é bastante particular pois a areia proveniente das praias do Guincho e da Cresmina retorna ao mar mais a sul – entre Oitavos e Guia, após migrar sobre a plataforma rochosa aplanada do Cabo Raso.
As dunas e areias das praias são formações geológicas significativas que se estendem pelo litoral de Cascais desde o Farol da Guia até ao Forte do Guincho. Entre o Forte de São Jorge de Oitavos e o Farol da Guia, encontram-se pequenas manchas de dunas consolidadas, sendo a mais relevante a duna fóssil dos Oitavos. *
* Parte do texto extraído da Wikipédia .
Também era notório uma diversidade de pequenas aves a que nós aqui pela região dávamos nomes pouco científicos mas que serviam para as reconhecer tais como; papa-moscas, taralhão, bate-asas, fuinhos, felosas e um vasto etc.
Vinha pouco depois Outubro e especialmente Novembro com os seus primeiros frios após as chuvas e com eles chegavam os tordos com as suas várias famílias, os abibes, lugres, pitinhas, piscos, e muitos mais.
Eu, aí pelos anos de 1971/ 72 assisti ao maravilhoso ( para mim ) quadro vivo que foi a passagem de bandos e bandos seguidos uns aos outros de tordos pilaris ( Turdus pilaris ) a que por aqui lhes chamava-mos chalrretas, talvez pelo som do seu canto que vindos da zona da Quinta da Marinha, hoje cheia de moradias mas que na altura era uma floresta, com uma ou outra casa dispersa, além de ser um local em regime florestal especial ou seja coutada o que lhe dava alguma tranquilidade.
Sobrevoavam estes tordos, dizia, toda a zona a sul da aldeia da Areia, seguindo pelo Mato Romão onde hoje se encontra o Bairro da Chesol e seguindo em direcção à Serra de Sintra para a dormida, segundo se constava, pois este detalhe nunca o confirmei " in loco ".
Recordo-me de ouvir falar de poucos anos antes terem sido avistados centos de pássaros desconhecidos para a maioria das pessoas cá do burgo, pássaros esses que abriam as pinhas dos pinheiros bravos com o seu bico curvo afim de se alimentarem dos pinhões, parecendo nessa actividade ignorar o que quer que fosse.
Eram de facto cruza-bicos ( Loxia curvirostra ) cuja invasão se dá ocasionalmente quando os pinheiros de coníferas no Norte da Europa lhes são parcos em alimento, como devia ter sido o caso, embora possa ter havido outras razões.
Ainda a propósito dos tordos, dizia-me um grande amigo que nos anos 40 / 50 era comum os caçadores escolherem atirar aos tordos pilaris ( As já referidas Chalrretas ) pela sua corpulência, em contraste com os restantes que se misturavam nesses bandos de antanho, os quais, segundo o meu amigo, sobrevoavam toda esta zona onde moro, na altura também uma aldeola de meia dúzia de casas.
Isto tudo são recordações de tempos que jamais voltarão.
Porém não invalida uma resposta à pergunta inicial.
Porquê a ausência?
Entre os mais diversos factores aplicáveis à minha região que creio também o serem aplicáveis ao restante País pois o que refiro aqui nota-se por esse Portugal, ao que me é dado saber.
Enumero vários como poluição sonora e visual, abandono da agricultura mas e sobretudo as tão faladas alterações climáticas.
Fonte da imagem: NOAA e Meteo Giornale
Como se pode ver no mapa que anexo e sem margem para dúvidas as temperaturas tendem a elevar-se o que entre outros factores condiciona as migrações, embora eu não saiba ao certo o que se passa noutros países neste particular.
Sendo assim resta ter esperança que seja só este o motivo destas ausências e nada mais grave no tão fabuloso reino animal.
Continuarei atento e observador para, quem sabe, um dia olhar alguns destes visitantes aqui na região e então saudá-los com um caloroso.
" Obrigado amigos pela visita, a casa é sempre vossa , tinha tantas saudades " !
